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Evidencia-se um aumento da densidade demográfica no Município com<br />um crescimento do processo de urbanização, considerando-se o período das<br />últimas duas décadas, como podemos observar na figura 18. Percebemos que as<br />mudanças no modo de produção, como discorremos adiante, contribuem para que<br />os camponeses migrem para as áreas periféricas da Cidade, onde passam a<br />constituir massa de trabalho empregado/assalariado nos empreendimentos<br />agrícolas.<br />Município<br />Densidade<br />demográfica<br />(hab/km2)<br />Taxa média geométrica de<br />incremento anual<br />da população residente<br />1991/2000 (%)<br />Taxa de urbanização<br />(%)<br />1991 2000 2007 Total Urbana Rural 1991 2000 2007(1)<br />Quixeré 23,1 28,2 30,2 2,3 4,4 -0,2 48,5 58,5 59,6<br />Figura 18 - Quadro da densidade demográfica, taxa média geométrica de<br />incremento anual da população residente e taxa de urbanização, segundo o<br />Município de Quixeré, 1991-2000-2007.<br />Fonte: Anuário Estatístico do Ceará, 2008<br />Estudo realizado em 2006 na região chama atenção para o fato de que a<br />Chapada, ao contrário da planície, dispunha, em décadas anteriores, de vasta<br />dimensão de terras, pertencentes, na sua maioria, a latifundiários. Estas terras se<br />encontravam sem agregação de valor, desde a crise do algodão na década 1980,<br />que culminou com a eliminação quase total dessa cultura, ficando as terras sem<br />utilização, servindo quase unicamente para a retirada da madeira e para pequenas<br />plantações de grãos (COSTA, 2006).<br />Desse modo, para os proprietários das terras da chapada do Apodi, as<br />empresas agrícolas representaram a oportunidade de vender suas propriedades por<br />preços mais elevados do que estavam sendo aplicados no mercado de terras<br />naquela época na região. Com a venda dessas terras na década de 1990, a<br />chapada do Apodi, no Município de Quixeré, entrou no circuito internacional do<br />agronegócio no Ceará. Os fatores de atração caracterizam-se essencialmente por:<br />“bens naturais disponíveis, como o solo, a água e o clima adequados; abundância<br />101
de mão-de-obra barata; investimentos governamentais em infra-estrutura, como a<br />CE-377, conhecida como rodovia do melão.” (COSTA, 2006).<br />A implantação dos empreendimentos agrícolas na Lagoinha contribui para<br />diversos processos de mudanças no território pela inserção de um modo de<br />produção empresarial, estabelecendo outros tipos de relações e vínculos com o<br />trabalho com repercussões sobre a saúde e o ambiente.<br />Há, portanto, uma mudança no modo de produção na Chapada, que era<br />caracterizado anteriormente pelas atividades como a agropecuária e o extrativismo<br />vegetal e mineral, realizada em pequenas e médias propriedades, como o cultivo<br />das lavouras de algodão, milho e feijão por pequenos produtores para um modelo<br />mecanizado de agricultura, centrado na monocultura, característico do agronegócio.<br />A autora refere que, na pecuária, predominava a criação de caprinos e<br />ovinos, realizando-se também a extração de calcário, que consistia numa atividade<br />existente em menor dimensão e o extrativismo vegetal que consistia na extração de<br />madeira para a construção civil e para as cerâmicas da região do baixo Jaguaribe<br />(COSTA, 2006).<br />Essa transformação do modo de produção ocorreu no final da década de<br />1990 e vem se intensificando cada vez mais, sendo que hoje as empresas agrícolas<br />cultivam a maior parte da área produtiva pertencente ao Distrito de Lagoinha, que<br />passou a compor o cenário internacional de produção intensiva de frutas tropicais<br />para o mundo globalizado, desvelando no contexto local as relações de produção<br />características do capitalismo industrial no campo (COSTA, 2006).<br />Segundo Costa (2006), a empresa Del Mont Fruit Fresh Brasil, com sede<br />nos Estados Unidos, iniciou a compra de terras no ano 1997 na região para a<br />implantação de uma filial a fim de plantar melão para o mercado externo. Também<br />nesse mesmo ano iniciou a compra de terras a empresa Bessa Produção e<br />Distribuição de Frutas, que exporta mamão para a Inglaterra, São Paulo, Belo<br />Horizonte, Espírito Santo e Rio de Janeiro. No ano de 1988, chegaram as empresas<br />nacionais Frutacor, Nolem Comercial Importadora, Isratec e J. Salloute (COSTA,<br />2006).<br />Identificamos no Município de Quixeré o cultivo de arroz, feijão, milho,<br />tomate e melancia como produtos derivados da pequena agricultura, como pode ser<br />102
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Evidencia-se um aumento da densidade demográfica no Município com<<strong>br</strong> />
um crescimento do processo de urbanização, considerando-se o período das<<strong>br</strong> />
últimas duas décadas, como podemos observar na figura 18. Percebemos que as<<strong>br</strong> />
mudanças no modo de produção, como discorremos adiante, contribuem para que<<strong>br</strong> />
os camponeses migrem para as áreas periféricas da Cidade, onde passam a<<strong>br</strong> />
constituir massa de trabalho empregado/assalariado nos empreendimentos<<strong>br</strong> />
agrícolas.<<strong>br</strong> />
Município<<strong>br</strong> />
Densidade<<strong>br</strong> />
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1991 2000 2007 Total Urbana Rural 1991 2000 2007(1)<<strong>br</strong> />
Quixeré 23,1 28,2 30,2 2,3 4,4 -0,2 48,5 58,5 59,6<<strong>br</strong> />
Figura 18 - Quadro da densidade demográfica, taxa média geométrica de<<strong>br</strong> />
incremento anual da população residente e taxa de urbanização, segundo o<<strong>br</strong> />
Município de Quixeré, 1991-2000-2007.<<strong>br</strong> />
Fonte: Anuário Estatístico do Ceará, 2008<<strong>br</strong> />
Estudo realizado em 2006 na região chama atenção para o fato de que a<<strong>br</strong> />
Chapada, ao contrário da planície, dispunha, em décadas anteriores, de vasta<<strong>br</strong> />
dimensão de terras, pertencentes, na sua maioria, a latifundiários. Estas terras se<<strong>br</strong> />
encontravam sem agregação de valor, desde a crise do algodão na década 1980,<<strong>br</strong> />
que culminou com a eliminação quase total dessa cultura, ficando as terras sem<<strong>br</strong> />
utilização, servindo quase unicamente para a retirada da madeira e para pequenas<<strong>br</strong> />
plantações de grãos (COSTA, 2006).<<strong>br</strong> />
Desse modo, para os proprietários das terras da chapada do Apodi, as<<strong>br</strong> />
empresas agrícolas representaram a oportunidade de vender suas propriedades por<<strong>br</strong> />
preços mais elevados do que estavam sendo aplicados no mercado de terras<<strong>br</strong> />
naquela época na região. Com a venda dessas terras na década de 1990, a<<strong>br</strong> />
chapada do Apodi, no Município de Quixeré, entrou no circuito internacional do<<strong>br</strong> />
agronegócio no Ceará. Os fatores de atração caracterizam-se essencialmente por:<<strong>br</strong> />
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