"Bosquejo histórico" do Dr. Joaquim Antonio Alves ... - Ce.anpuh.org
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Logo, a ideia defendida pelos membros da Santa Casa era que a renda obtida com<br />
os sepultamentos deveria ser destinada ao tratamento <strong>do</strong>s enfermos. Porém, com o passar <strong>do</strong>s<br />
meses e o aumento de casos, o espaço destina<strong>do</strong> ao sepultamento de coléricos foi se<br />
extinguin<strong>do</strong>, e essa preocupação se tornou objeto de vários ofícios envia<strong>do</strong>s ao Presidente da<br />
Província, que acumulava ainda o cargo de Prove<strong>do</strong>r da Santa Casa.<br />
Em outro relatório apresenta<strong>do</strong> ao Presidente da Província, José Bento da Cunha<br />
Figueire<strong>do</strong> Junior, consta o número de pessoas atendidas na Santa Casa por ocasião da<br />
epidemia de cólera:<br />
Durante a invasão da epidemia 203 cholericos forão trata<strong>do</strong>s na Santa casa por conta<br />
<strong>do</strong>s soccorros públicos (...) paga pela Thesouraria da Fazenda. Durante os meses de<br />
janeiro a 31 <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> o movimento <strong>do</strong> hospital foi o seguinte. Doentes que<br />
passarão de Dezembro de 1861 para janeiro <strong>do</strong> corrente anno: 24. Entrarão durante<br />
este mês até 31 de Agosto passa<strong>do</strong>: 212, forman<strong>do</strong> ao to<strong>do</strong> o numero de 236, <strong>do</strong>s<br />
quais sahirão 198, morrerão 20, e ficão 18 em tratamento. 19<br />
Apesar deste balanço apresenta<strong>do</strong> no mês de setembro, quan<strong>do</strong> se acreditava na<br />
extinção da epidemia, novos casos de cólera foram informa<strong>do</strong>s ao Presidente nos meses de<br />
outubro e novembro, ten<strong>do</strong> a <strong>do</strong>ença permaneci<strong>do</strong> de forma esporádica no <strong>Ce</strong>ará até o ano de<br />
1864, em alguns municípios.<br />
CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
A análise <strong>do</strong> <strong>Bosquejo</strong> histórico nos permitiu refletir acerca <strong>do</strong> tratamento a que<br />
eram submeti<strong>do</strong>s os coléricos na Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, durante o surto<br />
epidêmico de 1862, bem como à compreensão de algumas questões sob a ótica <strong>do</strong> <strong>Dr</strong>.<br />
<strong>Joaquim</strong> Ribeiro, - como a causa da <strong>do</strong>ença, quem era a população atendida no<br />
estabelecimento e a forma mais eficaz de promover o tratamento, - inseridas no contexto local<br />
e nas discussões acerca não apenas da <strong>do</strong>ença, mas também da cura.<br />
19 Santa Casa. Correspondências expedidas <strong>do</strong> vice-prove<strong>do</strong>r da Santa Casa para o Presidente da Província.<br />
Ofício <strong>do</strong> <strong>Dr</strong>. <strong>Joaquim</strong> <strong>Alves</strong> Ribeiro para o Presidente José Bento da Cunha Figueire<strong>do</strong> Junior. 16.09.1862.<br />
APEC.<br />
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