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"Bosquejo histórico" do Dr. Joaquim Antonio Alves ... - Ce.anpuh.org

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O CÓLERA EM FORTALEZA: ANÁLISE DO BOSQUEJO HISTÓRICO DO DR.<br />

JOAQUIM ANTONIO ALVES RIBEIRO<br />

Mayara de Almeida Lemos 1<br />

RESUMO<br />

O texto intitula<strong>do</strong> <strong>Bosquejo</strong> histórico de autoria <strong>do</strong> <strong>Dr</strong>. <strong>Joaquim</strong> <strong>Antonio</strong> <strong>Alves</strong> Ribeiro foi<br />

redigi<strong>do</strong> para publicação em uma revista, fundada pelo mesmo médico no ano de 1862,<br />

intitulada “Lanceta”, como um resumo sobre a invasão <strong>do</strong> cholera morbus epidemico à<br />

Capital. O <strong>Bosquejo</strong> traz o posicionamento <strong>do</strong> médico acerca de questões como: as causas da<br />

epidemia, a forma como a cidade foi atingida, os tratamentos utiliza<strong>do</strong>s e sua eficácia, quem<br />

eram as pessoas recolhidas para tratamento no Hospital da Santa Casa e ainda aspectos<br />

referentes ao enterramento <strong>do</strong>s coléricos. A análise deste <strong>do</strong>cumento possibilita ainda a<br />

compreensão, a partir da ótica <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> médico, de como o tratamento era realiza<strong>do</strong> no<br />

Hospital da Santa Casa e ainda percebermos que alguns conseguiam sobreviver, apesar da<br />

voracidade da epidemia mortífera.<br />

Palavras-chave: Cólera. Fortaleza. Santa Casa de Misericórdia.<br />

INTRODUÇÃO<br />

Ingerida através <strong>do</strong> consumo de água contaminada por fezes ou vômitos conten<strong>do</strong><br />

o vibrio colerae, a <strong>do</strong>ença também pode ser transmitida pela contaminação de alimentos e<br />

objetos. Ao produzir as enterotoxinas, toxinas produzidas no trato intestinal, a <strong>do</strong>ença produz<br />

como principais sintomas as diarréias, vômitos e câimbras, que se manifestam de forma<br />

violenta, agredin<strong>do</strong> e enfraquecen<strong>do</strong> o <strong>org</strong>anismo rapidamente, devi<strong>do</strong> à desidratação<br />

ocasionada com a perda de líqui<strong>do</strong>s conten<strong>do</strong> eletrólitos essenciais para o funcionamento<br />

correto <strong>do</strong> mesmo.<br />

No ano de 1862 o cólera chegava ao <strong>Ce</strong>ará. Segun<strong>do</strong> o <strong>Dr</strong>. Guilherme Chambly<br />

Studart, o Barão de Studart, em sua obra Datas e factos para a História <strong>do</strong> <strong>Ce</strong>ará, o cólera se<br />

manifestou em Icó2 no dia 05 de abril, proveniente da Paraíba, atingin<strong>do</strong> Fortaleza no mês de<br />

maio (STUDART, 2001).<br />

Segun<strong>do</strong> este autor, o cólera teria chega<strong>do</strong> ao <strong>Ce</strong>ará através de um viajante<br />

chama<strong>do</strong> José Leandro Tavares, vin<strong>do</strong> da região paraibana de Rio <strong>do</strong> Peixe, situada na<br />

1 Especialista em Perspectivas e Abordagens em História pela Universidade Estadual <strong>do</strong> <strong>Ce</strong>ará, atualmente<br />

cursan<strong>do</strong> Mestra<strong>do</strong> Acadêmico em História, pela mesma instituição. Bolsista pela Fundação <strong>Ce</strong>arense de Apoio<br />

ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Funcap.<br />

2 Cidade localizada no centro-sul cearense.


fronteira com a cidade de Icó: dahi propagou-se aos diversos pontos, verifican<strong>do</strong>-se sempre<br />

sua transmissão pelos boiadeiros ou por fugitivos de lugares já accommetti<strong>do</strong>s 3 . Ten<strong>do</strong> em<br />

vista que a <strong>do</strong>ença podia ser transmitida mesmo antes de se manifestar (durante o perío<strong>do</strong> de<br />

incubação), um indivíduo que não apresentasse os sintomas poderia estar levan<strong>do</strong> a <strong>do</strong>ença<br />

consigo.<br />

O então presidente <strong>do</strong> <strong>Ce</strong>ará, Manoel <strong>Antonio</strong> Duarte de Azeve<strong>do</strong>4 , no Relatório<br />

com que passa a administração da Província ao Comenda<strong>do</strong>r José <strong>Antonio</strong> Macha<strong>do</strong>, afirma<br />

que: com a noticia <strong>do</strong> flagello que actualmente grassa no interior da província de<br />

Pernambuco, resolvi tomar as necessárias cautelas para preservar esta da invasão <strong>do</strong> mal ou<br />

para encontral-a prevenida. A seguir, enumera quais foram essas cautelas: recomendações às<br />

Câmaras Municipais, autoridades e facultativos e a nomeação de uma comissão médica em<br />

Fortaleza para estudar e elaborar um systema de medidas preventivas, e formulasse indicações<br />

para ser rebati<strong>do</strong> o flagello ou modifica<strong>do</strong>s os seus perniciosos effeitos sob a direção <strong>do</strong> <strong>Dr</strong>.<br />

José Lourenço de Castro e Silva5 .<br />

A responsabilidade por administrar o <strong>Ce</strong>ará durante a epidemia de cólera,<br />

primeiro recaiu sobre o Comenda<strong>do</strong>r José <strong>Antonio</strong> Macha<strong>do</strong>, então 4º Vice-presidente, que<br />

ocupava, na época, a presidência da Província. No Relatório com que passou a administração,<br />

ao <strong>Dr</strong>. José Bento da Cunha Figueire<strong>do</strong> Junior, apontou o que foi feito em relação a várias<br />

cidades da Província.<br />

Para Fortaleza, foram nomeadas seis comissões de socorros com a incumbência de<br />

atuar nos distritos médicos, que correspondiam a áreas em que a cidade foi dividida para uma<br />

melhor cobertura. Os demais pontos da Província também tiveram comissões nomeadas, e<br />

ordens para estabelecer enfermarias onde sejam trata<strong>do</strong>s os indigentes, que assim acharão um<br />

abrigo contra a intempérie <strong>do</strong> tempo á que ficarão expostos em suas habitações insalubres 6 .<br />

3 Ibid. p. 54.<br />

4 Duarte de Azeve<strong>do</strong>: Presidente <strong>do</strong> <strong>Ce</strong>ará de 06 de maio de 1861 a 12 de fevereiro de 1862. Bacharel em direito<br />

nomea<strong>do</strong> em 1861. Cf. GIRÃO, Raimun<strong>do</strong>. Evolução histórica cearense. Fortaleza: BNB/ETENE, 1985. p.<br />

299.<br />

5 O <strong>Dr</strong>. José Lourenço de Castro e Silva foi o primeiro médico cearense a se formar pela Faculdade de Medicina<br />

<strong>do</strong> Rio de Janeiro. Natural de Aracati partiu para a capital <strong>do</strong> Império em 1829 e ingressou na Faculdade de<br />

Medicina em 1832. Sua atuação médica no <strong>Ce</strong>ará teve início em 1838, ten<strong>do</strong> exerci<strong>do</strong> as funções de Médico da<br />

Pobreza e Inspetor de Saúde Pública. Militante ativo <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> Liberal exerceu o cargo de deputa<strong>do</strong> nos biênios<br />

1838-39, 1840-41, 1846-47. A este respeito consultar:<br />

OLIVEIRA, Carla Silvino. Cidade (in) salubre: idéias e praticas médicas em Fortaleza (1838-1853). 2007.<br />

Dissertação (Mestra<strong>do</strong> em História). Universidade Federal <strong>do</strong> <strong>Ce</strong>ará. p. 25.<br />

STUDART, Barão de. Dicionário bio-bibliográfico cearense. Fortaleza: Typo Lithographia a Vapor. s.d. v. 2,<br />

p. 141-145.<br />

6 Relatório com que o quarto Vice-Presidente Commenda<strong>do</strong>r José <strong>Antonio</strong> Macha<strong>do</strong> passou a administração da<br />

Província ao Excelentíssimo Senhor Doutor José Bento da Cunha Figueire<strong>do</strong> Junior em 05 de maio de 1862.<br />

2


As comissões teriam a função de prestarem à população pobre, além de remédios<br />

e dietas, to<strong>do</strong>s os meios indispensáveis para o seu curativo, além disso, o presidente<br />

informava o estabelecimento de enfermarias provisórias e a limpeza das ruas, medida<br />

recomendada com a finalidade de eliminar os focos de miasmas. 7 Os gêneros alimentícios<br />

destina<strong>do</strong>s a Santa Casa para a dieta <strong>do</strong>s enfermos consistiam em açúcar, goma de mandioca,<br />

arroz, pois a partir destes seriam feitos alimentos leves, de fácil digestão.<br />

No presente texto abordamos a atuação da Santa Casa de Misericórdia de<br />

Fortaleza durante a epidemia de cólera a partir de um relato intitula<strong>do</strong> <strong>Bosquejo</strong> histórico de<br />

autoria <strong>do</strong> médico <strong>Joaquim</strong> <strong>Antonio</strong> <strong>Alves</strong> Ribeiro8 , que então prestava seus serviços no<br />

Hospital da Santa Casa. Forma<strong>do</strong> em medicina pela Universidade de Harvard, ten<strong>do</strong><br />

defendi<strong>do</strong> teses na Faculdade de Medicina da Bahia, o <strong>Dr</strong>. <strong>Joaquim</strong> Ribeiro escreveu obras9 voltadas para o público leigo utilizan<strong>do</strong> linguagem vulgar para possibilitar que a população<br />

pudesse promover o próprio tratamento diante de moléstias como a varíola, ou bexiga, febre<br />

amarela e cólera.<br />

O <strong>do</strong>cumento ora analisa<strong>do</strong> trata-se de uma cópia <strong>do</strong> texto escrito para publicação<br />

na Revista A Lanceta, jornal de medicina, physiologia, cirurgis, chimica, etc, fundada e<br />

redigida pelo mesmo médico no ano de 1862. Tal cópia era endereçada ao Presidente da<br />

Fortaleza: Typographia <strong>Ce</strong>arense, 1862. p. 04. Disponível em: < http://www.crl.edu/brazil/provincial>. Acesso<br />

em: 12 jul. 2011.<br />

7<br />

Id.<br />

8<br />

<strong>Joaquim</strong> <strong>Antonio</strong> <strong>Alves</strong> Ribeiro nasceu em Icó a 09 de Janeiro de 1830 e faleceu em Fortaleza no dia 02 de<br />

Maio de 1875. Forma<strong>do</strong> em medicina pela Universidade de Harvard, Cambridge, em 1853, sustentou teses<br />

perante a Faculdade da Bahia, vin<strong>do</strong> exercer sua profissão na província natal.<br />

Foi médico <strong>do</strong> hospital da Caridade de Fortaleza, cirurgião da Guarda Nacional, e possuía os títulos de Cavaleiro<br />

da Ordem da Rosa, obti<strong>do</strong> em 1858, e de Cavaleiro de Christo, de 1867. Atuante na produção literária e<br />

científica internacional, foi sócio correspondente das seguintes sociedades: Imperial Academia de Medicina <strong>do</strong><br />

Rio de Janeiro, Sociedade Medica de Massachusetts, Sociedade de História Natural de Frankfurt e da Sociedade<br />

Auxilia<strong>do</strong>ra da Indústria Nacional. Cf.: STUDART, Barão de. Op.cit.<br />

9<br />

As obras de sua autoria foram as seguintes:<br />

-Essay on acclimation<br />

-Instrucções feitas em linguagem vulgar para o tratamento <strong>do</strong>s bexigosos indigentes por pessoas não<br />

profissionaes na povoação de Acarape, seguidas de instrucção para a boa vaccinação, 1859.<br />

-Relatório apresenta<strong>do</strong> ao Illm.o Exm.o Sr. <strong>Dr</strong>. João Silveira de Souza, muito digno Presidente desta Provinda<br />

pelo medico da pobresa <strong>Joaquim</strong> A. A. Ribeiro, <strong>Ce</strong>ará, Typ. <strong>Ce</strong>arense, impresso por <strong>Joaquim</strong> José d'OIiveira,<br />

1859.<br />

-Instrucções feitas em linguagem vulgar sobre o tratamento <strong>do</strong> cholera-morbus, <strong>Ce</strong>ará, 1860.<br />

-Instrucções para o curativo da febre amarella por pessoas estranhas á medicina, Typ. <strong>Ce</strong>arense, <strong>Ce</strong>ará, 1860.<br />

-Manual da Parteira ou pequena compilação de conselhos na arte de partejar, escripta em linguagem familiar,<br />

Leipzig, 1861.<br />

-O Pauperismo, <strong>Ce</strong>ará, 1861, Typ. de Paiva e O, 28 pp. in 4.o. Com o retrato <strong>do</strong> autor. Traz no fim um discurso<br />

<strong>do</strong> Padre <strong>Dr</strong>. Th. Pompeu de S. Brazil.<br />

-Memoria sobre o mal triste ou hematúria enzootica <strong>do</strong> ga<strong>do</strong> bovino no <strong>Ce</strong>ará, <strong>Ce</strong>ará, 1863, 83 pp. in 8”.<br />

-O esta<strong>do</strong> sanitário da Capital <strong>do</strong> <strong>Ce</strong>ará em 1865. Publica<strong>do</strong> na Gazeta Medica da Bahia.<br />

-Aphorismos Obstétricos, <strong>Ce</strong>ará, 1855. Cf. Id.<br />

3


Província, José Bento da Cunha Figueire<strong>do</strong> Junior, e encontra-se no Arquivo Público <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Ce</strong>ará 10 .<br />

SANTA CASA DE MISERICÓRDIA<br />

Em 1498 a regente de Portugal Dona Leonor fun<strong>do</strong>u o primeiro hospital da Santa<br />

Casa de Misericórdia, seguin<strong>do</strong> os preceitos cristãos de socorrer os enfermos, especialmente<br />

os pobres. Essa medida se estendeu às colônias portuguesas. A primeira Santa Casa <strong>do</strong> Brasil<br />

foi fundada na vila de Santos, em 1543, e a segunda em Salva<strong>do</strong>r, em 1550. A Santa Casa de<br />

Misericórdia <strong>do</strong> Rio de Janeiro foi fundada entre 1567 e 1582. Financiadas por <strong>do</strong>ações 11 e<br />

verbas públicas, suas atividades consistiam em abrigar e cuidar <strong>do</strong>s <strong>do</strong>entes e, nos casos mais<br />

graves, proporcionar assistência religiosa aos moribun<strong>do</strong>s.<br />

Conforme Luís Sucupira no artigo intitula<strong>do</strong> “Origem e desenvolvimento da Santa<br />

Casa de Fortaleza” o Hospital da Caridade começou a ser construí<strong>do</strong> em Fortaleza em 1845,<br />

durante a gestão <strong>do</strong> Presidente Coronel Inácio Correia de Vasconcelos, após os estragos<br />

causa<strong>do</strong>s pela seca ocorrida no mesmo ano, no entanto a obra não foi concluída. A construção<br />

foi retomada no ano de 1854, sob a gestão <strong>do</strong> Presidente Padre Vicente Pires da Mota. 12<br />

O Hospital da Caridade passou a se chamar Santa Casa de Misericórdia, cujo<br />

funcionamento regular teve início em 1861 com a criação da Irmandade da Misericórdia de<br />

Fortaleza, sen<strong>do</strong> administrada por um prove<strong>do</strong>r, que era o próprio presidente da província, o<br />

qual nomeava os demais membros da mesa administrativa, chama<strong>do</strong>s de mor<strong>do</strong>mos.<br />

Os funcionários que compunham a Santa Casa de Misericórdia no ano de 1862<br />

eram os seguintes: médico, escrivão, almoxarife, contínuo, capelão, sacristão, cozinheiro,<br />

enfermeiros, coveiros e serventes. 13<br />

10<br />

Santa Casa. Correspondências expedidas <strong>do</strong> vice-prove<strong>do</strong>r da Santa Casa para o Presidente da Província.<br />

Ofício <strong>do</strong> <strong>Dr</strong>. <strong>Joaquim</strong> <strong>Alves</strong> Ribeiro para o Presidente José Bento da Cunha Figueire<strong>do</strong> Junior. 20.09.1862.<br />

APEC.<br />

11<br />

No Brasil Colônia até o início <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> republicano, quase todas as iniciativas voltadas para a assistência à<br />

saúde da população partiam da filantropia, ou seja, da caridade <strong>do</strong>s cidadãos ricos e da Igreja católica. Cf.<br />

TELAROLLI JUNIOR, Ro<strong>do</strong>lpho. Epidemias no Brasil: uma abordagem biológica e social. São Paulo:<br />

Moderna, 1995. (Coleção Desafios). p.31.<br />

12<br />

SUCUPIRA, Luís. Origem e desenvolvimento da Santa Casa de Fortaleza. In: Revista <strong>do</strong> Instituto <strong>do</strong> <strong>Ce</strong>ará,<br />

Fortaleza: 1985. p. 212-220.<br />

13<br />

Santa Casa. Correspondências expedidas <strong>do</strong> vice-prove<strong>do</strong>r da Santa Casa para o Presidente da Província.<br />

Ofício <strong>do</strong> <strong>Dr</strong>. <strong>Joaquim</strong> <strong>Alves</strong> Ribeiro para o Presidente José Bento da Cunha Figueire<strong>do</strong> Junior. 16.09.1862.<br />

APEC.<br />

4


O CÓLERA EM FORTALEZA: CAUSAS, TRATAMENTO E CUIDADO COM OS<br />

MORTOS<br />

O desconhecimento das causas <strong>do</strong> cólera levou o <strong>Dr</strong>. <strong>Joaquim</strong> Ribeiro a afirmar: o<br />

apparecimento da epidemia nesta Cidade, quanto a nós, <strong>do</strong>rmirá em grande obscuridade, o<br />

certo é o primeiro caso teria ocorri<strong>do</strong> no dia onze de maio. Após analisar as estatísticas de<br />

tratamento nas clínicas públicas e particulares, e ten<strong>do</strong> em vista o aumento considerável de<br />

desarranjos gástricos e diarrhéa em Fortaleza, desde o mês de março, o médico defendia que<br />

somos leva<strong>do</strong>s a acreditar na origem miasmática ou <strong>do</strong>mestica <strong>do</strong> cholera.<br />

A medicina da época era adepta da teoria <strong>do</strong>s miasmas, que pregava que os locais<br />

sujos, conten<strong>do</strong> dejetos e lixo <strong>org</strong>ânico em decomposição emanavam substâncias invisíveis,<br />

nocivas, que seriam as causa<strong>do</strong>ras das <strong>do</strong>enças. Ao respirar o ar que continha os miasmas o<br />

indivíduo contraía as <strong>do</strong>enças. Porém, a atuação <strong>do</strong>s miasmas fazia parte de um conjunto de<br />

acontecimentos interliga<strong>do</strong>s, dentre os quais eram apontadas as modificações climáticas,<br />

atmosféricas, e até a propagação <strong>do</strong> pânico entre a população.<br />

Para o <strong>Dr</strong>. <strong>Joaquim</strong> Ribeiro a invasão da epidemia foi anunciada pelo augmento<br />

das diarrheas com um typo especial, não haven<strong>do</strong>, portanto, sustentação para a ideia de que a<br />

<strong>do</strong>ença teria si<strong>do</strong> importada de outras localidades, pois não temos exactas observações<br />

meteorológicas, que provem as alterações na constituição physica da Capital. Assim, a<br />

<strong>do</strong>ença teria surgi<strong>do</strong> na própria cidade, como decorrência <strong>do</strong>s casos de diarréia, agrava<strong>do</strong>s por<br />

algum fator por ele desconheci<strong>do</strong>.<br />

Conforme o <strong>Bosquejo</strong> histórico o tratamento a ser administra<strong>do</strong> aos coléricos,<br />

recolhi<strong>do</strong>s na Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, era <strong>org</strong>aniza<strong>do</strong> de acor<strong>do</strong> com a fase<br />

da <strong>do</strong>ença, dessa forma, era dividi<strong>do</strong> em três perío<strong>do</strong>s, corresponden<strong>do</strong> o último a fase mais<br />

grave <strong>do</strong> cólera. Conforme o <strong>Dr</strong>. <strong>Joaquim</strong> Ribeiro, o tratamento mais bem sucedi<strong>do</strong> para os<br />

coléricos no primeiro perío<strong>do</strong> da <strong>do</strong>ença foi: vomitivos d’ipecacuanha, purgativo de óleo de<br />

rícino, infusões diffusivas, narcóticos, ora o ópio, ora a tintura de hyoscyamo negro.<br />

Ao estimular os vômitos e evacuações acelerava-se o processo de desidratação <strong>do</strong><br />

<strong>org</strong>anismo, porém esse sistema de tratamento é a homeopatia, cujo princípio é: semelhante<br />

pelo semelhante se cura, assim o tratamento é feito com a utilização de medicamentos, que<br />

causam efeitos semelhantes aos da <strong>do</strong>ença, a fim de promover o equilíbrio energético. A<br />

homeopatia prega que o homem é a síntese de mente e corpo, portanto, é importante estar<br />

atento para as informações fornecidas pelo paciente, que são fundamentais para o médico<br />

homeopata, a idéia é dar voz ao paciente, escutar o que ele tem a dizer (SERRANO, 1986: 94-<br />

5


95). Desta forma os manuais publica<strong>do</strong>s por homeopatas valorizavam informações<br />

desprezadas pelos alopatas, como: palidez, rosto abati<strong>do</strong>, pulso fraco, entre outras.<br />

O sistema de tratamento oposto a homeopatia é a alopatia. Esta prática da<br />

medicina trata a <strong>do</strong>ença utilizan<strong>do</strong> remédios que causem efeitos contrários aos sinais da<br />

<strong>do</strong>ença. No caso seriam ministra<strong>do</strong>s medicamentos com a finalidade de inibir as evacuações e<br />

vômitos. 14<br />

O debate entre as duas vertentes médicas, no <strong>Ce</strong>ará, é observa<strong>do</strong> nas páginas <strong>do</strong><br />

jornal O <strong>Ce</strong>arense através das discussões entre os médicos: <strong>Dr</strong>. Liberato de Castro Carreira,<br />

defensor da homeopatia, e <strong>Dr</strong>. José Lourenço de Castro e Silva, praticante da alopatia. O<br />

historia<strong>do</strong>r Carlos Jacinto estu<strong>do</strong>u textos, da autoria de ambos os médicos, publica<strong>do</strong>s no<br />

jornal O <strong>Ce</strong>arense ainda em 1851, - ano da incidência da epidemia de febre amarela em vários<br />

pontos <strong>do</strong> <strong>Ce</strong>ará e <strong>do</strong> Brasil, - o que nos permite perceber que a a<strong>do</strong>ção da homeopatia não<br />

aconteceu de forma repentina e passiva, mas aos poucos foi adquirin<strong>do</strong> aceitação junto aos<br />

próprios médicos e à sociedade local.<br />

O <strong>Dr</strong>. José Lourenço de Castro Silva em um texto intitula<strong>do</strong> Tratamento <strong>do</strong><br />

cholera-morbus de mui facil execução, publica<strong>do</strong> em 1862, por ocasião da epidemia de<br />

cólera, recomenda o uso de remédios alopáticos - pós de Dower, láudano líqui<strong>do</strong> de<br />

Sydenham, Espírito de camphora com flores de enxofre, pílulas anti-desintericas de Boudin –<br />

e também faz indicação <strong>do</strong> uso de clisteres15 de cozimento de qualquer planta ou casca<br />

amargoza.<br />

O médico da Santa Casa, <strong>Dr</strong>. <strong>Joaquim</strong> Ribeiro, dividiu, em sua explanação, o<br />

segun<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> da <strong>do</strong>ença em duas fases, sen<strong>do</strong> que na primeira destas empregava clysteres<br />

emolientes ou adstringentes. Já na segunda, quan<strong>do</strong> o <strong>do</strong>ente marchava para um sofri<strong>do</strong><br />

termo fatal, recorríamos aos estimulantes applica<strong>do</strong>s internamente. Porém, não utilizava<br />

medicamentos em pílulas, pois conforme observações feitas nos vômitos e evacuações de<br />

coléricos, as pílulas eram expelidas inteiras, sem que permanecessem no <strong>org</strong>anismo <strong>do</strong>s<br />

enfermos o tempo necessário para sua absorção.<br />

Cabe aqui mencionarmos que as experiências anteriores nos auctorizarão a não<br />

administrar pílulas no segun<strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, porque já tínhamos observa<strong>do</strong> que neste<br />

esta<strong>do</strong> era commum ver os <strong>do</strong>entes nas enfermarias lançarem, no vomito e na<br />

defecação, as pílulas inteiras, que havião toma<strong>do</strong> algumas horas antes de entrar para<br />

o Hospital, assim como que nestas condições muitas veses uma diarrhea<br />

14<br />

Na alopatia a medicação faz parte de um conjunto de cura, no qual estão incluí<strong>do</strong>s também a reeducação<br />

alimentar, exercícios físicos, entre outros.<br />

15<br />

Introdução de líqui<strong>do</strong>s no ânus para lavagem, purgação ou administração de medicamentos.<br />

6


choleriforme, que tende melhorar é agravada pela não digestão das pílulas, o que não<br />

só observamos mas é até confirma<strong>do</strong> por muitos auctores modernos.<br />

Além de procurar justificar seu posicionamento em relação às pílulas através <strong>do</strong><br />

embasamento em auctores modernos, o <strong>Dr</strong>. <strong>Joaquim</strong> Ribeiro defende que o <strong>org</strong>anismo <strong>do</strong><br />

colérico encontra-se debilita<strong>do</strong> e por isso não consegue realizar a digestão das pílulas, que<br />

levaria horas para ser completada, ao contrário <strong>do</strong>s medicamentos líqui<strong>do</strong>s que seriam<br />

absorvi<strong>do</strong>s com maior rapidez. É importante salientar que em 1862, no mesmo perío<strong>do</strong> em<br />

que o homeopata <strong>Dr</strong>. <strong>Joaquim</strong> Ribeiro era responsável pelo tratamento na Santa Casa, o <strong>Dr</strong>.<br />

José Lourenço, alopata, ocupava o cargo de Inspetor de Saúde Pública no <strong>Ce</strong>ará.<br />

Para provar o equívoco cometi<strong>do</strong> pelos alopatas, o <strong>Dr</strong>. <strong>Joaquim</strong> Ribeiro afirma<br />

que se os collegas, cujas opiniões aliás respeitamos, não tiveram occasião de observar,o que<br />

acabamos de referir, é porque não lidarão tão de perto, como nós os verdadeiros cholericos,<br />

indigentes, e não se entregarão com constancia a um exame nas evacuações de seus <strong>do</strong>entes.<br />

Aqui o <strong>Dr</strong>. <strong>Joaquim</strong> Ribeiro denomina de verdadeiros coléricos os indigentes, associan<strong>do</strong> a<br />

<strong>do</strong>ença à pobreza, como se a <strong>do</strong>ença se manifestasse com maior violência nos mesmos.<br />

Quanto ao tratamento destina<strong>do</strong> aos <strong>do</strong>entes no terceiro perío<strong>do</strong> da <strong>do</strong>ença,<br />

consistia em combater a estimulação su<strong>do</strong>rífica, além de tônicos, antisepticos, poucas veses<br />

os revulsivos. (...) Damos pouco valor as fricções. De acor<strong>do</strong> com o relato <strong>do</strong> <strong>Dr</strong>. <strong>Joaquim</strong><br />

Ribeiro a maioria das pessoas que era atendida na Santa Casa já chegava apresentan<strong>do</strong> os<br />

sintomas <strong>do</strong> terceiro perío<strong>do</strong> da <strong>do</strong>ença, não restan<strong>do</strong> muitas opções de tratamento e chances<br />

de cura. Essa seria a causa apontada para justificar o número de mortos no estabelecimento:<br />

Deve-se notar, que esta crescida mortalidade só tem por causa não a gravidade <strong>do</strong><br />

mal, mas em se ter julga<strong>do</strong> o Hospital o receptáculo <strong>do</strong>s <strong>do</strong>entes nas peores<br />

condicções, inluin<strong>do</strong> muitos particulares, que erão manda<strong>do</strong>s somente para<br />

morrerem lá, com o receio de empestear suas casas: isto deu lugar a entrada de<br />

grande numero de moribun<strong>do</strong>s que não erão medica<strong>do</strong>s por nós.<br />

Portanto, é possível observarmos a busca pela isenção <strong>do</strong> Hospital, e <strong>do</strong>s que lá<br />

trabalhavam, pelo eleva<strong>do</strong> número de mortos, tanto como forma de manter a imagem da<br />

instituição como de legitimar suas práticas terapêuticas, pois os que chegavam em fase<br />

terminal não haviam si<strong>do</strong> trata<strong>do</strong>s pelos profissionais da Santa Casa, com esta afirmação fica<br />

subentendida a crítica ao serviço presta<strong>do</strong> pelos demais profissionais dedica<strong>do</strong>s à cura.<br />

Ainda sobre este tema o <strong>Dr</strong>. <strong>Joaquim</strong> Ribeiro salienta que ao invés de enfermaria<br />

de coléricos o Hospital estava sen<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> como um verdadeiro recolhimento de<br />

moribun<strong>do</strong>s, e que os tratamentos teriam obti<strong>do</strong> sucesso se não nos coubesse exactamente o<br />

7


tratamento da ultima classe da sociedade. Com esta afirmação, é possível concluir que a<br />

maioria <strong>do</strong>s atendi<strong>do</strong>s na Santa Casa eram pessoas pobres, no entanto, havia também os<br />

particulares. O que demonstra que não eram apenas os chama<strong>do</strong>s indigentes, que eram<br />

envia<strong>do</strong>s para este estabelecimento.<br />

Na última parte <strong>do</strong> <strong>Bosquejo</strong> o <strong>Dr</strong>. <strong>Joaquim</strong> Ribeiro salienta a promptidão com<br />

que se fazião os enterramentos, resultan<strong>do</strong> no sepultamento rápi<strong>do</strong> de to<strong>do</strong>s os coléricos, que<br />

evitaria os miasmas condutores da <strong>do</strong>ença. Como é geralmente sabi<strong>do</strong>, as exalações de<br />

cadáveres mesmo em princípio de putrefação, infeccionan<strong>do</strong> bastantemente a atmosphera,<br />

poderiam ampliar os estragos causa<strong>do</strong>s pelo cólera, espalhan<strong>do</strong> a <strong>do</strong>ença através da circulação<br />

<strong>do</strong> ar contamina<strong>do</strong>. Para completar o sepultamento <strong>do</strong>s coléricos era considera<strong>do</strong> essencial o<br />

depósito de cal nas covas, e a falta deste material foi motivo de preocupação16 para os<br />

mor<strong>do</strong>mos da Santa Casa.<br />

O cemitério público, cujas rendas eram destinadas à manutenção da Santa Casa,<br />

era a última morada de pessoas provenientes de variadas classes sociais, assim as catacumbas<br />

para adultos custavam 50 réis, e as de crianças 25 réis. Caso o enterro fosse realiza<strong>do</strong> após as<br />

18 horas a taxa seria aumentada em mais cinco réis. A Resolução Provincial nº 911 de 12 de<br />

setembro de 1859 concedeu se erigirem no cemitério sepulturas perpetuas mediante a<br />

compensação de 500 réis por cem palmos quadra<strong>do</strong>s, além deste pagamento a família<br />

enlutada ainda teria que obter uma licença com o Presidente da Província. 17<br />

Apesar <strong>do</strong> <strong>Ce</strong>mitério ser público, a cobrança desses valores era justificada pelos<br />

membros da Santa Casa da seguinte forma:<br />

To<strong>do</strong> o homem ao descer ao tumulo deve ter sem ônus algum, um pequeno espaço<br />

de terra, em que receba seus restos mortais, sempre que esse homem ou os seus que<br />

lhe sobreviverem se conformarem em dar-lhe um jazigo modesto em harmonia com<br />

o nada das cousas humanas, há no cemitério um grande quadro para estes<br />

enterramentos; mas sempre que com magnificência posthuma se pretende ostentar à<br />

posteridade a existência <strong>do</strong> pó, que <strong>do</strong> pó sahis, e em pó revertes, he justo que o<br />

<strong>org</strong>ulho <strong>do</strong> rico morto seja em proveito <strong>do</strong> vivo desvali<strong>do</strong>, a quem nas angustias da<br />

enfermidade faltão os soccorros da medicina, o alimento e até um miserável tecto<br />

em que se abrigue da intempérie <strong>do</strong> ar. 18<br />

16 Santa Casa. Correspondências expedidas <strong>do</strong> vice-prove<strong>do</strong>r da Santa Casa para o Presidente da Província.<br />

Ofício <strong>do</strong> <strong>Dr</strong>. <strong>Joaquim</strong> <strong>Alves</strong> Ribeiro para o Presidente José Bento da Cunha Figueire<strong>do</strong> Junior. 04.06.1862.<br />

APEC.<br />

17 Santa Casa. Correspondências expedidas <strong>do</strong> vice-prove<strong>do</strong>r da Santa Casa para o Presidente da Província.<br />

Ofício <strong>do</strong> <strong>Dr</strong>. <strong>Joaquim</strong> <strong>Alves</strong> Ribeiro para o Presidente José Bento da Cunha Figueire<strong>do</strong> Junior. Data<br />

desconhecida. APEC.<br />

18 Id.<br />

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Logo, a ideia defendida pelos membros da Santa Casa era que a renda obtida com<br />

os sepultamentos deveria ser destinada ao tratamento <strong>do</strong>s enfermos. Porém, com o passar <strong>do</strong>s<br />

meses e o aumento de casos, o espaço destina<strong>do</strong> ao sepultamento de coléricos foi se<br />

extinguin<strong>do</strong>, e essa preocupação se tornou objeto de vários ofícios envia<strong>do</strong>s ao Presidente da<br />

Província, que acumulava ainda o cargo de Prove<strong>do</strong>r da Santa Casa.<br />

Em outro relatório apresenta<strong>do</strong> ao Presidente da Província, José Bento da Cunha<br />

Figueire<strong>do</strong> Junior, consta o número de pessoas atendidas na Santa Casa por ocasião da<br />

epidemia de cólera:<br />

Durante a invasão da epidemia 203 cholericos forão trata<strong>do</strong>s na Santa casa por conta<br />

<strong>do</strong>s soccorros públicos (...) paga pela Thesouraria da Fazenda. Durante os meses de<br />

janeiro a 31 <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> o movimento <strong>do</strong> hospital foi o seguinte. Doentes que<br />

passarão de Dezembro de 1861 para janeiro <strong>do</strong> corrente anno: 24. Entrarão durante<br />

este mês até 31 de Agosto passa<strong>do</strong>: 212, forman<strong>do</strong> ao to<strong>do</strong> o numero de 236, <strong>do</strong>s<br />

quais sahirão 198, morrerão 20, e ficão 18 em tratamento. 19<br />

Apesar deste balanço apresenta<strong>do</strong> no mês de setembro, quan<strong>do</strong> se acreditava na<br />

extinção da epidemia, novos casos de cólera foram informa<strong>do</strong>s ao Presidente nos meses de<br />

outubro e novembro, ten<strong>do</strong> a <strong>do</strong>ença permaneci<strong>do</strong> de forma esporádica no <strong>Ce</strong>ará até o ano de<br />

1864, em alguns municípios.<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

A análise <strong>do</strong> <strong>Bosquejo</strong> histórico nos permitiu refletir acerca <strong>do</strong> tratamento a que<br />

eram submeti<strong>do</strong>s os coléricos na Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, durante o surto<br />

epidêmico de 1862, bem como à compreensão de algumas questões sob a ótica <strong>do</strong> <strong>Dr</strong>.<br />

<strong>Joaquim</strong> Ribeiro, - como a causa da <strong>do</strong>ença, quem era a população atendida no<br />

estabelecimento e a forma mais eficaz de promover o tratamento, - inseridas no contexto local<br />

e nas discussões acerca não apenas da <strong>do</strong>ença, mas também da cura.<br />

19 Santa Casa. Correspondências expedidas <strong>do</strong> vice-prove<strong>do</strong>r da Santa Casa para o Presidente da Província.<br />

Ofício <strong>do</strong> <strong>Dr</strong>. <strong>Joaquim</strong> <strong>Alves</strong> Ribeiro para o Presidente José Bento da Cunha Figueire<strong>do</strong> Junior. 16.09.1862.<br />

APEC.<br />

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BIBLIOGRAFIA<br />

GIRÃO, Raimun<strong>do</strong>. Evolução histórica cearense. Fortaleza: BNB/ETENE, 1985<br />

SERRANO, Alan Índio. O que é medicina alternativa. São Paulo: Brasiliense, 1986.<br />

STUDART, Barão de. Datas e factos para a historia <strong>do</strong> <strong>Ce</strong>ará. Tomo II[1896]. Ed. fac-sim.<br />

Fortaleza: Fundação Waldemar Alcântara, 2001.<br />

_________________. Dicionário bio-bibliográfico cearense. Fortaleza: Typo Lithographia a<br />

Vapor. s.d.<br />

TELAROLLI JUNIOR, Ro<strong>do</strong>lpho. Epidemias no Brasil: uma abordagem biológica e social.<br />

São Paulo: Moderna, 1995. (Coleção Desafios). p.31.<br />

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