24.06.2013 Views

O Trágico do Estado Pós-colonial.pdf - Estudo Geral

O Trágico do Estado Pós-colonial.pdf - Estudo Geral

O Trágico do Estado Pós-colonial.pdf - Estudo Geral

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

egra, socorren<strong>do</strong>-se regularmente de conceitos próximos que as ajudam a delimitar o seu<br />

campo. Como é bem sabi<strong>do</strong>, são assim vários os teóricos que compararam o pós-<strong>colonial</strong><br />

com o pós-moderno a fim de tentar circunscrever melhor o primeiro (e.g. Santos, 2006;<br />

Quayson, 2000), ou ainda o pós-<strong>colonial</strong> com o pós-ocidentalismo (Mignolo, 2000). No<br />

que tem a ver com a literatura, como já o disse, a aproximação por comparação é um mo<strong>do</strong><br />

de leitura/análise assaz corrente, muitas vezes entre textos que partilham a mesma língua<br />

(veja-se, por exemplo, as contribuições para o Cambridge Companion to Post<strong>colonial</strong> Literary<br />

Studies), mais raramente entre textos que pertencem a <strong>do</strong>mínios linguísticos diferentes, e<br />

muitas vezes com o inglês como língua pivô. Em geral, estas abordagens críticas optam<br />

pela abordagem comparativa em nome de uma comunidade de condição (a condição pós-<br />

<strong>colonial</strong>), de experiência (experiência <strong>do</strong> <strong>colonial</strong>ismo ou <strong>do</strong> neo<strong>colonial</strong>ismo, ou ainda<br />

experiência de uma ou outra forma de subalternização), ou ainda de preocupação (política,<br />

filosófica, etc.). Para Caldeira, por exemplo, tanto Morrison como Pepetela têm como pano<br />

de fun<strong>do</strong> uma história de exploração e violência, resulta<strong>do</strong> das conquistas coloniais, da<br />

modernidade europeia, o que justifica a comparação:<br />

In spite of striking differences, Morrison and Pepetela share the posture of<br />

contemporary intellectuals, politically conscious of the role as citizens each has<br />

elected to play in her and his writing, the privileged vehicle of their deeply critical<br />

view of their own societies. What they may have in common is rooted in their<br />

historical moment, but also in options and attitudes that find their proper<br />

significance within the scope of a postmodern stance. (Caldeira, 2008: 93)<br />

Por sua vez, Moura (2001, 2007 a , 2007 b ) vê na perspetiva comparativa um <strong>do</strong>s<br />

modelos mais promissores de análise das literaturas pós-coloniais, com a comparação de<br />

temas (celebração das lutas de independência, construção e demolição de prédios, etc.) e de<br />

poéticas:<br />

Enfin, certains éléments formels semblent caractériser les littératures<br />

post<strong>colonial</strong>es: un usage spécifique de l’allégorie, de l’ironie, du ‘réalisme magique’,<br />

ou de la discontinuité narrative qui permettent des études comparatives fondées sur<br />

des figures littéraires plus ou moins amples. (Moura, 2001: 156)<br />

No entanto, se o leitor entende bem as razões evocadas para justificar a abordagem<br />

comparativa, falta uma articulação teórica clara com a teoria da ciência comparativa da<br />

determina<strong>do</strong> grupo. A este propósito veja-se, por exemplo, o estu<strong>do</strong> de Hélder Mace<strong>do</strong> (1992).<br />

25

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!