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O argumento de Kripke contra o materialismo identitativo particular ...

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A análise da proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser uma dor, proprieda<strong>de</strong> do evento físico, em termos <strong>de</strong><br />

papel causal do evento físico reduz-se a um absurdo, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do que <strong>de</strong> erronéo<br />

possa en<strong>contra</strong>r-se em termos específicos na análise da proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser uma dor em<br />

termos <strong>de</strong> papel causal do evento físico.<br />

O <strong>argumento</strong> que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da intuição segundo a qual parece possível que o evento<br />

mental, o portador <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s mentais como a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser uma dor, po<strong>de</strong> ocorrer<br />

sem que o evento físico, o portador <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s físicas como a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser uma<br />

estimulação das fibras-C, que correspon<strong>de</strong> ao evento mental, o portador <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s<br />

mentais como a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser uma dor, ocorra consiste no seguinte género <strong>de</strong><br />

consi<strong>de</strong>rações.<br />

Consi<strong>de</strong>re-se o evento mental, o portador <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s mentais como a<br />

proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser uma dor, por exemplo uma dor que alguém sente no instante <strong>de</strong> tempo t, e<br />

consi<strong>de</strong>re-se o correspon<strong>de</strong>nte evento físico, o portador <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s físicas como a<br />

proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser uma estimulação das fibras-C, por exemplo uma estimulação das fibras-<br />

-C <strong>de</strong> alguém no instante <strong>de</strong> tempo t.<br />

Parece possível que o evento mental, correspon<strong>de</strong>nte ao evento físico, po<strong>de</strong> ocorrer<br />

sem o evento físico.<br />

O <strong>materialismo</strong> i<strong>de</strong>ntitativo <strong>particular</strong>-<strong>particular</strong> não é consistente com a aparente<br />

possibilida<strong>de</strong> do evento mental, correspon<strong>de</strong>nte ao evento físico, po<strong>de</strong>r ocorrer sem o evento<br />

físico.<br />

O <strong>materialismo</strong> i<strong>de</strong>ntitativo <strong>particular</strong>-<strong>particular</strong> não é consistente com a aparente<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguém sentir alguma dor sem o correspon<strong>de</strong>nte evento físico.<br />

O <strong>materialismo</strong> i<strong>de</strong>ntitativo <strong>particular</strong>-<strong>particular</strong> não é consistente com a aparente<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> D po<strong>de</strong>r ocorrer sem F.<br />

Se D = F, então nem D po<strong>de</strong> ocorrer sem F, nem F po<strong>de</strong> ocorrer sem D, pois são uma<br />

e a mesma coisa, pelo princípio da necessida<strong>de</strong> da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />

Se o evento mental e o evento físico são idênticos, a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> é necessária.<br />

O materialista i<strong>de</strong>ntitativo <strong>particular</strong>-<strong>particular</strong> não po<strong>de</strong> admitir a aparente<br />

possibilida<strong>de</strong> do evento mental, correspon<strong>de</strong>nte ao evento físico, po<strong>de</strong>r ocorrer sem o evento<br />

físico e continuar a partir daqui.<br />

O materialista i<strong>de</strong>ntitativo <strong>particular</strong>-<strong>particular</strong> po<strong>de</strong> argumentar que o evento mental e<br />

o evento físico são idênticos, mas a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser um evento físico é uma proprieda<strong>de</strong><br />

contingente do evento físico.<br />

O materialista i<strong>de</strong>ntitativo <strong>particular</strong>-<strong>particular</strong> não po<strong>de</strong>, segundo <strong>Kripke</strong>, argumentar<br />

que a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser um evento físico é uma proprieda<strong>de</strong> contingente do evento físico,<br />

pois a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser um evento físico é uma proprieda<strong>de</strong> necessária do evento físico, é<br />

(evi<strong>de</strong>ntemente, diz <strong>Kripke</strong>) uma proprieda<strong>de</strong> essencial <strong>de</strong> F.

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