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O argumento de Kripke contra o materialismo identitativo particular ...

O argumento de Kripke contra o materialismo identitativo particular ...

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físico, o portador <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s físicas como a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser uma estimulação das<br />

fibras-C.<br />

Ora, o materialista i<strong>de</strong>ntitativo <strong>particular</strong>-<strong>particular</strong> não dá conta das intuições modais,<br />

não dá conta das proprieda<strong>de</strong>s modais <strong>de</strong> eventos <strong>particular</strong>es mentais e <strong>de</strong> eventos<br />

<strong>particular</strong>es físicos.<br />

Logo, a alegada i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> psicofísica <strong>de</strong> <strong>particular</strong>es não é <strong>de</strong> facto i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> entre<br />

eventos <strong>particular</strong>es mentais e eventos <strong>particular</strong>es físicos.<br />

A réplica do materialista i<strong>de</strong>ntitativo <strong>particular</strong>-<strong>particular</strong> consiste em dizer que só<br />

precisa <strong>de</strong> dar conta <strong>de</strong> pelo menos uma das intuições modais, porque, para que eventos<br />

<strong>particular</strong>es mentais e eventos <strong>particular</strong>es físicos sejam <strong>de</strong> facto distintos, o materialista<br />

i<strong>de</strong>ntitativo <strong>particular</strong>-<strong>particular</strong> não po<strong>de</strong> dar conta <strong>de</strong> nenhuma das duas intuições modais.<br />

O <strong>argumento</strong> que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da intuição segundo a qual parece (pelo menos<br />

logicamente, diz <strong>Kripke</strong>) possível que o evento físico, o portador <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s físicas como<br />

a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser uma estimulação das fibras-C, correspon<strong>de</strong>nte ao evento mental, po<strong>de</strong><br />

ocorrer sem o evento mental, o portador <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s mentais como a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser<br />

uma dor, consiste no seguinte género <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rações.<br />

Consi<strong>de</strong>re-se o evento mental, o portador <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s mentais como a<br />

proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser uma dor, por exemplo uma dor que João sente no instante <strong>de</strong> tempo t, e<br />

consi<strong>de</strong>re-se o correspon<strong>de</strong>nte evento físico, o portador <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s físicas como a<br />

proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser uma estimulação das fibras-C, por exemplo uma estimulação das fibras-<br />

-C <strong>de</strong> João no instante <strong>de</strong> tempo t.<br />

Parece logicamente possível que o evento físico, correspon<strong>de</strong>nte ao evento mental,<br />

po<strong>de</strong> ocorrer sem o evento mental.<br />

Por exemplo, o cérebro <strong>de</strong> João po<strong>de</strong> estar exactamente no mesmo estado no instante<br />

<strong>de</strong> tempo t e João não sentir qualquer dor.<br />

O <strong>materialismo</strong> i<strong>de</strong>ntitativo <strong>particular</strong>-<strong>particular</strong> não é consistente com a aparente<br />

possibilida<strong>de</strong> lógica do evento físico, correspon<strong>de</strong>nte ao evento mental, po<strong>de</strong>r ocorrer sem o<br />

evento mental.<br />

O <strong>materialismo</strong> i<strong>de</strong>ntitativo <strong>particular</strong>-<strong>particular</strong> não é consistente com a aparente<br />

possibilida<strong>de</strong> lógica <strong>de</strong> F po<strong>de</strong>r ocorrer sem D.<br />

Se D = F, então nem D po<strong>de</strong> ocorrer sem F, nem F po<strong>de</strong> ocorrer sem D, pois são uma<br />

e a mesma coisa, pelo princípio da necessida<strong>de</strong> da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />

Se o evento mental e o evento físico são idênticos, a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> é necessária.<br />

O materialista i<strong>de</strong>ntitativo <strong>particular</strong>-<strong>particular</strong> não po<strong>de</strong> admitir a aparente<br />

possibilida<strong>de</strong> lógica do evento físico, correspon<strong>de</strong>nte ao evento mental, po<strong>de</strong>r ocorrer sem o<br />

evento mental e continuar a partir daqui.<br />

O materialista i<strong>de</strong>ntitativo <strong>particular</strong>-<strong>particular</strong> po<strong>de</strong> argumentar que o evento mental e<br />

o evento físico são idênticos, mas a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser uma dor é uma proprieda<strong>de</strong><br />

contingente do evento mental.

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