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Perda Adicional no Núcleo em Transformadores Trifásicos ...

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48 IEEE LATIN AMERICA TRANSACTIONS, VOL. 2, NO. 1, MARCH 2004<br />

<strong>Perda</strong> <strong>Adicional</strong> <strong>no</strong> <strong>Núcleo</strong> <strong>em</strong> <strong>Transformadores</strong><br />

<strong>Trifásicos</strong> Alimentando Cargas Não-Lineares<br />

L. R. Lisita, J. W. L. Nerys, A. J. Batista, A. M. de Oliveira e A. C. Moreira<br />

Resumo--Com o crescente desenvolvimento tec<strong>no</strong>lógico de<br />

equipamentos elétricos e eletrônicos e suas utilizações sendo<br />

alimentadas pelos transformadores de distribuição, surg<strong>em</strong> como<br />

conseqüências destas cargas não-lineares, distorções nas formas<br />

de ondas das correntes e, numa escala me<strong>no</strong>r, nas tensões dos<br />

transformadores. Estas correntes e tensões não-se<strong>no</strong>idais <strong>em</strong><br />

transformadores provocam perdas adicionais que elevam a<br />

t<strong>em</strong>peratura, comprometendo a isolação e reduzindo a vida útil.<br />

Uma destas perdas adicionais localiza-se <strong>no</strong> núcleo, podendo<br />

haver elevações da corrente de excitação e do ruído so<strong>no</strong>ro. A<br />

proposta deste trabalho é analisar o comportamento das tensões e<br />

correntes <strong>em</strong> transformadores alimentando cargas não-lineares e,<br />

a partir daí, calcular a perda <strong>no</strong> núcleo (P NL). As medições são<br />

efetuadas pela configuração back-to-back e o modelo adotado é o<br />

trifásico instantâneo com medições e cálculos realizados por fase.<br />

Este trabalho é estruturado <strong>no</strong> Sist<strong>em</strong>a de Aquisição de Dados<br />

(DAQ) e usa programação computacional <strong>em</strong> LabVIEW.<br />

Termos de Indexação—Medidas digitais, harmônicas, cargas<br />

não-lineares, perdas <strong>em</strong> transformadores, perda <strong>no</strong> núcleo<br />

I. INTRODUÇÃO<br />

crescente utilização de cargas não-lineares t<strong>em</strong> elevado<br />

A significant<strong>em</strong>ente o grau de poluição harmônica dos<br />

sist<strong>em</strong>as elétricos, apresentando como conseqüência a redução<br />

da eficiência, e por vezes a má operação destes sist<strong>em</strong>as e de<br />

seus componentes. Mesmo quando alimentadas por tensões<br />

se<strong>no</strong>idais, cargas não-lineares produz<strong>em</strong> correntes nãose<strong>no</strong>idais.<br />

Correntes não-se<strong>no</strong>idais causam perdas adicionais<br />

<strong>em</strong> equipamentos elétricos, principalmente <strong>no</strong>s<br />

transformadores.<br />

Equipamentos para acionamentos com velocidades<br />

controladas <strong>em</strong> motores ac e dc, cargas alimentadas por<br />

diodos e tiristores, computadores, TVs, eletrodomésticos<br />

acionados por motores universais, lâmpadas eletrônicas, etc.,<br />

causam na fonte transformadora altos níveis de correntes<br />

harmônicas <strong>em</strong> relação às condições <strong>no</strong>rmais (lineares) de<br />

operação. A vida da isolação de transformadores está ligada<br />

diretamente a pontos <strong>no</strong>s quais existam concentrações de<br />

perdas (regiões de altas t<strong>em</strong>peraturas). Estas regiões de alta<br />

densidade de perdas se tornam um dos principais fatores na<br />

determinação do des<strong>em</strong>penho dos transformadores.<br />

Este trabalho é financiado pela Companhia Energética de Goiás e pela<br />

Escola de Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade Federal de<br />

Goiás.<br />

II. MODELAGEM<br />

As perdas <strong>no</strong>s transformadores pod<strong>em</strong> ser classificadas<br />

como perda <strong>no</strong> núcleo ou perda de excitação (PNL); perda <strong>em</strong><br />

carga ou perda nas impedâncias (PLL) e perda total (PTOTAL)<br />

que é a soma das perdas <strong>no</strong> núcleo e <strong>em</strong> carga [1]-[2],<br />

conforme equação 1.<br />

P = P + P<br />

total<br />

NL<br />

LL<br />

A modelag<strong>em</strong> mat<strong>em</strong>ática utilizada neste trabalho para o<br />

cálculo da perda adicional <strong>no</strong> núcleo para cada transformador<br />

trifásico alimentando cargas não-lineares pela configuração de<br />

medições back-to-back, Fig. 1 [3], apresenta os seguintes<br />

aspectos:<br />

- Cargas balanceadas (não)-lineares.<br />

- As medições instantâneas são realizadas pelos lados da<br />

baixa tensão.<br />

- Os parâmetros dos transformadores são referidos para os<br />

lados de suas respectivas baixas tensões.<br />

- A modelag<strong>em</strong> mat<strong>em</strong>ática baseia-se <strong>no</strong> cálculo de uma<br />

resistência <strong>em</strong> ac efetiva por fase (Racefi) que representa as<br />

perdas <strong>no</strong> cobre para qualquer Fator de <strong>Perda</strong> Harmônica<br />

(FHL) [4] ou Distorção Total de Corrente (THDi),<br />

independent<strong>em</strong>ente da t<strong>em</strong>peratura. A composição desta<br />

resistência é mostrada na equação ( 2).<br />

onde,<br />

R = R + R<br />

acefi<br />

dc<br />

ECefi<br />

() 1<br />

() 2<br />

Rdc - Representa a resistência média por fase do<br />

enrolamento <strong>em</strong> corrente contínua na t<strong>em</strong>peratura de<br />

operação, obtida do ensaio de resistência dos enrolamentos <strong>em</strong><br />

dc, conforme apêndice A.<br />

RECefi – Representa a resistência efetiva por fase<br />

responsável pela perda adicional por correntes parasitas <strong>no</strong>s<br />

enrolamentos (PEC) [3]-[4], para qualquer t<strong>em</strong>peratura. O subíndice<br />

i representa a fase.<br />

- Adota-se inicialmente o Modelo L, Fig. 2, para o cálculo<br />

da resistência efetiva de dispersão (R acefi)<br />

e também da<br />

1 ( i − i )) e, a posteriori, o Modelo T,<br />

corrente de excitação ( 2 1 2<br />

Fig.3, para o cálculo da tensão de excitação relativa à perda <strong>no</strong><br />

núcleo para cada transformador.<br />

- As medições das tensões e correntes de entrada e saída,


LISITA et al.: ADDITIONAL LOSS IN THE CORE OF 49<br />

b<strong>em</strong> como o cálculo da perda <strong>no</strong> núcleo para cada<br />

transformador, são estruturadas na programação LabVIEW <strong>em</strong><br />

sua forma instantânea [5]-[6] <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po real.<br />

A Fig. 1 mostra a ligação de dois transformadores trifásicos<br />

delta-Y, configurados back-to-back, com suas respectivas<br />

medições realizadas pelos lados das baixas tensões.<br />

Fig. 1. Configuração back-to-back de dois transformadores trifásicos<br />

Delta-Y, alimentando carga não-linear e, medições sendo<br />

realizadas pelos lados de baixa tensão.<br />

A Fig. 2 apresenta o modelo L por fase de dois<br />

transformadores conectados back-to-back, mostrando as<br />

tensões, correntes e parâmetros.<br />

Fig. 2. Configuração de dois transformadores conectados back-to-back por<br />

fase para o modelo L.<br />

A Fig. 3 mostra o modelo T por fase de dois<br />

transformadores conectados back-to-back, com a indicação<br />

das tensões, correntes e parâmetros.<br />

Fig. 3. Configuração de dois transformadores conectados back-to-back por<br />

fase para o modelo T.<br />

O cálculo de Racefi é realizado pela diferença entre as<br />

tensões de entrada e saída (modelo L), conforme Fig. 1.<br />

Multiplicando-se a equação (3) pela soma das correntes i1 e i2<br />

com o intuito de representação na forma de potência, e<br />

integrando-a <strong>no</strong> período amostrado, obtém-se o valor efetivo<br />

da resistência (Racefi), que representa a perda <strong>no</strong> cobre (Pcu). O<br />

período amostrado equivale a sessenta ciclos da fundamental,<br />

ou seja um segundo. O valor da indutância de dispersão (Lac)<br />

é considerado constante durante o processo de simulações<br />

práticas com cargas não-lineares. Pesquisas recentes mostram<br />

que a indutância de dispersão pode apresentar variação <strong>em</strong><br />

altas freqüências [5], ou seja, acima de 3000 Hz. As<br />

freqüências amostradas neste trabalho são até a<br />

qüinquagésima harmônica (50 th). O valor médio desta<br />

indutância de dispersão é obtido pelo ensaio de rotina de<br />

curto-circuito [4], Apêndice A. A equação de “potência por<br />

fase” (4) é o resultado da manipulação aritmética entre as<br />

tensões e correntes de entrada e saída.<br />

v<br />

1i<br />

R<br />

− v<br />

acefi<br />

2i<br />

= R<br />

acefi<br />

⋅i<br />

1i<br />

+ L<br />

ac<br />

di1i<br />

⋅ + R<br />

dt<br />

T T<br />

acefi<br />

∫( v1i<br />

− v2i<br />

) ⋅ ( i1i<br />

+ i2i<br />

) ⋅ dt − Lac∫<br />

= T<br />

0 0<br />

⋅i<br />

∫ ( i1i<br />

+ i2i<br />

) ⋅ ( i1i<br />

+ i2i<br />

)<br />

0<br />

d<br />

21<br />

+ L<br />

ac<br />

di<br />

⋅<br />

dt<br />

2i<br />

( i1i<br />

+ i2i<br />

)<br />

⋅ ( i + i )<br />

dt<br />

⋅ dt<br />

1i<br />

2i<br />

() 3<br />

⋅ dt<br />

A determinação da <strong>Perda</strong> <strong>no</strong> <strong>Núcleo</strong> (PNL) para cada<br />

transformador é feita calculando-se as tensões relativas de<br />

excitação para cada fase, conforme modelo T, Fig. 2. As<br />

correntes de excitação são consideradas as mesmas para<br />

ambos os transformadores e val<strong>em</strong> cinqüenta por cento da<br />

diferença entre as correntes de entrada e saída [9] para a<br />

configuração back-to-back, Fig. 2.<br />

A perda <strong>no</strong> núcleo por fase e total para o primeiro<br />

transformador é determinada pelas equações (5) e (6).<br />

P<br />

NL1i<br />

T<br />

1<br />

2T<br />

0<br />

= ∫ v<br />

3<br />

o1i<br />

⋅<br />

() 4<br />

( i − i ) ⋅ dt<br />

() 5<br />

1i<br />

P NL1<br />

= ∑ PNL1i<br />

() 6<br />

i=<br />

1<br />

A perda <strong>no</strong> núcleo por fase e total para o segundo<br />

transformador é determinada pelas equações (7) e (8).<br />

P<br />

2i<br />

T<br />

1<br />

NL2i<br />

= 2 ∫ v 2 ⋅<br />

T o i<br />

0<br />

1i<br />

2i<br />

⋅<br />

3<br />

( i −i<br />

) dt<br />

() 7<br />

P NL2<br />

= ∑ PNL2i<br />

() 8<br />

i=<br />

1<br />

A tensão de excitação relativa à perda <strong>no</strong> núcleo para cada<br />

transformador (vo1 e vo2) é determinada pelas equações (9) para<br />

o transformador T1 e (10) para o transformador T2, de acordo<br />

com o Modelo T, Fig. 3.<br />

di<br />

1<br />

1i<br />

vo1i<br />

= v1i<br />

− Racbaixa<br />

⋅i1<br />

i − ⋅ L<br />

() 9<br />

2 acef ⋅<br />

dt<br />

di<br />

1<br />

2i<br />

vo2i<br />

= v2i<br />

+ Racbaixa<br />

⋅i2i<br />

+ 2 ⋅ Lacef<br />

⋅<br />

( 10)<br />

dt<br />

A resistência efetiva <strong>em</strong> ac da baixa tensão ( R ), b<strong>em</strong><br />

como a indutância de dispersão (<br />

1 ⋅ L 2 acef<br />

acbaixa<br />

), também da baixa


50 IEEE LATIN AMERICA TRANSACTIONS, VOL. 2, NO. 1, MARCH 2004<br />

tensão, refere-se ao Modelo T, conforme Apêndice A.<br />

III. SIMULAÇÃO PRÁTICA<br />

A parte experimental é composta por quatro etapas. A<br />

primeira representa os dois transformadores conectados backto-back<br />

alimentando carga linear <strong>no</strong>minal e também<br />

transformador a vazio. A segunda etapa apresenta os<br />

transformadores alimentando carga linear com diversos<br />

valores de fator de potência indutivo. Na terceira etapa os<br />

transformadores alimentam cargas não-lineares. Esta<br />

configuração de carga não-linear resulta <strong>em</strong> correntes<br />

harmônicas com predominância de ord<strong>em</strong> ímpar. A quarta e<br />

última etapa apresenta os dois transformadores alimentando<br />

cargas não-lineares com predominância de componentes<br />

harmônicas de corrente de ord<strong>em</strong> par. Para todas as situações<br />

de cargas são utilizados dois transformadores trifásicos do<br />

mesmo lote de fabricação, cujos números de série são<br />

seqüenciais. As cargas não-lineares escolhidas representam<br />

interfaces comumente encontradas <strong>no</strong>s conversores ac/dc de<br />

potência, tanto <strong>em</strong> cargas residenciais quanto industriais.<br />

Os dados dos transformadores b<strong>em</strong> como da indutância de<br />

dispersão média e resistência média <strong>em</strong> dc na t<strong>em</strong>peratura de<br />

ensaio são apresentadas <strong>no</strong> Apêndice A. Estes parâmetros<br />

foram obtidos pelos ensaios <strong>em</strong> curto-circuito e resistência dos<br />

enrolamentos <strong>em</strong> dc na t<strong>em</strong>peratura de 25 °C (ambiente).<br />

Os resultados para a simulação prática da perda <strong>no</strong> núcleo e<br />

corrente de excitação para a condição de carga linear <strong>no</strong>minal<br />

e também com transformadores operando a vazio, referente à<br />

primeira etapa, são apresentados na Tabela I para o<br />

transformador T1 e Tabela II para o transformador T2.<br />

Tabela I. <strong>Perda</strong> <strong>no</strong> núcleo a vazio e com carga linear <strong>no</strong>minal para o<br />

transformador T1<br />

Carga PNL 1 (W) THD v1 (%) THD i1 (%) Iorms (A)<br />

Linear 118.6870 2.3462 7.9049 1.4931<br />

Vazio 129.7199 2.5621 34.7222 1.6432<br />

Tabela II. <strong>Perda</strong> <strong>no</strong> núcleo a vazio e com carga linear <strong>no</strong>minal para o<br />

transformador T2<br />

Carga PNL 2 (W) THD v2 (%) THD i2 (%) Iorms (A)<br />

Linear 128.0337 2.3000 2.3069 1.4931<br />

Vazio 127.5007 2.5362 xxxxxxx 1.6432<br />

A Tabela III apresenta as perdas <strong>no</strong> núcleo para os dois<br />

transformadores alimentando carga linear com diversos<br />

valores de fator de potência indutivo. Esta tabela refere-se à<br />

segunda etapa da simulação prática.<br />

Tabela III. <strong>Perda</strong> <strong>no</strong> núcleo com carga linear e fator de potência indutivo<br />

FP in PNL1 (W) FP out PNL2 (W)<br />

0.9888 127.1287 1.0000 149.4628<br />

0.9703 124.4965 0.9926 147.0544<br />

0.9603 123.0343 0.9851 145.8231<br />

A Fig. 4 representa as perdas <strong>no</strong> núcleo para os dois<br />

transformadores conectados back-to-back, considerando-se<br />

carga linear com variação do fator de potência indutivo.<br />

Fig. 4. <strong>Perda</strong> <strong>no</strong> núcleo para os dois transformadores <strong>em</strong> função do fator de<br />

potência de entrada e saída.<br />

Na terceira etapa, os transformadores conectados back-toback<br />

alimentam carga não-linear composta por conversor<br />

ac/dc a seis diodos. As Tabelas IV e V mostram o<br />

comportamento das perdas <strong>no</strong> núcleo para os transformadores<br />

T1 e T2 <strong>em</strong> função de diversos valores de FHL, THDv , THDi e<br />

Fator de potência (Fp) <strong>em</strong> condições de cargas não-lineares.<br />

Estas cargas não-lineares são compostas por conversor ac/dc a<br />

seis diodos com variações <strong>no</strong> filtro capacitivo.<br />

Tabela IV. <strong>Perda</strong> <strong>no</strong> núcleo para T1 da configuração back-to-back alimentando<br />

cargas não-lineares <strong>em</strong> ponte ac/dc composta por seis diodos.<br />

FHL 1 THD v1 (%) THD i1 (%) Fp in PNL1 (W)<br />

3.6316 2.2611 26.7928 0.9440 119.0246<br />

4.7188 2.1374 37.2384 0.9023 119.1779<br />

4.8057 2.1059 37.8687 0.9011 119.2652<br />

5.2179 2.0333 40.9459 0.8940 119.9143<br />

Em todas as situações de representatividade das perdas <strong>no</strong><br />

núcleo <strong>em</strong> valores percentuais, é tomado como base destas<br />

perdas a perda <strong>no</strong>minal <strong>no</strong> núcleo <strong>em</strong> condições de carga<br />

linear e <strong>no</strong>minal, conforme tabela II.<br />

Tabela V. <strong>Perda</strong> <strong>no</strong> núcleo para T2 da configuração back-to-back alimentando<br />

cargas não-lineares <strong>em</strong> ponte ac/dc composta por seis diodos.<br />

FHL 2<br />

THD v2<br />

(%)<br />

THD i2 (%) FP out Iorms (A) PNL2 (W)<br />

3.6296 6.8131 25.6882 0.9583 1.6055 147.2067<br />

4.8552 8.1867 37.6262 0.9124 1.7006 147.6752<br />

4.9830 8.3552 38.4047 0.9098 1.5853 147.8531<br />

5.4187 9.0992 41.6627 0.8994 1.5982 148.1631<br />

A Fig. 5 representa a perda percentual <strong>no</strong> núcleo para o<br />

segundo transformador <strong>em</strong> função do Fator de <strong>Perda</strong><br />

Harmônica (FHL2), referente à Tabela V. A Fig. 6 representa<br />

a mesma perda <strong>em</strong> função do fator de potência de saída<br />

(Fpout).


LISITA et al.: ADDITIONAL LOSS IN THE CORE OF 51<br />

Fig. 5. <strong>Perda</strong> <strong>no</strong> núcleo para o transformador T2 <strong>em</strong> relação ao Fator de<br />

<strong>Perda</strong> Harmônica (FHL 2).<br />

Fig. 6. <strong>Perda</strong> <strong>no</strong> núcleo para o transformador T2 <strong>em</strong> relação ao Fator de<br />

Potência de saída (Fp out).<br />

Observa-se pela Fig. 6 a influência do filtro capacitivo <strong>no</strong><br />

fator de potência da carga. A perda <strong>no</strong> núcleo aumenta com a<br />

diminuição do fator de potência capacitivo. A causa disto é o<br />

avanço angular e aumento da amplitude da tensão de excitação<br />

<strong>em</strong> relação à tensão de alimentação do transformador T2 para<br />

a condição de carga linear <strong>no</strong>minal.<br />

Na quarta etapa da simulação prática os transformadores T1<br />

e T2 alimentam cargas não-lineares composta por conversor a<br />

três diodos com filtro capacitivo.<br />

As Tabelas VI e VII apresentam as perdas <strong>no</strong> núcleo para<br />

os transformadores T1 e T2, referentes à quarta etapa.<br />

A Figura 7 mostra a perda percentual <strong>no</strong> núcleo para o<br />

transformador T2 <strong>em</strong> função da Distorção Harmônica Total de<br />

tensão (THDv2), para as duas condições de cargas não-lineares,<br />

ou seja, conversores a seis e a três diodos.<br />

Tabela VI. Transformador T1 da configuração back-to-back alimentando<br />

cargas não-lineares <strong>em</strong> ponte ac/dc composta por três diodos.<br />

FHL 1 THD v1 (%) THD i1 (%) FP in Pnl 1 (W)<br />

3.0055 2.1864 61.7452 0.8242 135.8977<br />

3.6275 2.4210 80.1860 0.7791 139.0467<br />

3.5849 2.3688 90.0891 0.7341 137.6099<br />

-‘Tabela VII. Transformador T2 da configuração back-to-back alimentando<br />

cargas não-lineares <strong>em</strong> ponte ac/dc composta por três diodos.<br />

FHL 2<br />

THD v2<br />

(%)<br />

THD i2<br />

(%)<br />

FP<br />

out<br />

Iodc<br />

(A)<br />

Iorms<br />

(A)<br />

Pnl 2<br />

(W)<br />

2.6716 7.2538 64.8479 0.6677 4.7480 6.9942 149.0294<br />

4.1942 9.5555 91.4272 0.6088 4.8060 8.4778 163.0237<br />

4.0626 12.3931 108.4765 0.5648 5.0639 9.3715 175.6204<br />

A base para as perdas da quarta etapa desta simulação<br />

prática é a perda <strong>no</strong>minal <strong>no</strong> núcleo para a condição de carga<br />

linear <strong>no</strong>minal, e a base para as correntes de excitação<br />

referentes às Figs. 10 e 11 é a corrente de excitação <strong>no</strong>minal,<br />

conforme Tabela II.<br />

Fig. 7. <strong>Perda</strong> <strong>no</strong> núcleo para o transformador T2 <strong>em</strong> relação à Distorção<br />

Harmônica Total de Tensão (THD v2).<br />

A Fig. 8 representa a perda <strong>no</strong> núcleo <strong>em</strong> função da<br />

Distorção Harmônica Total de corrente (THDi) para as duas<br />

situações de cargas não-lineares.<br />

Fig. 8. <strong>Perda</strong> <strong>no</strong> núcleo para o transformador T2 <strong>em</strong> relação à Distorção<br />

Harmônica Total de corrente (THD i2).


52 IEEE LATIN AMERICA TRANSACTIONS, VOL. 2, NO. 1, MARCH 2004<br />

Observa-se que, pelo tipo de conversor, há uma região que<br />

não apresenta valores para a THDi, relativo ao transformador<br />

T2, apesar da tentativa <strong>em</strong> alterar os filtros para este propósito.<br />

Nas situações do limite superior do conversor a seis diodos e<br />

inferior do conversor a três diodos, há uma tendência das<br />

perdas <strong>no</strong> núcleo <strong>em</strong> se igualar<strong>em</strong>.<br />

A Fig. 9 mostra a influência do filtro capacitivo <strong>no</strong> fator de<br />

potência da carga. Observa-se que há um acentuado aumento<br />

da perda <strong>no</strong> núcleo com a diminuição do fator de potência<br />

para o lado capacitivo. A causa é o avanço da tensão de<br />

excitação, b<strong>em</strong> como o aumento da amplitude da desta tensão<br />

<strong>em</strong> relação à tensão de alimentação do transformador T2 para<br />

a condição de carga linear <strong>no</strong>minal.<br />

Fig. 9. <strong>Perda</strong> <strong>no</strong> núcleo para o segundo transformador <strong>em</strong> relação ao<br />

Fator de Potência de saída (Fp out).<br />

As Figs. 10 e 11 representam as perdas <strong>no</strong> núcleo <strong>em</strong><br />

relação à componente dc da corrente de excitação, e também<br />

as perdas <strong>no</strong> núcleo <strong>em</strong> função da própria corrente de<br />

excitação, referentes às cargas não-lineares do conversor a três<br />

diodos. Na Fig. 11 há um aumento exagerado da corrente de<br />

excitação, da ord<strong>em</strong> de aproximadamente 630%. A principal<br />

causa deste aumento é a componente dc da corrente de carga.<br />

Fig. 10. <strong>Perda</strong> <strong>no</strong> núcleo <strong>em</strong> relação à componente dc da corrente de<br />

excitação (Iodc).<br />

Fig. 11. <strong>Perda</strong> <strong>no</strong> núcleo <strong>em</strong> relação à corrente de excitação (Iorms), para<br />

carga composta por ponte a 3 diodos<br />

As correntes de excitação para a terceira etapa, ou seja,<br />

cargas não-lineares compostas por conversor a seis diodos<br />

com variação do filtro capacitivo, não apresentaram grandes<br />

variações <strong>em</strong> valores rms, conforme Tabela V.<br />

As perdas <strong>no</strong> núcleo, relativas ao Fator de <strong>Perda</strong> Harmônica<br />

(FHL), Distorção Total de tensão e corrente (THDv e THDi) e<br />

Fator de potência, apresentam comportamentos s<strong>em</strong>elhantes<br />

<strong>em</strong> função do tipo de carga. Para cargas não-lineares<br />

compostas por conversor a seis diodos, a variação do filtro<br />

capacitivo pouco influencia nestas perdas. Para cargas nãolineares<br />

compostas por conversor a três diodos, a variação do<br />

filtro capacitivo é um fator preponderante na determinação<br />

destas perdas.<br />

A perda <strong>no</strong> núcleo do segundo transformador pode parecer<br />

a priori me<strong>no</strong>r que para o primeiro transformador, devido ao<br />

seu valor de tensão rms a princípio ser me<strong>no</strong>r, mas este não é<br />

o caso (com exceção dos transformadores a vazio). A perda <strong>no</strong><br />

núcleo depende de outros fatores além do nível de tensão. Um<br />

destes fatores é o defasamento angular entre a tensão de<br />

excitação (modelo T) que gera a corrente de excitação <strong>no</strong><br />

núcleo (vo1 ou vo2) e a própria corrente de excitação. Em outras<br />

palavras, a impedância de dispersão e o fator de potência<br />

influenciam na perda <strong>no</strong> núcleo. Outro fato ainda mais<br />

importante é o nível da corrente de excitação que, dependendo<br />

da componente dc, pode vir a saturar o núcleo, aumentando<br />

ainda mais a perda <strong>no</strong> mesmo.<br />

A Fig. 10 referente às cargas não-lineares compostas por<br />

ponte a três diodos, mostra a influência da componente dc da<br />

corrente de carga na excitação do transformador. Esta<br />

componente dc, além de aumentar a amplitude da corrente de<br />

excitação, provoca aumento do ruído so<strong>no</strong>ro e magnetiza o<br />

núcleo, podendo aumentar definitivamente a perda <strong>no</strong> mesmo.<br />

As Figs. 12 a 15 refer<strong>em</strong>-se à pior situação analisada, ou<br />

seja, carga composta por ponte a três diodos com valor de<br />

FHL2 igual a 4,0626. Estas figuras refer<strong>em</strong>-se à Tabela VII.


LISITA et al.: ADDITIONAL LOSS IN THE CORE OF 53<br />

Fig. 12 . Tensão e corrente de excitação na fase a do transformador T2.<br />

A forma de onda das correntes de carga na fase c dos<br />

enrolamentos de baixa tensão dos transformadores T1 e T2<br />

são mostradas nas Figs. 13 e 14.<br />

Fig. 13 Corrente <strong>no</strong> primário do transformador T1 com THDi2 igual a<br />

108.4765.<br />

O pico da corrente de carga para o transformador T2 é<br />

aproximadamente 90 A, conforme Fig. 14. O valor da corrente<br />

de pico <strong>no</strong>minal é 32,23 A, ou seja, para este tipo de carga<br />

não-linear, a corrente de pico do transformador T2 atinge<br />

quase três vezes a corrente de pico <strong>no</strong>minal.<br />

Uma das conseqüências da carga não-linear da Fig. 14 é a<br />

distorção da tensão de saída do segundo transformador, que<br />

atingiu uma THDv2 igual a 12,3931, conforme Tabela VII e<br />

Fig. 15.<br />

Fig. 14 . Corrente <strong>no</strong> secundário do transformador T2 alimentando<br />

carga não-linear composta por ponte ac/dc a três diodos, com<br />

THDi2 igual a 108.4765.<br />

Fig.15. Tensão de saída para o transformador T2 alimentando carga<br />

não-linear composta por ponte ac/dc a três diodos, com THDv2<br />

igual a 12.3931.<br />

IV. CONCLUSÃO<br />

Observa-se que, para o caso de cargas não-lineares<br />

compostas por ponte ac/dc a três diodos, a componente dc<br />

força a magnetização do núcleo s<strong>em</strong>pre <strong>no</strong> mesmo sentido. O<br />

valor médio da corrente de excitação para este tipo de carga<br />

está acima do eixo da abscissa. Este fato t<strong>em</strong> como<br />

conseqüências imediatas, aumento da perda <strong>no</strong> núcleo e<br />

provável comprometimento da curva de histerese. Da Fig. 10,<br />

verifica-se um aumento da perda <strong>no</strong> núcleo <strong>em</strong> função do<br />

aumento da componente dc da corrente de excitação, com<br />

tendência à saturação. A perda do núcleo aumenta de forma<br />

quase que quadrática <strong>em</strong> termos da corrente de excitação total<br />

(pior situação), conforme Fig. 11. As conseqüências destas<br />

cargas não-lineares <strong>no</strong> núcleo de transformadores são as<br />

perdas adicionais que provocam aquecimento, aumento do<br />

ruído so<strong>no</strong>ro, alteração do ponto de operação da curva de<br />

histerese e provavelmente aumento definitivo da perda <strong>no</strong><br />

núcleo. O fator de potência das cargas não-lineares analisadas<br />

torna-se capacitivo devido aos conversores ac/dc compostos<br />

por diodos com filtros capacitivos. Nestas situações, quanto<br />

me<strong>no</strong>r o fator de potência maior será a perda <strong>no</strong> núcleo,<br />

conforme Figs. 6 e 9. Isto se explica, devido à corrente de<br />

carga adiantar-se <strong>em</strong> relação à tensão de entrada. Com isto as<br />

tensões vo1 e vo2 (que depend<strong>em</strong> da queda de tensão <strong>no</strong>s<br />

parâmetros de dispersão de ambos os transformadores)<br />

também avançam <strong>em</strong> relação às condições de operação linear<br />

<strong>no</strong>minal. Nesta situação, as amplitudes destas tensões e da<br />

própria corrente de excitação cresc<strong>em</strong>, aumentando a perda <strong>no</strong><br />

núcleo de forma quadrática. O mesmo não acontece com<br />

cargas indutivas, pois o processo é inverso, quanto me<strong>no</strong>r o<br />

fator de potência me<strong>no</strong>r é a perda <strong>no</strong> núcleo, conforme Fig 4,<br />

pois os níveis das tensões e correntes de excitação ca<strong>em</strong>.<br />

Como pode ser visto, além destes conversores influenciar<strong>em</strong><br />

nesta perda, filtros capacitivos modificam o fator de potência<br />

da carga, podendo ter como conseqüência um aumento<br />

drástico na perda <strong>no</strong> núcleo. A perda <strong>no</strong> núcleo de<br />

transformador na verdade, depende diretamente do tipo de<br />

carga alimentada, b<strong>em</strong> como da tensão de alimentação. Não se<br />

pode afirmar que ela depende apenas da tensão e que é<br />

constante, como se afirmam na literatura. Deste trabalho<br />

sugere-se que sejam elaborados procedimentos <strong>no</strong>rmalizados<br />

que impeçam o uso de equipamentos da<strong>no</strong>sos e poluidores ao


54 IEEE LATIN AMERICA TRANSACTIONS, VOL. 2, NO. 1, MARCH 2004<br />

sist<strong>em</strong>a de energia elétrica, principalmente o conversor ac/dc<br />

a três diodos, bastante difundida <strong>em</strong> equipamentos<br />

residenciais e industriais, devido seu custo inicial reduzido.<br />

V. APÊNDICES<br />

A. Dados dos <strong>Transformadores</strong><br />

1) Dados dos <strong>Transformadores</strong><br />

<strong>Transformadores</strong> <strong>Trifásicos</strong> imersos <strong>em</strong> óleo mineral cujos<br />

números de séries são 6266 e 6267. Ambos transformadores<br />

apresentam os seguintes dados de placa:13,8/0,38 kV, 60 Hz,<br />

15 kVA, conexão Delta-Y.<br />

2) Indutância de Dispersão<br />

O ensaio <strong>em</strong> curto-circuito [8] foi realizado com<br />

equipamento analisador de energia elétrica de alta precisão<br />

(DRANETZ-BMI). Deste ensaio obteve-se como valor médio<br />

das indutâncias de dispersões por fase para cada<br />

transformador (Lac) e, referido à baixa tensão o valor de:<br />

L = L = L = 0,5087<br />

ac1<br />

médio<br />

ac2médio<br />

ac<br />

mH<br />

3) Resistência dc<br />

Do Ensaio de Resistência dos Enrolamentos <strong>em</strong> corrente<br />

contínua obteve-se o valor de Rdcmédio por fase para cada<br />

transformador. O procedimento adotado está de acordo com a<br />

conexão do mesmo e, obedece a seguinte seqüência de<br />

cálculos:<br />

a) Conexão Delta<br />

O valor médio da resistência dc para a conexão delta é<br />

dado pela equação (11).<br />

3<br />

2 ⋅∑<br />

( R + R + R )<br />

( 11)<br />

R dc∆médio<br />

=<br />

onde:<br />

dc−AB<br />

dc−BC<br />

3<br />

dc−CA<br />

R − - Resistência equivalente <strong>em</strong> dc medida dos<br />

dc<br />

AB<br />

terminais AB.<br />

R − - Resistência equivalente <strong>em</strong> dc medida dos<br />

dc<br />

BC<br />

terminais BC.<br />

R − - Resistência equivalente <strong>em</strong> dc medida dos<br />

dc<br />

CA<br />

terminais CA.<br />

Rdc∆médio O valor de deverá ser modificado para conexão<br />

Y pela transformação de impedâncias ∆ -Y, uma vez que, o<br />

modelo adotado para todo sist<strong>em</strong>a de medição é o Y.<br />

Trabalhando-se com este valor médio, o valor desta<br />

Rdc∆−Y transformação ( ) é o resultado da divisão da equação<br />

(11) por três, conforme equação (12).<br />

b) Conexão Y<br />

1 Rdc∆−Y = ⋅ R 3 dc∆médio<br />

( 12)<br />

O valor médio da resistência dc por fase para a conexão Y é<br />

dado pela equação (13).<br />

( R + R + R )<br />

R dcYmédio = ⋅ 2<br />

dc−<br />

ab dc−bc<br />

3<br />

dc−ca<br />

R − - Resistência equivalente <strong>em</strong> dc medida dos terminais<br />

dc<br />

ab<br />

1 ∑<br />

ab.<br />

R − - Resistência equivalente <strong>em</strong> dc medida dos terminais<br />

dc<br />

bc<br />

bc.<br />

R − - Resistência equivalente <strong>em</strong> dc medida dos terminais<br />

ca.<br />

dc<br />

ca<br />

( 13)<br />

O valor da resistência <strong>em</strong> dc equivalente referida à baixa<br />

tensão (conexão Y) será determinado pela soma de R<br />

Rdc∆− y<br />

dcYmédio<br />

mais o valor de referido à baixa tensão. As tabelas<br />

VIII e IX mostram os valores encontrados pelos ensaios de<br />

resistências dos enrolamentos <strong>em</strong> dc na t<strong>em</strong>peratura de 25 °C<br />

para as resistências <strong>em</strong> dc nas conexões ∆ (alta tensão) e Y<br />

(baixa tensão), para os dois transformadores. Foi utilizado um<br />

medidor de resistência <strong>em</strong> dc de precisão (FLUKE 8508A<br />

REFERENCE MULTIMETER).<br />

Rdc− AB<br />

R −<br />

Tabela IX. Resistência dos Enrolamentos <strong>em</strong><br />

dc para o transformador T1 (Ohms)<br />

292,20<br />

dc BC 289,50 Rdc−bc dc CA<br />

∑<br />

289,20<br />

867,80<br />

Rdc−ca ∑<br />

R −<br />

Rdc− AB<br />

R −<br />

R − 0,1780<br />

Conexão ∆ Conexão Y<br />

dc<br />

ab<br />

0,1780<br />

0,1790<br />

0,5350<br />

Tabela X. Resistência dos Enrolamentos <strong>em</strong><br />

dc para o transformador T2 (Ohms)<br />

289,10<br />

dc BC 289,50 Rdc−bc dc CA<br />

∑<br />

289,20<br />

867,80<br />

Rdc−ca ∑<br />

R −<br />

Rdc− ab 0,1850<br />

Conexão ∆ Conexão Y<br />

0,1860<br />

0,1860<br />

0,5570<br />

O valor adotado nas simulações práticas será o valor<br />

médio entre os dois transformadores, já que estes valores são<br />

quase idênticos. Para o transformador T1 o valor de Rdcmédio é<br />

0,2025 Ohms. Para o transformador T2 o valor de Rdcmédio é<br />

0,1993 Ohms. Quando se adota o valor médio entre os dois<br />

transformadores, o erro cometido é de aproximadamente de<br />

0,75%.


LISITA et al.: ADDITIONAL LOSS IN THE CORE OF 55<br />

Finalmente, o valor médio da resistência equivalente<br />

<strong>em</strong> dc (Rdc) referido à baixa tensão por fase na t<strong>em</strong>peratura de<br />

ensaio (Tensaio) é:<br />

R dc<br />

= 0,2009 Ω<br />

O valor desta resistência é corrigido para a t<strong>em</strong>peratura de<br />

operação (Top) é dado pela equação (14).<br />

( T + β )<br />

R = R ⋅<br />

(14)<br />

dc−corrigido<br />

dc<br />

op<br />

( T + β )<br />

ensaio<br />

Onde β é uma constante de t<strong>em</strong>peratura e depende do<br />

tipo de condutor. Para o cobre vale 234,5 °C.<br />

4) Modelo T adotado para os transformadores<br />

Para a obtenção do Modelo T adotado para os<br />

transformadores, é considerado que a indutância de dispersão<br />

da baixa tensão é a metade do valor da indutância de dispersão<br />

do Modelo L, conforme Figuras 2 e 3 . A resistência ac efetiva<br />

da baixa tensão ( R ) é composta pela resistência <strong>em</strong> dc<br />

acbaixa<br />

da baixa tensão ( R ) e pela metade do valor da<br />

dcYmédio<br />

resistência por correntes parasitas <strong>em</strong> enrolamentos ( R ),<br />

ECefi<br />

referente ao Modelo L. A equação (15) mostra esta<br />

composição.<br />

R R ⋅ R<br />

1<br />

acbaixa = dcYmédio + 2 ECefi<br />

(15)<br />

B. Transdutores utilizados e Placa de Aquisição de<br />

Dados(DAQ)<br />

Com a utilização de dois transformadores trifásicos<br />

conectados back-to-back, Fig. 1, realiza-se as medições pelos<br />

lados de baixa tensão, com utilizações de transdutores de<br />

tensão e corrente do tipo compensado <strong>em</strong> malha fechada de<br />

alta precisão, conforme Tabela X. Com este procedimento<br />

evita-se medições através de transformadores de potencial e de<br />

corrente, b<strong>em</strong> como de divisores de tensão e corrente na<br />

aquisição de dados. As vantagens são os me<strong>no</strong>res erros nas<br />

medições das próprias correntes e tensões e a outra<br />

importante, é trabalhar na baixa tensão.<br />

1) Precisão dos Sensores<br />

A precisão dos sensores de tensão e corrente, b<strong>em</strong> como<br />

seus fundos de escala, é mostrada na tabela X.<br />

Tabela XI. Precisão dos sensores<br />

Sensor Escala(V) Erro% Sensor Escala (A) Erro%<br />

v11 0-500 0,2 i11 0-75 0,1<br />

v12 0-500 0,2 i12 0-75 0,1<br />

v13 0-500 0,2 i13 0-75 0,1<br />

v21 0-500 0,2 i21 0-75 0,1<br />

v22 0-500 0,2 i22 0-75 0,1<br />

v23 0-500 0,2<br />

i23<br />

0-75 0,1<br />

xxx xxx xxx iN 0-75 0,1<br />

2) Amostrag<strong>em</strong> dos Dados<br />

As medidas são feitas através do Conversor Analógico-<br />

Digital (ADC) <strong>em</strong> uma Placa de Aquisição de Dados (DAQ)<br />

de 12 bits. Esta placa apresenta 68 pi<strong>no</strong>s com 16 canais<br />

disponíveis. Para as medições deste trabalho utilizam-se 13<br />

canais com freqüência de amostrag<strong>em</strong> de 20kS/s (Samples per<br />

second). A cada 2s adquire-se 40000 amostras, ou seja, para<br />

cada período do sinal amostrado t<strong>em</strong>-se 333.3 pontos<br />

amostrados. Um período do sinal medido de 60 Hz<br />

corresponde a 16,7ms e, o t<strong>em</strong>po entre duas medidas<br />

consecutivas é (0,0167s)/333,3 que é igual a 50us. De acordo<br />

com o critério de Nyquist o período da máxima harmônica<br />

amostrada corretamente é T . Isto equivale<br />

h = 50 × 3 = 150us<br />

a dizer que a máxima freqüência harmônica é:<br />

f h<br />

= 6666 Hz ou<br />

6666 Hz<br />

= 111th<br />

que é a ord<strong>em</strong> harmônica máxima.<br />

60<br />

Para este trabalho, analisou-se até a qüinquagésima<br />

harmônica. Portanto, o dimensionamento para o sist<strong>em</strong>a de<br />

medição apresenta uma ótima marg<strong>em</strong> de segurança para o<br />

sinal amostrado.<br />

A Tabela XI apresenta as larguras de faixa dos<br />

Transdutores e Placa de Aquisição de Dados (DAQ)<br />

Tabela XI. Largura de Faixa dos transdutores<br />

e Placa de Aquisição de Dados<br />

Largura de Faixa (Bandwidth)<br />

Transdutores<br />

Placa de<br />

Aquisição<br />

de Dados<br />

Corrente Tensão PCI-MIO-<br />

16E-1<br />

dc – 500 kHz dc – 300 kHz dc – 1MHz


56 IEEE LATIN AMERICA TRANSACTIONS, VOL. 2, NO. 1, MARCH 2004<br />

VI. REFERÊNCIAS<br />

[1] IEEE Std C57.12.90.-1993, IEEE Standard Test Code for Liquid-<br />

Immersed Distribution, Power, and Regulating Transformers and IEEE<br />

Guide for Short Circuit Testing of Distribution and Power<br />

Transformers.<br />

[2] IEEE Std C57.12.91-1995, IEEE Guid for Loading Mineral-Oil-<br />

Immersed Transformers.<br />

[3] Ewald F. Fuchs, et. al., Measur<strong>em</strong>ent of Eddy-Current Loss Coefficient<br />

PEC-R, Derating of Single-Phase Transformers, and Comparison with<br />

K-Factor Approach, IEEE Transactions on Power Delivety, Vol. 5,<br />

No.1, January 2000<br />

[4] IEEE,Std C57-110-1998, IEEE Recomended Pratice for Establishing<br />

Tranformer Capability When Supplying Nonsinusoidal Load Currents.<br />

[5] Measur<strong>em</strong>ents Manual, National Instruments, Part Number 322661A-<br />

01, July 2000.<br />

[6] DAQ, PCI E Series User Manual, Multifunction I/O Devices for PCI<br />

Bus Computers, National Instruments, Part Number 370509B-01, July<br />

2002 Editon.<br />

[7] Arthur W. Kelly, et al., Transformer Derating for Harmonic Currents. A<br />

wide-Band Measur<strong>em</strong>ent Approach for Energized Transformers.<br />

[8] NBR 5380-1993, Transformador de Potência, Método de ensaio.<br />

[9] Ewald F. Fuchs, D. Yildirim and T. Batan, In<strong>no</strong>vative procedure for<br />

measur<strong>em</strong>ent of losses of transformeres supplying <strong>no</strong>nsinusoidal loads,<br />

IEE Proc. Gener. Transm. Distrib. , Vol 146, Nº 6, Nov<strong>em</strong>ber 1999.<br />

Luiz Roberto Lisita nasceu <strong>em</strong> Goiânia, Goiás,<br />

Brasil <strong>em</strong> 11 de janeiro de 1955. Graduou-se <strong>em</strong><br />

engenharia elétrica pela Escola de Engenharia da<br />

Universidade Federal de Goiás <strong>em</strong> 1980.<br />

Trabalhou na área de Planejamento de<br />

Distribuição de Energia Elétrica na Companhia de<br />

Eletricidade do Estado da Bahia., é professor na área<br />

de máquinas elétricas da Escola de Engenharia<br />

Elétrica e de Computação (EEEC) da Universidade<br />

Federal de Goiás. Obteve o título de mestre pela<br />

EEEC <strong>em</strong> 2004. Atualmente realiza pesquisas <strong>em</strong> transforamdores e motores<br />

de indução.<br />

Alexandre Cândido Moreira – Nasceu <strong>em</strong> Goiânia<br />

<strong>em</strong> 1981. Graduou-se <strong>em</strong> Engenharia Elétrica pela<br />

Universidade Federal de Goiás (UFG) <strong>em</strong> 2004.<br />

Atualmente cursa mestrado na Universidade de<br />

Campinas (UNICAMP). Atua na área de aquisição e<br />

tratamento de sinais.<br />

Adalberto J. Batista nasceu <strong>em</strong> Uruana, Goiás,<br />

Brasil, <strong>em</strong> 1960. Recebeu o título de Engenheiro<br />

Eletricista pela Universidade Federal de Goiás<br />

(UFG) <strong>em</strong> 1984, o título de Mestre pela<br />

Universidade Federal de Uberlândia <strong>em</strong> 1991 e o<br />

título de Doutor pela Unversidade Federal de Santa<br />

Catarina <strong>em</strong> 1998.<br />

Desde 1985, é professor na Escola de<br />

Engenharia Elétrica e de Computação da UFG.<br />

Atualmente é coordenador do <strong>Núcleo</strong> de Estudo e<br />

Pesquisa <strong>em</strong> Processamento da Energia Elétrica e Qualidade (PEQ).<br />

Antonio Melo de Oliveira – Obteve os títulos<br />

de Bacharel, Mestre e Doutor <strong>em</strong> Engenharia<br />

Elétrica, respectivamente pela Universidade Federal<br />

de Pernambuco (1980), Universidade Estadual de<br />

Campinas (1985) e Universidade de São Paulo<br />

(1993). Trabalhou como Engenheiro Sênior na<br />

Comissão Nacional de Energia Nuclear CNEN/S de<br />

dez<strong>em</strong>bro/83 a maio/94, onde participou do<br />

desenvolvimento do acionamento elétrico das<br />

ultracentrífugas para enriquecimento de urânio.<br />

Desde 1994 atua como professor da Escola de Engenharia Elétrica e de<br />

Computação da Universidade Federal de Goiás, onde desenvolve atividades de<br />

ensi<strong>no</strong>, pesquisa e extensão, envolvendo alu<strong>no</strong>s de Graduação e de Pós-<br />

Graduação e onde atualmente é Professor Titular. É m<strong>em</strong>bro do <strong>Núcleo</strong> de<br />

Estudo e Pesquisa <strong>em</strong> Processamento da Energia Elétrica e Qualidade (PEQ).<br />

José Wilson Lima Nerys – Nasceu <strong>em</strong><br />

Conceição do Araguaia, Pará, Brasil, <strong>em</strong> 1961.<br />

Graduou-se <strong>em</strong> Licenciatura <strong>em</strong> Física pela<br />

Universidade Católica de Goiás <strong>em</strong> 1983 e <strong>em</strong><br />

Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de<br />

Goiás (UFG) <strong>em</strong> 1985. Obteve o título de Mestre<br />

<strong>em</strong> Engenharia Elétrica pela Universidade Federal<br />

de Uberlância <strong>em</strong> 1993 e o título de Doutor pela<br />

Universidade de Leeds, Inglaterra, <strong>em</strong> 1999. É<br />

professor na Escola de Engenharia Elétrica e de<br />

Computação da UFG desde 1986, onde atua <strong>no</strong>s cursos de graduação e pósgraduação<br />

e desenvolve atividades de pesquisa nas áreas de acionamentos<br />

elétricos, qualidade da energia. e fontes re<strong>no</strong>váveis. É m<strong>em</strong>bro do <strong>Núcleo</strong> de<br />

Estudo e Pesquisa <strong>em</strong> Processamento da Energia Elétrica e Qualidade (PEQ).

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