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Os estudos avançados de epistemologia ambiental de Left (2001b) sinalizam que<br />
as estratégias públicas devem ser orientadas para a solução da problemática ambiental e<br />
para a geração de um desenvolvimento sustentável, centrado no aproveitamento integrado<br />
de recursos, requerendo uma análise mais aprofundada das crises do capital e de suas<br />
próprias estratégias de sobrevivência.<br />
Little (2003), analisou as Políticas Ambientais no Brasil com o intuito de apresentar<br />
e discutir um conjunto de falhas do Governo envolvidas em cinco estudos de caso de<br />
inovações da gestão pública ambiental. Ele elencou sete falhas como as mais comuns, a<br />
saber: assimetria de informação, pressão social e responsabilização, comportamento<br />
burocrático, capacidade organizacional interna, fragilidade de leis, capacidade<br />
organizacional externa e grupos de interesses ou coalizões. Tal análise acaba por retratar,<br />
parcialmente, as políticas públicas ambientais que padecem por falta de gestão efetiva.<br />
Neste contexto teórico, as políticas públicas, sobretudo as educacionais, as quais<br />
estão mais voltadas à nossa problemática, são defendidas por Teodoro (2003) como uma<br />
‘construção’, e não uma simples ‘dedução’, onde são construídas em meios heterogêneos e<br />
complexos, sujeitos a procuras sociais nem sempre compatíveis e muita vezes<br />
contraditórias e que necessitam de definir as suas prioridades, excluir alguns caminhos e até<br />
mesmo ultrapassar compromissos.<br />
Segundo essa vertente teórica, podemos enquadrar a construção e a<br />
implementação da agenda 21 como uma prioridade social e educativa desde que os sujeitos<br />
sociais percebam a sua necessidade. E esta prioridade social poderá até revitalizar ou<br />
alterar a política pública vigente.<br />
Cavalcante (2002) ressalta que uma característica primordial deste processo deve<br />
ser a natureza participativa e transparente de sua elaboração. Segundo ele, os processos<br />
decisórios participativos são naturais em sociedades democráticas e devem ser estimulados<br />
em sociedades de transição. Para tanto, propõe os diálogos como meios eficazes quando<br />
temas de discussão são concretos e nenhum stakeholder 14 relevante tenha deixado de<br />
participar.<br />
Aliás, antes de prosseguirmos, façamos um pertinente e breve comentário sobre o<br />
meio ambiente, uma vez que, freqüentemente, gera equívocos na contemporaneidade e no<br />
contexto educacional.<br />
Dentre as diversas definições deste termo, de acordo com Reigota (2007), não<br />
existe um consenso na comunidade científica em geral. Ele supõe que o mesmo deva<br />
14 Stakeholders são as partes interessadas em situações onde há conflitos inerentes (CAVALCANTI Org, 2002<br />
p.261).<br />
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