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lembra que este caráter de autoafirmação e ruptura entre o Homem e a natureza foram<br />
desenvolvidos por Descartes e Newton.<br />
O domínio da natureza pelo homem desencadeou um processo e degradação<br />
ambiental sem precedentes, a lógica de mercado e o consumismo exacerbado geraram o<br />
esgotamento dos recursos naturais. Ao tentar dominar a natureza, o homem se viu refém<br />
quando se viu diante do esgotamento dos recursos naturais.<br />
Boaventura (1997) apud Santos (2006, p.23-24), crítico contemporâneo do<br />
paradigma dominante, anunciou que o seu colapso está relacionado com quatro novas e<br />
grandes descobertas científicas, que nos causam uma boa reflexão epistemológica: a<br />
relatividade da simultaneidade, de Einstein; o princípio da incerteza, de Heisenberg; o<br />
teorema da imcompletude, de Gödel; a nova abordagem da complexidade em sistemas<br />
dinâmicos.<br />
De acordo com Boff (2008), na contemporaneidade a Terra tem mostrado sua<br />
revolta: o superaquecimento, os tufões, as secas, as enchentes e, no nível humano, a<br />
crescente violência nas relações sociais. Gore (2006), ressalta que os efeitos devastadores<br />
do homem na natureza, desregularam o clima. Para ilustrar tal afirmação, citou o<br />
desaparecimento do Lago Chade, na África, onde o baixo regime de chuvas e a utilização<br />
humana cada vez mais intensa levaram a uma redução até ficar apenas com 1/20 do seu<br />
tamanho original em quarenta anos, gerando mais fome e miséria à região.<br />
Na perspectiva de Marques (2006), a crise econômica, social e ambiental centrada<br />
na racionalidade possui dois significados distintos. O primeiro é a constatação de um<br />
acminho e de um modo de fazer as coisas se esgotarem e a segunda é o repto e imperativo<br />
de decidir por novas vias e métodos.<br />
Leff (2001a), afirma que é no final do século XIX e no decorrer do século XX que se<br />
inicia o processo de esgotamento do paradigma dominante, alicerçado por um forte desejo<br />
dos cientistas em complementar “o conhecimento das coisas com o conhecimento das<br />
coisas, ou seja, com o conhecimento de nós próprios” por meio do subjetivismo inerente das<br />
ciências sociais e humanas, bem como da eliminação das fronteiras disciplinares: surge o<br />
novo paradigma.<br />
De acordo com Crema (1989), ficou evidenciada insustentável e alienante situação<br />
do Planeta Terra e das suas relações histórico-sociais, bastando observar as grandes<br />
guerras mundiais, a fome crescente no mundo e a manipulação descontrolada de elementos<br />
químicos, além da irracional exploração ambiental.<br />
Na perspectiva de Guattari (1990), a lógica racionalista negou o sagrado e a<br />
subjetividade, em nome do desenvolvimento econômico e do progresso técnico-científico,<br />
degradando a natureza e comprometendo a vida no Planeta.<br />
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