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DISSERTAÇÃO PRONTA.pdf - ReCiL

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unem para compreendê-la e para buscar sua sustentabilidade. Assunto que requer maior<br />

aprofundamento, o qual faremos mais adiante.<br />

Em entrevista concedida à Revista Lusófona de Educação (2007), Boaventura de<br />

Sousa Santos comentou à respeito de sua obra intitulada Um Discurso Sobre as Ciências<br />

escrita em 1987, onde analisou o paradigma científico dominante e especulou sobre um<br />

novo paradigma de racionalidade, mais holístico, inter e transdisciplinar, denominando-o, na<br />

época, de paradigma pós-moderno.<br />

Na oportunidade, decorridos vinte anos, Boaventura admitiu que tal designação<br />

para o paradigma emergente fosse confusa e por isso decidiu abandoná-la. Comentou que<br />

há uma concepção mais corrente, de origem francesa e norte-americana, de que os<br />

problemas epistemológicos modernos deixaram de ter importância e validade. Concepção<br />

esta que considera inválida, por acreditar que tais problemas continuam válidos, mas as<br />

soluções modernas para eles propostas não servem. Daí sugeriu o termo, que também não<br />

decolou, denominado paradigma pós-moderno de oposição.<br />

Boaventura esclareceu que as principais mudanças nos últimos vinte anos foram:<br />

1) o deslocamento do discurso epistemológico da física para as ciências da vida e, com isso<br />

o surgimento de novos problemas, como por exemplo, a bioética; 2) surgimento de novas<br />

formas de conhecimento, mais ligadas ao conhecimento como resultado de processos locais<br />

e de valorização epistemológica do pragmatismo; 3) crescente saliência de novas áreas do<br />

conhecimento, como é o caso das ciências ambientais, cognitivas, de saúde e de<br />

biodiversidade.<br />

Para ele, estamos vivendo numa crescente necessidade de procurar diálogos entre<br />

os conhecimentos científicos e os conhecimentos não científicos. Boaventura (2007, p. 134),<br />

a esse diálogo contemporâneo denominou a ecologia dos saberes.<br />

A visão de Francis Bacon que, segundo Carvalho (2008), acreditava que o saber<br />

científico deveria ser medido em termos da capacidade de dominação da obediente<br />

natureza, foi sendo alargado e contraposto. Nosso ponto de vista está sendo ampliado de<br />

uma visão antropocêntrica para uma consciência bem mais ampla, dita planetária. Para<br />

Gadotti (2000, p. 31), partimos “para uma prática de cidadania planetária e para uma nova<br />

referência ética e social: a civilização planetária”.<br />

Na oportunidade, Gadotti remete-nos às origens desse novo olhar do Homem<br />

sobre a natureza, por meio da’”era do exterminismo’, onde passamos do modo de produção<br />

para o modo de destruição”. Segundo ele, a possibilidade de autodestruição nunca mais<br />

desaparecerá da história da humanidade, sendo que daqui para frente todas as gerações<br />

serão confrontadas com a tarefa de resolver este problema.<br />

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