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Nacionalidade e Apatridia - Inter-Parliamentary Union

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Soviete Supremo declarar “ilegais e criminosas” as acções utilizadas<br />

para negar os direitos das “pessoas sujeitas à deportação forçada”,<br />

houve um afluxo maciço de repatriados para a Crimeia.<br />

Após a dissolução da URSS, em Dezembro de 1991, surgiram de<br />

repente problemas políticos e legais complexos relativos à sucessão de<br />

Estados, que incluíam as questões das fronteiras e da nacionalidade.<br />

A Ucrânia, que inclui o território da Crimeia, tornou-se o Estado<br />

sucessor da URSS da Ucrânia. Segundo a primeira Lei da<br />

<strong>Nacionalidade</strong> (1991), as pessoas cidadãs da URSS que residiam<br />

permanentemente no território ucraniano, incluindo a Crimeia, no<br />

momento da declaração de independência, o 24 de Agosto de 1991,<br />

tornavam-se automaticamente (ex lege) cidadãos ucranianos,<br />

independentemente da sua origem, condição social, raça,<br />

nacionalidade, educação, língua materna, opinião política ou religião.<br />

As únicas condições sob as quais essas pessoas não podiam adquirir<br />

automaticamente a cidadania ucraniana, eram que fossem cidadãs<br />

doutro Estado e colocassem objecções a tornar-se cidadãs ucranianos.<br />

Também os que tinham registado a sua residência legal na Ucrânia no<br />

período entre a independência e a entrada em vigor da Lei de<br />

<strong>Nacionalidade</strong>, três meses depois, obtiveram automaticamente a<br />

cidadania ucraniana. Cerca de 150.000 tártaros da Crimeia obtiveram<br />

a cidadania ucraniana por meio destas disposições.<br />

Uns 108.000 tártaros da Crimeia que voltaram para a Ucrânia depois<br />

da promulgação da Lei de <strong>Nacionalidade</strong>, em Novembro de 1991,<br />

enfrentaram novos problemas para obter a nacionalidade ucraniana.<br />

Cerca de 28.000 deles, que tinham cancelado o seu estatuto de<br />

residência permanente noutros países antes da entrada em vigor da<br />

legislação sobre a nacionalidade nesses países, tornaram-se apátridas<br />

de jure. Outros 80.000, que permaneceram registados nos seus<br />

anteriores países de residência, tornaram-se cidadãos de jure desses<br />

Estados no momento da entrada em vigor das respectivas legislações<br />

sobre a nacionalidade. Portanto, eles não receberam<br />

automaticamente a nacionalidade ucraniana. Apesar de lhes ter sido<br />

oferecido adquirir a cidadania ucraniana através de processos<br />

individuais de naturalização, a maioria dos repatriados que esperavam<br />

obter a nacionalidade ucraniana não conseguiu cumprir os rigorosos<br />

requisitos desses procedimentos, que incluíam cinco anos de<br />

residência na Ucrânia, rendimentos suficientes e o conhecimento da<br />

língua ucraniana.<br />

O ACNUR, a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa<br />

(OSCE) e o Conselho da Europa encorajaram o governo ucraniano a<br />

reformar a Lei de <strong>Nacionalidade</strong> para resolver esses problemas. O<br />

ACNUR forneceu treino e assistência técnica ao Serviço ucraniano de<br />

Passaportes e Naturalização e organizou uma campanha de<br />

sensibilização sobre o tema da nacionalidade. As ONG locais parceiras

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