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Iracema - Repositório Institucional UFC

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O contraste entre o passado de felicidade e o presente de “amarga saudade” domina<br />

o espírito de Martim, depois de quatro anos de ausência 412 . A clássica metáfora do fogo<br />

revela a incandescência das suas recordações 413 , cedendo lugar à cópia das lágrimas durante<br />

a visita à “terra onde dormia sua esposa” 414 .<br />

A “agra saudade”, dominante em todo o romance-poema, encerra também as suas<br />

páginas, num tom verdadeiramente romântico:<br />

“Era sempre com emoção que o esposo de <strong>Iracema</strong> revia as plagas onde fora tão<br />

feliz, e as verdes folhas a cuja sombra dormia a formosa tabajara.<br />

Muitas vezes ia sentar-se naquelas doces areias, para cismar e acalentar no peito a<br />

agra saudade” 415 .<br />

412 “Afinal volta Martim de novo às terras, que foram de sua felicidade, e são agora de amarga saudade” (Cap.<br />

XXXIII, p. 86).<br />

413 “Quando seu pé sentiu o calor das brancas areias, em seu coração derramou-se um fogo que o requeimou:<br />

era o fogo das recordações que ardiam como a centelha sob as cinzas” (Ib.).<br />

414 “Só aplacou essa chama quando ele tocou a terra, onde dormia sua esposa; porque nesse instante seu<br />

coração transudou, como o tronco do jantai nos ardentes calores, e orvalhou sua tristeza de lágrimas<br />

abundantes ( Ib., pp. 86-87 ).<br />

415 Ib., p. 87<br />

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