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Iracema - Repositório Institucional UFC

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estrangeiro Martim à grande taba dos tabajaras, perdido na floresta e encontrado por<br />

<strong>Iracema</strong>. É Ele que, através do Pajé, oferece a hospitalidade sagrada ao guerreiro branco. A<br />

sua ira é evocada por Pajé contra a rivalidade ameaçadora de Irapuã 363 . No entanto, o chefe<br />

dos guerreiros tabajaras faz a distinção entre Tupã, “senhor do trovão” e o “senhor da<br />

guerra” 364 .<br />

Jaci, a “virgem do céu”, “esposa do sol” e “mãe dos guerreiros”, o “alvo disco da<br />

lua” é também invocada, no “canto da lua nova” como a que “acende o amor no coração<br />

dos guerreiros e fecunda o seio da jovem mãe” 365 na mesma noite em que “em torno do<br />

grande fogo”, cada guerreiro “depõe a seus pés [do Pajé] uma oferenda a Tupã” e o seu<br />

ministro, enchendo-se “do deus que o habita”, três vezes aclama o “nome terrível” 366 . O<br />

“vinho da jurema” é a grande dádiva de Tupã aos seus guerreiros: o “grande caçador”, o<br />

“fogoso em amores”, o “herói”, “o velho” 367 , todos sonham com um momento de felicidade<br />

e de ilusão.<br />

Tupã é também evocado por Batuireté quando entrega o “tacape da nação pitiguara”<br />

ao filho Jatobá: “Tupã não quer que Batuireté o leve mais à guerra, pois tirou a força do seu<br />

braço e a luz de seus olhos. Mas Tupã foi bom para ele, pois lhe deu um filho como o<br />

guerreiro Jatobá” 368 . Dirigindo-se para o recolhimento místico da serra, o “velho guerreiro<br />

fez o seu ninho alto como o gavião, para encher os seus dias, conversando com Tupã” 369 .<br />

Para além de senhor da ação e do combate bélico, Tupã é um deus que convida à<br />

contemplação mística.<br />

363 “- Ousa um passo mais, e as iras de Tupã te esmagarão sob o peso desta mão seca e mirrada” (Cap. XI, p.<br />

35).<br />

364 “- O senhor do trovão é por ti; o senhor da guerra será por Irapuã: disse o chefe” (Ib., p. 36).<br />

365 Cap. XVI, p. 47.<br />

366 Ib., p. 48<br />

367 Ib.<br />

368 Cap. XXII, pp. 61.<br />

369 Ib., p. 62.<br />

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