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é absorvida pelo oceano, ficando dissolvido na água (BRAGA et. al., 2005). Os oceanos contém cerca de 50 vezes mais CO2 do que a atmosfera (RICKLEFS, 2003). O oceano é um repositório importante para o CO2 produzido pela queima de combustíveis fósseis. Conforme o conteúdo de CO2 da atmosfera aumenta, a taxa de solução de CO2 no oceano também aumenta, reduzindo assim a taxa de aumento de CO2 na atmosfera. A troca ar-água conecta os ciclos de carbono dos ecossistemas terrestres e aquáticos (RICKLEFS, 2003). No entanto, a curto prazo, a capacidade das camadas superficiais dos oceanos absorver dióxido de carbono pode diminuir caso a água se aqueça de maneira relevante, dado que a solubilidade dos gases na água diminui com o aumento da temperatura. O aumento das temperaturas do ar também deve induzir a uma maior liberação de dióxido de carbono dos solos devido a um aumento na taxa de decomposição da matéria orgânica (BAIRD, 2002). 2.1.3 - Sedimentação de Carbonatos A terceira classe de processos de reciclagem de carbono ocorre somente em sistemas aquáticos. Ela envolve a dissolução de compostos carbonados na água e sua precipitação (deposição) como sedimentos, particularmente calcário. Numa escala global, a dissolução e a precipitação aproximadamente se equilibram entre si, embora certas condições que favoreçam a precipitação tenham levado à deposição de extensas camadas de sedimentos de carbonato de cálcio no passado. A dissolução e a deposição nos sistemas aquáticos ocorrem cerca de 100 vezes mais lentamente do que a assimilação e desassimilação por sistemas biológicos. Assim, a troca entre sedimentos e a coluna de água é relativamente menos importante para a reciclagem de curto prazo do carbono no ecossistema. Localmente, e por longos períodos, contudo, ela pode assumir uma importância muito maior; de fato, a maioria do carbono dos ecossistemas está aprisionada nas rochas sedimentares (RICKLEFS, 2003). Para BAIRD (2002), o único sumidouro permanente para a deposição de carbono são as águas profundas dos oceanos e/ ou sua precipitação na forma de carbonato de cálcio insolúvel. Contudo, a camada superior de mares com centenas de metros de profundidade mistura-se lentamente com as camadas mais profundas; assim o dióxido de carbono recém-dissolvido em águas superficiais requer centenas de anos para penetrar nas profundezas oceânicas. Portanto, embora os oceanos vâo dissolver 32

grande parte de CO2 adicionado ao ar, a escala de tempo associada a este sumidouro permanente é muito longa. As rochas calcáreas, que são constituídas em grande parte por carbonato de cálcio, são a fonte predominante de íon carbonato (BAIRD, 2002). O carbonato de cálcio tem baixa solubilidade sob a maioria das condições, e rapidamente se precipita da coluna de água para formar sedimentos. Esta sedimentação efetivamente remove carbono dos sistemas aquáticos, mas a taxa de remoção é menor do que 1% da reciclagem anual do carbono nestes ecossistemas, e essa quantidade é somada de volta pela entrada dos rios, que são naturalmente um tanto ácidos e tendem a dissolver os sedimentos calcários (carbonatos) (RICKLEFS, 2003). A dissolução e a dissociação podem ser afetadas localmente pelas atividades dos organismos. No sistema marinho, sob condições de pH aproximadamente neutras, o carbonato e o bicarbonato estão em equilíbrio químico (RICKLEFS, 2003): CaCO3 (insolúvel) + H2O + CO2 Ca 2+ + 2HCO3 - (solúvel) A assimilação de CO2 via fotossíntese pelas algas e plantas aquáticas muda o equilíbrio para a esquerda, resultando na formação e precipitação de carbonato de cálcio. Muitas algas excretam este carbonato de cálcio para a água circundante, mas algas construtoras de recifes e algas coralinas o incorporam em suas estruturas corporais duras. No sistema como um todo, quando a fotossíntese excede a respiração (assim como faz durante alguns blooms algais), o cálcio tende a se precipitar para fora do sistema (RICKLEFS, 2003). 2.1.4 - Interferência Antrópica no Ciclo Natural do Carbono O ciclo do carbono é muito vulnerável às perturbações antropogênicas, que, por sua vez, podem mudar a temperatura e o clima. Acredita-se que, até o início da idade industrial, os fluxos entre atmosfera, continentes e oceanos estavam equilibrados. (ODUM, 1983). No entanto, o aumento das concentrações de CO2 na atmosfera pode prejudicar este equilíbrio (PACHECO, 1990). De acordo com BRAGA (2005) nos processos de decaimento de plantas e animais que foram incorporados por processos geológicos na crosta terrestre, os organismos foram transformados em combustíveis fósseis e calcário, que ficam à 33

é absorvida pelo oceano, fican<strong>do</strong> dissolvi<strong>do</strong> na água (BRAGA et. al., 2005). Os oceanos<br />

contém cerca de 50 vezes mais CO2 <strong>do</strong> que a atmosfera (RICKLEFS, 2003).<br />

O oceano é um repositório importante para o CO2 produzi<strong>do</strong> pela queima de<br />

combustíveis fósseis. Conforme o conteú<strong>do</strong> de CO2 da atmosfera aumenta, a taxa de<br />

solução de CO2 no oceano também aumenta, reduzin<strong>do</strong> assim a taxa de aumento de CO2<br />

na atmosfera. A troca ar-água conecta os ciclos de carbono <strong>do</strong>s ecossistemas terrestres e<br />

aquáticos (RICKLEFS, 2003). No entanto, a curto prazo, a capacidade das camadas<br />

superficiais <strong>do</strong>s oceanos absorver dióxi<strong>do</strong> de carbono pode diminuir caso a água se<br />

aqueça de maneira relevante, da<strong>do</strong> que a solubilidade <strong>do</strong>s gases na água diminui com o<br />

aumento da temperatura. O aumento das temperaturas <strong>do</strong> ar também deve induzir a uma<br />

maior liberação de dióxi<strong>do</strong> de carbono <strong>do</strong>s solos devi<strong>do</strong> a um aumento na taxa de<br />

decomposição da matéria orgânica (BAIRD, 2002).<br />

2.1.3 - Sedimentação de Carbonatos<br />

A terceira classe de processos de reciclagem de carbono ocorre somente em<br />

sistemas aquáticos. Ela envolve a dissolução de compostos carbona<strong>do</strong>s na água e sua<br />

precipitação (deposição) como sedimentos, particularmente calcário. Numa escala<br />

global, a dissolução e a precipitação aproximadamente se equilibram entre si, embora<br />

certas condições que favoreçam a precipitação tenham leva<strong>do</strong> à deposição de extensas<br />

camadas de sedimentos de carbonato de cálcio no passa<strong>do</strong>. A dissolução e a deposição<br />

nos sistemas aquáticos ocorrem cerca de 100 vezes mais lentamente <strong>do</strong> que a<br />

assimilação e desassimilação por sistemas biológicos. Assim, a troca entre sedimentos e<br />

a coluna de água é relativamente menos importante para a reciclagem de curto prazo <strong>do</strong><br />

carbono no ecossistema. Localmente, e por longos perío<strong>do</strong>s, contu<strong>do</strong>, ela pode assumir<br />

uma importância muito maior; de fato, a maioria <strong>do</strong> carbono <strong>do</strong>s ecossistemas está<br />

aprisionada nas rochas sedimentares (RICKLEFS, 2003).<br />

Para BAIRD (2002), o único sumi<strong>do</strong>uro permanente para a deposição de<br />

carbono são as águas profundas <strong>do</strong>s oceanos e/ ou sua precipitação na forma de<br />

carbonato de cálcio insolúvel. Contu<strong>do</strong>, a camada superior de mares com centenas de<br />

metros de profundidade mistura-se lentamente com as camadas mais profundas; assim o<br />

dióxi<strong>do</strong> de carbono recém-dissolvi<strong>do</strong> em águas superficiais requer centenas de anos<br />

para penetrar nas profundezas oceânicas. Portanto, embora os oceanos vâo dissolver<br />

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