PRECE DO PERDÃO - irmaobenedito.com.br
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de aborto pelas ideias de um passado suspeito e não confi rmado, nada<<strong>br</strong> />
mais fi z que tamponar minhas más intenções. As anotações fi nais da<<strong>br</strong> />
fi cha davam nota de que, se tivesse sido sincera <strong>com</strong> Cidália e rogado o<<strong>br</strong> />
perdão, desarticularia em seu campo psíquico um mecanismo defensivo,<<strong>br</strong> />
próprio de corações que faliram nos despenhadeiros do repugnante infanticídio.<<strong>br</strong> />
Fico aqui nas minhas amarguras me co<strong>br</strong>ando severamente,<<strong>br</strong> />
mas <strong>com</strong>o poderia saber disso, Ermance? Não supunha que a simples<<strong>br</strong> />
intenção poderia ser tão nociva. Você não acha que estou sendo muito<<strong>br</strong> />
rigorosa?<<strong>br</strong> />
– Claro que sim, Severiana. Contudo, não abdique da oportunidade.<<strong>br</strong> />
É sua chance de refazer os caminhos e futuramente amparar Cidália. De<<strong>br</strong> />
fato, não tinha <strong>com</strong>o saber disso, o que não a isenta da responsabilidade<<strong>br</strong> />
do ato. Faltou-te o autoperdão e o desejo sincero do encontro <strong>com</strong> tuas<<strong>br</strong> />
culpas. Essa tem sido a opção da maioria esmagadora da humanidade.<<strong>br</strong> />
Preferem a fuga a ter que fazerem o doloroso encontro <strong>com</strong> a som<strong>br</strong>a.<<strong>br</strong> />
Sua experiência poderá ser muito útil aos amigos na carne, caso me<<strong>br</strong> />
autorize a contá-la. Certamente lhes ampliará um pouco a visão so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />
as infi nitas possibilidades que a vida apresenta, nos roteiros da nossa<<strong>br</strong> />
redenção espiritual. Nem reencarnações passadas, nem obsessões, nem<<strong>br</strong> />
carmas, puramente um episódio aparentemente fortuito da existência<<strong>br</strong> />
que lhe rendeu os frutos amargos dessa hora. Um conjunto de situações<<strong>br</strong> />
reunidas talhando a realidade de cada um. Nada por acaso, nada sem<<strong>br</strong> />
razões explicáveis, conquanto nem sempre conhecidas.<<strong>br</strong> />
– Oportunamente, quando estiver melhor, gostaria de lhe narrar<<strong>br</strong> />
alguns detalhes para que a minha queda seja alerta e orientação a outras<<strong>br</strong> />
pessoas. Por agora, peço sua ajuda e a de Deus para que consiga me<<strong>br</strong> />
autoperdoar.<<strong>br</strong> />
– Severiana, hoje você é a mãe caída e frustrada, entretanto a vida<<strong>br</strong> />
convida-te para se tornar o exemplo a muitas almas.<<strong>br</strong> />
– Você tem razão, Ermance. A fi cha – que fi chinha dolorosa, exclamou<<strong>br</strong> />
melancólica – mencionava que caso tivesse adotado a postura de me<<strong>br</strong> />
perdoar, poderia ter contado a inúmeras criaturas a minha intenção<<strong>br</strong> />
irrefl etida, a inconveniência do ato abortista ou o mal que pode causar<<strong>br</strong> />
sua simples intenção. Ainda que desconhecendo os detalhes que agora<<strong>br</strong> />
conheço, poderia falar do que signifi ca em dor para uma mãe trazer na<<strong>br</strong> />
lem<strong>br</strong>ança, diante da excelsitude de uma criança que nasceu de seu ventre,<<strong>br</strong> />
as ideias enfermiças de que um dia teria pensado em surrupiar-lhe