AmpOps

AmpOps AmpOps

Acondicionamento de sinal<br />

AmpOp


Instrumentação Industrial<br />

Amplificador Operacional<br />

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Dep. Eng.<br />

Electrotécnica<br />

O amplificador operacional (AmpOp ou OpAmp, em inglês) é um circuito eletrónico que, através da<br />

seleção apropriada de componentes externos pode ser configurado para uma variedade de operações,<br />

tais como amplificação, subtração, diferenciação e integração. A capacidade de executar este tipo de<br />

operações é resultado da combinação de um elevado ganho com uma re-alimentação.<br />

O símbolo do AmpOp apresenta-se na Fig. 1. Possui 2 entradas, 1 saída e 2 terminais de alimentação<br />

(+VSS e –VSS). As 2 entradas são identificadas com os sinais ‘+’ e ‘-‘, que não significam terminais<br />

positivo e negativo, do ponto de vista de tensão, mas antes terminais não inversor (‘+’) e inversor (‘-‘).<br />

O seu significado será apresentado posteriormente. Todas os terminais (tensão) são referidos a uma<br />

referência, não especificada e que será evidenciada posteriormente.<br />

Fig. 1 - Símbolo do AmpOp<br />

A generalização do seu uso levou ao seu fabrico em elevadas quantidades, o que, por economias de<br />

escala, o torna num elemento de reduzido custo.<br />

A sua constituição interna é apresentada na Fig. 2.<br />

Fig. 2 – Constituíção do uA741


Instrumentação Industrial<br />

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Electrotécnica<br />

Embora o seu circuito interno seja relativamente complexo, a sua utilização é perfeitamente possível<br />

sem necessitar de conhecimentos detalhado do seu funcionamento. É utilizado como uma caixa<br />

negra (Fig. 1), conhecendo-se apenas a relação simples entre a suas entradas e a saída, o que é<br />

suficiente para uma grande variedade de aplicações.<br />

A equação que relaciona as entradas com a saída tem a forma:<br />

vo OC<br />

( ) v<br />

= v G<br />

Sendo v o a saída, G OC o ganho em malha aberta, v + a tensão aplicada no terminal não inversor e v −<br />

a tensão aplicada ao terminal inversor.<br />

1. Fundamentos<br />

Um AmpOp é assim um dispositivo com duas entradas que gera uma saída (portos), cuja relação se<br />

expressa como:<br />

Saída = Entrada × Ganho<br />

Cada porto pode ser modelizado através do equivalente de Thévenin, isto é uma fonte de tensão em<br />

série com uma resistência. Dado que os portos de entrada têm um papel passivo são modelizados<br />

como um resistência – resistência interna – e o porto de saída como uma fonte de tensão controlada<br />

em série com uma resistência (Fig. 3).<br />

+ −<br />

Fig. 3 - Modelização do AmpOp<br />

Analisando o circuito à saída, que é um divisor de tensão, vem:<br />

v<br />

o<br />

RL<br />

= G<br />

R + R<br />

o<br />

L<br />

OC<br />

v<br />

i<br />

Aplicando agora o divisor de tensão, à entrada, vem:<br />

Ri<br />

vi<br />

= VS<br />

R + R<br />

S<br />

i<br />

e, conjugando as duas expressões, vem:<br />


v<br />

v<br />

o<br />

S<br />

=<br />

R<br />

S<br />

R<br />

i<br />

+ R<br />

i<br />

G<br />

OC<br />

RL<br />

R + R<br />

o<br />

L<br />

Instrumentação Industrial<br />

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Electrotécnica<br />

De notar que a saída é atenuada, relativamente à entrada ( vo vS<br />

≤ GOC<br />

), introduzindo um efeito de<br />

carga, devido às quedas de tensão nas resistências Ri, RS e Ro. A única forma de não se terem essas<br />

quedas de tensão seria conseguir ter uma corrente nula, o que implicaria que Ri fosse ∞ e que Ro<br />

fosse 0 (um AmpOp ideal). No entanto o efeito pode ser atenuado fazendo com que R i >> RS<br />

e<br />

R o


Instrumentação Industrial<br />

Fig. 6 - Ligações dos AmpOp e referência de tensão<br />

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Electrotécnica<br />

Fig. 7 - Obtenção da tensão de alimentação positiva, negativa e referência, para alimentação dos <strong>AmpOps</strong> com 2 fontes<br />

de alimentação<br />

Nota: O AmpOp apenas responde à diferença de potencial que se verifica entre as duas entradas<br />

( ( + − ) − = v v G vo OC ) e não aos seus valores individuais, razão pela qual também são<br />

conhecidos com amplificadores diferenciais.<br />

2. Características<br />

O AmpOp é um amplificador de tensão com um ganho muito elevado, da ordem dos 200000 V/V,<br />

no caso do uA741 ou de 12000000 V/V no caso do OP-77. Assim, para manter na saída uma tensão<br />

de 6 V, o uA741 necessita de apenas 30 uV nas entradas.<br />

Na Fig. 8 apresenta-se a disposição comum das entradas, saídas, alimentação e ainda dois pinos para<br />

correcção do “offset” (ver abaixo o significado) , num circuito integrado dos <strong>AmpOps</strong>.


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Fig. 8 - Disposição dos pinos num circuito integrado contendo 1 AmpOp<br />

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Electrotécnica<br />

O AmpOp ideal, como referido anteriormente, tem uma resistência de entrada infinita e uma<br />

resistência de saída nula. A característica que relaciona as tensões presentes nas entradas com a<br />

tensão presente na saída, apresentada na Fig. 9, evidencia uma relação linear, com um determinado<br />

declive que é função do ganho GOC. A Fig. 9 mostra também um desvio para a direita (Voffset) dessa<br />

função linear de transferência. Este desvio é causado por desiquilíbrios dos componentes internos do<br />

AmpOp (os valores não são exactamente iguais) que fazem com que, mesmo quando as entradas<br />

estão ao mesmo potencial, a saída não seja exactamente zero (tendo em consideração a equação<br />

( + − ) − = v v G vo OC e se v + = v−<br />

, então seria de esperar que vo = G(<br />

0 ) = 0 ).<br />

saturação<br />

+v o<br />

V Voffset offset<br />

saturação<br />

v A - v B<br />

v o = G OC (v A – v B – V offset )<br />

-v o<br />

Fig. 9 - Característica entrada/saída dos AmpOp<br />

A Fig. 9 mostra também que a característica linear é interrompida nos seus extremos (saturação).<br />

Esta interrupção deve-se ao facto da saída ser mantida através da alimentação externa (VS+, VS-, Ref)<br />

e, portanto, limitada pelo máximo que a fonte de alimentação do AmpOp pode fornecer. Em termos<br />

práticos, isto significa que a diferença de tensão das entradas multiplicada pelo ganho deverá ser<br />

inferior à tensão de alimentação, para que a saída seja a esperada. A Fig. 10 mostra o que sucede na<br />

saída, se esta condição não for respeitada. Neste, caso a tensão diferencial aplicada às entradas é<br />

sinusoidal e varia entre -1 e +1 V (relativamente à referência). Supondo um ganho de 20, então a<br />

saída deveria ser também sinusoidal com uma amplitude a variar entre -20 e + 20 V (curva a<br />

ponteado negro). No entanto, dado que a tensão de alimentação é de -12/+12 V, a onda sinusoidal na<br />

saída é cortada nos -12 e nos +12 V (curva a cheio azul). Este comportamento pode levar a uma


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Electrotécnica<br />

errada interpretação dos resultados do funcionamento, ainda que o circuito esteja bem projectado e a<br />

funcionar correctamente.<br />

Fig. 10 - Limitação da tensão de saída, em função da tensão de alimentação<br />

A tabela seguinte mostra um apanhado dos parâmetros dos <strong>AmpOps</strong>, não só para os ideais como<br />

característicos para os reais.<br />

3. Configurações básicas<br />

Interligando os AmpOp com componentes externos, obtêm-se circuitos com os quais não apenas se<br />

consegue controlar o ganho, mas também implementar diversas funções já anteriormente referidas<br />

(somas, diferenças, etc.). Estas associações dão origem a três tipos básicos de circuitos, designados de<br />

montagens inversoras, não inversoras e amplificadores tampão (“buffer amplifier”).<br />

3.1. Montagem não inversora<br />

Para análise do funcionamento da montagem não inversora tomemos o circuito da Fig. 11.


Utilizando a equação = ( v ) v G<br />

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Electrotécnica<br />

+ − −<br />

vo OC , iremos determinar qual a saída (vo) em função das entradas.<br />

A tensão colocada na entrada não inversora (v+) é igual a vi. O valor da tensão colocada na entrada<br />

inversora (v-) é determinado através do divisor de tensão constituído por RF e R1:<br />

R1<br />

v− = ⋅ v<br />

R + R<br />

Fig. 11 - Associação do AmpOp com elementos externos<br />

1<br />

A tensão v- representa a fracção de vo que realimenta a entrada inversora. Isto é, a função da malha de<br />

resistências é criar uma realimentação negativa para o AmpOp.<br />

Conjugando ( + − ) − = v v G v R1<br />

o OC com v− =<br />

R + R<br />

⋅ vo<br />

e i v v + = , obtém-se:<br />

v<br />

⎛ R1<br />

⎜<br />

⎜vi<br />

−<br />

⎝ R1<br />

+ R<br />

o = GOC<br />

vo<br />

F<br />

Re-arranjando, de forma a obter o rácio<br />

v<br />

G =<br />

v<br />

o<br />

i<br />

⎛ R<br />

=<br />

⎜<br />

⎜1<br />

+<br />

⎝ R<br />

F<br />

1<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

⎞ 1<br />

⎟<br />

⎠ ⎛ R<br />

⎜<br />

⎜1+<br />

⎝ R<br />

1+<br />

G<br />

OC<br />

F<br />

1<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

i<br />

1<br />

F<br />

F<br />

o<br />

v o<br />

, tira-se que o ganho da montagem é:<br />

v<br />

Como o ganho é positivo, a polaridade da tensão na saída é igual à polaridade da tensão aplicada à<br />

entrada – daí o nome de entrada não inversora.<br />

O ganho da montagem (AmpOp + resistências) – G – é diferente do ganho em malha aberta (GOC). Isto<br />

resulta do facto de que a saída depende da diferença das entradas. O ganho G é referido como o ganho<br />

em malha fechada (malha que foi criada pelas duas resistências utilizadas).<br />

Como é visível pela análise da equação anterior, o ganho em malha fechada é controlável (dentro de<br />

determinados limites) através da manipulação dos valores relativos das resistência utilizadas, ao passo


Instrumentação Industrial<br />

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Electrotécnica<br />

que o ganho em malha aberta depende das características internas do AmpOp, sendo portanto<br />

inalterável.<br />

Nota: considerando o AmpOp como ideal, GOC = ∞ e, portanto:<br />

RF<br />

G = 1+ , isto é, o ganho da montagem é determinado sómente pelos componentes externos.<br />

R<br />

1<br />

3.2. Seguidor de tensão (“buffer”)<br />

Para análise do funcionamento da montagem inversora tomemos o circuito da Fig. 12. Este circuito é<br />

igual ao anterior, com a excepção de se terem substituído as resistências R1 e RF por ∞ e por 0,<br />

respectivamente.<br />

Utilizando a equação<br />

tensão de saída é igual à tensão de entrada.<br />

RF<br />

G = 1+ , o ganho resulta unitário para aqueles valores de resistência, isto é, a<br />

R<br />

1<br />

Fig. 12 - Seguidor de tensão<br />

O interesse desta montagem reside no facto de a entrada “ver” uma resistência muito elevada (infinita,<br />

idealmente) ao passo que a saída “vê” uma resistência muito reduzida (nula, idealmente), isto é, a<br />

montagem apresenta-se como uma espécie de transformador de resistência.<br />

Em termos práticos, e dado que a saída é alimentada por uma tensão (alimentação do AmpOp) que não<br />

é a tensão da entrada, este circuito comporta-se como um regenerador de sinal. A desvantagem reside<br />

na necessidade de dispôr de uma fonte de alimentação, o que nem sempre é fácil.<br />

Na Fig. 13, circuito à esquerda, pretende-se alimentar uma carga RL com uma fonte de tensão de<br />

magnitude vS e resistência interna RS. Neste caso, RS e RL constituem-se num divisor de tensão, sendo<br />

a tensão de facto aplicada a RL diferente (menor) do que vS. Isto é, a tensão aplica a RL é:<br />

RS<br />

vS<br />

−<br />

R + R<br />

S<br />

L<br />

v<br />

S


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Electrotécnica<br />

No caso da montagem da direita, dado que a resistência vista pela fonte é RS+∞ e sendo a resistência<br />

de saída 0, então a tensão aplicada a RL é de facto vS, tendo em atenção que o ganho é unitário (isto é,<br />

vo = vi = vS).<br />

Como também é evidente, na montagem da direita, a fonte vS não entrega corrente (Ri = ∞) ao invés do<br />

circuito da esquerda, que se serve da energia da fonte de alimentação (não mostrada) do AmpOp para<br />

entregar a RL a corrente necessária.<br />

3.3. Montagem inversora<br />

Fig. 13 - Alimentação de uma carga sem (a) e com (b) seguidor de tensão<br />

A montagem inversora foi ‘inventada’ antes da montagem não inversora. Neste tipo de montagem o<br />

sinal é aplicado à entrada inversora, contráriamente às montagens vistas anteriormente.<br />

A Fig. 14 mostra a montagem inversora típica. Tendo em conta que a referência está aplicada à entrada<br />

não inversora, então v+ = 0. Aplicando o princípio da sobreposição, virá:<br />

v<br />

−<br />

RF<br />

=<br />

R + R<br />

1<br />

F<br />

R1<br />

vi<br />

+<br />

R + R<br />

1<br />

e, considerando a equação = ( v ) v G<br />

v<br />

⎛<br />

⎜<br />

⎜ 1<br />

−<br />

⎜ R<br />

⎜ 1+<br />

⎝ R<br />

F<br />

F<br />

v<br />

o<br />

1<br />

−<br />

R<br />

1+<br />

R<br />

vo OC<br />

o = GOC<br />

vi<br />

vo<br />

1<br />

F<br />

1<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎟<br />

⎟<br />

⎟<br />

⎠<br />

+ −<br />

Donde o ganho da montagem, será agora:<br />

−<br />

, vem:


v<br />

G =<br />

v<br />

o<br />

i<br />

R<br />

= −<br />

R<br />

F<br />

1 1<br />

1+<br />

1<br />

R<br />

+<br />

R<br />

G<br />

OC<br />

F<br />

1<br />

Instrumentação Industrial<br />

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Electrotécnica<br />

De notar que agora, o ganho G é negativo, indicando que a polaridade do sinal de saída (vo) é agora<br />

inversa da polaridade do sinal de entrada. Daqui o nome de montagem inversora.<br />

Fig. 14 - Associação do AmpOp com elementos externos para montagem inversora<br />

Nota: considerando o AmpOp como ideal, GOC = ∞ e, o ganho virá:<br />

RF<br />

G = − , isto é, o ganho da montagem é determinado sómente pelos componentes externos.<br />

R<br />

Nota: dado que<br />

1<br />

v<br />

o<br />

o<br />

+ − v−<br />

, e GOC é muito grande, então ≈ 0<br />

GOC<br />

GOC<br />

v =<br />

v<br />

, logo v v ≈ 0 . Segue-se que<br />

+ − −<br />

v- é aproximadamente igual a v+. Como v+ está ligado à terra (0 V), então v- também será<br />

aproximadamente 0, podendo ser, por isso, considerado uma terra virtual.<br />

Esta particularidade permite ultrapassar a análise algébrica (referida atrás). Resumindo, quando um<br />

AmpOp é operado com re-alimentação negativa e se fôr considerado como ideal, a sua saída fornecerá<br />

qualquer tensão e qualquer corrente, necessárias para que ( v + − v−<br />

) seja zero. Isto é equivalente a<br />

v , mas sem que exista corrente a entrar para qualquer dos terminais de entrada.<br />

forçar v − a seguir +<br />

Aplicando esta técnica ao circuito da Fig. 15, verifica-se que o AmpOp controlará vo de forma a que v-<br />

seja igual a v+, isto é:<br />

( v + 6)<br />

0 − v+<br />

+ − v−<br />

=<br />

10k<br />

30k<br />

(igualdade das correntes que entram e saem da fonte de sinal de 6 V)


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Electrotécnica<br />

Fazendo v + = v−<br />

, virá v+ = −2V,<br />

sendo a corrente<br />

0 − v+<br />

i = = 0,<br />

2 mA e a tensão à saída<br />

10k<br />

vo = v−<br />

− 20i = −6<br />

V. -6 V é a tensão que faz com que v − = v+<br />

e consequentemente v + passa de 0 para<br />

-2 V e v − passa de 6 para -2 V.<br />

Fig. 15 - Montagem exemplo<br />

A resistência vista pela fonte do sinal aplicado (vi) é, agora, R1. Isto é, a montagem inversora “carrega”<br />

a fonte do sinal, o que é uma diferença para a montagem não inversora.<br />

3.4. Conceito gráfico de montagem inversora/não inversora<br />

Fig. 16 - Conceito gráfico


4. Circuitos básicos<br />

4.1. Somador<br />

Instrumentação Industrial<br />

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Electrotécnica<br />

Como pode ser observado, o tipo de montagem utilizado na Fig. 17 é inversor, dado que o sinal é<br />

aplicado à entrada inversora. v1, v2 e v3 são quaisquer 3 tensões aplicadas, que se deseja somar. vo será,<br />

portanto, o resultado da soma das 3 tensões, afectada de um determinado ganho.<br />

Do ponto anterior sabe-se que, considerando o AmpOp ideal, a tensão vg (v-) é nula (terra virtual),<br />

implicando que a soma das correntes que fluem para aquele nodo (vg) é também nula. Utilizando a lei<br />

dos nodos, vem:<br />

i i + i =<br />

1 + 2 3<br />

iF<br />

em que i1, i2, i3 e iF são as correntes que fluem por R1, R2, R3 e RF, respectivamente.<br />

v 1<br />

v 2<br />

Aplicando a lei de Ohm, vem:<br />

v1 − 0 v2<br />

− 0 v3<br />

− 0 0 − v<br />

+ + =<br />

R R R R<br />

v<br />

o<br />

1<br />

2<br />

⎛ R<br />

⎞<br />

F RF<br />

RF<br />

= − ⎜ v + + ⎟<br />

1 v2<br />

v3<br />

⎝ R1<br />

R2<br />

R3<br />

⎠<br />

3<br />

R 1<br />

R 2<br />

R 3<br />

v g<br />

-<br />

v 3<br />

+<br />

F<br />

o<br />

R F<br />

Fig. 17 - Montagem somador<br />

Esta expressão indica que a saída é de facto a soma das 3 tensões aplicadas. Para além disso, sendo o<br />

sinal aplicado à entrada inversora, o sinal de saída aparece afectado pelo sinal negativo. Por último,<br />

que o ganho é função, como já visto, do valor das resistências utilizadas, podendo ser diferente para<br />

cada entrada aplicada, bastando para tal que o valor da resistência de entrada seja modificado.<br />

Note-se que a dedução é válida para qualquer nº de entradas.<br />

A ter em atenção, como referido anteriormente, a que o ganho utilizado não faça a saída entrar na<br />

saturação, caso em que os resultados não serão os esperados<br />

v o


4.2. Diferença<br />

Instrumentação Industrial<br />

A montagem do AmpOp em configuração diferença é apresentada na Fig. 18.<br />

Fig. 18 - Montagem diferença<br />

14 / 27<br />

Dep. Eng.<br />

Electrotécnica<br />

Neste tipo de configuração, uma das entradas é aplicada à entrada inversora e a outra à entrada não<br />

inversora. Aplicando o princípio da sobreposição:<br />

v = v + v<br />

o<br />

o1<br />

o2<br />

em que o1<br />

v é a tensão resultante (saída) com 0<br />

2 = v o e o2<br />

v a tensão resultante com v 0 .<br />

Com v 0 , a tensão em v + será 0, tornando o circuito num amplificador inversor:<br />

vo1 2 = o<br />

R<br />

= −<br />

R<br />

2<br />

1<br />

v<br />

1<br />

Com v 0 , o circuito torna-se num amplificador não inversor:<br />

1 = o<br />

R R R<br />

vo ⎟ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞⎛<br />

⎞<br />

⎜ + ⎟ ⎜ + ⎟⎜<br />

⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎝<br />

⎠<br />

2<br />

2<br />

4<br />

2 = ⎜1<br />

v 1<br />

v2<br />

R ⎟ + = ⎜<br />

1 R ⎟⎜<br />

1 R3<br />

+ R4<br />

Aplicando a sobreposição ( v o1<br />

+ vo2<br />

):<br />

v o<br />

⎛⎛<br />

R1<br />

⎞ ⎞<br />

⎜⎜<br />

1+<br />

⎟ ⎟<br />

R2<br />

⎜⎜<br />

R2<br />

⎟ ⎟<br />

=<br />

⎜<br />

v −<br />

⎜ ⎟ 2 v1<br />

R R ⎟<br />

1<br />

3<br />

⎜<br />

⎜⎜<br />

1+<br />

⎟ ⎟<br />

⎝⎝<br />

R4<br />

⎠ ⎠<br />

1 = o


No caso em que<br />

v o<br />

R2<br />

=<br />

R<br />

1<br />

( v − v )<br />

2<br />

1<br />

2<br />

Instrumentação Industrial<br />

R 3 R1<br />

= , perfazendo uma ponte equilibrada, a equação anterior reduz-se a:<br />

R<br />

4<br />

R<br />

15 / 27<br />

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Electrotécnica<br />

sendo o resultado proporcional à diferença entre as duas tensões de entrada. Este é, aliás, o princípio<br />

utilizado nos amplificadores de instrumentação (ver InAmp).<br />

4.3. Diferenciador<br />

A Fig. 19 apresenta a montagem diferenciadora. Uma vez que o terminal não inversor está<br />

directamente ligado à terra e utilizando o conceito de terra virtual no terminal inversor bem como a lei<br />

dos nodos, vem que:<br />

i 1 = iF<br />

v i<br />

C 1<br />

i 1<br />

v g<br />

i F<br />

R F<br />

-<br />

+<br />

Fig. 19 - Montagem diferenciadora<br />

Utilizando o conceito de capacitância e a lei de Ohm,<br />

dQ<br />

i =<br />

dt<br />

e<br />

1 e CV<br />

v<br />

iF = −<br />

R<br />

dvi<br />

v<br />

vem: C1 = −<br />

dt R<br />

v<br />

=<br />

−R<br />

C<br />

o F 1<br />

o<br />

F<br />

dv<br />

dt<br />

i<br />

Q = , logo<br />

o<br />

F<br />

i<br />

1 =<br />

C<br />

1<br />

dv<br />

dt<br />

i<br />

v o


Instrumentação Industrial<br />

16 / 27<br />

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Electrotécnica<br />

O circuito apresenta uma saída que é proporcional à derivada da entrada em ordem ao tempo. A<br />

constante de proporcionalidade é dada pelo produto da capacidade pela resistência, sendo as unidades<br />

o segundo.<br />

4.4. Integrador<br />

A Fig. 20 apresenta a montagem integradora. Utilizando os mesmos conceitos e expressões da<br />

montagem diferenciadora:<br />

i<br />

i<br />

F<br />

1<br />

=<br />

+ iF<br />

dQ<br />

dt<br />

= 0<br />

= C<br />

dv<br />

vi o<br />

+ C F<br />

R1<br />

dt<br />

F<br />

dv<br />

dt<br />

= 0<br />

1<br />

v o = − vidt<br />

+ v<br />

R C ∫<br />

1<br />

F<br />

em que ( 0)<br />

o<br />

t<br />

0<br />

o<br />

o<br />

( 0)<br />

v é o valor da saída para t = 0, que depende da carga inicial do condensador.<br />

v i<br />

4.5. Conversor tensão-corrente<br />

R 1<br />

i 1<br />

v g<br />

i F<br />

C F<br />

-<br />

+<br />

Fig. 20 - Montagem integradora<br />

Um conversor tensão-corrente (V-I) aceita uma tensão na sua entrada, transformando-a numa corrente,<br />

cuja relação é o i Gv i = . A montagem é apresentada na Fig. 21, sendo ZF a resistência conjugada dos<br />

condutores que ligam o conversor à carga e a resistência da carga ela própria. Sendo a saída do circuito<br />

uma corrente, terá que estar ligado a uma carga de forma a poder funcionar.<br />

v o


Instrumentação Industrial<br />

Fig. 21 - Conversor tensão-corrente<br />

17 / 27<br />

Dep. Eng.<br />

Electrotécnica<br />

No caso da Fig. 22, o AmpOp controlará a corrente de saída ( i L ) de forma a que e em função da carga<br />

(RL), o terminal inversor siga a tensão de entrada ( v i ), isto é, que Ri o = vi<br />

(admitindo o ponto de terra<br />

virtual).<br />

i<br />

o =<br />

v<br />

i<br />

R<br />

Para atingir aquele objectivo (de corrente a circular no circuito de saída) o AmpOp regula a tensão de<br />

saída para v o = vi<br />

+ vL<br />

, para os valores necessários, desde que:<br />

( v − v ) < v < ( v − v )<br />

oL<br />

i<br />

L<br />

oH<br />

i<br />

Portanto, a carga imposta à saída terá, óbviamente, um limite, definido pelas características de<br />

alimentação do AmpOp (para fazer circular uma corrente de 10 mA, sendo a resistência linha+carga<br />

de 3k, seria necessária uma tensão de 30 V).<br />

4.5.1. Conversor corrente-tensão<br />

Um conversor corrente-tensão, na sua versão mais simples, consiste numa mera resistência, sendo<br />

a tensão vL = RLi<br />

.<br />

Um conversor corrente-tensão (I-V), utilizando AmpOp, recebe um sinal de corrente e fornece<br />

uma tensão, cuja relação é o i Gi v = . A sua topologia apresenta-se na Fig. 22.<br />

i i<br />

v g<br />

-<br />

+<br />

R F<br />

Fig. 22 - Montagem conversora corrente-tensão<br />

v o


Instrumentação Industrial<br />

18 / 27<br />

Dep. Eng.<br />

Electrotécnica<br />

Admitindo mais uma vez um AmpOp ideal e o conceito de terra virtual, a lei dos nodos para o<br />

nodo v g , dá 0 = +<br />

vo<br />

i i , ou seja,<br />

R<br />

v = −R<br />

o<br />

F<br />

i<br />

i<br />

F<br />

Para além da conversão de sinais transmitidos em corrente (p. ex. sinais 4-20 mA), uma aplicação<br />

frequente relaciona-se com foto-detetores (foto-díodos/transistores).<br />

4.6. A não idealidade<br />

...<br />

5. Outros aspectos<br />

5.1. Correção do “offset”<br />

Fig. 23 - Deteção de luminosidade (p.ex. utilizando uma célula fotovoltaica)<br />

Como já referido, desiquilíbrios nos valores dos componentes internos dos AmpOp fazem com que,<br />

mesmo quando as tensões aplicadas aos terminais de entrada sejam iguais, a saída não seja zero (Fig.<br />

24) como seria suposto, dada a equação genérica de transferência:<br />

( ) v<br />

= v G<br />

vo OC<br />

+ −<br />

−<br />

Fig. 24 - Offset


Instrumentação Industrial<br />

19 / 27<br />

Dep. Eng.<br />

Electrotécnica<br />

Assim, em aplicações onde os sinais a amplificar sejam muito reduzidos, a relação entre o “offset” e<br />

esses sinais podem ser muito grandes, levando a ter que se compensar esses desvio.<br />

Esta compensação pode ser realizada através de um circuito externo, que injecte, numa das entradas,<br />

uma quantidade tal que faça com que a saída vá a zero. Imagine-se um AmpOp uA741 com um ganho<br />

de 200000, que apresenta uma tensão na saída de 10 mV, nas condições da Fig. 24. Se for aplicada<br />

−3<br />

10. 10<br />

−9<br />

uma tensão de = 50.<br />

10 = 50 nV, na entrada inversora, a saída irá a zero. A Fig. 25 mostra<br />

3<br />

200.<br />

10<br />

um possível circuito de compensação.<br />

Fig. 25 - Compensação externa do "offset"<br />

Os <strong>AmpOps</strong> comerciais oferecem, no entanto, duas entradas para correcção do “offset”, não sendo<br />

portanto necessário ligar a correção directamente às entradas (Fig. 26). Estas entradas correspondem<br />

aos pinos 1 e 5 dos circuitos integrados de 8 pinos (Fig. 8).<br />

Fig. 26 - Compensação do "offset" através das entradas dedicadas


5.2. Alimentação<br />

Instrumentação Industrial<br />

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Dep. Eng.<br />

Electrotécnica<br />

A forma de alimentação dos <strong>AmpOps</strong> foi já referida no início (Fig. 5). Note-se que a alimentação não<br />

tem necessáriamente que ser simétrica (+15/Gnd/-15, +10/Gnd/-10 V, por exemplo), sendo possível<br />

ter tensões de +15/Gnd/-10 ou +5/Gnd/-12 V. A amplitude das tensões utilizadas na alimentação<br />

positiva e negativa, depende exclusivamente das máximas tensões que se pretenda obter, na saída.<br />

Assim, se uma saída variar entre um máximo de +12 V e um mínimo de -5 V, uma alimentação de<br />

+15/Gnd/-10 V servirá adequadamente.<br />

Quando a alimentação é realizada com fontes, por sua vez alimentadas a partir da rede, e de forma a<br />

prevenir que ruído CA (da corrente alternada da rede) interfira com os <strong>AmpOps</strong>, as linhas de<br />

alimentação de cada um são ligadas à terra através de condensadores de baixa indutância (0,1 uF,<br />

cerâmicos p.ex.), tal como apresentado na Fig. 27. Adicionalmente, mpoder-se-ão também utilizar<br />

condensadores polarizados (10 uF, na Fig. 27) nas linhas de alimentação.<br />

Fig. 27 - Pormenores da alimentação dos <strong>AmpOps</strong><br />

Importa referir que existem <strong>AmpOps</strong> desenhados de forma a que a sua alimentação não necessite de<br />

ser dupla (+/Gnd/-), isto é de alimentação Bipolar, mas apenas simples (+/Gnd). Estes <strong>AmpOps</strong> são<br />

designados, na literatura anglo-saxónica, de “Single supply”, isto de alimentação Unipolar. Dever-se-á<br />

analisar cuidadosamente o “data-sheet” do AmpOp para identificar de que tipo é, de forma a que a sua<br />

alimentação seja a correcta.<br />

Por último, existem ainda <strong>AmpOps</strong> especificados como “rail-to-rail”. Este tipo de especificação<br />

significa que a saída conseguirá atingir valores muito próximos dos valores da alimentação (embora<br />

não os atinjindo). Nos <strong>AmpOps</strong> não “rail-to-rail” a saída fica, no máximo a alguns volts da<br />

7,<br />

5k<br />

alimentação.. A Fig. 28 mostra um amplificador inversor, com ganho G = = 7,<br />

5 V/V, alimentado<br />

1k<br />

bipolarmente com 15 V. Colocando na entrada um sinal sinusoidal de amplitude 2 V, dever-se-ia obter<br />

um sinal sinusoidal de amplitude 2 × G = 15 V. Para um AmpOp “rail-to-rail” a saída foi aos 14,8 V,<br />

ao passo que com um AmpOp não “rail-to-rail” a saída foi aos 13,5 V (estes valores são hipotéticos,<br />

dado que dependem das características particulares do AmpOp utilizado). Este comportamento da<br />

saída, está relacionada com a saturação do AmpOp, já referida anteriormente.


Instrumentação Industrial<br />

Fig. 28 - Diferença na saída para AmpOp com e sem característica "rail-to-rail"<br />

5.3. Alguma caracteristicas dinâmicas<br />

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Dep. Eng.<br />

Electrotécnica<br />

Até ao momento o AmpOp tem sido considerado ideal, o que, para muitos casos é suficiente em<br />

termos de projecto, ajustando-se posteriormente alguns parâmetros para que a resposta corresponda ao<br />

solicitado. No entanto é relevante alertar para algumas características dinâmicas, de forma a que os<br />

resultados possam ser eficazmente entendidos e que, se necessário, se proceda a um estudo mais<br />

aprofundado.<br />

Uma das características relevantes, particularmente se se utilizar o AmpOp no domínio de sinais cuja<br />

variação é muito rápida (por exemplo um sinal sinusoidal de frequência elevada), é o seu<br />

comportamento transitório (modelado como a resposta a um degrau).<br />

Características como o tempo de subida (“rise time”), taxa de subida (“slew rate”), tempo de<br />

estabilização (“settle time”) e largura de banda, são importantes neste contexto. A mostra,<br />

resumidamente, o comportamento dinâmico.<br />

5.3.1. “rise time”<br />

Fig. 29 - Comportamento dinâmico do AmpOp<br />

O comportamento de um AmpOp como o da Fig. 30, quando vi é um degrau, resultará numa<br />

resposta exponencial do tipo:


v<br />

o<br />

( t)<br />

= V<br />

−t<br />

/ τ ( 1−<br />

e )<br />

Instrumentação Industrial<br />

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Dep. Eng.<br />

Electrotécnica<br />

1<br />

em que V é a amplitude de vi, e τ a constante de tempo do circuito ( τ = ), com ft uma<br />

2πf<br />

t<br />

característica do AmpOp.<br />

Fig. 30 - Montagem em seguidor de tensão<br />

A resposta ao degrau apresenta-se naFig. 31. A azul, o degrau de amplitude V (vi) e a vermelho a<br />

resposta do circuito a esse degrau (vo).<br />

Fig. 31 - Tempo de subida (resposta a uma degrau)<br />

O tempo (tR) que a saída (vo) leva para passar de 10% a 90% de V, é chamado de tempo de subida<br />

(“rise time”) e é uma indicação de quão rápido é a variação da exponencial. Este tempo tR é<br />

calculável como:<br />

t<br />

R<br />

( ln ( 0,<br />

9)<br />

− ln(<br />

0,<br />

1)<br />

) = 2,<br />

τ<br />

= τ 197


Instrumentação Industrial<br />

1 6 ≈<br />

O uA741, por exemplo, tem um τ = 159 ns e, portanto um tR de 350 ns.<br />

2π<br />

. 10<br />

5.3.2. “slew rate”<br />

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Dep. Eng.<br />

Electrotécnica<br />

A taxa a que a saída vo muda com o tempo é designada como “slew rate” (SR), estando<br />

representada na Fig. 29 e na Fig. 31 como a recta a traço-ponto. As suas unidades são V/us. No<br />

caso de um 741, o SR é de 0,5 V/us, o que significa que para que a saída atinja 10 V, demora 20<br />

us.<br />

O efeito das limitações impostas pelo “slew-rate” é a distorção do sinal de saída, sempre que lhe é<br />

solicitado que exceda aquelas capacidades.<br />

5.3.3. “settling time”<br />

Depois de crescer segundo o tR e o SR, qualquer sinal tem tendência a ultrapassar (uma espécie de<br />

inércia de movimento) o valor alvo e a oscilar de forma decrescente (atenuada) em torno desse<br />

valor (Fig. 29). O tempo de estabilização (ou “settle time”) tS, é definido como o tempo necessário<br />

para que a resposta a um degrau, estabilizar e permanecer dentro de um determinado intervalo de<br />

erro (especificado na Fig. 29, como tolerância).


Instrumentação Industrial<br />

Aplicações<br />

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Dep. Eng.<br />

Electrotécnica<br />

Para além das funções básicas já apresentadas (soma, diferença, integração etc.) existirão funções mais<br />

complexas, que poderão ser desempenhadas recorrendo à conjugação de várias daquelas funções.<br />

Apresentam-se, seguidamente, alguns exemplos.<br />

Ex. 1 – Transformação de uma onda digital quadrada (Fig. 32 a), numa onda triangular (Fig. 32 b) .<br />

Fig. 32 - a) onda digital e b) onda triangular<br />

A forma de obter uma tensão linearmente crescente, ao longo do tempo, consiste na integração de uma<br />

constante:<br />

∫ kdt =<br />

kt<br />

A constante utilizada determina o valor do declive, isto é, da relação entre o período e a amplitude, no<br />

caso da onda triangular. A obtenção de uma tensão linearmente decrescente, passará também pela<br />

integração, mas agora com uma constante negativa.<br />

A onda digital (quadrada) inicial, fornece dois valores constantes: 1 positivo (V1) e um nulo.<br />

Claramente, a integração de um valor nulo resulta numa recta de declive nulo também. Isto é, a<br />

aplicação directa de um integrador à onda digital resultaria numa onda do tipo da apresentada na Fig.<br />

33.<br />

Fig. 33 - Resultado da integração de onda digital


Instrumentação Industrial<br />

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Dep. Eng.<br />

Electrotécnica<br />

Assim, ter-se-á que aplicar ao integrador uma onda quadrada que tenha valores positivos e negativos,<br />

tal como apresentado na Fig. 34<br />

Fig. 34 - Onda quadrada, com valores positivos e negativos<br />

A onda da Fig. 34 poderá ser obtida com base na onda digital inicial e subtraíndo-lhe, por exemplo,<br />

V 1<br />

V1<br />

(ou somando-lhe − ). Isto é, utilizando, antes da integração, um somador.<br />

2<br />

2<br />

O ciruito completo, é apresentado na Fig. 35.<br />

Fig. 35 - Circuito para transformação de onda digital a onda triangular<br />

A solução apresentada não é única, havendo outras possibilidades de chegar ao mesmo resultado.<br />

Também não foram determinados os vários ganhos.<br />

Ex. 2 – Transformação de uma onda triangular, numa onda digital (inverso do Ex. 1)<br />

Ex. 3 – Obter uma onda sinusoidal, que esteja atrasada de 270º, relativamente a uma onda sinusoidal<br />

de entrada.<br />

Trigonométricamente, um atraso de 270º é o mesmo que um adiantamento de 90º. Logo, considerando<br />

que a onda inicial é um seno, o que se pretende é um seno, adiantado de 90º. Por sua vez, um coseno


Instrumentação Industrial<br />

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Electrotécnica<br />

corresponde a um seno adiantado de 90º. Logo, derivando o seno, obtere-se-á um outro seno que estará<br />

adiantado de 90º relativamente ao seno inicial (Fig. 36).<br />

Fig. 36 - Desfasamento entre sin e cos<br />

Fig. 37 - Circuito para obter desfasamento de 270º


Referências<br />

Instrumentação Industrial<br />

Design with Operational Amplifiers and Analog Integrated Circuits, 3ª edição<br />

Sergio Franco<br />

McGraw Hill<br />

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Dep. Eng.<br />

Electrotécnica

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