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Book 2.indb - The Nordic Documentation on the Liberation Struggle ...

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A primeira visita dos M<strong>on</strong>dlane<br />

à Suécia: Eduardo e Janet<br />

M<strong>on</strong>dlane recebidos por Sven<br />

Hamrell da Associação Verdandi,<br />

na estação de comboio de Uppsala,<br />

12 de Setembro de 1964.<br />

(Foto: <str<strong>on</strong>g>The</str<strong>on</strong>g> Uppland County<br />

Museum)<br />

Os M<strong>on</strong>dlane e a FRELIMO de Moçambique<br />

não c<strong>on</strong>seguiam entender”. 41 Pouco tempo depois de c<strong>on</strong>cebida, toda a estrutura educaci<strong>on</strong>al<br />

estava ”a ruir”. 42 Nessa situação, Janet M<strong>on</strong>dlane c<strong>on</strong>seguiu, por intermédio de<br />

Z.K. Mat<strong>the</strong>ws do C<strong>on</strong>selho Mundial das Igrejas em Genebra, garantir financiamento de<br />

apoio para o instituto, 43 mas não c<strong>on</strong>seguiu nenhum compromisso duradouro em termos<br />

dos planos de educação da FRELIMO. ”Eu pensei, pensei”, explicou Janet M<strong>on</strong>dlane<br />

mais tarde,<br />

e procurei analisar como estava o mundo na altura. Pensei na Suécia, muito porque os meus<br />

avós eram suecos 44 e sempre senti uma espécie de aliança com o povo sueco. Pensando nisso,<br />

decidi que tinha de ir à Suécia. Fiz-me c<strong>on</strong>vidada e fui à procura de fundos. O meu marido<br />

foi lá ter mais tarde. 45<br />

A visita à Suécia de Janet e Eduardo M<strong>on</strong>dlane, em Setembro de 1964, foi de uma enorme<br />

importância. Eduardo M<strong>on</strong>dlane foi o primeiro líder nomeado de qualquer movimento<br />

de libertação da África Austral a apresentar directamente os seus p<strong>on</strong>tos de vista ao mais<br />

amplo público sueco. Vale a pena dizer que o presidente da FRELIMO e a sua mulher,<br />

que mais tarde criariam c<strong>on</strong>tactos privilegiados na Suécia, tiveram de se fazer c<strong>on</strong>vidados<br />

na primeira visita, o que mostrava, c<strong>on</strong>tudo, que a opinião pública sueca de então estava,<br />

em questões relaci<strong>on</strong>adas com a África Austral, principalmente preocupada com a África<br />

do Sul e a Namíbia, dedicando pouca atenção à luta nas colónias portuguesas. Ao l<strong>on</strong>go<br />

dos anos, os M<strong>on</strong>dlane c<strong>on</strong>tribuíram activamente para que se verificasse uma mudança<br />

nessa área. Mesmo na sua primeira entrevista na Suécia, Eduardo M<strong>on</strong>dlane disse que<br />

desejava ”que a Suécia tivesse a mesma posição face a Portugal que tem face à África do<br />

41. Entrevista com Joaquim Chissano, p. 38.<br />

42. Ibid.<br />

43. Entrevista com Janet M<strong>on</strong>dlane, p. 41. Professor Zachariah Keodirelang (Z.K.) Mat<strong>the</strong>ws, antigo Reitor da<br />

University College de Fort Hare e membro do Comité Executivo do ANC, e era na altura Secretário Africano na<br />

Divisão de Ajuda Inter-Igrejas aos Refugiados e Serviço Mundial do WCC.<br />

44. Os avós de Janet Rae M<strong>on</strong>dlane tinham emigrado do norte da Suécia. O seu apelido sueco de família era<br />

Johanss<strong>on</strong>.<br />

45. Entrevista com Janet M<strong>on</strong>dlane, p. 41.<br />

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