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Book 2.indb - The Nordic Documentation on the Liberation Struggle ...

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70<br />

Tor Sellström<br />

çambique, 153 que não foi apoiada pela Comissão Parlamentar Permanente dos Negócios<br />

Estrangeiros. 154 Werner, juntamente com C.H. Hermanss<strong>on</strong>, presidente do rebaptizado<br />

Partido de Esquerda Comunista (PEC), voltaram a apresentar uma moção em Janeiro<br />

de 1968, apoiando desta vez ”o movimento de libertação nas colónias portuguesas, por<br />

via do CONCP”, 155 ou seja, da aliança da FRELIMO, do MPLA e do PAIGC. 156 Esta<br />

iniciativa também foi rejeitada pela maioria parlamentar.<br />

Em Janeiro de 1969, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Torsten Nilss<strong>on</strong>, tinha já<br />

feito a sua bombástica declaração em prol do apoio do governo aos movimentos de libertação,<br />

o que fez com que não apenas o Partido de Esquerda Comunista, como também os<br />

liberais e o Partido Social Democrata no poder tenham apresentado moções parlamentares<br />

para o efeito. No caso do Partido Liberal, a moção destinava-se a solicitar a c<strong>on</strong>cessão<br />

de ajuda humanitária à população exilada da Guiné-Bissau ao cuidado do PAIGC, 157<br />

enquanto a moção dos social democratas, assinada, entre outros, pela futura Ministra<br />

para a Cooperação Internaci<strong>on</strong>al para o Desenvolvimento e Negócios Estrangeiros, Lena<br />

Hjelm-Wallén, defendia um apoio modesto em termos financeiros de 100.000 coroas<br />

suecas a canalizar para as actividades civis do PAIGC nas z<strong>on</strong>as libertadas do país. 158 As<br />

moções apresentadas pelo Partido de Esquerda eram mais abrangentes e substanciais.<br />

Fazendo pela primeira vez menção explícita ao MPLA numa moção parlamentar sueca,<br />

159 Hermanss<strong>on</strong> e Werner propuseram a atribuição de uma verba de dez milhões de<br />

coroas suecas ao PAIGC e dum m<strong>on</strong>tante igual à ”FRELIMO e aos outros movimentos<br />

de libertação, a distribuir pelo CONCP”. 160 C<strong>on</strong>tudo, durante o ano fiscal de 1969-70,<br />

dos filiados no CONCP só o PAIGC é que recebeu ajuda oficial, no valor de um milhão<br />

de coroas suecas.<br />

O Partido de Esquerda Comunista voltarou a apresentar moções no ano seguinte. 161<br />

Em 1970, Per Ahlmark e Ola Ullsten do Partido Liberal também exigiram ”um aumento<br />

geral do apoio aos movimentos de resistência africanos” referindo, no caso de Angola,<br />

tanto a FNLA como o MPLA. 162 Por fim, em Janeiro de 1971, depois da visita de Agosti-<br />

153. Parlamento sueco 1967: Moção Nº 466 na Primeira Câmara (Werner) e Moção Nº 590 na Segunda Câmara<br />

(Hector e outros), Riksdagens Protokoll, 1967, pp. 1 e 1–2.<br />

154. ”Pr<strong>on</strong>úncia do Parecer do Comité de Negócios Estrangeiros do Parlamento”, 30 de Março de 1967, em Ministério<br />

dos Negócios Estrangeiros: Documents <strong>on</strong> Swedish Foreign Policy: 1967 , Estocolmo, 1968, pp. 116–118.<br />

155. Parlamento sueco 1968: Moção Nº 507 na Primeira Câmara (Werner) e Moção Nº 633 na Segunda Câmara<br />

(Hermanss<strong>on</strong> e outros), Riksdagens Protokoll, 1968, pp. 12 e 1–3.<br />

156. Na moção discutia-se a situação na Guiné-Bissau e não se fazia menção a Angola nem ao MPLA. Quando em<br />

1996 se perguntou a C.H. Hermanss<strong>on</strong> por que razão o partido era favorável à c<strong>on</strong>cessão de apoio à aliança CONCP<br />

e não directamente aos movimentos seus filiados, declarou que ”talvez tenhamos pensado que seria uma posição<br />

mais neutral apoiar o organismo coordenador do CONCP e não nos envolvermos directamente com cada um dos<br />

movimentos” (entrevista a C.H. Hermanss<strong>on</strong>, p. 289).<br />

157. Parlamento sueco 1969: Moção Nº 179 por Per Ahlmark na Segunda Câmara, Riksdagens Protokoll, 1969,<br />

pp. 2–3.<br />

158. Parlamento sueco 1969: Moção Nº 496 por Mats Hellström, Lena Hjelm-Wallén, Birgitta Dahl e outros na<br />

Segunda Câmara, Riksdagens Protokoll, 1969, pp. 5–7.<br />

159. O parágrafo sobre Angola era muito curto e a apresentação do MPLA não c<strong>on</strong>venceu. Hermanss<strong>on</strong> e Werner<br />

limitaram-se a afirmar que ”está também em curso uma luta de libertação em Angola” e que ”o movimento de libertação<br />

mais c<strong>on</strong>hecido é o MPLA”.<br />

160. Parlamento sueco 1969: Moção Nº. 404 na Primeira Câmara (Werner) e Moção Nº. 465 na Segunda Câmara<br />

(Hermanss<strong>on</strong> e outros), Riksdagens Protokoll, 1969, pp. 10 e 4–6.<br />

161. Parlamento sueco 1970: Moção Nº. 452 na Primeira Câmara (Werner) e Moção Nº. 500 na Segunda Câmara<br />

(Hermanss<strong>on</strong> e outros), Riksdagens Protokoll, 1970, pp. 1 e 4.<br />

162. Parlamento sueco 1970: Moção Nº. 624 na Segunda Câmara, Riksdagens Protokoll, 1970, pp. 6–9. No início<br />

dos anos setenta não foi apresentada nenhuma moção parlamentar, por nenhum partido, a favor da UNITA. C<strong>on</strong>tudo,<br />

uma década depois da independência de Angola, o deputado do Partido Moderado Birger Hagård apresentou

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