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Book 2.indb - The Nordic Documentation on the Liberation Struggle ...

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Na via para o apoio oficial ao MPLA<br />

nas z<strong>on</strong>as libertadas, c<strong>on</strong>cluía-se no artigo que ”tudo ap<strong>on</strong>ta para que o MPLA seja o<br />

movimento angolano que está pacientemente a mobilizar as massas e já criou a base<br />

para a prol<strong>on</strong>gada guerra de libertação popular de Angola”. 148 Estas informações levaram<br />

os quatro Grupos de África a decidir que ”o MPLA é o único movimento em Angola<br />

a merecer o nosso apoio”, acrescentando acharem ser ”um dever rejeitar a propaganda<br />

divulgada pelos representantes da FNLA e da UNITA, bem como pelos seus apoiantes<br />

suecos, através de vários jornais suecos”. 149<br />

Por volta de Novembro de 1970, ou seja, depois de Agostinho Neto ter sido c<strong>on</strong>vidado<br />

pelo Partido Social Democrata a deslocar-se à Suécia, o movimento de solidariedade<br />

decidira defender a causa do MPLA. Tratou-se de uma decisão importante. A situação<br />

em Angola complicara-se mais do que na Guiné-Bissau ou em Moçambique, <strong>on</strong>de o<br />

PAIGC e a FRELIMO eram, respectivamente, os movimentos de libertação inc<strong>on</strong>testados<br />

e <strong>on</strong>de a participação de forças externas era menos pr<strong>on</strong>unciada. A activa defesa do<br />

MPLA feita pelos Grupos de África durante a primeira metade dos anos setenta 150 c<strong>on</strong>tribuiu<br />

para que a ajuda oficial sueca nunca incluísse a FNLA nem a UNITA, mas apenas<br />

o MPLA. Num documento interno de discussão sobre a história dos Grupos de África,<br />

Sören Lindh, um dos seus membros mais destacados, dizia em 1982 que ”o c<strong>on</strong>tributo<br />

mais importante durante as fases iniciais de 1970 a 1974 foi talvez a análise política da<br />

situação em Angola e o apoio ao MPLA”. 151<br />

Apoio oficial ao MPLA<br />

As primeiras moções parlamentares em favor da ajuda sueca ao ANC da África do Sul,<br />

da SWAPO da Namíbia e da ZANU e da ZAPU do Zimbabué foram apresentadas pelos<br />

liberais e pelo Partido do Centro, ambos não socialistas. C<strong>on</strong>tudo, foi o Partido de<br />

Esquerda Comunista quem apresentou uma recomendação semelhante no caso das organizações<br />

naci<strong>on</strong>alistas dos territórios portugueses. Apesar de o Partido Social Democrata<br />

ter rapidamente passado a ser associado com a ajuda oficial sueca aos movimentos de<br />

libertação da África Austral, vale a pena notar que o partido no poder não tomou a iniciativa<br />

parlamentar relativamente a nenhum dos movimentos debatidos neste estudo.<br />

Em Janeiro de 1967, mais de dois anos antes de ser aprovado o princípio sobre apoio, o<br />

futuro líder do partido, Lars Werner 152 e outros membros daquele que se designava ainda<br />

o Partido Comunista da Suécia apresentaram uma moção a favor da FRELIMO de Mo-<br />

148. Ibid., p. 32. Escrito após o assassinato do Presidente da FRELIMO Eduardo M<strong>on</strong>dlane, o artigo c<strong>on</strong>tém afirmações<br />

segundo as quais seria mais fácil ter posição quanto a Angola do que quanto a Moçambique <strong>on</strong>de, c<strong>on</strong>tudo, o<br />

movimento de solidariedade ”apesar de alguns factores sobre os quais temos algumas dúvidas” já tinha c<strong>on</strong>cluído que<br />

”para além da FRELIMO mais nenhum movimento merece ser apoiado” (Ibid., p. 19). Holden Roberto foi posto de<br />

lado por ser ”um líder tribal no exílio” e a UNITA por ser ”um bom amigo da CIA” (Ibid., pp. 21 e 29).<br />

149. Ibid., p. 29.<br />

150. Em meados de 1975, ou seja, depois do golpe de Lisboa, e numa altura em que a FNLA e a UNITA voltaram a<br />

aparecer no terreno, os Grupos de África voltaram a distribuir uma apresentação dos três movimentos angolanos, För<br />

ett Fritt Angola: En Analys av MPLA, FNLA och UNITA (”Por uma Angola livre: Uma análise do MPLA, da FNLA<br />

e da UNITA”), Afrikagruppernas Skriftserie, No. 4, Estocolmo, Agosto de 1975.<br />

151. Sören Lindh: ”AGIS” organisatoriska historia: En subjektiv beskrivning” (”A história da organização AGIS:<br />

Uma descrição subjectiva”), Diskussi<strong>on</strong>sunderlag (”Material para discussão”), AGIS, C<strong>on</strong>ferência de Inverno de<br />

1982 [sem indicação de local nem de data], (AGA). Ver também a entrevista a Sören Lindh, p. 303, e entrevista a<br />

Hillevi Nilss<strong>on</strong>, p. 326.<br />

152. Werner liderou o Partido de Esquerda Comunista/Partido de Esquerda de 1975 a 1993.<br />

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