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Book 2.indb - The Nordic Documentation on the Liberation Struggle ...

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46<br />

Tor Sellström<br />

Entre os participantes angolanos estavam o futuro ministro da defesa do MPLA, ”Iko”<br />

Carreira, e Henrique de Carvalho Santos (”Onambwe”). Juntamente com representantes<br />

tão significativos da UGEAN, como os futuros presidentes Joaquim Chissano de Moçambique<br />

e Manuel Pinto da Costa de São Tomé e Príncipe, desempenharam um papel<br />

importante no c<strong>on</strong>gresso, quanto mais não fosse para dar publicidade à causa naci<strong>on</strong>alista<br />

angolana. Foi publicada uma l<strong>on</strong>ga entrevista com Carreira, no jornal norueguês<br />

Dagbladet 163 e Carvalho Santos foi escolhido pelos delegados africanos para fazer um<br />

discurso final numa reunião pública com representantes do ANC da África do Sul e com<br />

a ZAPU do Zimbabué. Carreira também apresentou a resolução aprovada quanto às<br />

colónias portuguesas, 164 que denunciava ”a atitude retrógrada do governo português e os<br />

seus preparativos para exterminar pessoas à sua escolha”, apelando o documento à ”ajuda<br />

c<strong>on</strong>creta e eficaz aos naci<strong>on</strong>alistas”. 165<br />

No caso da Suécia, a ajuda oficial a Angola foi, no princípio, canalizada através do<br />

Programa Especial das Nações Unidas para a Educação e Formação para os Territórios<br />

Portugueses, criado em 1962. No seguimento da decisão do Parlamento sueco, tomada<br />

em Maio de 1964, de atribuir um ”milhão aos refugiados”, em prol da formação dos<br />

jovens refugiados africanos, em meados dos anos sessenta, este compromisso multilateral<br />

foi complementado com um programa bilateral. Esta decisão foi tomada em prol dos estudantes<br />

do ensino secundário no C<strong>on</strong>go (Zaire) mas, através da IUEF e da WUS, também<br />

dos estudantes do ensino superior na Europa. 166 A partir do exercício de 1964–65,<br />

foi atribuí-do um número cada vez maior de bolsas individuais por parte da Embaixada<br />

da Suécia em Kinshasa, e em 1965–66 a ASDI e o ACNUR decidiram dar c<strong>on</strong>juntamente<br />

apoio a um projecto combinado nas áreas da agricultura e do desenvolvimento comunitário,<br />

para os estudantes angolanos em Kimpese, perto da fr<strong>on</strong>teira com Angola. 167<br />

O programa de atribuição de bolsas foi sendo paulatinamente alargado ao l<strong>on</strong>go<br />

dos anos. Em 1966–67 já abarcava mais de 120 alunos do ensino secundário, a maioria<br />

dos quais frequentava a escola do refúgio protestante S<strong>on</strong>a Bata, no Baixo C<strong>on</strong>go, e três<br />

alunos frequentavam a Universidade Lovanium em Kinshasa. 168 À medida que o número<br />

de estudantes do secundário a qualificar-se para o ensino superior foi aumentando, foi-se<br />

centrando mais a atenção no ensino superior. Em 1971–72, um total de 19 angolanos<br />

estudou em Lovanium beneficiando de ajuda sueca. 169 No final dos anos sessenta a ASDI<br />

atribuía anualmente cerca de 150.000 a 200.000 coroas suecas ao programa, que passou,<br />

163. Na entrevista, Carreira declara que ”queremos igualdade para todas as raças em Angola, [...] unidade entre<br />

todos os povos africanos e um governo republicano, democrático, que de forma faseada, desenvolva a ec<strong>on</strong>omia e<br />

transforme o país num estado independente moderno, forte e viável”. Disse também que ”as potências ocidentais,<br />

seguindo o exemplo da Comm<strong>on</strong>wealth com a África do Sul, devem expulsar Portugal da OTAN”(Dagbladet, 18 de<br />

Agosto de 1962).<br />

164. Dagbladet, 20 de Agosto de 1962.<br />

165. Relatório de ASYC, op. cit., p. 147.<br />

166. Em 1965, a Suécia complementou os programas de assistência bilateral na área da educação na África Austral<br />

com a atribuição de verbas em favor da assistência jurídica aos prisi<strong>on</strong>eiros políticos e sustento das suas famílias,<br />

sobretudo através da IDAF, WCC e da Church of Sweden Aid. O programa de ajuda jurídica englobava a África do<br />

Sul, a Namíbia e o Zimbabué, mas excluía Angola e Moçambique.<br />

167. Carta (”Studiestöd till afrikansk flyktingungdom under budgetåret 1966–67”/”Apoio à educação a jovens refugiados<br />

africanos durante o ano fiscal de 1966–67”) de Bengt Nekby, ASDI, ao Ministério dos Negócios Estrangeiros,<br />

Estocolmo, 17 de Fevereiro de 1966 (SDA).<br />

168. Carta (”Ambassadens stipendieprogram läsåret 1966–67”/”Programa de bolsas de estudo da Embaixada para o<br />

ano académico 1966–67”) de Dag Malm à ASDI, Kinshasa, 28 de Fevereiro de 1967 (SDA).<br />

169. CCAH: ”Stipendiering av angolesiska flyktingar i Zaire” (”Bolsas de estudo para refugiados angolanos no<br />

Zaire”), Estocolmo, 13 de Fevereiro de 1974 (SDA).

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