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Book 2.indb - The Nordic Documentation on the Liberation Struggle ...

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Nota final<br />

”Esmaguemos a opressão em Angola, Moçambique e no Império Col<strong>on</strong>ial português, esmaguemos o<br />

apar<strong>the</strong>id, liberdade já para a África Austral”: Um tipo de manifestação diferente no Primeiro de Maio,<br />

Estocolmo, 1967. (Foto: Arbetarrörelsens Arkiv och Bibliotek)<br />

do debate sobre a questão do apar<strong>the</strong>id. Victor Vinde, chefe de redacção do jornal do<br />

Partido Social Democrata, descreveu em Maio de 1961 o apar<strong>the</strong>id como ”uma ameaça<br />

à paz em África e portanto à paz mundial”. Nessa altura, tratava-se duma caracterização<br />

que o governo social democrata pretendia evitar, uma vez que significava que o C<strong>on</strong>selho<br />

de Segurança podia impor sanções ec<strong>on</strong>ómicas obrigatórias c<strong>on</strong>tra a África do Sul.<br />

Nas Nações Unidas, a Suécia optou por c<strong>on</strong>denar o apar<strong>the</strong>id como ”um crime c<strong>on</strong>tra<br />

a humanidade”. Na Suécia, para o cada vez mais forte movimento de solidariedade para<br />

com a África Austral, os ac<strong>on</strong>tecimentos que se iam sucedendo a nível regi<strong>on</strong>al eram<br />

vistos como um presságio. Assim, em 1965–66, coincidindo com a activação da política<br />

externa sueca, por parte da geração mais jovem dos sociais democratas em torno de Olof<br />

Palme, a Suécia expressou oficialmente a opinião de que as situações que se verificavam<br />

na África do Sul, no Sudoeste Africano (Namíbia), na Rodésia (Zimbabué) e nas colónias<br />

portuguesas (Angola, Guiné-Bissau e Moçambique) individualmente c<strong>on</strong>stituíam<br />

ameaças para a paz e segurança internaci<strong>on</strong>ais. 21 Simultaneamente viam-se as questões<br />

regi<strong>on</strong>ais como estando interligadas entre si. No seu discurso perante a Assembleia Geral<br />

das Nações Unidas em 1966, o Ministro dos Negócios Estrangeiros Torsten Nilss<strong>on</strong><br />

descreveu a situação na África Austral como uma ”escura e ameaçadora nuvem”, denunciando<br />

de forma clara a ”ímpia aliança” entre Portugal, a Rodésia e a África do Sul.<br />

Ao mesmo tempo que as questões relaci<strong>on</strong>adas com a segurança eram importantes a<br />

nível global, era com respeito pelas afinidades ideológicas que a Suécia se viria a colocar,<br />

de forma definitiva, ao lado dos movimentos naci<strong>on</strong>ais de libertação da África Austral.<br />

A velha nação independente do Norte e os povos ainda em luta do Sul enc<strong>on</strong>trariam<br />

21. Ministério dos Negócios Estrangeiros: ”Promemoria: Svenska ställningstaganden till frågor berörande södra<br />

Afrika inom FN” (”Memorando: Posições suecas sobre questões relaci<strong>on</strong>adas com a África Austral e a ONU”),<br />

Estocolmo, 2 de Agosto de 1968 (MFA).<br />

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