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Book 2.indb - The Nordic Documentation on the Liberation Struggle ...

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Apresentação geral<br />

Nota final<br />

Não tendo passado col<strong>on</strong>ial, a Suécia manteve distância política dem relação a África<br />

até à Segunda Guerra Mundial. As ligações históricas entre a Suécia e a África do Sul,<br />

criadas por intermédio de emigrantes, exploradores, cientistas, missi<strong>on</strong>ários e homens de<br />

negócios, foram, apesar de tudo, significativas e, no início dos anos sessenta, viria a surgir<br />

uma preocupação crescente com as lutas pela democracia e pela independência naci<strong>on</strong>al<br />

na África do Sul, na Namíbia, no Zimbabué, em Angola e em Moçambique. Enraizada<br />

numa opinião pública forte e activa, a Suécia tornou-se, a partir de 1969, no primeiro<br />

país ocidental a dar ajuda oficial directa aos movimentos de libertação da África Austral.<br />

Os intelectuais e estudantes suecos começaram a partir dos anos cinquenta a fazer<br />

ouvir as suas vozes c<strong>on</strong>tra o regime do apar<strong>the</strong>id da África do Sul. Foi lançada uma<br />

campanha de angariação de fundos para as vítimas do apar<strong>the</strong>id ainda antes dos tiroteios<br />

de Sharpeville de Março de 1960. Com apoio dos movimentos de estudantes e de juventude,<br />

bem como dos representantes da Igreja, após ter sido c<strong>on</strong>cedido o Prémio Nobel<br />

da Paz ao chefe Luthuli, esta campanha e outras iniciativas levaram, no início da década<br />

de sessenta, à criação de um comité naci<strong>on</strong>al anti-apar<strong>the</strong>id. As campanhas de boicote<br />

à África do Sul, inspiradas pelo ANC e apoiadas pelo poderoso movimento cooperativo<br />

sueco, levariam a breve trecho à criação de comités locais de solidariedade muito activos<br />

e à participação da Suécia em toda a região da África Austral. O movimento de solidariedade,<br />

cada vez mais alargado, foi impulsi<strong>on</strong>ado por um c<strong>on</strong>junto de livros e mais alguns<br />

artigos sobre a África Austral, lançados por escritores e jornalistas suecos, bem com por<br />

traduções para sueco de textos escritos por eminentes naci<strong>on</strong>alistas da África Austral. Alguns<br />

dos principais jornais do país, tais como o liberal Expressen e os sociais democratas<br />

Aft<strong>on</strong>bladet e Arbetet, aderiram ao trabalho de solidariedade, organizado respectivamente<br />

pelo MPLA de Angola e pela SWANU e a SWAPO da Namíbia.<br />

Uma das primeiras iniciativas levadas a cabo pelo movimento emergente anti-apar<strong>the</strong>id<br />

c<strong>on</strong>sistiu na disp<strong>on</strong>ibilização de oportunidades de formação académica na Suécia a<br />

estudantes negros oriundos da África Austral. Vários estudantes foram, para além disso,<br />

apadrinhados por associaçoes de estudantes universitários suecos ou receberam bolsas<br />

de estudo c<strong>on</strong>cedidas pela agência oficial encarregue de c<strong>on</strong>ceder ajuda. Muitos representavam<br />

organizações naci<strong>on</strong>alistas nos seus países de origem. Participantes activos no<br />

debate e no crescimento do movimento de solidariedade, desempenharam papéis proeminentes<br />

no desenvolvimento da opinião pública sueca face à questão da África Austral.<br />

Desempenhando um habilidoso papel diplomático, vários estudantes da África Austral<br />

c<strong>on</strong>seguiram atrair apoios para os respectivos movimentos entre os líderes de opinião e os<br />

políticos, fora dos meios universitários locais dos quais eram oriundos. As relações criadas<br />

desta forma acabaram por provar a sua importância quando os líderes dos movimentos

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