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Book 2.indb - The Nordic Documentation on the Liberation Struggle ...

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MPLA de Angola: Um caminho mais difícil<br />

O Presidente Neto oferecendo um jantar informal aos visitantes do Partido Social Democrata sueco a<br />

Luanda, 1978: À direita de Neto está Gertrud Sigurdsen e à sua esquerda, Pierre Schori. (Imagem<br />

gentilmente cedida por Pierre Schori)<br />

sagem marcou o início de um intenso intercâmbio diplomático entre Cuba, a Suécia,<br />

Angola, Portugal 208 e os Estados Unidos, que c<strong>on</strong>tinuou até ao final de Setembro. Pierre<br />

Schori, que serviu de elo de ligação entre Palme, Neto e o Partido Socialista de Portugal<br />

209 e participou também nas reuniões com os cubanos e os norte-americanos, descreveu<br />

a sequência dos eventos. 210 Para além de Castro e de Palme, o presidente angolano<br />

Agostinho Neto e o secretário de estado dos EUA, Henry Kissinger, desempenharam<br />

papéis de grande relevância no exercício diplomático, no qual o governo do MPLA procurou<br />

simultaneamente criar relações normais com os Estados Unidos 211 e ”reparar p<strong>on</strong>tes”<br />

com Portugal. 212 No caso das relações angolano-americanas, a iniciativa acabou por<br />

mo, (sem indicação de data (MFA). É de interesse geral que Castro, na sua mensagem, tenha sublinhado que Neto<br />

pediu ajuda militar a Cuba; que o número de soldados cubanos era significativamente superior aos 15.000 referidos<br />

pela comunicação social internaci<strong>on</strong>al; e que se tratava de uma acção puramente bilateral. De acordo com Castro,<br />

”poder-se-ia, de facto, dizer que foi Cuba quem, pelo apoio que deu a Angola, envolveu a União Soviética” (ibid.).<br />

208. Angola e Portugal não mantinham relações diplomáticas desde meados de Maio e até ao final de Setembro de<br />

1976. O c<strong>on</strong>tacto do Partido Social Democrata em Portugal era Rui Mateus, secretário internaci<strong>on</strong>al do Partido<br />

Socialista, que ”vivera como refugiado em Lund e falava sueco fluentemente” (Schori (1994) op. cit.). O Ministro<br />

dos Negócios Estrangeiros Mário Soares, líder do Partido Socialista, era visto, em geral, pelos angolanos, como o resp<strong>on</strong>sável<br />

pelas relações tensas existentes (Pierre Schori: Memorando (”Samtal i Luanda den 15–17 juni 1976”/”C<strong>on</strong>versa<br />

em Luanda, 15–17 de Junho de 1976”), Gabinete do governo, Estocolmo, 23 de Junho de 1976 (LMA) e<br />

Anders Bjurner: Memorando (”Samtal med Paulo Jorge, president Netos utrikespolitiske rådgivare”/”C<strong>on</strong>versa com<br />

Paulo Jorge, c<strong>on</strong>selheiro de política externa do presidente Neto), Embaixada da Suécia, Luanda, 12 de Maio de<br />

1976) (MFA).<br />

209. C<strong>on</strong>vidado pelo presidente angolano, Schori visitou Luanda para entabular c<strong>on</strong>versações com Agostinho Neto<br />

e Paulo Jorge, na altura c<strong>on</strong>selheiro de política externa do Gabinete da Presidência, em meados de Junho de 1976.<br />

210. Schori (1994) op. cit., pp. 6–19. O folheto de Schori sobre a África Austral foi inicialmente publicado em sueco,<br />

como capítulo do seu Dokument Inifrån: Sverige och Storpolitiken i Omvälvningarnas Tid, publicado em 1992.<br />

211. Pierre Schori: Memorando sobre as c<strong>on</strong>versas com de Haller, embaixadora de Angola na Suécia, sem indicação<br />

de data, mas 30 de Agosto de 1976 (MFA). Na perspectiva de Agostinho Neto, havia ”um grande futuro para as<br />

relações bilaterais entre Angola e os EUA”.<br />

212. Schori (1994) op. cit., p. 14.<br />

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