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Book 2.indb - The Nordic Documentation on the Liberation Struggle ...

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216<br />

Tor Sellström<br />

resultado do trabalho de informação e pressão de um núcleo pequeno mas dedicado de<br />

activistas, que faziam parte dos Grupos de África de Lund e Estocolmo 30 e da publicação<br />

socialista mensal Kommentar. Dez anos mais tarde, Sören Lindh c<strong>on</strong>cluiria o seguinte,<br />

ao fazer uma reflexão pessoal sobre a história dos Grupos de África suecos: ”o c<strong>on</strong>tributo<br />

mais importante dado durante as fases iniciais de 1970 a 1974 foi talvez a análise política<br />

da situação em Angola e o apoio c<strong>on</strong>cedido ao MPLA”. 31 Fazendo uma retrospectiva em<br />

1997, acrescentou que ”os Grupos de África fizeram um trabalho muito rigoroso sobre<br />

a situação angolana. [...] Influenciou não apenas a esquerda, mas todo um c<strong>on</strong>junto<br />

de organizações”. 32 Hillevi Nilss<strong>on</strong> disse, alinhando pelo mesmo diapasão, que ”talvez<br />

tenhamos feito as coisas mais importantes no início dos anos setenta, sobretudo na comp<strong>on</strong>ente<br />

da informação. O facto de termos tentado analisar as diferentes organizações<br />

existentes em Angola. [...] Fizemos um estudo dos movimentos e penso que houve quem<br />

tivesse lido essa informação no Partido Social Democrata”. 33<br />

Foi também desta forma que os ac<strong>on</strong>tecimentos na Suécia foram apreendidos pelo<br />

MPLA. Por exemplo, em 1996, Alberto Ribeiro-Kabulu, dizia que as organizações de<br />

solidariedade<br />

c<strong>on</strong>heciam-nos muito bem. Tinham-nos acompanhado às z<strong>on</strong>as libertadas e tinham desempenhado<br />

um papel importante na ajuda oficial [...]. Nós, por vezes, debatíamo-nos com limitações<br />

e problemas, que tinham, por exemplo, a ver com os veículos de tracção às quarto<br />

rodas, que podiam ser usados para fins militares, e a insistência do movimento de solidariedade<br />

ajudou-nos sempre a que o resultado final fosse o pretendido. [...]<br />

Quando recordo as minhas ligações aos países nórdicos, em primeiro lugar com a Suécia, a<br />

Dinamarca e a Noruega, o apoio começou sempre ao nível das pessoas, dos estudantes, dos<br />

trabalhadores e dos sindicalistas. Foi a sociedade civil destes países quem fez o papel de arauto<br />

da mensagem junto dos governos. Noutros casos, por exemplo, nos países socialistas, estados<br />

de sistema de partido único, o apoio veio dos governos e dos partidos. No caso dos países<br />

nórdicos, a ajuda veio, em primeira instância, por intermédio dos c<strong>on</strong>tactos entre as próprias<br />

pessoas. Foi a sociedade civil que nos c<strong>on</strong>tactou, o que fez muita diferença em termos de<br />

apoio. 34<br />

Centrando a sua atenção nas lutas de libertação nas colónias portuguesas, o Comité da<br />

África do Sul de Lund seguia, já desde 1966, a situação em Angola. 35 Mais para o fim<br />

da década de sessenta, a publicação mensal socialista Kommentar, lançada em 1968, formou<br />

um grupo de estudo sobre África. Depois de começar por se virar para a Etiópia, o<br />

Quénia e o Zimbabué 36 , estabeleceu c<strong>on</strong>tacto com Angola e o MPLA, por intermédio<br />

30. Em 1970, os Grupos de África tinham menos de cem membros (Sören Lindh: ”AGIS” organisatoriska historia:<br />

En subjektiv beskrivning”/”A história dos AGIS: Uma descrição subjectiva”, Diskussi<strong>on</strong>sunderlag/Material para<br />

debate, AGIS, C<strong>on</strong>ferência de Inverno de 1982 (sem indicação de local nem data) (AGA). Uma década mais tarde,<br />

quando já havia dezassete grupos locais em vez de quatro, já se havia atingido os mil membros (ibid).<br />

31. Ibid.<br />

32. Entrevista com Sören Lindh, p. 306.<br />

33. Entrevista com Hillevi Nilss<strong>on</strong>, pp. 327–29.<br />

34. Entrevista com Alberto Ribeiro-Kabulu, pp. 29–30. Ver também a entrevista com Paulo Jorge, p. 15.<br />

35. Em 1966, o Comité da África do Sul de Lund, que se c<strong>on</strong>stituiu em Grupo de África em 1970, recebeu a visita<br />

de Pedro Gomes Higino do MPLA e, ainda nesse mesmo ano, o boletim informativo Syd- och Sydvästafrika publicou<br />

uma actualização sobre o MPLA e um perfil de Agostinho Neto (Syd- och Sydvästafrika, Nos. 7–8 e 10, 1966). Foi<br />

publicada uma série de artigos sobre Angola e o MPLA, no boletim, que passou a chamar-se Södra Afrika Informati<strong>on</strong>sbulletin<br />

em 1967.<br />

36. Entrevista com Hillevi Nilss<strong>on</strong>, p. 326.

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