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Book 2.indb - The Nordic Documentation on the Liberation Struggle ...

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Ajuda limitada<br />

MPLA de Angola:<br />

Um caminho mais difícil<br />

Na África Austral a Guerra de Trinta Anos pelo poder para a maioria e pela libertação<br />

naci<strong>on</strong>al, começou, no caso de Angola, a chamada ”jóia da coroa imperial portuguesa” 1 ,<br />

em Fevereiro–Março de 1961, quando o Movimento Popular de Libertação de Angola<br />

(MPLA) 2 atacou as prisões de Luanda e a FNLA 3 inspirou levantamentos populares em<br />

z<strong>on</strong>as rurais no norte do País. Na Suécia, esses ac<strong>on</strong>tecimento levaram, no mesmo ano,<br />

à primeira manifestação popular alargada de solidariedade para com a causa naci<strong>on</strong>alista<br />

na região 4 , a chamada ”Ajuda a Angola”, lançada pelo jornal liberal Expressen em prol do<br />

MPLA. 5 Durante algum tempo, a campanha teve um enorme êxito mas, pouco depois, a<br />

luta de Angola foi ensombrada pela questão do apar<strong>the</strong>id na África do Sul e, até meados<br />

da década de 60, foi quase esquecida. Reintroduzida em 1966 pelo Comité da África do<br />

Sul de Lund e pelo boletim informativo Syd- och Sydvästafrika, o movimento de solidariedade<br />

passaria, a partir dessa altura, a apoiar o MPLA de Agostinho Neto, enquanto o<br />

Partido Social Democrata, no poder na altura teve c<strong>on</strong>tactos breves mas profundos com a<br />

UNITA de J<strong>on</strong>as Savimbi, e a oposição do Partido Liberal estabeleceu, no final dos anos<br />

sessenta, relaci<strong>on</strong>amentos mais duradouros com o FNLA de Holden Roberto. 6<br />

Seja como for, e sem c<strong>on</strong>tactos directos com os líderes das organizações angolanas, e<br />

na ausência duma questão mobilizadora interna de grande alcance, a exemplo do projecto<br />

de Cahora Bassa 7 em Moçambique, a situação em Angola era, em finais da década<br />

de sessenta, menos c<strong>on</strong>hecida na Suécia do que as lutas na Guiné-Bissau ou em Moçambique.<br />

Assim, enquanto a situação em Angola não era alvo de referência directa, tanto<br />

1. Pedro Pezerat Correia: Descol<strong>on</strong>ização de Angola: A jóia da coroa do Império Português, Inquérito, Lisboa, 1991.<br />

2. Para mais informações sobre a criação do MPLA, c<strong>on</strong>sulte Lúcio Lara: Um Amplo Movimento...: Itinerário do<br />

MPLA através de Documentos e Anotações, Volume I – Até Fevereiro de 1961, LitoTipo, Luanda, 1998. Esta compilação,<br />

feita por um dos mais destacados intelectuais e líderes políticos angolanos, é uma obra inigualável, sobre as<br />

origens do movimento naci<strong>on</strong>alista angolano.<br />

3. A UPA (União das Populações de Angola) foi resp<strong>on</strong>sável pelas insurreições no norte de Angola em Março de 1961.<br />

Juntamente com o pequeno Partido Democrático de Angola (PDA), formou no ano seguinte a Frente Naci<strong>on</strong>al de<br />

Libertação de Angola (FNLA).<br />

4. O Fundo para as Vitimas da Opressão Racial na África Austral havia sido c<strong>on</strong>stituído em Setembro de 1959 e o<br />

Comité Sueco para a África do Sul foi formado em Março de 1961.<br />

5. Ibid., pp. 384–94.<br />

6. J<strong>on</strong>as Savimbi fez uma curta visita à Suécia em Junho de 1967. A primeira visita de Agostinho Neto realizou-se<br />

em Julho de 1970, a seguir à C<strong>on</strong>ferência Internaci<strong>on</strong>al de Apoio aos Povos das Colónias Portuguesas, que se realizou<br />

em Roma, Itália. Olof Palme e o presidente do MPLA também se enc<strong>on</strong>traram em Lusaca, durante a visita oficial<br />

do primeiro ministro sueco à Zâmbia, em Setembro de 1971. Neto viria, ao l<strong>on</strong>go dos anos, a fazer várias visitas à<br />

Suécia. Holden Roberto visitou, por fim e pela primeira vez, a Suécia em Novembro de 1971.<br />

7. Não havia investimentos suecos em Angola e o comércio externo entre os dois países era muito reduzido. Quando<br />

o movimento internaci<strong>on</strong>al de solidariedade, em resposta a um apelo do MPLA, lançou no início dos anos setenta<br />

um boicote c<strong>on</strong>tra o café de Angola, os Grupos de África resp<strong>on</strong>deram que ”não há ainda bases para uma tal campanha<br />

na Suécia” (Grupos de África da Suécia: ”Circular Nº 7”, (sem indicação de local), 20 de Dezembro de 1972)<br />

(AGA). Cf. a entrevista com Hillevi Nilss<strong>on</strong>, p. 328

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