Book 2.indb - The Nordic Documentation on the Liberation Struggle ...
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A FRELIMO de Moçambique: Abrir um caminho<br />
A gozar uma sauna na residência do primeiro ministro em Harpsund, em Abril de 1977<br />
(da esquerda para a direita): o chefe do protocolo, Sven Fredrik Hedin, o primeiro ministro,<br />
Thorbjörn Fälldin, o Presidente de Moçambique, Samora Machel, o Ministro para a<br />
Cooperação, Ola Ullsten e o adido de negócios (Maputo), Göran Hasselmark.<br />
(Foto: Sören Lindell/Folket)<br />
Um ano volvido sobre a independência de Moçambique, o Partido Social Democrata<br />
perdeu as eleições legislativas na Suécia, e subiu ao poder um governo de coligação nãosocialista,<br />
encabeçado pelo líder do Partido do Centro, Thorbjörn Fälldin. C<strong>on</strong>tudo, a<br />
mudança de governo não levou a qualquer alteração nas políticas suecas relativamente à<br />
África Austral. Além do próprio Fälldin 230 , no governo estavam várias pessoas que tinham<br />
participado afincadamente no antigo movimento de solidariedade com a África Austral<br />
em geral, e com a FRELIMO em particular, o que foi particularmente verdade no caso<br />
de Ola Ullsten, do Partido Liberal, que viria a ser nomeada Ministro para a Cooperação<br />
para o Desenvolvimento Internaci<strong>on</strong>al. 231 Quando o presidente Samora Machel fez a sua<br />
primeira visita oficial à Suécia em Abril de 1977, foi recebido como um amigo do país. 232<br />
(”Acordo entre o governo da República Popular de Moçambique e os Grupos de África da Suécia relativo ao recrutamento<br />
na Suécia de pessoal com formação, para trabalhar, de forma solidária, em Moçambique”; original em língua<br />
inglesa) (AGA). Três meses mais tarde, no c<strong>on</strong>gresso anual da organização de solidariedade, foi decidido organizar<br />
o recrutamento como actividade independente, acabando por ser formada a Organização de Recrutamento dos<br />
Grupos de África ou, em sueco, Afrikagruppernas Rekryteringsorganisati<strong>on</strong> (ARO). Começando com dez cooperantes<br />
em 1977, a ARO c<strong>on</strong>seguiria c<strong>on</strong>gregar, a partir do início dos anos oitenta, cerca de 70 profissi<strong>on</strong>ais, entre os quais<br />
médicos, engenheiros, etc., a trabalhar em Moçambique, Angola, na Guiné-Bissau, em Cabo Verde e no Zimbabué<br />
(”ARO: En Historia om Bistånd”/”ARO: Um historial de ajuda para o desenvolvimento” em Afrikabulletinen, Nº<br />
2, Maio de 1989, pp. 4–5). Muitas dessas pessoas deram ajudas preciosas nos acampamentos do ANC e da SWAPO<br />
na Tanzânia e em Angola. Participando em acções práticas de solidariedade e financiada pela ASDI, a partir do final<br />
dos anos setenta, a ARO desempenhou um papel importante no colmatar do hiato inicial entre o movimento de<br />
solidariedade das ONGs, a ASDI e o governo sueco.<br />
230. A partir do início da década de setenta, Fälldin apresentara, em c<strong>on</strong>junto com o presidente do grupo Liberal,<br />
Gunnar Helén, moções parlamentares a favor do aumento da ajuda sueca aos movimentos de libertação da África<br />
Austral.<br />
231. Após uma visita à Tanzânia em 1964, Ullsten, na altura presidente da Liga de Juventude do Partido Liberal,<br />
escreveu no Dagens Nyheter que ”dificilmente se escolheria um projecto melhor planeado do que o Instituto Moçambicano”<br />
(Ola Ullsten: ”Strid flyktingström från Moçambique” (”Corrente de refugiados de Moçambique”), em<br />
Dagens Nyheter, 13 de Dezembro de 1964).<br />
232. Entrevistado em Abril de 1996, Sérgio Vieira recordou: ”Em 1977, chegou ao poder na Suécia um governo<br />
c<strong>on</strong>servador. O primeiro ministro era o Sr. Fälldin. Fui encarregue pelo nosso governo de preparar uma visita oficial<br />
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