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Book 2.indb - The Nordic Documentation on the Liberation Struggle ...

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196<br />

Tor Sellström<br />

sos mais tenazes apoiantes” e que ”os suecos tinham frequentemente um c<strong>on</strong>hecimento<br />

melhor da nossa situação do que muitos países africanos”. 129 Para esta situação c<strong>on</strong>tribuiu<br />

o diálogo estreito entre as duas partes, mas também as visitas feitas por vários jornalistas<br />

suecos às z<strong>on</strong>as libertadas, na companhia de representantes destacados da FRELIMO. As<br />

suas impressões foram amplamente divulgadas através da comunicação social sueca.<br />

Por exemplo, em Novembro de 1971, Lennart Malmer e Ingela Romare 130 , que durante<br />

três semanas foram acompanhados por Joaquim Chissano 131 , filmaram um documentário<br />

para a empresa de televisão oficial sueca, na província de Cabo Delgado. Em<br />

c<strong>on</strong>junto com os seus trabalhos anteriores sobre as lutas de libertação na África Austral 132 ,<br />

o documentário de uma hora, que passou na televisão no início de 1972, com o título<br />

”As balas começam a florir no nosso país” 133 , ”desempenhou um papel extremamente<br />

importante na formação de opinião na Suécia sobre este assunto”. 134 Anders Johanss<strong>on</strong><br />

do Dagens Nyheter voltou também em Junho de 1974 às z<strong>on</strong>as que tinha visitado, pela<br />

primeira vez, na companhia de Eduardo M<strong>on</strong>dlane, em Fevereiro de 1968, e documentou<br />

os avanços da FRELIMO, para um público leitor mais vasto. 135<br />

O ano de 1973 viria, em larga medida, a c<strong>on</strong>stituir o ano da aceitação oficial da<br />

FRELIMO na Suécia e nos outros países nórdicos. Em Abril de 1973, a C<strong>on</strong>ferência<br />

das Nações Unidas/OUA sobre Col<strong>on</strong>ialismo e Apar<strong>the</strong>id na África Austral 136 realizouse<br />

sob a égide do governo da Noruega. 137 Descrita pela FRELIMO como ”uma notável<br />

c<strong>on</strong>gregação de forças da opinião pública de todo o mundo, em apoio à luta de libertação<br />

em África” 138 , o movimento moçambicano estava particularmente satisfeito. De visita ao<br />

Ministério dos Negócios Estrangeiros sueco em Estocolmo, após a c<strong>on</strong>ferência, o vice<br />

presidente Marcelino dos Santos descreveu o evento como ”uma vitória”, nomeadamente<br />

do p<strong>on</strong>to de vista do direito dos movimentos de libertação a representar os povos dos<br />

129. Entrevista com Joaquim Chissano, p. 39.<br />

130. Logo no início de 1969, Malmer e Romare visitaram a Beira para rodar um programa de televisão sobre o<br />

sistema col<strong>on</strong>ial português, mas foram expulsos quatro dias volvidos (Lennart Malmer e Ingela Romare: ”Filmar a<br />

nova sociedade em Mozambique Revoluti<strong>on</strong>, Nº 49, Outubro-Dezembro de 1971, p. 18, e Malmer e Romare: ”Das<br />

mais belas experiências das nossas vidas” em A Voz da Revolução, Nº 6, Novembro-Dezembro de 1971).<br />

131. C<strong>on</strong>versa telefónica com Lennart Malmer, 7 de Outubro de 1999, e FRELIMO: Boletim de Informação, Nº<br />

71, 30 de Dezembro de 1971, p. 9 (AHM). Em Maio de 1996, o presidente Chissano invocou com muito destaque<br />

a visita feita pela equipa da televisão sueca (entrevista com Joaquim Chissano, p. 39).<br />

132. Em 1969, Malmer e Romare produziram dois documentários sobre a África Austral para a empresa pública<br />

de televisão sueca, com o título ”Södra Afrika: Ett nytt Vietnam?” (”África Austral: Outro Vietname?”) e ”Vi älskar<br />

frihet mer än fred” (”Amamos a liberdade mais do que a paz”). Este último programa apresentava aos telespectadores<br />

o ANC da Africa do Sul, a SWAPO da Namíbia e a FRELIMO. Em 1971, a sua produção ”Moçambique är vårt<br />

Land” (”O nosso país é Moçambique”), dividida em cinco partes e versando sobre a FRELIMO e a luta de libertação<br />

dos moçambicanos, familiarizou ainda mais o público sueco com a causa naci<strong>on</strong>alista em Moçambique.<br />

133. Lennart Malmer och Ingela Romare: ”I vårt land börjar kulorna blomma”, Sveriges Televisi<strong>on</strong> (SVT), 1972.<br />

134. Ulf v<strong>on</strong> Strauss: ”Till olydnadens lov: Lennart Malmers filmarskap” (”O Elogio da desobediência: A arte cinematográfica<br />

de Lennart Malmer”) em Film & TV, Nº 2, 1991, p. 8.<br />

135. Ver Anders Johanss<strong>on</strong>: ”På marsch med gerillan” (”Marcha com as guerrilhas”) em Dagens Nyheter, 19 de Julho<br />

de 1974. Tal como as impressões de Malmer e Romare, os relatos de Johanss<strong>on</strong> foram destacados pela FRELIMO.<br />

Ver Anders Johanss<strong>on</strong>: ”O povo c<strong>on</strong>tinua a ser bombardeado” em Mozambique Revoluti<strong>on</strong>, Nº 59, Abril-Junho de<br />

1974, p. 6, e Johanss<strong>on</strong>: ”O progresso é evidente” em A Voz da Revolução, Nº 22, Maio-Julho de 1971, p. 12.<br />

136. O título da c<strong>on</strong>ferência Nações Unidas/OUA era ”C<strong>on</strong>ferência internaci<strong>on</strong>al para apoio às vítimas do col<strong>on</strong>ialismo<br />

e do apar<strong>the</strong>id na África Austral”.<br />

137. Para mais informações sobre a c<strong>on</strong>ferência de Oslo, c<strong>on</strong>sulte Eriksen em Eriksen (ed.) op. cit., pp. 56–72. Os<br />

documentos da c<strong>on</strong>ferência foram publicados em dois volumes pelo Instituto Escandinavo de Estudos Africanos<br />

(Olav Stokke e Carl Widstrand (eds): <str<strong>on</strong>g>The</str<strong>on</strong>g> UN-OAU C<strong>on</strong>ference <strong>on</strong> Sou<strong>the</strong>rn Africa, Oslo, 9–14 April 1973 (”A<br />

C<strong>on</strong>ferência Nações Unidas-OUA sobre a África Austral, Oslo, 9–14 de Abril de 1973”), Instituto Escandinavo de<br />

Estudos Africanos, Uppsala, 1973).<br />

138. ”A C<strong>on</strong>ferência de Oslo: Uma grande vitória” em Mozambique Revoluti<strong>on</strong>, Nº 55, Abril-Junho de 1973, p.<br />

19.

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