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Book 2.indb - The Nordic Documentation on the Liberation Struggle ...

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A FRELIMO de Moçambique:<br />

Abrir um caminho<br />

Os M<strong>on</strong>dlane, a Suécia e a luta em Moçambique<br />

Enquanto que os c<strong>on</strong>tactos mais extensos entre a Suécia e o movimento de libertação<br />

na Guiné-Bissau só se estabeleceram nos finais da década de sessenta, o relaci<strong>on</strong>amento<br />

com o parceiro do PAIGC na CONCP, a FRELIMO, vinham de mais l<strong>on</strong>ge. Iniciados<br />

também ao mais alto nível político, datavam de Setembro de 1964, altura em que<br />

o presidente da FRELIMO, Eduardo M<strong>on</strong>dlane, efectuou a primeira visita à Suécia.<br />

M<strong>on</strong>dlane foi, na verdade, o primeiro líder nomeado dum movimento de libertação da<br />

África Austral a apresentar pessoalmente o seu caso ao público sueco, criando rapidamente<br />

uma base de apoio no país.<br />

Começando por se endereçar aos movimentos de juventude e estudantil, o presidente<br />

da FRELIMO e a sua mulher Janet (directora do Instituto Moçambicano em Dar es<br />

Salaam, na Tanzânia) souberam alargar, com grande destreza, o debate na Suécia, por<br />

forma a nele incluir a situação nas colónias portuguesas. Daí resultou que o Instituto<br />

Moçambicano tivesse, durante o ano fiscal de 1964–65, sido incluído no grupo das<br />

instituições a receber a primeira dotação orçamental oficial sueca para ajuda humanitária<br />

à África Austral, o chamado ”milhão dos refugiados”. 1 Dada sob a forma de ajuda em dinheiro,<br />

a primeira c<strong>on</strong>tribuição para as actividades educativas do Instituto Moçambicano<br />

foi c<strong>on</strong>cedida em Maio de 1965. O apoio foi depois suspenso, após o encerramento da<br />

escola secundária do instituto, em Março de 1968. 2 Por essa altura tinha já sido c<strong>on</strong>cedido<br />

um total de 1,7 milhões de coroas suecas, o que corresp<strong>on</strong>de aproximadamente a<br />

15 por cento do total da ajuda humanitária sueca à África Austral durante o quinquénio<br />

1964–65 – 1968–69. Daí que a FRELIMO tenha, através do instituto, sido o principal<br />

destinatário de ajuda oficial sueca, anos antes da decisão de o parlamento c<strong>on</strong>ceder ajuda<br />

directa aos movimentos de libertação da África Austral e ao PAIGC. Na verdade, a experiência<br />

positiva de ajuda à escola da FRELIMO acabaria por influenciar a decisão tomada<br />

em 1969. A declaração feita pela Comissão Parlamentar Permanente das Dotações fazia<br />

referência explícita ao ”apoio já dado ao Instituto Moçambicano”. 3<br />

1. Thord Palmlund, que foi primeiro secretário do Comité C<strong>on</strong>sultivo para Ajuda Humanitária, publicou em 1999<br />

as suas memórias do início da ajuda humanitária oficial sueca à África Austral, incluindo o ”milhão dos refugiados”<br />

(Thord Palmlund: ”Ullas Milj<strong>on</strong> och Så Vidare”/”O milhão da Ulla e não só” em Sida-seniorerna: ... Och världen<br />

växte: Biståndet som vi minns det/”... E o Mundo cresceu: Ajuda como nos lembramos dela”, em Sida-seniorerna,<br />

Uppsala, 1999, pp. 268–80).<br />

2. O Instituto Moçambicano foi inicialmente criado como uma escola secundária, desenvolvendo-se na segunda<br />

metade da década de sessenta, para se transformar numa instituição técnica e de angariação de fundos, coordenando<br />

a actividade civil da FRELIMO nas áreas da educação, saúde, segurança social e desenvolvimento ec<strong>on</strong>ómico entre<br />

os refugiados moçambicanos na Tanzânia e também nas z<strong>on</strong>as libertadas do norte de Moçambique. A ajuda sueca ao<br />

Instituto destinava-se à escola secundária em Dar es Salaam (também c<strong>on</strong>hecida como Instituto Moçambicano) e às<br />

actividades educativas no interior de Moçambique. As outras actividades mantiveram-se mas a escola secundária em<br />

Dar es Salaam foi encerrada em Março de 1968.<br />

3. Parlamento sueco, 1969: Declaração nº. 82/1969 pela Comissão das Dotações, p. 24.

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