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Book 2.indb - The Nordic Documentation on the Liberation Struggle ...

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102<br />

Tor Sellström<br />

além de debates com o SUL e com as ligas de juventude do Partido Social Democrata,<br />

dos Centristas e do Partido Liberal, M<strong>on</strong>dlane proferiu um discurso perante os estudantes<br />

na Universidade de Estocolmo, subordinado ao tema ”O movimento de libertação<br />

na África Austral e Oriental” e outro perante os estudantes universitários de Uppsala,<br />

subordinado ao tema ”A estratégia de libertação na África Austral”. 109<br />

O discurso de Eduardo M<strong>on</strong>dlane na Universidade de Uppsala a 16 de Setembro de<br />

1965 teria, impacto especial sobre a emergente opinião pública de solidariedade com<br />

Moçambique. Usando ”uma linguagem muito clara e sincera”, 110 criticou tanto o SUL<br />

como os Comités Suecos para a África Austral por c<strong>on</strong>centrarem quase exclusivamente a<br />

sua atenção na África do Sul e do Sudoeste, dizendo:<br />

É uma ilusão achar que o problema da África do Sul é independente dos territórios portugueses<br />

de Angola e Moçambique, ou do Sul da Rodésia, e que pode ser resolvido sem a sua<br />

libertação. É portanto desejável que o movimento sueco para a África Austral inclua também<br />

esses territórios nas suas actividades. 111<br />

Para além disso, M<strong>on</strong>dlane fez um apelo muito forte no sentido de os estudantes mostrarem,<br />

de forma mais empenhada e activa, a sua solidariedade:<br />

Angariem fundos! Dêem-nos armas! Na Suécia produz-se armamento de excelente qualidade,<br />

mas apenas para ganhar dinheiro. Agora, dispõe de uma melhor saída para essas armas. [...]<br />

Todos vós sois também precisos para o nosso programa de formação. Venham ao nosso centro<br />

de formação para refugiados na Tanzânia! Completados quatro anos de estudos universitários<br />

podeis dedicar-nos um ano do vosso tempo. Noventa e cinco por cento da população de Moçambique<br />

é analfabeta e precisamos de todos os recursos disp<strong>on</strong>íveis. 112<br />

Muito como resultado das críticas de M<strong>on</strong>dlane, o Comité de África do Sul de Lund decidiu,<br />

no princípio de 1966 ”após uma reflexão madura” que o boletim informativo Syd-<br />

och Sydvästafrika passaria, a partir daí, a cobrir também ”os outros países da África Austral”,<br />

com o argumento de ”se ter c<strong>on</strong>statado que os vossos problemas estão intimamente<br />

relaci<strong>on</strong>ados com a situação na África do Sul”. 113 Posteriormente foram publicados vários<br />

artigos sobre as guerras portuguesas em África, sobre Angola, a Guiné-Bissau e Moçambique.<br />

Em 1966, o boletim apresentou uma ”Panorâmica” da situação em Moçambique,<br />

incluindo uma apresentação da FRELIMO 114 , e uma ”Anatomia da guerra” no país 115 ,<br />

o que marcou o início de uma cobertura cada vez mais intensa da luta de libertação nas<br />

colónias portuguesas, à medida que a situação na África do Sul e na Namíbia em finais<br />

109. SUL: ”Programa para o Dr. Eduardo M<strong>on</strong>dlane”.<br />

110. Dagens Nyheter, 17 de Setembro de 1965.<br />

111. Citado no Dagens Nyheter, 17 de Setembro de 1965. M<strong>on</strong>dlane frisou sempre esta questão junto de todos os<br />

seus c<strong>on</strong>tactos na Suécia. Numa carta a David Wirmark de Novembro de 1964, ou seja, após a sua primeira visita,<br />

escreveu, por exemplo, que ”o interesse que o povo escandinavo tem mostrado até agora pela luta dos povos da África<br />

Austral está quase exclusivamente c<strong>on</strong>centrado na África do Sul. Não invejamos essa preferência pelos nossos irmãos<br />

da África do Sul, porque a sua liberdade é também a nossa. Mas agora que alguns de entre vós já c<strong>on</strong>hecem algumas<br />

das necessidades dos povos da z<strong>on</strong>a da África Austral mais em geral, esperamos que possam alargar a vossa ajuda de<br />

modo a abarcar-nos nela” (carta de Eduardo M<strong>on</strong>dlane a David Wirmark, Dar es Salaam, 19 de Novembro de 1964)<br />

(AHM) Mais do que qualquer outro líder da África Austral em meados dos anos 60, M<strong>on</strong>dlane insistiu de forma<br />

coerente na necessidade do movimento de solidariedade sueca alargar a sua acção passando a incluir, além da África<br />

do Sul, toda a África Austral.<br />

112. Ibid.<br />

113. Comité de Lund para a África do Sul: ”Klubbmeddelande” (”Informação aos membros”), Nº 2/66, Lund, 22<br />

de Abril de 1966 (AJC).<br />

114. Syd- och Sydvästafrika, Nº3, 1966.<br />

115. Syd- och Sydvästafrika, Nº 4, 1966.

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