UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO - Escola de Minas ...
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<strong>UNIVERSIDA<strong>DE</strong></strong> <strong>FE<strong>DE</strong>RAL</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>PRETO</strong><br />
ESCOLA <strong>DE</strong> MINAS – EM<br />
COLEGIADO DO CURSO <strong>DE</strong> ENGENHARIA <strong>DE</strong><br />
CONTROLE E AUTOMAÇÃO - CECAU<br />
CONTROLE <strong>DE</strong> NÍVEL NO MOL<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> LINGOTAMENTO CONTÍNUO<br />
MONOGRAFIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO EM<br />
ENGENHARIA <strong>DE</strong> CONTROLE E AUTOMAÇÃO<br />
ANGELA CLÁUDIA MARTIN DUARTE<br />
Ouro Preto, 2005
ANGELA CLÁUDIA MARTIN DUARTE<br />
CONTROLE <strong>DE</strong> NÍVEL NO MOL<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> LINGOTAMENTO CONTÍNUO<br />
Orientador: Paulo M. <strong>de</strong> Barros Monteiro<br />
Co-Orientador: Carlos Antônio da Silva<br />
Ouro Preto<br />
<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> – UFOP<br />
Julho / 2005<br />
Monografia apresentada ao curso <strong>de</strong><br />
Engenharia <strong>de</strong> Controle e Automação da<br />
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Ouro Preto<br />
como parte dos requisitos para obtenção<br />
<strong>de</strong> grau em Engenheira <strong>de</strong> Controle e<br />
Automação.
iii
“Não basta ter belos sonhos para realizá-los. Mas ninguém<br />
realiza gran<strong>de</strong>s obras se não for capaz <strong>de</strong> sonhar gran<strong>de</strong>. Po<strong>de</strong>mos<br />
mudar nosso <strong>de</strong>stino, se nos <strong>de</strong>dicarmos à luta pela realização <strong>de</strong><br />
nossos i<strong>de</strong>ais. É preciso sonhar, mas com a condição <strong>de</strong> crer em nosso<br />
sonho; <strong>de</strong> examinar com atenção a vida real; <strong>de</strong> confrontar nossa<br />
observação com nosso sonho; <strong>de</strong> realizar, escrupulosamente nossa<br />
fantasia. Sonhos, acredite neles.”<br />
(Lenin)<br />
Dedico este trabalho aos meus pais, que estiveram sempre ao<br />
meu lado me apoiando e incentivando, que não só acreditaram no meu<br />
sonho, mas também sonharam comigo. A vocês, todo meu amor e<br />
gratidão.<br />
iv
AGRA<strong>DE</strong>CIMENTOS<br />
São muitas pessoas que ao longo <strong>de</strong>sses anos <strong>de</strong> Ouro Preto <strong>de</strong>ixaram<br />
contribuições que com certeza vou levar. É nisso que está o encanto da vida, apren<strong>de</strong>r<br />
com as pessoas que nos cercam, com as situações que vivemos, com as dificulda<strong>de</strong>s que<br />
enfrentamos.<br />
Agra<strong>de</strong>ço aos meus amigos Fred, Scooby, Ceguera, Pablo e Falamansa<br />
por dividirem comigo gran<strong>de</strong>s momentos da minha vida acadêmica, por me mostrarem<br />
o verda<strong>de</strong>iro sentido <strong>de</strong> trabalhar em grupo e claro por todos os momentos <strong>de</strong><br />
“danação”.<br />
Iara, Michele e Paula por todo companheirismo, pelas conversas, pelo<br />
apoio e por tornarem muito mais agradável minha vivência em Ouro Preto.<br />
Minha gran<strong>de</strong> amiga e sócia Micheli, que esteve sempre presente em<br />
todas as situações. Levo com muito carinho a amiza<strong>de</strong> que construímos nesses anos.<br />
Aos amigos Carlos, Regiane e Mônica.<br />
Meus irmãos Adryana e Júnior, a quem sempre vou agra<strong>de</strong>cer pelo amor,<br />
amiza<strong>de</strong> e cumplicida<strong>de</strong>.<br />
E ainda Gui, que em pouco tempo, se tornou uma pessoa muito especial.<br />
Valeu pelo incentivo, pela ótima companhia, pelo carinho e claro, pela paciência.<br />
Muitas pessoas contribuíram pra que essa vitória fosse possível, por isso<br />
fica aqui minha eterna gratidão a todos que fizeram parte da realização <strong>de</strong>sse sonho.<br />
v
SUMÁRIO<br />
LISTA <strong>DE</strong> FIGURAS................................................................................................VIII<br />
LISTA <strong>DE</strong> TABELAS ..................................................................................................IX<br />
LISTA <strong>DE</strong> GRÁFICOS................................................................................................. X<br />
LISTA <strong>DE</strong> SIGLAS ......................................................................................................XI<br />
RESUMO....................................................................................................................XIII<br />
ABSTRACT................................................................................................................XIV<br />
I. INTRODUÇÃO................................................................................................... 1<br />
1.1 Objetivos................................................................................................... 1<br />
1.2 Justificativa ............................................................................................... 2<br />
1.3 Metodologia Adotada ............................................................................... 3<br />
1.4 Estrutura do Trabalho ............................................................................... 3<br />
II. LINGOTAMENTO CONTÍNUO ..................................................................... 5<br />
2.1 Breve Histórico do Processo <strong>de</strong> Lingotamento Contínuo......................... 5<br />
2.2 A Máquina <strong>de</strong> Lingotamento Contínuo .................................................... 6<br />
2.3 O Processo <strong>de</strong> Lingotamento Contínuo .................................................... 9<br />
III. COMPORTAMENTO DO FLUIDO NO MOL<strong>DE</strong>....................................... 11<br />
3.1 Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Fluxo no Mol<strong>de</strong>................................................................... 11<br />
3.2 Problemas <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> ......................................................................... 13<br />
3.3 Controle <strong>de</strong> Nível no Mol<strong>de</strong> ................................................................... 14<br />
IV. MO<strong>DE</strong>LAGEM MATEMÁTICA ................................................................... 18<br />
4.1 Elemento Sensor ..................................................................................... 19<br />
4.1.1 Dispositivos do tipo capacitivo...................................................... 21<br />
vi
4.1.2 Sensor <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> capacitivo................................................. 23<br />
4.1.3 Mo<strong>de</strong>lo do sensor <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong>................................................. 25<br />
4.2 Elemento Atuador................................................................................... 25<br />
4.2.1 Válvula <strong>de</strong> controle........................................................................ 25<br />
4.2.2 Válvula gaveta ............................................................................... 27<br />
4.2.3 Mo<strong>de</strong>lo da válvula gaveta.............................................................. 28<br />
4.3 Mo<strong>de</strong>lagem da Planta.............................................................................. 30<br />
V. PROJETO DO CONTROLADOR.................................................................. 33<br />
5.1 Classificação dos Controladores............................................................. 33<br />
5.1.1 Controle on-off .............................................................................. 33<br />
5.1.2 Controle proporcional (P) .............................................................. 34<br />
5.1.3 Controle proporcional-integral (PI) ............................................... 35<br />
5.1.4 Controle proporcional-<strong>de</strong>rivativo (PD).......................................... 36<br />
5.1.5 Controle proporcional-integral-<strong>de</strong>rivativo (PID)........................... 38<br />
5.2 Sintonia <strong>de</strong> Controladores – Método <strong>de</strong> Ziegler-Nichols ....................... 39<br />
5.2.1 1º Método: Sintonia baseada na resposta em malha fechada......... 40<br />
5.2.1 2º Método: Sintonia baseada na resposta em malha aberta ........... 41<br />
5.3 Sintonia do Controlador <strong>de</strong> Nível ........................................................... 42<br />
VI. MO<strong>DE</strong>LO E SIMULAÇÃO............................................................................. 46<br />
6.1 Resposta em Malha Aberta..................................................................... 46<br />
6.2 Resposta em Malha Fechada................................................................... 47<br />
6.2.1 Método baseado na resposta em malha fechada ............................ 48<br />
6.2.2 Método baseado na resposta em malha aberta............................... 51<br />
6.3 Mo<strong>de</strong>lo Proposto..................................................................................... 53<br />
VII. CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES FINAIS........................................................................... 55<br />
VIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................ 56<br />
vii
LISTA <strong>DE</strong> FIGURAS<br />
Figura 2. 1 – Lay-out <strong>de</strong> uma máquina <strong>de</strong> lingotamento contínuo 8<br />
Figura 3. 1 – Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> fluxo e tipos <strong>de</strong> bocal (SEN – Submerged Entry Nozzle) 12<br />
Figura 3. 2 – Controle <strong>de</strong> nível no processo <strong>de</strong> lingotamento contínuo 15<br />
Figura 3. 3 – Diagrama blocos do sistema 16<br />
Figura 4. 1 – Capacitor cilíndrico 22<br />
Figura 4. 2 – Capacitores cilíndricos ligados em paralelo 22<br />
Figura 4. 3 – Sensor <strong>de</strong> Proximida<strong>de</strong> Capacitivo 24<br />
Figura 4. 4 – Detecção do Nível <strong>de</strong> Líquido 24<br />
Figura 4. 5 – Stopper Rod utilizado no controle <strong>de</strong> fluxo 27<br />
Figura 4. 6 – Válvula Gaveta – Forma básica 28<br />
Figura 4. 7 – Diagrama <strong>de</strong> blocos, sem o elemento controlador 32<br />
Figura 5. 1 – Resposta para diferentes valores <strong>de</strong> KP<br />
Figura 5. 2 – Resposta para diferentes valores <strong>de</strong> τi<br />
Figura 5. 3 – Resposta para diferentes valores <strong>de</strong> τd<br />
Figura 5. 4 – Ajuste do PD para combinações <strong>de</strong> KP (representado por KC) e τd<br />
Figura 5. 5 – Resposta <strong>de</strong> um controlador PID 39<br />
Figura 5. 6 – Oscilação mantida com período Pcrit - Determinação <strong>de</strong> Kcrit<br />
Figura 5. 7 – Curva <strong>de</strong> resposta em malha aberta em <strong>de</strong>grau unitário 41<br />
Figura 6. 1 – Diagrama <strong>de</strong> Blocos Final 54<br />
viii<br />
34<br />
36<br />
37<br />
38<br />
40
LISTA <strong>DE</strong> TABELAS<br />
Tabela 4. 1 – Classificação das Medidas <strong>de</strong> Nível 21<br />
Tabela 5. 1 – Regra <strong>de</strong> sintonia baseada na resposta em malha fechada 41<br />
Tabela 5. 2 – Regra <strong>de</strong> sintonia baseada na resposta em malha aberta 42<br />
Tabela 5. 3 – Parâmetros do controlador pela regra <strong>de</strong> sintonia em malha fechada 43<br />
Tabela 5. 4 – Parâmetros do controlador pela regra <strong>de</strong> sintonia em malha fechada 45<br />
ix
LISTA <strong>DE</strong> GRÁFICOS<br />
Gráfico 4.1 – Abertura da válvula x Deslocamento (Equação Não Linear) 29<br />
Gráfico 4. 2 – Aproximação linear para a equação <strong>de</strong> abertura da válvula 30<br />
Gráfico 5. 1 – Resposta em <strong>de</strong>grau dos sistema para Kcrit = 22,4 43<br />
Gráfico 5. 2 – Resposta em <strong>de</strong>grau 44<br />
Gráfico 5. 3 – Determinação <strong>de</strong> L e T 45<br />
Gráfico 6. 1 – Resposta em malha aberta 46<br />
Gráfico 6. 2 – Controlador P 48<br />
Gráfico 6. 3 – Controlador PI 49<br />
Gráfico 6. 4 – Controlador PD 49<br />
Gráfico 6. 5 – Controlador PID 50<br />
Gráfico 6. 6 – Controlador P 51<br />
Gráfico 6. 7 – Controlador PI 52<br />
Gráfico 6. 8 – Controlador PID 52<br />
Gráfico 6. 9 – Controlador PID do sistema <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> nível 54<br />
x
LISTA <strong>DE</strong> SIGLAS<br />
L comprimento do cilindro (m)<br />
hC<br />
altura da coluna líquida, nível da substância (m)<br />
C capacitância em Faraday (F)<br />
ra<br />
rb<br />
ε0<br />
εr<br />
XL<br />
XM<br />
GL<br />
raio da casca cilíndrica (m)<br />
raio do cilindro interno, haste, etc. (m)<br />
permissivida<strong>de</strong> no vácuo ou ar (8,854187818x10 -12 C 2 /Nm 2 )<br />
permissivida<strong>de</strong> relativa da substância medida (C 2 /Nm 2 )<br />
saída do sensor (domínio <strong>de</strong> Laplace)<br />
saída do sistema (domínio <strong>de</strong> Laplace)<br />
função <strong>de</strong> transferência do sensor (domínio <strong>de</strong> Laplace)<br />
ε, τL constantes <strong>de</strong> tempo do sensor (s)<br />
XV<br />
GV<br />
XC<br />
ωV<br />
saída da válvula (domínio <strong>de</strong> Laplace)<br />
função <strong>de</strong> transferência da válvula (domínio <strong>de</strong> Laplace)<br />
saída do controlador (domínio <strong>de</strong> Laplace)<br />
freqüência natural não amortecida (rad/s)<br />
ζ coeficiente <strong>de</strong> amortecimento<br />
xV<br />
AV<br />
<strong>de</strong>slocamento linear da válvula (m)<br />
área <strong>de</strong> abertura da válvula (m 2 )<br />
r raio <strong>de</strong> abertura da válvula (m)<br />
a, b parâmetros da equação <strong>de</strong> abertura da válvula linearizada<br />
xM<br />
xIN<br />
nível medido no mol<strong>de</strong> (m)<br />
vazão <strong>de</strong> entrada no mol<strong>de</strong> (m 3 /s)<br />
xOUT vazão <strong>de</strong> saída do mol<strong>de</strong> (m 3 /s)<br />
AM<br />
uCS<br />
área da seção transversal do mol<strong>de</strong> (m 2 /s)<br />
velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lingotamento (m/s)<br />
c coeficiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga<br />
h nível do aço no distribuidor (m)<br />
u(t) sinal <strong>de</strong> saída do controlador, para um sistema qualquer<br />
e(t) sinal <strong>de</strong> erro atuante, para um sistema qualquer<br />
xi
KP<br />
KI<br />
τi<br />
KD<br />
τd<br />
ganho proporcional ou banda proporcional<br />
ganho integral<br />
tempo integral<br />
ganho <strong>de</strong>rivativo<br />
tempo <strong>de</strong>rivativo<br />
Kcrit ganho crítico<br />
Pcrit<br />
período crítico<br />
L tempo <strong>de</strong> retardo<br />
T constante <strong>de</strong> tempo para sintonia <strong>de</strong> controlador<br />
P proporcional<br />
PI proporcional-integral<br />
PID proporcional-integral-<strong>de</strong>rivativo<br />
xii
RESUMO<br />
O aumento da competitivida<strong>de</strong> e busca pelos padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> por parte das<br />
indústrias si<strong>de</strong>rúrgicas, tem impulsionado a aplicação <strong>de</strong> técnicas e estratégias <strong>de</strong><br />
controle <strong>de</strong> processos, além das exigências <strong>de</strong> redução no consumo <strong>de</strong> energia e <strong>de</strong><br />
impactos ambientais, prepon<strong>de</strong>rantes no cenário atual. Dessa forma, po<strong>de</strong>-se notar uma<br />
rápida mo<strong>de</strong>rnização das instalações e automatização <strong>de</strong> processos si<strong>de</strong>rúrgicos. Uma<br />
etapa importante na garantia <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> do aço fabricado é o processo <strong>de</strong><br />
lingotamento contínuo, responsável por transformar o aço líquido vindo da aciaria em<br />
placas ou tarugos que serão posteriormente laminados para comercialização. O<br />
comportamento do fluido na máquina <strong>de</strong> lingotamento, está diretamente relacionado<br />
com a qualida<strong>de</strong> do produto final. Várias medidas <strong>de</strong>vem ser adotadas, a fim <strong>de</strong> garantir<br />
o padrão <strong>de</strong>sejado. Uma <strong>de</strong>las está relacionada com o controle <strong>de</strong> nível no interior do<br />
mol<strong>de</strong> <strong>de</strong> lingotamento. Flutuações no nível <strong>de</strong> aço po<strong>de</strong>m ocasionar <strong>de</strong>feitos<br />
superficiais e internos que comprometem a qualida<strong>de</strong> do produto final. Torna-se<br />
evi<strong>de</strong>nte a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sistemas capazes <strong>de</strong> garantir uma operação a<strong>de</strong>quada. O<br />
<strong>de</strong>senvolvimento do trabalho passa por etapas <strong>de</strong> observação do comportamento<br />
dinâmico do sistema, mo<strong>de</strong>lagem e <strong>de</strong>finição dos elementos da planta (sensor e atuador)<br />
e por fim a elaboração <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> controlador.<br />
Palavras-Chave: lingotamento contínuo, controle <strong>de</strong> nível no mol<strong>de</strong>,<br />
controle <strong>de</strong> processo, controlador PID.<br />
xiii
ABSTRACT<br />
The increase of the competitiveness and searchs for the standards of quality on the<br />
si<strong>de</strong>rurgical industries, has stimulated the application of techniques and strategies of<br />
control of processes, beyond the requirements of reduction in the energy consumption<br />
and ambient impacts, prepon<strong>de</strong>rant factors in the current scene. Thus, it can be noticed a<br />
fast mo<strong>de</strong>rnization of the installations and automatization of si<strong>de</strong>rurgical processes. An<br />
important stage in the quality assurance of the manufactured steel is the continuous<br />
casting process, responsible for transforming the liquid steel in billets. The fluid<br />
behavior in the continuous casting machine is directly related with the final product<br />
quality. Some measures must be adopted, in or<strong>de</strong>r to guarantee the <strong>de</strong>sired standard.<br />
One of them is related with the level control in the interior of the mold of continuous<br />
casting. Fluctuations in the steel level can cause superficial and internal <strong>de</strong>fects that<br />
compromise the final product quality. It becomes evi<strong>de</strong>nt the necessity of systems<br />
capable to guarantee an a<strong>de</strong>quate operation. The <strong>de</strong>velopment of the work passes for<br />
stages of study of the dynamic behavior of the system, mo<strong>de</strong>ling and <strong>de</strong>finition of the<br />
elements of the plant (sensor and actuator) and finally the elaboration of a controller<br />
project.<br />
PID control.<br />
Palavras-Chave: continuous casting, mold level control, process control,<br />
xiv
I. INTRODUÇÃO<br />
A indústria si<strong>de</strong>rúrgica passou nas últimas décadas por gran<strong>de</strong>s<br />
mudanças, visando essencialmente, um aumento da produtivida<strong>de</strong> e da qualida<strong>de</strong> do<br />
aço, aliado à redução dos custos operacionais e impactos ambientais.<br />
O advento da máquina <strong>de</strong> lingotamento contínuo trouxe benefícios<br />
consi<strong>de</strong>ráveis principalmente em termos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> do produto obtido. Consiste da<br />
utilização <strong>de</strong> três reatores: a panela, o distribuidor e o mol<strong>de</strong>. A panela, recebe o aço<br />
proveniente do processo <strong>de</strong> refino e alimenta o distribuidor, cuja função é manter o<br />
nível <strong>de</strong> aço durante a troca <strong>de</strong> panelas e distribuí-lo para os veios que alimentam os<br />
mol<strong>de</strong>s. Neste acontece a solidificação em placas ou tarugos que serão posteriormente<br />
laminadas.<br />
Em todo processo <strong>de</strong> fabricação do aço, existe a necessida<strong>de</strong> da aplicação<br />
<strong>de</strong> estratégias que garantam uma operação a<strong>de</strong>quada, visando obter produtos com as<br />
características <strong>de</strong>sejadas. No lingotamento contínuo não é diferente. A maneira como o<br />
fluido se comporta nesta etapa, po<strong>de</strong> comprometer o padrão do aço produzido. Faz-se<br />
necessário a utilização <strong>de</strong> mecanismos capazes <strong>de</strong> minimizar os distúrbios inerentes do<br />
processo, garantindo condições <strong>de</strong> operação a<strong>de</strong>quadas. Em particular, flutuações no<br />
nível do mol<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser evitadas, a fim <strong>de</strong> minimizar a ocorrência <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos<br />
superficiais e internos. O controle <strong>de</strong>sse parâmetro será o objeto <strong>de</strong> estudo do trabalho.<br />
1.1 Objetivos<br />
Conforme dito, o <strong>de</strong>sempenho do processo <strong>de</strong> lingotamento contínuo<br />
influencia diretamente a qualida<strong>de</strong> do aço fabricado. Dessa forma, o principal objetivo<br />
<strong>de</strong>ste trabalho é <strong>de</strong>senvolver uma estratégia <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> nível eficiente para o mo<strong>de</strong>lo<br />
do mol<strong>de</strong> <strong>de</strong> lingotamento contínuo, um dos parâmetros <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
fundamental para evitar <strong>de</strong>feitos superficiais e internos no produto..<br />
1
1.2 Justificativa<br />
Como objetivos secundários, po<strong>de</strong>-se citar:<br />
• Estudo do processo <strong>de</strong> lingotamento: tem como finalida<strong>de</strong> conhecer<br />
melhor a dinâmica do processo a ser controlado, as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
implementação e os parâmetros operacionais relevantes.<br />
• Mo<strong>de</strong>lagem do sistema: obter um mo<strong>de</strong>lo que represente <strong>de</strong> forma<br />
bastante aceitável o processo em estudo, a partir do qual po<strong>de</strong>rá ser<br />
feita a análise das características dinâmicas do sistema.<br />
• Estudo do dispositivo sensor/ atuador a ser empregado: cuja escolha<br />
<strong>de</strong>ve levar em consi<strong>de</strong>ração características inerentes ao processo,<br />
precisão <strong>de</strong>sejada, características do produto cujo nível será medido e<br />
outras restrições do sistema.<br />
• Estudo <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> controle: existem na literatura, muitas<br />
pesquisas tratando estratégias empregadas para o controle <strong>de</strong> nível no<br />
mol<strong>de</strong> <strong>de</strong> lingotamento. Será adotada para resolução do problema,<br />
aquela que atenda as necessida<strong>de</strong>s do projeto consi<strong>de</strong>rando critérios<br />
<strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> econômica e operacional.<br />
A indústria si<strong>de</strong>rúrgica passa por uma revisão <strong>de</strong> seus processos, a fim <strong>de</strong><br />
obter produtos com elevados níveis <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> superficial e interna. A utilização <strong>de</strong><br />
novas tecnologias é impulsionada ainda, pelas exigências <strong>de</strong> menor consumo <strong>de</strong> energia<br />
e redução <strong>de</strong> impactos ambientais, fatores indispensáveis para a sobrevivência no<br />
cenário mundial .<br />
Nesse sentido, observa-se uma rápida mo<strong>de</strong>rnização das instalações e<br />
automatização <strong>de</strong> processos, visando um aumento <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>, que no caso no<br />
lingotamento contínuo é expresso pelo aumento da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lingotamento e<br />
minimização <strong>de</strong> tempos ociosos da máquina <strong>de</strong> lingotamento contínuo.<br />
A utilização <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> controle automático em diversas etapas do processo, tornase<br />
fator essencial na obtenção <strong>de</strong> produtos finais com padrão exigido pelo mercado.<br />
2
Flutuações no nível <strong>de</strong> aço no mol<strong>de</strong> <strong>de</strong> lingotamento, po<strong>de</strong>m provocar <strong>de</strong>feitos que<br />
comprometem o produto. Dessa forma, torna-se evi<strong>de</strong>nte a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento e implementação <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> nível capaz <strong>de</strong><br />
assegurar as características <strong>de</strong>sejadas.<br />
1.3 Metodologia Adotada<br />
O trabalho visa elaborar um projeto <strong>de</strong> controlador <strong>de</strong> nível para um<br />
sistema <strong>de</strong> mol<strong>de</strong> <strong>de</strong> lingotamento contínuo. A fim <strong>de</strong> conhecer as variáveis relevantes,<br />
foi realizado um estudo do processo <strong>de</strong> lingotamento contínuo, dando especial atenção<br />
para a operação no mol<strong>de</strong>. A partir <strong>de</strong>ssa etapa, o sistema po<strong>de</strong> então ser mo<strong>de</strong>lado.<br />
Nessa fase, foram <strong>de</strong>stacados os tipos <strong>de</strong> sensor e atuador normalmente utilizados e suas<br />
respectivas funções <strong>de</strong> transferência. O mo<strong>de</strong>lo da planta também foi obtido, permitindo<br />
então partir para a etapa do projeto do controlador <strong>de</strong> nível. A estratégia utilizada para<br />
sintonia do controlador PID foi a proposta por Ziegler-Nichols. Foram realizadas<br />
simulações com intuito <strong>de</strong> validar o mo<strong>de</strong>lo obtido e o controlador utilizado.<br />
1.4 Estrutura do Trabalho<br />
A seguir será apresentado um breve resumo da estrutura dos capítulos<br />
que compõem o trabalho:<br />
O Cap. 2 trata o processo <strong>de</strong> lingotamento contínuo. Na implementação<br />
<strong>de</strong> qualquer projeto <strong>de</strong> controle, é necessário um estudo acerca do processo, a fim <strong>de</strong><br />
conhecer suas características operacionais. Informações referentes à operação da<br />
máquina <strong>de</strong> LC são apresentadas neste capítulo.<br />
Um dos elementos que compõem a máquina <strong>de</strong> lingotamento é o mol<strong>de</strong>.<br />
O comportamento do fluido em seu interior afeta <strong>de</strong> forma direta o aço produzido. No<br />
Cap. 3 é apresentada a operação <strong>de</strong>ntro do mol<strong>de</strong>, alguns parâmetros que afetam a<br />
3
qualida<strong>de</strong> do produto e por fim o problema do controle <strong>de</strong> nível, objeto <strong>de</strong> investigação<br />
do trabalho.<br />
Uma etapa importante no controle <strong>de</strong> processo é a mo<strong>de</strong>lagem<br />
matemática do sistema, que será <strong>de</strong>scrita no Cap. 4. As funções <strong>de</strong> transferência dos<br />
elementos sensor, atuador e do processo são apresentadas nesta seção.<br />
No Cap. 5 é <strong>de</strong>scrita a estratégia <strong>de</strong> controle empregada para manter o<br />
nível <strong>de</strong>ntro do mol<strong>de</strong> <strong>de</strong> lingotamento no valor <strong>de</strong>sejado. Nos últimos anos, várias<br />
técnicas têm sido utilizadas com objetivo <strong>de</strong> propor uma solução <strong>de</strong> controle que<br />
garanta rejeição aos distúrbios do sistema e robustez na operação.<br />
Elaborado o mo<strong>de</strong>lo que <strong>de</strong>screve o sistema é necessário que ele seja<br />
validado, verificando se sua operação ocorre da maneira esperada. A seguir, são feitas<br />
as simulações utilizando o controlador, a fim <strong>de</strong> verificar o <strong>de</strong>sempenho da estratégia<br />
proposta. Os resultados são apresentados no Cap. 6, on<strong>de</strong> é feita uma comparação da<br />
resposta obtida utilizando várias ações <strong>de</strong> controle, objetivando propor a que alcançar<br />
resultados mais próximos do <strong>de</strong>sejado.<br />
No Cap. 7 são feitas as consi<strong>de</strong>rações finais e sugestões para trabalhos<br />
futuros, e no Cap. 8 são listadas as referências utilizadas para o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />
projeto.<br />
4
II. LINGOTAMENTO CONTÍNUO<br />
2.1 Breve Histórico do Processo <strong>de</strong> Lingotamento Contínuo<br />
O conceito inicial <strong>de</strong> lingotamento contínuo, surgiu no século XIX.<br />
Entretanto, a engenharia da época e a indisponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos, permitiram que as<br />
idéias concebidas por G.E. Sellers (1840), J. Laining (1843) e H. Bessemer (1846)<br />
fossem utilizadas em baixa escala e para metais não ferrosos com baixo ponto <strong>de</strong> fusão.<br />
Em 1887, o alemão R.M. Daelen propôs a primeira planta com <strong>de</strong>senho que<br />
correspon<strong>de</strong> às atuais máquinas <strong>de</strong> lingotamento, que incluía mol<strong>de</strong> refrigerado a água,<br />
aberto no topo e no fundo, alimentado por um fluxo contínuo <strong>de</strong> metal líquido,<br />
refrigeração secundária, barra falsa, rolos extratores e um aparelho <strong>de</strong> corte para o veio.<br />
S. Junghaus (1950), <strong>de</strong>senvolveu estudos sobre lingotamento contínuo <strong>de</strong> metais e<br />
conseguiu produzir ligas <strong>de</strong> cobre e alumínio por este processo. Ainda foi responsável<br />
pelo <strong>de</strong>senvolvimento do sistema <strong>de</strong> oscilação do mol<strong>de</strong>. A partir <strong>de</strong> 1950,<br />
intensificaram-se os estudos acerca <strong>de</strong> novas tecnologias e melhorias no processo. Em<br />
1955, a primeira máquina <strong>de</strong> lingotamento contínuo <strong>de</strong> aço em escala industrial entrou<br />
em operação na Rússia. No Brasil, data <strong>de</strong> 1960 o início da utilização <strong>de</strong> máquinas <strong>de</strong><br />
lingotamento contínuo <strong>de</strong> tarugos e <strong>de</strong> 1976 a primeira máquina <strong>de</strong> placas.<br />
Atualmente, existe uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> patentes diferentes com<br />
referência ao lingotamento contínuo. O resultado disso, foi a disseminação <strong>de</strong>sse<br />
processo nas indústrias metalúrgicas (CHEVRAND e REIS, 1989). Em 2001, a<br />
produção <strong>de</strong> aço via lingotamento contínuo já representava mais <strong>de</strong> 95% <strong>de</strong> todo aço<br />
produzido no mundo.<br />
A razão para tamanha expansão vem dos benefícios que lingotamento<br />
contínuo po<strong>de</strong> proporcionar (SANTOS, 2003). Economia em equipamento, espaço<br />
físico e custo, po<strong>de</strong>m ser obtidos, <strong>de</strong>vido a:<br />
• aumento no rendimento e na transformação do aço líquido em<br />
produto semi-acabado;<br />
5
• eliminação <strong>de</strong> fornos poços e laminadores <strong>de</strong>sbastadores, além da<br />
extinção <strong>de</strong> custos com lingoteiras, materiais refratários e outros<br />
elementos necessários nos processos <strong>de</strong> lingotamento convencional;<br />
• redução nos custos <strong>de</strong> energia e mão <strong>de</strong> obra;<br />
• melhoria <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e consistência do produto, com a eliminação<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos provenientes do processo convencional;<br />
• redução dos níveis <strong>de</strong> estoques e tempo <strong>de</strong> transporte;<br />
• redução das emissões nocivas ao meio ambiente e ao operador,<br />
proporcionando melhores condições <strong>de</strong> trabalho.<br />
2.2 A Máquina <strong>de</strong> Lingotamento Contínuo<br />
Na figura 2.1, é possível observar o esquema <strong>de</strong> uma máquina <strong>de</strong><br />
lingotamento contínuo. SANTOS (2003) <strong>de</strong>screve seus principais componentes:<br />
• torre giratória: tem como função principal sustentar a panela,<br />
posicionando-a sobre o distribuidor durante o lingotamento. Quando<br />
este termina, a ponte gira 180º para troca <strong>de</strong> panela;<br />
• carro porta-distribuidor: é um equipamento responsável pelo<br />
transporte do distribuidor entre o pré-aquecedor e os mol<strong>de</strong>s e ainda,<br />
pela sustentação do distribuidor sobre o mol<strong>de</strong> durante o<br />
lingotamento;<br />
• distribuidor: sua função principal é distribuir o aço fundido entre seus<br />
múltiplos veios. Além disso, ele <strong>de</strong>ve suprir o mol<strong>de</strong> <strong>de</strong> um fluxo<br />
constante <strong>de</strong> aço, atuar como reservatório durante a troca <strong>de</strong> panelas,<br />
promover a separação <strong>de</strong> inclusões metálicas e controlar a velocida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> lingotamento;<br />
• aquecedor <strong>de</strong> distribuidor: tem como função secar e aquecer o<br />
revestimento refratário, bem como a válvula submersa;<br />
• mol<strong>de</strong>: tem como função primordial o resfriamento primário,<br />
propiciando a formação da pele sólida <strong>de</strong> aço, por meio <strong>de</strong> uma<br />
6
transferência <strong>de</strong> calor uniforme e eficiente, <strong>de</strong> tal forma que ao sair do<br />
mol<strong>de</strong>, esta pele seja capaz <strong>de</strong> suportar a pressão ferrostática do aço<br />
líquido em seu interior. O mol<strong>de</strong>, nada mais é que uma carcaça <strong>de</strong><br />
aço, com um tubo <strong>de</strong> cobre <strong>de</strong> pare<strong>de</strong> fina em seu interior, que dá<br />
forma ao metal lingotado. Esse reservatório <strong>de</strong> cobre por sua vez, é<br />
refrigerado a água para promover uma rápida remoção <strong>de</strong> calor;<br />
• oscilador do mol<strong>de</strong>: <strong>de</strong>ve minimizar problemas operacionais <strong>de</strong><br />
lingotabilida<strong>de</strong>, permitindo uma a<strong>de</strong>quada lubrificação da pele<br />
solidificada, minimizando também a incidência <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos<br />
superficiais no produto <strong>de</strong>vido ao atrito da casca sólida com as<br />
pare<strong>de</strong>s do mol<strong>de</strong>;<br />
• agitador eletromagnético: tem como objetivo elevar a qualida<strong>de</strong> do<br />
produto através da melhoria da estrutura interna;<br />
• barra falsa: equipamento que faz um fundo falso no interior do mol<strong>de</strong><br />
para permitir o início da extração da placa ou tarugo;<br />
• resfriamento secundário: para extração do tarugo ou placa <strong>de</strong> aço, são<br />
colocados rolos extratores na saída do mol<strong>de</strong>. Entre esses rolos, são<br />
posicionados sprays que realizam aspersão <strong>de</strong> água em todas as faces<br />
do tarugo, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> remover calor do aço para que a<br />
solidificação seja concluída;<br />
• unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> extração e <strong>de</strong>sempeno: montada após a saída da câmara <strong>de</strong><br />
resfriamento, tem como função <strong>de</strong>sempenar o tarugo e enviá-lo para<br />
a máquina <strong>de</strong> corte;<br />
• máquina <strong>de</strong> corte: equipamento utilizado no corte dos tarugos em<br />
tamanhos pré-programados;<br />
• mesa <strong>de</strong> rolos, transporte e <strong>de</strong>scarga;<br />
• máquina <strong>de</strong> marcação;<br />
• transferidor <strong>de</strong> tarugos;<br />
• leito <strong>de</strong> resfriamento.<br />
7
Figura 2. 1 – Lay-out <strong>de</strong> uma máquina <strong>de</strong> lingotamento contínuo<br />
Fonte: SANTOS (2003)<br />
8
2.3 O Processo <strong>de</strong> Lingotamento Contínuo<br />
A máquina <strong>de</strong> lingotamento contínuo é o elemento responsável pela<br />
solidificação do metal proveniente do processo <strong>de</strong> refino. O procedimento é <strong>de</strong>scrito por<br />
ARAÚJO (2000). Inicialmente, a panela contém aço fundido que alimenta o distribuidor<br />
por meio <strong>de</strong> um tubo <strong>de</strong>nominado válvula longa. O distribuidor, conforme mencionado<br />
anteriormente, tem por função distribuir o metal líquido para os veios, alimentando os<br />
mol<strong>de</strong>s (cujo número varia para cada máquina <strong>de</strong> lingotamento), on<strong>de</strong> acontecerá <strong>de</strong><br />
fato a solidificação do aço. Para tanto, uma barra falsa é inserida no interior do mol<strong>de</strong><br />
no início da operação <strong>de</strong> lingotamento, permitindo o escoamento do material líquido<br />
através da válvula submersa. A função <strong>de</strong>ssas válvulas é essencialmente controlar o<br />
fluxo, evitar a reoxidação do aço e formação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s inclusões (que comprometem a<br />
qualida<strong>de</strong> do produto final).<br />
O mol<strong>de</strong>, por sua vez é resfriado a água, dando início ao processo <strong>de</strong><br />
refrigeração primária, on<strong>de</strong> é formada uma casca sólida que envolve o núcleo ainda<br />
líquido. Para evitar a a<strong>de</strong>rência <strong>de</strong>ssa casca com as pare<strong>de</strong>s do mol<strong>de</strong>, são aplicados<br />
lubrificantes na forma <strong>de</strong> óleos ou pós, elaborados para se a<strong>de</strong>quarem às mudanças<br />
bruscas nas condições <strong>de</strong> lingotamento (CHEVRAND e REIS, 1989). Alguns<br />
parâmetros são relevantes nesse processo <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor do aço para a água<br />
(SANTOS, 2003):<br />
• composição e superaquecimeto do aço;<br />
• proprieda<strong>de</strong>s e consumo dos lubrificantes (óleo ou pó <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>);<br />
• velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lingotamento e nível <strong>de</strong> aço no mol<strong>de</strong>;<br />
• geometria do mol<strong>de</strong>;<br />
• material e espessura da pare<strong>de</strong> do mol<strong>de</strong>.<br />
A barra falsa é lentamente extraída, à medida que o mol<strong>de</strong> vai sendo<br />
preenchido. Seguindo o resfriamento, abaixo do mol<strong>de</strong> a solidificação do aço continua<br />
com a aplicação <strong>de</strong> jatos d’água e ar (sprays) ao longo da placa. Esses sprays,<br />
localizam-se entre os rolos extratores em um comprimento consi<strong>de</strong>rável da máquina <strong>de</strong><br />
lingotamento. Após essa etapa, o resfriamento ocorre por radiação e convecção natural.<br />
Depois do ponto final <strong>de</strong> solidificação, a barra é cortada, geralmente por tochas, no<br />
comprimento <strong>de</strong>terminado pela programação da produção.<br />
9
As características do produto final são <strong>de</strong>terminadas por diversos<br />
parâmetros operacionais e variáveis: tamanho da seção transversal do mol<strong>de</strong>,<br />
temperatura do aço líquido, velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lingotamento, intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação do<br />
mol<strong>de</strong>, resfriamento, <strong>de</strong>ntre outras. A operação correta das diversas etapas do<br />
lingotamento contínuo, constitui fator prepon<strong>de</strong>rante na obtenção <strong>de</strong> produtos finais<br />
com elevados índices <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> superficial e interna. Tais necessida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>mandam a<br />
automatização do processo pela incorporação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> controle automático <strong>de</strong><br />
nível no distribuidor e no mol<strong>de</strong>, sensores para controle <strong>de</strong> escória no distribuidor,<br />
sistemas <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong> pós fluxantes, sensores <strong>de</strong> breakout, etc. (ARAÚJO, 2000).<br />
Um problema bastante relevante na operação da máquina <strong>de</strong><br />
lingotamento contínuo está no controle <strong>de</strong> nível no mol<strong>de</strong>. Isso porque flutuações no<br />
nível <strong>de</strong> aço, resultado <strong>de</strong> distúrbios no preenchimento ou retirada <strong>de</strong> material, ou ainda<br />
variações causadas pela dinâmica do fluxo no seu interior po<strong>de</strong>m provocar <strong>de</strong>feitos no<br />
produto final, comprometendo sua qualida<strong>de</strong> comercial. Para atuar nesse problema, é<br />
necessário conhecer o comportamento do fluido <strong>de</strong>ntro do mol<strong>de</strong>, assunto que será<br />
tratado no próximo capítulo.<br />
10
III. COMPORTAMENTO DO FLUIDO NO MOL<strong>DE</strong><br />
Muitos problemas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> originados durante o lingotamento<br />
contínuo po<strong>de</strong>m ser diretamente atribuídos a um baixo controle das condições do fluxo<br />
durante o processo. As condições <strong>de</strong> operação no mol<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser observadas e<br />
controladas, a fim <strong>de</strong> minimizar possíveis <strong>de</strong>feitos.<br />
Segundo THOMAS (2003), mudanças repentinas são as principais causas<br />
<strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong>s que provocam turbulência na superfície. Os parâmetros do fluxo<br />
po<strong>de</strong>m ser otimizados para operar <strong>de</strong> maneira constante, <strong>de</strong> modo que todos eles <strong>de</strong>vem<br />
ser controlados simultaneamente. Manter constante o nível <strong>de</strong> líquido no mol<strong>de</strong>, a<br />
velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lingotamento, taxa <strong>de</strong> injeção <strong>de</strong> argônio, abertura da válvula e posição da<br />
válvula (alinhamento e submersão) são ações essenciais para a operação satisfatória do<br />
sistema.<br />
3.1 Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Fluxo no Mol<strong>de</strong><br />
O fluxo é governado essencialmente pelas condições <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> aço<br />
no interior do mol<strong>de</strong>. A vazão <strong>de</strong> entrada, bem como a geometria e posicionamento da<br />
válvula submersa são fatores <strong>de</strong> extrema relevância na operação da planta <strong>de</strong><br />
lingotamento. Além disso, o fluxo é também afetado pela injeção <strong>de</strong> gás argônio,<br />
tamanho da seção do mol<strong>de</strong>, velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lingotamento e forças eletromagnéticas<br />
(THOMAS, 2003). Na figura 3.1, ilustram-se alguns tipos <strong>de</strong> bocais e mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />
fluxos que po<strong>de</strong>m ser observados. Através das linhas <strong>de</strong> fluxo é possível notar o<br />
comportamento do sistema para as diferentes situações.<br />
11
Figura 3. 1 – Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> fluxo e tipos <strong>de</strong> bocal (SEN – Submerged Entry Nozzle)<br />
Fonte: THOMAS (2003)<br />
O bocal que alimenta o mol<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser escolhido <strong>de</strong> modo a evitar<br />
gran<strong>de</strong>s flutuações, fluxo assimétrico ou altos níveis <strong>de</strong> turbulência. A forma do bocal é<br />
uma das poucas variáveis do projeto, que tem um impacto significativo na qualida<strong>de</strong>, e<br />
no entanto po<strong>de</strong> ser facilmente mudada com um custo relativamente baixo. As variáveis<br />
que <strong>de</strong>finem as condições <strong>de</strong> operação do bocal são:<br />
• tamanho do furo;<br />
12
• ângulo da abertura <strong>de</strong> saída do fluido;<br />
• tamanho da abertura <strong>de</strong> saída do fluido;<br />
• espessura da pare<strong>de</strong> do bocal;<br />
• forma da abertura (redondo, oval ou quadrado);<br />
• número <strong>de</strong> aberturas (bifurcada ou multi-aberturas);<br />
• projeto do fundo do bocal.<br />
Além dos parâmetros <strong>de</strong> projeto do bocal, afetam o mo<strong>de</strong>lo:<br />
• posição do dispositivo <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> fluxo (válvula);<br />
• obstruções do bocal;<br />
• velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lingotamento;<br />
• tamanho da seção do mol<strong>de</strong>;<br />
• taxa <strong>de</strong> injeção <strong>de</strong> argônio;<br />
• profundida<strong>de</strong> da submersão do bocal.<br />
3.2 Problemas <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong><br />
Problemas relacionados a um baixo nível <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> fluxo no mol<strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong>m causar <strong>de</strong>feitos que não po<strong>de</strong>m ser resolvidos. Alguns <strong>de</strong>sses problemas são<br />
citados por THOMAS (2003) e encontram-se relacionados abaixo:<br />
• Entrada <strong>de</strong> ar: A entrada do ar em todo o estágio <strong>de</strong> processamento<br />
do aço po<strong>de</strong> introduzir óxidos que prejudicam o produto obtido. Este<br />
problema é pior na etapa <strong>de</strong> operação do mol<strong>de</strong>, porque há pouca<br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> impedir que os produtos do reoxidação se tornem<br />
inclusões no produto final. O bocal submerso é importante nesse caso<br />
também, já que evita <strong>de</strong> forma significativa a entrada <strong>de</strong> ar; além<br />
disso, a injeção <strong>de</strong> gás argônio é uma boa alternativa quando se quer<br />
prevenir inclusões no bocal.<br />
• Aprisionamento <strong>de</strong> bolhas e inclusões: acontece quando ocorre a<br />
captura <strong>de</strong> bolhas <strong>de</strong> ar ou mesmo argônio. A presença <strong>de</strong>ssas<br />
partículas conduz eventualmente a <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> superfície ou aos<br />
13
<strong>de</strong>feitos internos, que agem como locais da concentração <strong>de</strong> tensões<br />
para reduzir proprieda<strong>de</strong>s da fatiga e do produto final.<br />
• Escolha do lubrificante ina<strong>de</strong>quado: Para manter transferência <strong>de</strong><br />
calor do mol<strong>de</strong> e evitar as rachaduras <strong>de</strong> superfície, além da escolha<br />
<strong>de</strong> um fluido lubrificante a<strong>de</strong>quado às condições <strong>de</strong> lingotamento, sua<br />
alimentação no mol<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser mantida uniforme.<br />
• Variações <strong>de</strong> nível: essas variações po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> duas formas: a<br />
primeira ocorre ao longo <strong>de</strong> toda largura do mol<strong>de</strong> e po<strong>de</strong>m causar<br />
problemas com a alimentação do fluido lubrificante e a segunda são<br />
as “flutuações <strong>de</strong> nível”, em que o nível muda com o tempo, po<strong>de</strong>ndo<br />
causar sérios problemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos superficiais. Para evitar, é<br />
necessário que a velocida<strong>de</strong> do aço líquido que entra do mol<strong>de</strong> seja<br />
mantida abaixo <strong>de</strong> um valor crítico.<br />
3.3 Controle <strong>de</strong> Nível no Mol<strong>de</strong><br />
Conforme foi apresentado no capítulo anterior, a máquina <strong>de</strong><br />
lingotamento apresenta um distribuidor, alimentado por uma panela que contém aço<br />
líquido. Através <strong>de</strong> uma válvula submersa o aço é posteriormente transferido para o<br />
mol<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> sofre a refrigeração primária e inicia a solidificação. Todo esse processo<br />
ocorre <strong>de</strong> maneira contínua.<br />
Variações no nível <strong>de</strong> aço no interior do mol<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser evitadas, com<br />
o objetivo <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r as exigências quanto à qualida<strong>de</strong> do aço fabricado. Para tal,<br />
diversas teorias têm sido aplicadas na resolução <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> nível em<br />
mol<strong>de</strong> <strong>de</strong> lingotamento contínuo.<br />
O controle <strong>de</strong> nível é uma função que tem por objetivo manter constante<br />
o nível <strong>de</strong> aço no mol<strong>de</strong>. Conforme mostra a figura 3.2, o nível <strong>de</strong> aço é continuamente<br />
monitorado com um sensor e qualquer <strong>de</strong>svio do valor do setpoint é enviado ao<br />
controlador, que manda um sinal para um atuador ajustar a abertura da válvula<br />
14
submersa, regulando o fluxo <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> aço fundido e conseqüentemente o nível <strong>de</strong><br />
aço no interior do mol<strong>de</strong> (SUZUKI, 2004; KITADA et al., 1998).<br />
Figura 3. 2 – Controle <strong>de</strong> nível no processo <strong>de</strong> lingotamento contínuo<br />
Fonte: KITADA (1998)<br />
O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> nível po<strong>de</strong> ser representado <strong>de</strong> maneira<br />
esquemática por um diagrama <strong>de</strong> blocos como o apresentado na figura 3.3. Resolver<br />
este problema consiste então em <strong>de</strong>terminar quais dispositivos aten<strong>de</strong>m as necessida<strong>de</strong>s<br />
da planta e encontrar suas respectivas funções <strong>de</strong> transferência. A mo<strong>de</strong>lagem<br />
matemática será apresentada no capítulo 4.<br />
De acordo com KITADA et al. (1998) e SUZUKI (2004), o controle <strong>de</strong><br />
nível <strong>de</strong> aço no mol<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ria ser dado por um balanço do fluxo que entra através da<br />
válvula submersa e do fluxo que sai na forma <strong>de</strong> placas. Entretanto, <strong>de</strong>vido à presença<br />
<strong>de</strong> distúrbios po<strong>de</strong> haver flutuações no nível. São listados abaixo alguns <strong>de</strong>sses<br />
distúrbios na planta:<br />
15
Figura 3. 3 – Diagrama blocos do sistema<br />
• flutuações no nível: em sistemas turbulentos, o fluido proveniente da<br />
válvula submersa, entra no mol<strong>de</strong> com uma vazão bastante elevada,<br />
colidindo com suas pare<strong>de</strong>s. Esse fluxo, provoca oscilações da<br />
superfície do aço, que po<strong>de</strong>m interferir na medição do nível;<br />
• fluxo <strong>de</strong> aço assimétrico: a válvula submersa que alimenta o mol<strong>de</strong><br />
possui dois furos na sua extremida<strong>de</strong>. Entretanto, o fluxo em cada um<br />
<strong>de</strong>sses furos é assimétrico , causando o movimento da superfície do<br />
aço líquido;<br />
• obstrução do bocal da válvula submersa: por vezes, o bocal po<strong>de</strong> ser<br />
obstruído por alguma inclusão não-metálica. Como conseqüência a<br />
vazão diminui, dificultando o controle do nível no mol<strong>de</strong>. Ou ainda,<br />
<strong>de</strong>vido ao <strong>de</strong>sprendimento <strong>de</strong>ssas inclusões, a vazão po<strong>de</strong> sofrer um<br />
aumento abrupto;<br />
• irregularida<strong>de</strong>s na retirada do aço: <strong>de</strong>vido à pressão interna do aço na<br />
barra que ainda está em processo <strong>de</strong> solidificação ao sair do mol<strong>de</strong>,<br />
po<strong>de</strong> haver <strong>de</strong>formações que interferem no sistema.<br />
A influência dos fatores citados, varia <strong>de</strong> acordo com o tamanho do<br />
mol<strong>de</strong>, a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lingotamento e o posicionamento da válvula submersa. Em<br />
geral, as variações no balanço do fluxo <strong>de</strong> aço, responsável pela alteração no nível <strong>de</strong><br />
aço, são resultado <strong>de</strong> distúrbios no preenchimento ou retirada <strong>de</strong> material do mol<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
lingotamento:<br />
• irregularida<strong>de</strong>s na retirada <strong>de</strong> aço po<strong>de</strong>m ocorrer <strong>de</strong>vido a<br />
<strong>de</strong>formações térmicas no processo <strong>de</strong> solidificação na zona <strong>de</strong><br />
resfriamento a água;<br />
16
• problemas no preenchimento <strong>de</strong>vido a obstruções pela presença <strong>de</strong><br />
inclusões no bocal.<br />
Além disso, o sistema <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>ve ser robusto à presença <strong>de</strong><br />
perturbações inerentes do mo<strong>de</strong>lo proposto. A dificulda<strong>de</strong> no controle <strong>de</strong>sse sistema,<br />
está justamente em impedir que ele se torne instável, <strong>de</strong>vido aos distúrbios relacionados<br />
à dinâmica do sistema, já mencionados acima e ainda às perturbações citadas por<br />
GRAEBE et al.(1995), BESANÇON-VODA e <strong>DE</strong>LCLOS (1998) e BLANCHINI et<br />
al.(2000), listadas abaixo:<br />
• variações temporais: que po<strong>de</strong>m ocorrer <strong>de</strong>vido a impurezas na<br />
válvula submersa, que provocam alterações no ganho da planta;<br />
• não linearida<strong>de</strong> dos componentes: os sensores e atuadores utilizados<br />
apresentam limitações. Por exemplo, um atuador precisa <strong>de</strong>slocar-se<br />
com uma fração <strong>de</strong> milímetros a fim <strong>de</strong> atingir a precisão <strong>de</strong>sejada<br />
para estabilida<strong>de</strong> do nível. Entretanto, limitações do componente<br />
impe<strong>de</strong>m tal movimento.<br />
• Não linearida<strong>de</strong> do processo: o processo contém não linearida<strong>de</strong>s<br />
inerentes, como a geometria da válvula e a dinâmica do fluxo.<br />
A principal razão da utilização do controle <strong>de</strong> nível no mol<strong>de</strong> é, sem<br />
dúvida, evitar <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> superfície no produto final. Além disso, po<strong>de</strong>m-se citar ainda<br />
como benefícios a eliminação do um operador <strong>de</strong> lingotamento para realizar o controle<br />
manualmente, tempo <strong>de</strong> resfriamento primário constante e o aumento do tempo <strong>de</strong> vida<br />
do bocal.<br />
O mo<strong>de</strong>lo do sistema consiste em <strong>de</strong>terminar que elementos <strong>de</strong>verão ser<br />
utilizados na planta, obter suas funções <strong>de</strong> transferência, projetar um sistema <strong>de</strong> controle<br />
capaz <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r <strong>de</strong> maneira satisfatória e por fim simular o comportamento do<br />
sistema, buscando validar o mo<strong>de</strong>lo obtido. Essas etapas serão <strong>de</strong>scritas nos capítulos<br />
que seguem.<br />
17
IV. MO<strong>DE</strong>LAGEM MATEMÁTICA<br />
OGATA (2000) <strong>de</strong>fine a mo<strong>de</strong>lagem matemática como sendo um<br />
conjunto <strong>de</strong> equações que representam a dinâmica do sistema com precisão ou, pelo<br />
menos, <strong>de</strong> forma bastante aceitável. A análise da resposta <strong>de</strong> um sistema a <strong>de</strong>terminadas<br />
excitações, conduz normalmente a resolução <strong>de</strong> equações diferenciais <strong>de</strong> primeira<br />
or<strong>de</strong>m ou <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m superior, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da classificação do sistema.<br />
É importante ressaltar que na maioria dos casos o mo<strong>de</strong>lo matemático<br />
não consegue representar <strong>de</strong> forma precisa todas as características do processo, até<br />
porque projetos muito <strong>de</strong>talhados <strong>de</strong>mandam maior tempo <strong>de</strong> elaboração, além <strong>de</strong><br />
implicar em custos mais elevados. Entretanto, ele <strong>de</strong>ve ser uma boa aproximação do<br />
processo real, e precisa conter informações que sejam mais relevantes para o propósito<br />
do controle. Um sistema po<strong>de</strong> ser representado <strong>de</strong> diferentes formas, isso varia com as<br />
necessida<strong>de</strong>s do projeto e as perspectivas consi<strong>de</strong>radas.<br />
A partir da obtenção do mo<strong>de</strong>lo matemático do um processo torna-se<br />
possível conhecer o comportamento do sistema, além <strong>de</strong> permitir o projeto <strong>de</strong> uma<br />
estratégia <strong>de</strong> controle que atenda as necessida<strong>de</strong>s da planta. Em sistemas <strong>de</strong> controle sua<br />
representação po<strong>de</strong> ser feita através <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> transferência ou <strong>de</strong> equações <strong>de</strong><br />
estado, que permitem <strong>de</strong>screver o comportamento das saídas da planta em função <strong>de</strong><br />
suas entradas.<br />
Três termos são fundamentais em qualquer processo:<br />
• variável controlada: é a condição que se <strong>de</strong>seja manter em<br />
<strong>de</strong>terminado nível;<br />
• variável <strong>de</strong>sejado (setpoint): é o valor da referência para cada<br />
variável, que se <strong>de</strong>seja manter;<br />
• variável manipulada: é normalmente a gran<strong>de</strong>za ou condição variada<br />
pelo controlador <strong>de</strong> modo a afetar o valor da variável controlada.<br />
Além disso, existem os distúrbios que ten<strong>de</strong>m a afastar as variáveis<br />
controladas do valor <strong>de</strong>sejado. Assim a função do sistema <strong>de</strong> controle é ajustar a<br />
variável manipulada, <strong>de</strong> forma a manter a variável controlada no valor <strong>de</strong>sejado ou em<br />
uma faixa aceitável <strong>de</strong> operação.<br />
18
Po<strong>de</strong>-se utilizar no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo, métodos empíricos<br />
(baseados na análise dos dados <strong>de</strong> operação do processo) ou métodos teóricos (que<br />
partem dos princípios físicos que governam o sistema). Para o trabalho foi elaborado<br />
um mo<strong>de</strong>lo teórico apresentado na seção 4.3.<br />
Um sistema <strong>de</strong> controle po<strong>de</strong> ser representado por um certo número <strong>de</strong><br />
componentes. Um diagrama <strong>de</strong> blocos é portanto, uma representação das funções<br />
<strong>de</strong>sempenhadas por cada um <strong>de</strong>sses componentes e do fluxo <strong>de</strong> sinais entre eles. Todas<br />
as variáveis do sistema são ligadas umas às outras através <strong>de</strong> blocos, que simbolizam<br />
uma <strong>de</strong>terminada operação sobre um sinal <strong>de</strong> entrada, que produz o sinal <strong>de</strong> saída<br />
(OGATA, 2000). Na figura 3.3 mostra-se um exemplo da representação utilizando<br />
diagrama <strong>de</strong> blocos. Além da planta, outros elementos estão presentes:<br />
4.1 Elemento Sensor<br />
• sensor <strong>de</strong> nível: elemento que retorna a medida da altura <strong>de</strong> aço no<br />
interior do mol<strong>de</strong>. O valor lido pelo sensor será comparado com a<br />
referência do sistema, permitindo a correção do erro encontrado<br />
através <strong>de</strong> uma ação <strong>de</strong> controle apropriada.<br />
• controlador: opera na malha <strong>de</strong> controle corrigindo os <strong>de</strong>svios da<br />
saída medida. Utiliza uma ação <strong>de</strong> controle apropriada para enviar um<br />
sinal ao elemento atuador que corrija o erro do valor medido em<br />
relação ao <strong>de</strong>sejado.<br />
• atuador: a função do elemento atuador (válvula <strong>de</strong> controle) é<br />
manipular a vazão <strong>de</strong> fluido que influi sobre a variável <strong>de</strong> processo,<br />
com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mantê-la no valor <strong>de</strong>sejado. É ela que transforma<br />
a sinal vindo do controlador em uma ação física efetiva.<br />
A medição <strong>de</strong> nível é <strong>de</strong>finida como a <strong>de</strong>terminação da posição <strong>de</strong> uma<br />
interface entre dois meios. Usualmente, um <strong>de</strong>stes meios é líquido, mas eles po<strong>de</strong>m ser<br />
sólidos ou a combinação <strong>de</strong> um sólido e um líquido. A interface po<strong>de</strong> ser entre um<br />
19
líquido e um gás ou vapor, dois líquidos, ou entre um sólido e um gás. (BEGA et al.,<br />
2003).<br />
Existe uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> medição <strong>de</strong> nível, cada qual<br />
com suas vantagens e limitações. A seleção do sistema a ser utilizado <strong>de</strong>verá levar em<br />
consi<strong>de</strong>ração características da aplicação, o produto cujo nível se <strong>de</strong>seja medir, a<br />
precisão <strong>de</strong>sejada, e <strong>de</strong>mais restrições existentes.<br />
De uma forma mais abrangente, os instrumentos <strong>de</strong> medição <strong>de</strong> nível<br />
po<strong>de</strong>m ser classificados em dois grupos a saber: instrumentos <strong>de</strong> medida direta e<br />
inferencial (ou indireta). Os instrumentos da primeira categoria me<strong>de</strong>m diretamente a<br />
distância entre o nível do produto que se quer medir e um referencial previamente<br />
<strong>de</strong>finido. Os instrumentos <strong>de</strong> medida inferencial <strong>de</strong>terminam a posição da superfície,<br />
através da medida <strong>de</strong> outra gran<strong>de</strong>za física a ela relacionada.<br />
As medidas <strong>de</strong> nível são aplicadas ao controle <strong>de</strong> substâncias líquidas ou<br />
sólidas. Na tabela 4.1 agrupam-se alguns dos variados sistemas <strong>de</strong> medição <strong>de</strong> nível<br />
bastante conhecidos e aplicados industrialmente (FIALHO, 2004).<br />
O sensor utilizado para medição do nível <strong>de</strong> aço no mol<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
lingotamento contínuo é o Sensor <strong>de</strong> Proximida<strong>de</strong> Capacitivo. Na seqüência será<br />
apresentado como funciona a medição por capacitância, a operação do sensor e por fim<br />
seu mo<strong>de</strong>lo matemático.<br />
20
Medida Direta<br />
Medida Indireta<br />
Tabela 4. 1 – Classificação das Medidas <strong>de</strong> Nível<br />
Tecnologia Aplicada Líquidos Sólidos<br />
Medição por visores <strong>de</strong> nível X<br />
Medição por bóias e flutuadores X<br />
Medição por contatos <strong>de</strong> eletrodos X<br />
Medição por sensor por contato X<br />
Medição por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gra<strong>de</strong> X<br />
Medição por capacitância X X<br />
Medição por empuxo ou <strong>de</strong>slocador X<br />
Medição por célula d/p cell X<br />
Medição por caixa <strong>de</strong> diafragma X<br />
Medição por tubo em U X<br />
Medição por borbulhamento X<br />
Medição por radioativida<strong>de</strong> X X<br />
Medição por ultra-som X X<br />
Medição por vibração X X<br />
Medição por pesagem X X<br />
4.1.1 Dispositivos do tipo capacitivo<br />
Fonte: FIALHO (2004)<br />
É um sistema com larga aplicação, on<strong>de</strong> é possível efetuar a medição<br />
contínua do nível <strong>de</strong> líquidos e sólidos, tendo seu princípio <strong>de</strong> funcionamento baseado<br />
no funcionamento <strong>de</strong> um capacitor cilíndrico.<br />
Um capacitor cilíndrico consiste em dois cilíndricos concêntricos <strong>de</strong><br />
comprimento L cujo cilindro maior (externo) é uma casca <strong>de</strong> raio b e o menor (interno)<br />
um sólido <strong>de</strong> raio a. Seguindo então a relação em que (L>>b>a), conforme mostrado na<br />
figura 4.1, o espaço existente entre os cilindros concêntricos é ocupado por uma<br />
substância conhecida com dielétrico que po<strong>de</strong> ser o ar, vácuo, um fluido qualquer ou<br />
mesmo um sólido (FIALHO, 2004).<br />
21
Figura 4. 1 – Capacitor cilíndrico<br />
Fonte: FIALHO (2004)<br />
A equação que relaciona o nível da substância a ser medida com a<br />
capacitância <strong>de</strong> um capacitor cilíndrico po<strong>de</strong> ser obtida analisando-se o esquema<br />
apresentado na figura 4.2, como se fossem dois capacitores cilíndricos ligados em<br />
paralelo (FIALHO, op cit.).<br />
Figura 4. 2 – Capacitores cilíndricos ligados em paralelo<br />
Fonte: FIALHO (2004)<br />
O valor da capacitância para um capacitor cilíndrico é dado por:<br />
( ) ⎥ ⎥<br />
⎡ ⎛ L ⎞⎤<br />
C = ⎢2.<br />
π . ε ⎜ ⎟<br />
0 . ε r .<br />
⎜ ⎟<br />
(Eq. 4. 1)<br />
⎢⎣<br />
⎝ ln ra<br />
rb<br />
⎠⎦<br />
Dessa forma, <strong>de</strong> acordo com o esquema da figura 4.2, as capacitâncias<br />
dos capacitores em paralelo serão dadas por:<br />
22
C<br />
C<br />
b<br />
c<br />
( ) ⎥ ⎥<br />
⎡ ⎛ L − h ⎞⎤<br />
c<br />
= ⎢2.<br />
π . ε ⎜ ⎟<br />
0 .<br />
⎜ ⎟<br />
(Eq. 4. 2)<br />
⎢⎣<br />
⎝ ln ra<br />
rb<br />
⎠⎦<br />
( ) ⎥ ⎥<br />
⎡ ⎛ h ⎞⎤<br />
c<br />
= ⎢2.<br />
π . ε ⎜ ⎟<br />
0 . ε r .<br />
⎜ ⎟<br />
(Eq. 4. 3)<br />
⎢⎣<br />
⎝ ln ra<br />
rb<br />
⎠⎦<br />
Como já foi referido, para qualquer nível h <strong>de</strong> substância armazenada, o<br />
recipiente comporta-se como dois capacitores cilíndricos ligados em paralelo; portanto,<br />
sua capacitância equivalente será obtida por:<br />
C = C + C<br />
(Eq. 4. 4)<br />
a<br />
b<br />
c<br />
Combinando as equações 4.2, 4.3 e 4.4 e colocando o termo h em<br />
evidência, obtemos a equação do nível<br />
h<br />
C<br />
( ) ⎥ ⎥⎥<br />
⎡<br />
⎤<br />
⎢<br />
⎜<br />
⎛r<br />
− C ln a ⎟<br />
⎞<br />
a + 2<br />
1 ⎝ r<br />
πε 0 L<br />
b ⎠<br />
= − ⎢<br />
2 ⎢ πε 0 ε r −1<br />
⎣<br />
⎦<br />
(Eq. 4. 5)<br />
Ou seja, à medida que o nível do tanque for aumentando, o valor da<br />
capacitância aumenta progressivamente à medida que o dielétrico ar é substituído pelo<br />
dielétrico líquido a medir (FIALHO, 2004).<br />
4.1.2 Sensor <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> capacitivo<br />
Sensores <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> capacitivos (figura 4.3 e 4.4) são projetados<br />
para operar gerando um campo eletrostático e <strong>de</strong>tectando mudanças neste campo<br />
causadas quando um alvo se aproxima da face ativa. As partes internas do sensor<br />
consistem em uma ponta capacitiva, um oscilador, um retificador <strong>de</strong> sinal, um circuito<br />
<strong>de</strong> filtragem e um circuito <strong>de</strong> saída (ALLEN BRADLEY,2005).<br />
Na ausência <strong>de</strong> um alvo, o oscilador está inativo. Quando o alvo se<br />
aproxima, ele aumenta a capacitância do circuito com a ponta <strong>de</strong> compensação. Quando<br />
23
a capacitância atinge um valor <strong>de</strong>terminado, o oscilador é ativado, o que ativa o circuito<br />
<strong>de</strong> saída a faz com que ele comute seu estado (<strong>de</strong> “aberto” para “fechado” ou vice-<br />
versa).<br />
Figura 4. 3 – Sensor <strong>de</strong> Proximida<strong>de</strong> Capacitivo<br />
Fonte: ALLEN BRADLEY (2005)<br />
A capacitância do circuito com a ponta <strong>de</strong> compensação é <strong>de</strong>terminada<br />
pelo tamanho do alvo, sua constante dielétrica e distância até a ponta. Quanto maior o<br />
tamanho e a constante dielétrica <strong>de</strong> um alvo, mais este aumenta a capacitância. Quanto<br />
menor a distância entre a ponta e o alvo, maior a capacitância.<br />
Figura 4. 4 – Detecção do Nível <strong>de</strong> Líquido<br />
Fonte: ALLEN BRADLEY (2005)<br />
24
4.1.3 Mo<strong>de</strong>lo do sensor <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong><br />
O sensor <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> será <strong>de</strong>notado pela função <strong>de</strong> transferência<br />
GL(s) e será responsável pela realimentação do sistema, permitindo a comparação entre<br />
o valor medido na saída (XM) com o que se <strong>de</strong>seja (XRef).<br />
X = G ( s)<br />
X<br />
(Eq. 4. 6)<br />
G<br />
L<br />
L<br />
L<br />
1 + εTL<br />
s<br />
=<br />
1 + T s<br />
L<br />
M<br />
(Eq. 4. 7)<br />
Na equação 4.7, os valores <strong>de</strong> ε e TL são constantes <strong>de</strong> tempo que<br />
satisfazem as condições para resolver o problema.<br />
4.2 Elemento Atuador<br />
4.2.1 Válvula <strong>de</strong> controle<br />
A válvula é o principal elemento final <strong>de</strong> controle responsável pela<br />
manipulação do fluxo <strong>de</strong> matéria e/ou energia, que como finalida<strong>de</strong> atuar no processo <strong>de</strong><br />
modo a corrigir o valor da variável controlada sempre que houver algum <strong>de</strong>svio em<br />
relação ao valor <strong>de</strong>sejado.<br />
Assim, cada valor do sinal <strong>de</strong> saída do controlador <strong>de</strong>termina uma<br />
posição da haste, uma dada abertura da válvula e uma <strong>de</strong>terminada vazão através da<br />
mesma. No estado estacionário todos esses valores permanecem invariáveis e a variável<br />
<strong>de</strong> processo está no valor <strong>de</strong>sejado. Na presença <strong>de</strong> alguma perturbação no sistema o<br />
sistema <strong>de</strong> controle irá reagir no sentido <strong>de</strong> corrigir o erro (BEGA et al., 2003).<br />
25
As válvulas <strong>de</strong> controle regulam a passagem <strong>de</strong> aço líquido do<br />
distribuidor para o mol<strong>de</strong>. A escolha a<strong>de</strong>quada da válvula interfere no comportamento<br />
dinâmico do sistema. THOMAS (2003) apresenta três dispositivos <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong><br />
aço do distribuidor para o mol<strong>de</strong>:<br />
• abertura do bocal (metering nozzle): é o sistema mais simples <strong>de</strong><br />
controle do fluxo <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> material no mol<strong>de</strong> que consiste em<br />
escolher um tamanho apropriado da abertura no fundo do distribuidor,<br />
<strong>de</strong> modo a restringir o fluxo para uma taxa <strong>de</strong>sejada. Este método é<br />
usado apenas em casos on<strong>de</strong> é tolerada uma baixa qualida<strong>de</strong> do<br />
produto obtido.<br />
• haste tampão (stopper rod): este dispositivo permite produzir aço <strong>de</strong><br />
mais alta qualida<strong>de</strong>. O fluxo é controlado através <strong>de</strong> uma restrição na<br />
abertura, porém como a haste é manipulada em toda profundida<strong>de</strong> do<br />
distribuidor, torna-se mais propícia a um <strong>de</strong>slocamento, <strong>de</strong>vido à<br />
turbulências no distribuidor que altera a área <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong>sejada. Na<br />
figura 4.5 ilustra-se o dispositivo.<br />
• válvula gaveta (sli<strong>de</strong> gate): é um dispositivo que apresenta três discos<br />
sobrepostos. O disco central é <strong>de</strong>slocado regulando a área <strong>de</strong> abertura<br />
que controla a vazão <strong>de</strong> entrada do mol<strong>de</strong>. No sistema em estudo foi<br />
utilizada uma válvula <strong>de</strong>sse tipo, cuja operação será melhor <strong>de</strong>scrita<br />
na próxima seção.<br />
26
4.2.2 Válvula gaveta<br />
Figura 4. 5 – Stopper Rod utilizado no controle <strong>de</strong> fluxo<br />
Fonte: BLANCHINI et al. (2000)<br />
Consi<strong>de</strong>rada, como uma das válvulas mais utilizadas para fins <strong>de</strong><br />
bloqueio, as válvulas gaveta têm uma forma construtiva tal que, como se po<strong>de</strong> observar<br />
na figura 4.6, o fluido ao passar em linha reta através do corpo com o obturador na<br />
posição totalmente aberta, sofrerá uma resistência mínima e conseqüentemente terá uma<br />
baixa perda <strong>de</strong> carga (MIPEL,2005).<br />
O obturador, que po<strong>de</strong> ter a forma <strong>de</strong> disco ou <strong>de</strong> cunha, atua através <strong>de</strong><br />
uma haste que fica montada na tampa da válvula, promovendo por meio <strong>de</strong> uma rosca<br />
própria, movimentos <strong>de</strong> translação do disco ou cunha, em sentidos ascen<strong>de</strong>nte e<br />
<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte, perpendiculares à trajetória do fluido, abrindo ou fechando,<br />
respectivamente, a válvula.<br />
Dentre as características as válvulas gaveta, po<strong>de</strong>-se citar:<br />
• passagem totalmente <strong>de</strong>simpedida quando totalmente aberta;<br />
• estanques para quase todos os tipos <strong>de</strong> fluidos<br />
27
• construção em ampla gama <strong>de</strong> tamanhos;<br />
• fluxo nos dois sentidos.<br />
4.2.3 Mo<strong>de</strong>lo da válvula gaveta<br />
Figura 4. 6 – Válvula Gaveta – Forma básica<br />
Fonte: MIPEL (2005)<br />
O posicionamento da válvula gaveta será <strong>de</strong>scrito por uma função <strong>de</strong><br />
transferência <strong>de</strong> segunda or<strong>de</strong>m (equação 4.9). A entrada do bloco será o sinal <strong>de</strong><br />
controle e a saída XV é a posição atual da válvula, que altera a abertura <strong>de</strong> modo a<br />
corrigir a saída do sistema.<br />
X = G X<br />
(Eq. 4.8)<br />
G<br />
V<br />
V<br />
V<br />
C<br />
2<br />
ωV<br />
( s)<br />
= (Eq. 4. 9)<br />
2<br />
s + 2ζ<br />
ω s + ω<br />
V<br />
V<br />
2<br />
V<br />
Um <strong>de</strong>slocamento xV do atuador implica em uma abertura AV. A equação<br />
que <strong>de</strong>screve a abertura da válvula gaveta é não linear <strong>de</strong>vido à forma circular do<br />
orifício. Para fins <strong>de</strong> simplificação, a equação foi aproximada por um polinômio <strong>de</strong> grau<br />
1, utilizando a função polyfit do software Matlab, e a área aproximada será dada pela<br />
equação 4.10.<br />
28
AV V V<br />
( x ) = ax + b<br />
(Eq. 4. 10)<br />
Quando os discos que formam a válvula gaveta estão na posição xV,<br />
sabe-se que a área efetiva é dada pela equação 4.11, cuja curva é apresentado no gráfico<br />
4.1. Aproximando a curva obtida com um polinômio <strong>de</strong> grau 1, chega-se à reta mostrada<br />
no gráfico 4.2, através da qual é possível <strong>de</strong>terminar os parâmetros a e b.<br />
2<br />
AV = r ( α − sin( α ))<br />
(Eq. 4. 11)<br />
sendo que,<br />
x V<br />
−1<br />
⎛ ⎞<br />
α = 2 cos ⎜2<br />
− ⎟,<br />
2r ≤ xV<br />
≤ 4r<br />
(Eq. 4. 12)<br />
⎝ 2r<br />
⎠<br />
Gráfico 4.1 – Abertura da válvula x Deslocamento (Equação Não Linear)<br />
29
Gráfico 4. 2 – Aproximação linear para a equação <strong>de</strong> abertura da válvula<br />
Os valores obtidos foram:<br />
a =<br />
b =<br />
0.<br />
0525<br />
−0.<br />
0037<br />
4.3 Mo<strong>de</strong>lagem da Planta<br />
Para mo<strong>de</strong>lar o sistema, fazem-se algumas consi<strong>de</strong>rações:<br />
• a mo<strong>de</strong>lagem do sistema será feita consi<strong>de</strong>rando que a taxa <strong>de</strong><br />
variação do nível no tempo é um balanço do fluxo <strong>de</strong> aço que entra no<br />
mol<strong>de</strong> através da válvula submersa e do fluxo que sai;<br />
30
• a consi<strong>de</strong>ração anterior é feita consi<strong>de</strong>rando que a válvula submersa<br />
será posicionada <strong>de</strong> maneira que gran<strong>de</strong>s flutuações <strong>de</strong>vido ao alto<br />
nível <strong>de</strong> turbulência e fluxo assimétrico possam ser <strong>de</strong>sprezadas;<br />
• a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lingotamento será consi<strong>de</strong>rada uma perturbação da<br />
planta.<br />
Denotando a vazão <strong>de</strong> entrada no mol<strong>de</strong> por xin(t) (m 3 /s) e a vazão <strong>de</strong><br />
saída como função da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lingotamento ucs(t) por xout(t), a taxa <strong>de</strong> variação <strong>de</strong><br />
nível no mol<strong>de</strong> será dada pela equação 4.13.<br />
dx ( t)<br />
x ( t)<br />
− x ( t)<br />
m<br />
dt<br />
in out<br />
= (Eq. 4. 13)<br />
A<br />
m<br />
On<strong>de</strong> Am é a área da seção transversal do mol<strong>de</strong>. A vazão <strong>de</strong> entrada será<br />
aproximada pela equação 4.14, on<strong>de</strong> c correspon<strong>de</strong> ao coeficiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga e h é a<br />
altura <strong>de</strong>sejada <strong>de</strong> aço líquido no distribuidor.<br />
xin V<br />
<strong>de</strong>finida pela equação 4.15.<br />
( t)<br />
= A c 2gh<br />
(Eq. 4. 14)<br />
A vazão <strong>de</strong> saída do mol<strong>de</strong> é função da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lingotamento e<br />
x cs<br />
out ( t)<br />
= Amu<br />
( t)<br />
(Eq. 4. 15)<br />
A partir das equações 4.10, 4.13, 4,14 e 4.15, tem-se:<br />
dxm(<br />
t)<br />
=<br />
dt<br />
Fazendo,<br />
c<br />
1<br />
( ax + b)<br />
c 2gh<br />
− A u ( t)<br />
M<br />
V<br />
A<br />
m<br />
m<br />
cs<br />
(Eq. 4. 16)<br />
c 2gh<br />
= (Eq. 4. 17)<br />
A<br />
e aplicando transformada <strong>de</strong> Laplace na equação 4.16, obtém-se:<br />
1<br />
s)<br />
= [ ac1X<br />
V ( s)<br />
+ bc −U<br />
( s)<br />
] (Eq. 4. 18)<br />
s<br />
X M ( 1 CS<br />
31
Na equação 4.18, XM é o nível medido no mol<strong>de</strong>, XV é a entrada da<br />
planta, que é o sinal proveniente da válvula <strong>de</strong> controle, responsável pelo controle da<br />
vazão <strong>de</strong> entrada no mol<strong>de</strong> e UCS é a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lingotamento.<br />
A figura 4.7 é o diagrama <strong>de</strong> blocos do sistema, porém sem a ação <strong>de</strong><br />
controle, que será responsável pelo ajuste da abertura da válvula que controla a vazão <strong>de</strong><br />
entrada <strong>de</strong> aço no mol<strong>de</strong>. O projeto do controlador será abordado no próximo capítulo.<br />
Figura 4. 7 – Diagrama <strong>de</strong> blocos, sem o elemento controlador<br />
32
V. PROJETO DO CONTROLADOR<br />
Um controlador automático, segundo OGATA (2000), compara o valor<br />
real da gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> saída do processo com a gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> referência (valor <strong>de</strong>sejado),<br />
<strong>de</strong>termina o <strong>de</strong>svio e produz um sinal <strong>de</strong> controle que reduzirá o <strong>de</strong>svio a zero ou a um<br />
valor pequeno. A maneira pela qual o controlador automático produz o sinal <strong>de</strong> controle<br />
é chamada ação <strong>de</strong> controle.<br />
Os controladores analógicos industriais po<strong>de</strong>m ser classificados, <strong>de</strong><br />
acordo com a ação <strong>de</strong> controle, como:<br />
• controlador on-off;<br />
• controlador proporcional (P);<br />
• controlador proporcional-integral (PI);<br />
• controlador proporcional-<strong>de</strong>rivativo (PD);<br />
• controlador proporcional-integral-<strong>de</strong>rivativo (PID).<br />
5.1 Classificação dos Controladores<br />
5.1.1 Controle on-off<br />
Em um sistema <strong>de</strong> controle on-off, o atuador apresenta apenas duas<br />
posições. É uma estratégia simples e barata e por isso muitas vezes empregada em<br />
sistemas <strong>de</strong> controle industriais e domésticos (OGATA, 2000).<br />
Sendo u(t) o sinal <strong>de</strong> saída do controlador e e(t) o sinal <strong>de</strong> erro atuante,<br />
tem-se que:<br />
33
u (t)<br />
= U , para e(<br />
t)<br />
> 0<br />
1<br />
= U 2 , para e ( t)<br />
< 0<br />
(Eq. 5. 1)<br />
on<strong>de</strong> U1 e U2 são constantes.<br />
Este controlador é empregado em casos que a variável <strong>de</strong> controle admite<br />
certa variação em torno do valor <strong>de</strong>sejado. Para evitar a freqüência <strong>de</strong> chaveamento e<br />
<strong>de</strong>sgaste do atuador, admite-se, normalmente, a adição <strong>de</strong> uma zona morta.<br />
5.1.2 Controle proporcional (P)<br />
A saída do controlador é proporcional ao erro atuante, ou seja,<br />
u P<br />
( t)<br />
= K e(<br />
t)ʹ<br />
(Eq. 5. 2)<br />
ou no domínio <strong>de</strong> Laplace<br />
U ( s)<br />
=<br />
E(<br />
s)<br />
KP<br />
(Eq. 5. 3)<br />
on<strong>de</strong> KP é <strong>de</strong>nominado ganho proporcional, ou principalmente nas<br />
indústrias, banda proporcional.<br />
Figura 5. 1 – Resposta para diferentes valores <strong>de</strong> KP<br />
Fonte: BEGA et al. (2003)<br />
34
O modo proporcional não apresenta nenhum componente dinâmico, ou<br />
seja, sua atenuação só <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do valor do erro, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da sua velocida<strong>de</strong> ou do<br />
tempo <strong>de</strong> duração <strong>de</strong>ste erro. A saída do controlador varia apenas quando o erro está<br />
variando.<br />
À medida que o ganho proporcional é aumentado, o erro diminui e o<br />
sistema respon<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma mais rápida. Entretanto, um aumento excessivo provoca<br />
muitas oscilações e um tempo maior para estabilização da variável. A variável sempre<br />
estabiliza em um valor diferente do <strong>de</strong>sejado. Essa diferença é chamada offset. Por essas<br />
razões, a ação <strong>de</strong> controle proporcional é normalmente empregada em conjunto com<br />
outras. O comportamento <strong>de</strong>scrito po<strong>de</strong> ser observado na figura 5.1.<br />
5.1.3 Controle proporcional-integral (PI)<br />
Nesse caso, o controlador proporcional conta a ação integral, que elimina<br />
o erro e(t), uma vez enquanto a ação proporcional é proporcional ao erro, a ação integral<br />
é função da integral do erro, ou seja, a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> correção é proporcional ao erro<br />
e(t). A ação integral é utilizada normalmente em conjunto com a proporcional já que<br />
sozinha a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta é muito pequena e tempo <strong>de</strong> estabilização muito longo.<br />
obtém-se<br />
u ( t)<br />
= K e(<br />
t)<br />
+ K<br />
(Eq. 5. 4)<br />
fazendo,<br />
K<br />
K<br />
P<br />
I<br />
P<br />
I = (Eq. 5. 5)<br />
τ i<br />
e colocando a equação 5.4 no domínio da transformada <strong>de</strong> Laplace,<br />
U(<br />
s)<br />
⎛ 1 ⎞<br />
= K<br />
⎜ +<br />
⎟<br />
P 1<br />
E(<br />
s)<br />
⎝ τ is<br />
⎠<br />
(Eq. 5. 6)<br />
O parâmetro KI representa o ganho integral, e τi é chamado tempo<br />
integral. A ação PI <strong>de</strong>vido à sua característica <strong>de</strong> variar a saída sempre que houver erro,<br />
35
faz com que o offset seja eliminado quando o processo atingir um estado estável, o que<br />
não acontecia apenas com o controlador P.<br />
Valores gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong> τi fazem com que a aproximação da variável em<br />
relação ao ponto <strong>de</strong> ajuste seja lenta, ao passo que valores muito pequenos provocam<br />
uma resposta mais rápida, porém com um tempo maior <strong>de</strong> estabilização (figura 5.2).<br />
Figura 5. 2 – Resposta para diferentes valores <strong>de</strong> τi<br />
Fonte: BEGA et al. (2003)<br />
5.1.4 Controle proporcional-<strong>de</strong>rivativo (PD)<br />
A ação <strong>de</strong>rivativa é função da <strong>de</strong>rivada do erro e(t) em relação ao tempo.<br />
É feita normalmente através <strong>de</strong> uma variação do tipo rampa da variável do processo,<br />
uma vez que a resposta do controlador neste caso é proporcional à <strong>de</strong>rivada do erro, o<br />
que impossibilita por exemplo a ação em <strong>de</strong>grau, tendo em vista que a <strong>de</strong>rivada <strong>de</strong> uma<br />
constante é igual a zero. A equação 5.7 representa a ação <strong>de</strong> controle PD.<br />
<strong>de</strong>(<br />
t)<br />
( t)<br />
= K P e(<br />
t)<br />
+ K<br />
(Eq. 5. 7)<br />
dt<br />
u D<br />
consi<strong>de</strong>rando,<br />
36
K K = τ<br />
(Eq. 5. 8)<br />
D<br />
P<br />
d<br />
a função <strong>de</strong> transferência do controlador será dada por<br />
U(<br />
s)<br />
= K P ( 1+<br />
τ ds)<br />
(Eq. 5. 9)<br />
E(<br />
s)<br />
KD representa o ganho <strong>de</strong>rivativo, τd é uma constante <strong>de</strong> tempo<br />
<strong>de</strong>rivativo. A ação é também chamada antecipatória pois realmente inicia a ação<br />
corretiva logo que o erro começa a variar.<br />
Na figura 5.3 consi<strong>de</strong>ra-se um sistema <strong>de</strong> controle em malha fechada. É<br />
possível observar que a ação <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>rivativa assim como a proporcional não<br />
diminui o offset. O aumento do tempo <strong>de</strong>rivativo melhora a estabilida<strong>de</strong> do processo,<br />
mas reduz a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta, ao passo que diminuindo, a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta<br />
aumenta, porém com comprometimento da estabilida<strong>de</strong>, já que ocorre um aumento das<br />
oscilações.<br />
Figura 5. 3 – Resposta para diferentes valores <strong>de</strong> τd<br />
Fonte: BEGA et al. (2003)<br />
Um aumento no valor <strong>de</strong> τd melhora a estabilida<strong>de</strong> do processo em<br />
função <strong>de</strong> seu caráter antecipatório. Na figura 5.4, ilustra-se o ajuste <strong>de</strong> um controlador<br />
PD combinando-se os ajustes do ganho proporcional KP com os do tempo <strong>de</strong>rivativo τd.<br />
37
Figura 5. 4 – Ajuste do PD para combinações <strong>de</strong> KP (representado por KC) e τd<br />
Fonte: BEGA et al. (2003)<br />
A ação <strong>de</strong>rivativa melhora, como se observa, a estabilida<strong>de</strong> do sistema,<br />
sendo que, utilizada em conjunto com a ação proporcional, o ganho po<strong>de</strong> ser aumentado<br />
sem comprometimento da estabilida<strong>de</strong>.<br />
5.1.5 Controle proporcional-integral-<strong>de</strong>rivativo (PID)<br />
Esta ação <strong>de</strong> controle combina as vantagens das três ações <strong>de</strong> controle<br />
individuais: a estabilida<strong>de</strong> conferida pelo <strong>de</strong>rivativo e a eliminação do erro oferecida<br />
pelo proporcional-integral. A equação do controlador PID é dada por:<br />
K t<br />
P<br />
<strong>de</strong>(<br />
t)<br />
( t)<br />
= K P e(<br />
t)<br />
+ e(<br />
t)<br />
dt + K Pτ<br />
τ ∫ (Eq. 5. 10)<br />
0<br />
dt<br />
u d<br />
ou pela função <strong>de</strong> transferência<br />
U(<br />
s)<br />
⎛ 1 ⎞<br />
= K<br />
⎜ + + s<br />
⎟<br />
P 1 τ d<br />
E(<br />
s)<br />
⎝ τ is<br />
⎠<br />
i<br />
(Eq. 5. 11)<br />
38
A maior dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa ação <strong>de</strong> controle é o ajuste dos parâmetros KP,<br />
τi e τd. Na figura 5.5 representam-se as curvas <strong>de</strong> resposta das ações P, PI e PD, on<strong>de</strong> é<br />
possível observar o efeito <strong>de</strong> cada ação <strong>de</strong> controle.<br />
Figura 5. 5 – Resposta <strong>de</strong> um controlador PID<br />
Fonte: BEGA et al. (2003)<br />
Com a ação <strong>de</strong> controle proporcional, o processo atinge um novo valor<br />
estacionário, porém com a presença <strong>de</strong> um offset. A adição da ação integral, elimina o<br />
offset, introduzindo no entanto oscilação que nem sempre po<strong>de</strong>m ser toleradas. O<br />
controlador PID, resolve o problema da resposta, já que garante que a variável<br />
controlada volta ao estado inicial <strong>de</strong> maneira rápida.<br />
5.2 Sintonia <strong>de</strong> Controladores – Método <strong>de</strong> Ziegler-Nichols<br />
É o procedimento para seleção dos parâmetros do controlador, que<br />
atendam as especificações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho. O objetivo do controle <strong>de</strong> processo é tornar<br />
um sistema estável. Consi<strong>de</strong>ra-se que um sistema é instável, quando apresenta tendência<br />
<strong>de</strong> oscilações, que po<strong>de</strong>m ocorrer em malha aberta ou fechada (BEGA, 2003).<br />
A estabilida<strong>de</strong> é influenciada por diversos parâmetros do projeto <strong>de</strong><br />
controle como um todo, ou seja, a <strong>de</strong>terminação do ganho da válvula, sensor e dos<br />
parâmetros do controlador.<br />
39
A técnica adotada para sintonia do controlador foi o método <strong>de</strong> Ziegler-<br />
Nichols, que propõe a <strong>de</strong>terminação dos parâmetros KP, τi e τd, a partir <strong>de</strong> características<br />
da resposta transitória <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado processo a controlar. O método é bastante<br />
simples e facilmente aplicável na indústria.<br />
Dois métodos são apresentados na sintonia <strong>de</strong> controladores: o primeiro é<br />
o <strong>de</strong> sintonia baseada na resposta em malha fechada e o segundo o que é baseada na<br />
resposta em malha aberta.<br />
5.2.1 1º Método: Sintonia baseada na resposta em malha fechada<br />
Baseia-se na <strong>de</strong>terminação do ganho crítico Kcrit para o qual o sinal <strong>de</strong><br />
saída apresenta oscilações mantidas (figura 5.6). Para isso, <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar τi = ∞ e<br />
τd = 0. Também é <strong>de</strong>terminado o período crítico correspon<strong>de</strong>nte Pcrit. A partir <strong>de</strong>sses<br />
valores, Ziegler e Nichols sugeriram ajustar os valores dos parâmetros do controlador <strong>de</strong><br />
acordo com a tabela 5.1.<br />
Figura 5. 6 – Oscilação mantida com período Pcrit - Determinação <strong>de</strong> Kcrit<br />
Fonte: OGATA (2000)<br />
40
Tabela 5. 1 – Regra <strong>de</strong> sintonia baseada na resposta em malha fechada<br />
Tipo <strong>de</strong> Controlador KP τi τd<br />
P 0,5 Kcrit --- ---<br />
PI 0,45 Kcrit Pcrit / 1,2 ---<br />
PD 0,6 Kcrit --- Pcrit / 8<br />
PID 0,6 Kcrit Pcrit / 2 Pcrit / 8<br />
5.2.1 2º Método: Sintonia baseada na resposta em malha aberta<br />
Segundo OGATA (2000) a resposta do processo é obtida com aplicação<br />
<strong>de</strong> uma excitação em <strong>de</strong>grau unitário (figura 5.7), na curva <strong>de</strong> resposta obtida é traçada<br />
uma reta tangente ao ponto <strong>de</strong> inflexão. Essa reta permite <strong>de</strong>terminar o tempo <strong>de</strong> retardo<br />
L e a constante <strong>de</strong> tempo T que serão utilizadas na sintonia do PID, conforme a tabela<br />
5.2.<br />
Figura 5. 7 – Curva <strong>de</strong> resposta em malha aberta em <strong>de</strong>grau unitário<br />
Fonte: OGATA (2000)<br />
41
Tabela 5. 2 – Regra <strong>de</strong> sintonia baseada na resposta em malha aberta<br />
Tipo <strong>de</strong> Controlador KP τi τd<br />
P T/L --- ---<br />
PI 0,9 T/L L/0,3 ---<br />
PID 1,2 T/L 2L 0,5 L<br />
BEGA (2003) explica que os métodos <strong>de</strong> sintonia <strong>de</strong> controladores<br />
sempre objetivam a obtenção da melhor combinação possível dos parâmetros <strong>de</strong> ajuste.<br />
Normalmente, ainda são necessários alguns ajustes dos parâmetros sempre que algum<br />
distúrbio acontece, <strong>de</strong>vido à não linearida<strong>de</strong> dos processos. São necessários nesses<br />
casos, ajustes não lineares ou adaptativos (sintonia adaptativa automática), que significa<br />
que o sistema <strong>de</strong> controle percebe seu estado e, automaticamente se auto-reajusta.<br />
5.3 Sintonia do Controlador <strong>de</strong> Nível<br />
Para sintonizar o controlador para o sistema em questão, foram<br />
utilizados os métodos <strong>de</strong> Ziegler-Nichols. Para o primeiro método, o valor <strong>de</strong> Kcrit foi<br />
encontrado por tentativa e erro e o valor obtido foi<br />
K = 22,<br />
4<br />
(Eq. 5. 12)<br />
crit<br />
A curva <strong>de</strong> resposta do sistema para esse ganho é dada pelo gráfico 5.1.<br />
Observa-se que Pcrit = 1s<br />
42
Gráfico 5. 1 – Resposta em <strong>de</strong>grau dos sistema para Kcrit = 22,4<br />
Utilizando a regra proposta por Ziegler-Nichols apresentada na tabela<br />
5.1, os parâmetros obtidos para o controlador foram os apresentados a seguir.<br />
Tabela 5. 3 – Parâmetros do controlador pela regra <strong>de</strong> sintonia em malha fechada<br />
Tipo <strong>de</strong> Controlador KP τi τd<br />
P 11,2 --- ---<br />
PI 10,08 0,83 ---<br />
PD 13,44 --- 0,125<br />
PID 13,44 0,5 0,125<br />
Adotando a regra <strong>de</strong> sintonia em malha aberta, foi aplicada uma entrada<br />
em <strong>de</strong>grau unitário no sistema em malha aberta. A resposta é ilustrada no gráfico 5.2.<br />
43
Gráfico 5. 2 – Resposta em <strong>de</strong>grau<br />
Traçando uma reta tangente à curva no ponto <strong>de</strong> inflexão, po<strong>de</strong>m-se<br />
<strong>de</strong>terminar os valores <strong>de</strong> T e L, como exposto no gráfico 5.3.<br />
44
estão dispostos abaixo:<br />
Gráfico 5. 3 – Determinação <strong>de</strong> L e T<br />
Os parâmetros obtidos para o controlador, <strong>de</strong>finidos segundo a tabela 5.2<br />
Tabela 5. 4 – Parâmetros do controlador pela regra <strong>de</strong> sintonia em malha fechada<br />
Tipo <strong>de</strong> Controlador KP τi τd<br />
P 2,0 --- ---<br />
PI 1,8 3 ---<br />
PID 2,4 1,8 0,45<br />
45
VI. MO<strong>DE</strong>LO E SIMULAÇÃO<br />
Esse capítulo tem por objetivo realizar os testes no mo<strong>de</strong>lo da planta<br />
proposto analisando primeiramente seu comportamento em malha aberta e na seqüência<br />
utilizando os parâmetros obtidos para a sintonia do controlador pelos métodos <strong>de</strong><br />
Ziegler-Nichols.<br />
6.1 Resposta em Malha Aberta<br />
Gráfico 6. 1 – Resposta em malha aberta<br />
46
Utilizando uma entrada em <strong>de</strong>grau unitário para o sistema e consi<strong>de</strong>rando<br />
a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lingotamento constante (uCS = 1,8 m/min). O valor medido na saída é<br />
apresentado no gráfico 6.1. Observa-se que a saída não respon<strong>de</strong> ao valor <strong>de</strong>sejado. O<br />
sinal apresenta estabilida<strong>de</strong> em malha aberta, com XM = 0,9 após aproximadamente 7s.<br />
A ação <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>verá estabilizar a saída, no valor <strong>de</strong>sejado e <strong>de</strong> forma a aten<strong>de</strong>r<br />
características <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho em regime transitório satisfatório:<br />
• td (tempo <strong>de</strong> atraso): tempo necessário para que a resposta alcance<br />
pela primeira vez meta<strong>de</strong> do valor final <strong>de</strong>sejado;<br />
• tr (tempo <strong>de</strong> subida): tempo necessário para que a resposta passe seu<br />
valor final;<br />
• tp (instante <strong>de</strong> pico): instante em que a resposta alcance o primeiro<br />
pico <strong>de</strong> ultrapassagem<br />
• Mp (máxima ultrapassagem): é o valor máximo <strong>de</strong> pico em relação à<br />
unida<strong>de</strong><br />
• ts (tempo <strong>de</strong> acomodação): tempo necessário para que o valor alcance<br />
uma resposta <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma faixa <strong>de</strong> valores próximo ao valor final.<br />
As características mencionadas, consi<strong>de</strong>radas mais relevantes para a<br />
<strong>de</strong>finição dos parâmetros do controlador foram o tempo <strong>de</strong> acomodação, já que o<br />
sistema <strong>de</strong>ve respon<strong>de</strong>r rapidamente aos distúrbios da planta, e o máximo valor <strong>de</strong><br />
ultrapassagem, a fim <strong>de</strong> evitar muitas oscilações no valor da saída.<br />
6.2 Resposta em Malha Fechada<br />
No capítulo 5, foram <strong>de</strong>terminados os parâmetros do controlador pelos<br />
métodos <strong>de</strong> Ziegler-Nichols, baseado na resposta em malha aberta e na resposta em<br />
malha fechada. A partir dos valores obtidos, foram realizadas as simulações com<br />
objetivo <strong>de</strong> verificar como o sistema respon<strong>de</strong> a cada ação <strong>de</strong> controle aplicada e<br />
verificar qual a melhor opção.<br />
47
6.2.1 Método baseado na resposta em malha fechada<br />
A primeira comparação será feita usando os valores obtidos pelo método<br />
baseado na resposta em malha fechada. Nos gráficos 6.2, 6.3, 6.4 e 6.5 simulam-se a<br />
saída do sistema para cada caso.<br />
Gráfico 6. 2 – Controlador P<br />
48
Gráfico 6. 3 – Controlador PI<br />
Gráfico 6. 4 – Controlador PD<br />
49
Gráfico 6. 5 – Controlador PID<br />
Das respostas obtidas, po<strong>de</strong>-se fazer algumas observações:<br />
• O controlador P teve <strong>de</strong>sempenho pouco satisfatório. Embora a<br />
resposta tenha estabilizado em aproximadamente 5s, a saída<br />
apresentou muitas oscilações, com um MP ≅ 1 e um offset em relação<br />
ao valor <strong>de</strong>sejado <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 10%.<br />
• O controlador PI eliminou o offset (a ação integral consegue corrigir o<br />
erro). Entretanto, apresentou comportamento muito oscilatório na<br />
saída e um tempo <strong>de</strong> acomodação <strong>de</strong> aproximadamente 10s (para<br />
entrar em uma faixa <strong>de</strong> 5% do valor <strong>de</strong>sejado).<br />
• A resposta do PD apresentou MP = 0,5, tempo <strong>de</strong> acomodação <strong>de</strong> 3s<br />
apenas, porém como a ação <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>rivativa não elimina o<br />
offset, o valor da saída estabilizou em 0,9.<br />
• Com o controlador PID obteve-se uma resposta com tempo <strong>de</strong><br />
acomodação <strong>de</strong> 4s para atingir o valor final <strong>de</strong>sejado, eliminando o<br />
offset presente no PD (<strong>de</strong>vido à ação do integrador) porém o MP foi<br />
mais elevado que no PD, atingindo 1,5.<br />
50
Utilizando esse método o melhor resultado foi obtido utilizando o<br />
controle PID, exceto pelo overshoot (MP).<br />
6.2.2 Método baseado na resposta em malha aberta<br />
Nos gráficos 6.6, 6.7 e 6.8 representa-se a resposta ao <strong>de</strong>grau unitário<br />
utilizando os parâmetros obtidos pelo método baseado na resposta em malha aberta<br />
proposto por Ziegler e Nichols.<br />
Gráfico 6. 6 – Controlador P<br />
51
Gráfico 6. 7 – Controlador PI<br />
Gráfico 6. 8 – Controlador PID<br />
52
Das respostas obtidas, temos:<br />
• O controlador P estabilizou em aproximadamente 6s, com um MP =<br />
0,4 e um offset em relação ao valor <strong>de</strong>sejado <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 30%.<br />
• O controlador PI eliminou o offset e o overshoot, entretanto,<br />
apresentou um tempo <strong>de</strong> acomodação <strong>de</strong> aproximadamente 10s.<br />
• Com o controlador PID obteve-se uma resposta com tempo <strong>de</strong><br />
acomodação <strong>de</strong> 8s para atingir o valor final <strong>de</strong>sejado, com o MP = 0.2.<br />
Novamente a resposta obtida pelo PID foi a mais satisfatória, pois<br />
alcançou o valor <strong>de</strong>sejado em tempos menor que o PI com um overshoot aceitável.<br />
6.3 Mo<strong>de</strong>lo Proposto<br />
Da comparação dos dois métodos, é possível observar que o método<br />
baseado na resposta em malha fechada em geral apresenta um tempo <strong>de</strong> acomodação<br />
mais rápido, porém um MP mais elevado. Ao passo que o baseado na resposta em malha<br />
aberta teve um tempo <strong>de</strong> resposta maior porém com overshoot muito baixo, ou nulo no<br />
caso do PI.<br />
O sistema abordado não admite oscilações na saída, portanto, o projeto<br />
<strong>de</strong> controlador escolhido foi o PID com parâmetros ajustados pelo método <strong>de</strong> Ziegler-<br />
Nichols baseado na resposta em malha aberta. Os parâmetros consi<strong>de</strong>rados então foram:<br />
KP = 2,4; τi = 1,8 e τd = 0,45.<br />
Entretanto, por tentativa e erro foram realizados novos testes, a fim <strong>de</strong><br />
melhorar a resposta obtida. Sabe-se que um aumento no valor <strong>de</strong> KP aumenta a<br />
velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta, provocando porém mais oscilações. O mesmo ocorre com a<br />
diminuição <strong>de</strong> τd. Entretanto com o sistema apresentou pouca oscilação os valores <strong>de</strong> KP<br />
e τd foram alterados para 3,0 e 0,3 respectivamente. Valores gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong> τi garantem uma<br />
estabilização mais rápida da resposta, por isso τi foi aumentado para 2,4. A resposta<br />
obtida foi a apresentada no gráfico 6.9.<br />
53
Gráfico 6. 9 – Controlador PID do sistema <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> nível<br />
apresentado na figura 6.1.<br />
A malha <strong>de</strong> controle será dada então pelo diagrama <strong>de</strong> blocos<br />
Figura 6. 1 – Diagrama <strong>de</strong> Blocos Final<br />
54
VII. CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES FINAIS<br />
O trabalho tinha como objetivo, propor uma estratégia <strong>de</strong> controle <strong>de</strong><br />
nível para o mol<strong>de</strong> <strong>de</strong> lingotamento contínuo. A partir do mo<strong>de</strong>lo matemático da planta,<br />
utilizou-se um controlador PID que apresentou uma resposta com poucas oscilações,<br />
aproximadamente 10% <strong>de</strong> overshoot e um tempo <strong>de</strong> acomodação próximo <strong>de</strong> 6s. Para<br />
sintonia do controlador adotou-se o método <strong>de</strong> Ziegler-Nichols, sendo que o baseado em<br />
resposta em malha aberta apresentou resultados mais satisfatórios, a partir dos quais,<br />
por tentativa e erro obteve-se novos valores para os parâmetros KP, KI e KD. Foi adotado<br />
um controlador PID, pois a resposta do sistema mostrou-se melhor que utilizando<br />
apenas o controlador P (que apresentou um offset) ou o PI (que eliminou o erro, mas<br />
teve muitas oscilações).<br />
Muitas pesquisas em torno <strong>de</strong>sse tema tem sido realizadas com intenção<br />
<strong>de</strong> propor estratégias mais eficientes para o problema do controle <strong>de</strong> nível no mol<strong>de</strong>,<br />
fundamental na garantia da qualida<strong>de</strong> do aço fabricado. Consi<strong>de</strong>rando-se que foi<br />
adotado um método empírico para sintonia do controlador, uma proposta que po<strong>de</strong><br />
representar melhorias significativas nos resultados é a utilização <strong>de</strong> um método analítico<br />
(Root Locus, H∞) ou ainda <strong>de</strong> um método heurístico (Simmulated Annealing,<br />
Algoritmos Genéticos) para sintonia ou refinamento da solução. Po<strong>de</strong>-se explorar<br />
também a utilização <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> controle mo<strong>de</strong>rno (Lógica Fuzzy, Re<strong>de</strong>s Neurais).<br />
Como proposta para trabalhos futuros, sugere-se ainda a implementação<br />
do sistema <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> nível no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> mol<strong>de</strong> que se encontra no laboratório do<br />
<strong>DE</strong>MET, na <strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong>.<br />
55
VIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
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