Tese Final.pdf - Estudo Geral - Universidade de Coimbra
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Os indivíduos que <strong>de</strong>senvolvem relações <strong>de</strong> confiança com os pais, que vivem<br />
menos conflitos em família, irão <strong>de</strong>monstrar comportamentos mais estáveis e vão investir<br />
na criação <strong>de</strong> mais crianças.<br />
Por outro lado, o mesmo não acontece com os indivíduos que <strong>de</strong>senvolvem uma<br />
apego inseguro com os seus pais, que vivenciam relações oportunistas entre os membros da<br />
família, que crescem em famílias <strong>de</strong> pais ausentes, que enfrentam escassez <strong>de</strong> recursos<br />
tanto práticos, como emocionais e sociais e stress familiar.<br />
Estes últimos que crescem em ambientes muito instáveis correm o risco <strong>de</strong> encurtar<br />
a ida<strong>de</strong> da maturida<strong>de</strong> biológica, amadurecendo mais cedo, inclusive em relação à<br />
maturida<strong>de</strong> sexual, tendo, por conseguinte, a tendência <strong>de</strong> se envolverem em<br />
relacionamentos superficiais mais cedo e em casamentos precoces com maior frequência<br />
(Bereczkei, 2007).<br />
Crianças que crescem em lares com cuidados instáveis e com um alto nível <strong>de</strong><br />
conflitos familiares durante a infância po<strong>de</strong>m ser mais propensas a ter níveis anormais da<br />
hormona cortisol quando adultos, o que po<strong>de</strong> potencialmente provocar alguma alteração<br />
e/ou patologia (Flinn, Quinlan, Decker, Turner & England, 1996).<br />
A ausência do pai também é um forte indicador <strong>de</strong> que as filhas po<strong>de</strong>m amadurecer<br />
mais cedo e iniciar as suas activida<strong>de</strong>s sexuais mais precocemente do que as filhas cujas<br />
famílias têm ambos os pais. O mesmo po<strong>de</strong> ocorrer no caso das mães provenientes <strong>de</strong> um<br />
ambiente familiar com um baixo nível <strong>de</strong> afecto paternal e com elevados níveis <strong>de</strong><br />
conflitos com os pais. Estas, por sua vez, começam a reproduzir mais cedo e dão à luz a<br />
mais bebés do que aquelas que crescem em lares mais favorecidos (Bereczkei, 2007).<br />
Po<strong>de</strong>-se concluir, então, que os mecanismos psicológicos e evolutivos, isto é, as<br />
respostas do indivíduo a si e ao mundo, são diferentes em lares com a ausência do pai, com<br />
stress físico e psicossocial do que em lares on<strong>de</strong> se tem a presença do pai e da mãe e maior<br />
estabilida<strong>de</strong> emocional.<br />
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