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florestas primárias ou de plantios florestais. O
Pará é responsável por 8,6% da produção total
no Brasil, sendo que seu principal destino são
as indústrias de siderurgia para produção de
ferro-gusa. A produção de carvão vegetal ocorre
pela carbonização da madeira em fornos de
alvenaria, em processos dispersos, pouco
mecanizados e altamente dependentes de
trabalho humano, sendo que esta provém
principalmente, da exploração de florestas
nativas, apesar do aumento da importância do
carvão de origem plantada.
A história do uso do carvão vegetal na
Amazônia brasileira coincide com a
implementação dos “Grandes Projetos”, época
em que o Pará abrigou o Projeto Grande Carajás,
implantado no ano de 1980, cujo objetivo
consistia em industrializar e desenvolver a
Amazônia Oriental. Na região amazônica as
carvoarias, ainda, se multiplicam para atender
essa demanda agravando, assim, a situação do
desmatamento (HOMMA, 2006; FILGUEIRAS et
al., 2008), que intervêm nos ecossistemas
provocando mudanças no meio ambiente. Os
recursos de florestas nativas estão cada vez mais
escassos, principalmente, nas regiões próximas
aos centros produtores de ferro-gusa,
considerando que grande parte do
desenvolvimento da agricultura já ocorreu
nestas áreas. Como resultado, as distâncias
entre as fontes de carvão vegetal e as
3.2 MATRIZ DE CORRELAÇÃO
Entre os coeficientes significativos,
destacaram-se aqueles que possuem forte
correlação (r 0,6). A correlação mais expressiva
ocorreu entre as variáveis pecuária e matas, da
ordem de -0,661, isto é, forte e inversamente
proporcional. Por meio desta análise, pode-se
inferir que com o aumento da pecuária e a
consequente ampliações das áreas de pastagens
Amazônia: Ci. & Desenv., Belém, v. 7, n. 13, jul./dez. 2011.
siderúrgicas estão aumentando. Esta situação
pode estimular os produtores de ferro-gusa a
desenvolver programas de reflorestamento com
espécies de rápido crescimento, a fim de suprir
a demanda por carvão vegetal.
No entanto, outro aspecto relevante é
que o aquecimento da atividade de
reflorestamento tende a inverter o papel
positivo da cultura do eucalipto como atividade
econômica, em principal quando acorre uma
tendência à substituição, por exemplo, das
áreas ocupadas pela agricultura familiar pelo
reflorestamento com a espécie, como já vem
ocorrendo com intensidade a oeste e ao sul do
Maranhão. Esta dinâmica parte da necessidade
em atender aos polos siderúrgicos,
principalmente do polo Carajás.
Como a tendência de conversão das
paisagens inclui o Sudeste Paraense, é
necessário cautela e ações do governo que
observem esta tendência, para evitar o que já
vem ocorrendo no sul da Bahia, onde as
empresas produtoras de celulose, por exemplo,
estabelecem contratos com os produtores,
fornecem mudas e insumos, além dos técnicos.
O produtor deve garantir a venda para a
empresa com a qual assinou o contrato, gerando
prejuízos ambientais (pela agressividade da
cultura) e culturais (devido ao êxodo rural
causado pela expansão dos eucaliptais).
diminuem as de floresta nativa, considerando,
nesta análise, apenas a ampliação as quais
utilizam o sistema extensivo de pastagens.
De acordo com Rivero et al. (2009), as
causas próximas do desflorestamento 3 estão
associadas aos usos do solo e afetam diretamente
o ambiente e a cobertura vegetal. Esses autores
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