baixar em PDF - Coleção Aplauso - Imprensa Oficial
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da avalanche de tiros <strong>em</strong> cena. Não foi uma noite<br />
de finesse que se esperava numa inauguração. O<br />
fato é que, como dizíamos, nós fiz<strong>em</strong>os a pólvora<br />
cheirar no palco do Municipal.<br />
Mas a minha maior surpresa na estreia foi a presença<br />
de Heleny Guariba. Ninguém sabia que ela<br />
havia sido solta. Ela chega e no final do espetáculo<br />
me puxa para dar a maior bronca, passar o<br />
maior sabão, me cobrar como o líder que havia<br />
deixado montar<strong>em</strong> aquilo, que não tinha nada<br />
a ver com a proposta do grupo. Ela detestou e<br />
eu me senti muito culpado. Mas fazer o quê? A<br />
ausência dela nos deixou muito desnorteados.<br />
Seguimos <strong>em</strong> frente, s<strong>em</strong> a Heleny. Em 1971, eu<br />
ainda fiz com o grupo Mirandolina, de Goldoni,<br />
dirigido pelo Emílio di Biasi, que também foi convidado.<br />
Esse hábito de convidar um diretor é um<br />
fenômeno que acontece somente nesse período,<br />
não se incorpora ao grupo. No ano seguinte, o<br />
Lafayette Galvão (autor, ator e diretor) v<strong>em</strong> com<br />
a ideia de montar seu texto Aleijadinho, Aqui<br />
Agora. Era um espetáculo de cunho político, pois<br />
colocava o personag<strong>em</strong> dentro da Inconfidência<br />
Mineira. Se era um fato real ou não, não importava.<br />
Naquele momento, <strong>em</strong> 1972, o importante<br />
eram as posições políticas, estar sintonizado de<br />
alguma maneira com a época de repressão. Foi<br />
um momento significativo também para o gru-