baixar em PDF - Coleção Aplauso - Imprensa Oficial
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fantástica da EAD, onde eu estava s<strong>em</strong>pre lendo<br />
os autores, como Martins Pena, as críticas e as<br />
peças. Nos fins de s<strong>em</strong>ana ensaiávamos. Era um<br />
período muito produtivo na escola, e não somente<br />
pelos estudos. Estávamos já no momento da<br />
ditadura, as peças sendo tiradas de cartaz, e eu<br />
ali, com meu trabalho de desenhista, um alienado.<br />
De repente, me descobri como cidadão que<br />
participava da vida brasileira. Eu era chamado<br />
para participar de reuniões, de movimentos, e o<br />
trabalho ia aos poucos me aborrecendo. Na <strong>em</strong>presa,<br />
eu era, por força do ofício, muito ligado<br />
à direção. E o dono da <strong>em</strong>presa, que fabricava<br />
material para Brasília, era o Sebastião Paes de<br />
Almeida, o ministro da Fazenda do Juscelino Kubitschek.<br />
Havia muita fraude nas concorrências<br />
daquela época como agora, e o trabalho, nesse<br />
ambiente, me incomodava. Vivia a poesia de um<br />
lado, o dinheiro do outro.<br />
Mas meu santo forte e o incentivo da minha<br />
mulher faz<strong>em</strong> com que eu chegue ao fim da<br />
EAD. Nesse período, numa aula com Sábato<br />
Magaldi sobre teatro brasileiro, começamos a<br />
estudar Jorge Andrade, que eu adorava desde<br />
o período do teatro amador do ABC. Eu havia<br />
visto algumas peças dele, inclusive a grande<br />
montag<strong>em</strong> de Antunes Filho para Vereda da<br />
Salvação, o último espetáculo importante do