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Boletim Técnico Viveiro para Produção de Mudas do ... - UPIS

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<strong>Boletim</strong> <strong>Técnico</strong><br />

<strong>Viveiro</strong> <strong>para</strong> <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> <strong>Mudas</strong> <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong><br />

Planaltina – DF<br />

Dezembro <strong>de</strong> 2007


http://www.upis.br<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>Técnico</strong><br />

<strong>Viveiro</strong> <strong>para</strong> <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> <strong>Mudas</strong> <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong><br />

Antonio Gomes<br />

Orienta<strong>do</strong>ra: Profa. Dra. Janine Tavares Camargo<br />

Orienta<strong>do</strong>r Econômico: Prof. MBA Claiton <strong>de</strong> Paula Ribeiro<br />

Co-Orienta<strong>do</strong>r: Dr. Marcus Vinicius Araújo Mello <strong>de</strong> Oliveira<br />

Trabalho apresenta<strong>do</strong>, como parte das exigências<br />

<strong>para</strong> a conclusão <strong>do</strong> CURSO DE AGRONOMIA<br />

Planaltina – DF<br />

Dezembro <strong>de</strong> 2007<br />

<strong>UPIS</strong> – Faculda<strong>de</strong>s Integradas<br />

Departamento <strong>de</strong> Agronomia<br />

Ro<strong>do</strong>via BR 020, km 18<br />

DF 335, km 4,8<br />

Planaltina (DF) Brasil<br />

En<strong>de</strong>reço <strong>para</strong> correspondência:<br />

SEP/Sul Eq. 712/912 Conjunto A<br />

CEP: 70390-125 Brasília (DF) Brasil<br />

Fone/Fax: (0XX61) 3488-9909<br />

www.upis.br<br />

agronomia@upis.br<br />

Orienta<strong>do</strong>ra: Profa. Dra. Janine Tavares Camargo<br />

Orienta<strong>do</strong>r Econômico: Prof. MBA Claiton <strong>de</strong> Paula Ribeiro<br />

Co-Orienta<strong>do</strong>r: Dr. Marcus Vinícius Araújo Mello <strong>de</strong> Oliveira<br />

Supervisores: Profa. Dra. Janine Tavares Camargo<br />

Prof. M.S. Adilson Jayme <strong>de</strong> Oliveira<br />

Revisor: Prof. M.S. Júlio Cézar Meirelles Gomes<br />

Membros da Banca:<br />

Profa. Dra. Janine Tavares Camargo<br />

Prof. MBA Claiton <strong>de</strong> Paula Ribeiro<br />

Prof. Alexandre Sampaio<br />

Data da Defesa: 04/12/2007.


ÍNDICE<br />

RESUMO...................................................................................8<br />

1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA....................................9<br />

2. OBJETIVO ..........................................................................12<br />

3. RECOMENDAÇÃO TÉCNICA .........................................13<br />

3.1 Coleta <strong>de</strong> Sementes ........................................................22<br />

3.2 Pós-coleta e Armazenamento.........................................23<br />

3.3 Propagação.....................................................................25<br />

3.3.1 Propagação Sexuada ...............................................25<br />

3.3.2 Propagação Assexuada............................................28<br />

3.4 Adubação .......................................................................29<br />

3.4.1 Substrato .................................................................29<br />

3.4.2 Adubação ................................................................30<br />

3.5 Irrigação .........................................................................31<br />

3.6 Doenças e Pragas ...........................................................32<br />

3.7 Tratos Culturais..............................................................37<br />

3.8 Espécies Produzidas.......................................................39<br />

3.8.1 Amburana................................................................41<br />

3.8.2 Angico.....................................................................42<br />

3.8.3 Aroeira ....................................................................43<br />

3.8.4 Ipê-amarelo-<strong>do</strong>-cerra<strong>do</strong>...........................................44<br />

3.8.5 Jacarandá-<strong>do</strong>-cerra<strong>do</strong> ..............................................46<br />

3.8.6 Jequitibá ..................................................................47<br />

3.8.7 Macaúba..................................................................47<br />

3.8.8 Pau terra ..................................................................49<br />

3.8.9 Pequi .......................................................................50<br />

3.8.10 Sucupira-branca ....................................................52<br />

3.9 Legislação ......................................................................53<br />

4. ESTUDO DE CASO............................................................58<br />

4.1 Localização ....................................................................58<br />

4.2 Preparo <strong>do</strong> Local ............................................................58<br />

4.3. Coleta <strong>de</strong> Sementes .......................................................59<br />

4.4. Pós-colheita e Armazenamento.....................................60<br />

4.5. Propagação....................................................................62<br />

4.6 Adubação e Subtrato ......................................................63<br />

4.7 Irrigação .........................................................................63<br />

4.8 Doenças e Pragas ...........................................................64<br />

4.9 Tratos Culturais..............................................................66<br />

4.10 Mão-<strong>de</strong>-obra.................................................................68<br />

4.11 Coeficientes <strong>Técnico</strong>s ..................................................68<br />

4.12 Plano <strong>de</strong> Negócios........................................................72<br />

4.12.1 Tamanho <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>............................................73<br />

4.12.2 Legislação .............................................................74<br />

4.12.3 Estrutura <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> ............................................76<br />

4.12.4 Análise SWOT ......................................................77<br />

4.12.5 Análise Externa.....................................................77<br />

4.12.6 Fatores chaves <strong>de</strong> sucesso.....................................79<br />

4.12.7 Concorrentes .........................................................80<br />

4.12.8 Fornece<strong>do</strong>res .........................................................82<br />

4.12.9 Clientes .................................................................83<br />

4.12.10 Produtos Substitutos............................................84<br />

4.12.11 Os quatro P’s <strong>do</strong> Marketing. ...............................84<br />

4.12.12 Análise Interna ....................................................85<br />

4.12.13 Função Marketing ...............................................86<br />

4.12.14 Função <strong>Produção</strong>/Operações...............................87<br />

4.12.15 Função Finanças..................................................88<br />

4.12.16 Função Recursos Humanos.................................88<br />

4.12.17 Missão .................................................................89<br />

4.12.18 Visão ...................................................................90<br />

4.12.19 Objetivos .............................................................91<br />

4.12.20 Estratégias ...........................................................91<br />

5. CONCLUSÃO .....................................................................91<br />

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................92


LISTA DE FIGURAS:<br />

Figura 1. Croqui <strong>do</strong> <strong>Viveiro</strong>.....................................................59<br />

Figura 2. Sistema <strong>de</strong> Irrigação. ................................................64<br />

Figura 3. Ca<strong>de</strong>ia Produtiva. .....................................................76<br />

Figura 4. <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> <strong>Mudas</strong> em Posse. .................................82<br />

Figura 5. Forças competitivas propostas por Porter.................84<br />

LISTA DE TABELAS:<br />

Tabela 1. Ocorrência <strong>de</strong> incêndios no Paraná..........................16<br />

Tabela 2. Quadro <strong>de</strong> Coleta. ....................................................60<br />

Tabela 3. Controle <strong>de</strong> Formigas e Cupins................................65<br />

Tabela 4. Controle <strong>de</strong> Pragas ...................................................66<br />

Tabela 5. Controle <strong>de</strong> Doenças ................................................66<br />

Tabela 6. Coeficientes <strong>Técnico</strong>s. .............................................69<br />

Tabela 7. Operações - Enchimento <strong>de</strong> Sacos Plásticos............70<br />

Tabela 8. Operações – Pulverização. .......................................70<br />

Tabela 9. Operações – Desinfecção <strong>de</strong> Materiais. ...................70<br />

Tabela 10. Operações – Preparo Substrato/Adubação.............71<br />

Tabela 11. Operações – Semeadura. ........................................71<br />

Tabela 12. Operações – Coleta <strong>de</strong> Sementes. ..........................71<br />

Tabela 13. Operações – Tratamento <strong>de</strong> Sementes. ..................72<br />

Tabela 14. Operações – Repicagem.........................................72<br />

Tabela 15. <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> <strong>Mudas</strong>................................................81<br />

Tabela 16. Fatores Chave <strong>de</strong> Sucesso. .....................................82<br />

Tabela 17: FCS empresa e concorrentes..................................82<br />

Tabela 18. Matriz SWOT.........................................................89<br />

8<br />

RESUMO<br />

<strong>Viveiro</strong> <strong>para</strong> <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> <strong>Mudas</strong> <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>.<br />

Antonio Gomes 1<br />

Janine Tavares Camargo 2<br />

Marcus Vinícius Araújo Mello <strong>de</strong> Oliveira 3<br />

Claiton <strong>de</strong> Paula Ribeiro 4<br />

Alexandre Sampaio 5<br />

A diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> plantas no Brasil é importante pela sua<br />

atuação no ecossistema como um to<strong>do</strong>. As mudas nativas vêm<br />

sen<strong>do</strong> bastante <strong>de</strong>mandadas pelo merca<strong>do</strong> diante da situação <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>gradação que se encontra o ambiente. As espécies nativas são<br />

responsáveis pela gran<strong>de</strong> parte da recuperação das áreas<br />

<strong>de</strong>gradadas no Brasil. A produção é muito pequena diante <strong>do</strong><br />

número <strong>de</strong> áreas que necessitam <strong>de</strong> uma recuperação. O gran<strong>de</strong><br />

problema <strong>para</strong> a produção <strong>de</strong>ssas mudas é o pequeno<br />

conhecimento silvicultural e a falta <strong>de</strong> tecnologias voltadas <strong>para</strong><br />

esse âmbito. O merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> mudas <strong>de</strong> espécies nativas é<br />

crescente e esta cada vez mais exigente, permitin<strong>do</strong> assim uma<br />

vasta gama <strong>de</strong> viveiros especializa<strong>do</strong>s. No contexto mundial a<br />

exploração <strong>de</strong>senfreada <strong>do</strong> ambiente já retrata os resulta<strong>do</strong>s<br />

vistos na atualida<strong>de</strong> requeren<strong>do</strong> uma conscientização e atitu<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>s países <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s, em <strong>de</strong>senvolvimento e <strong>do</strong> homem<br />

<strong>para</strong> com essa situação. O viveiro <strong>de</strong> mudas <strong>de</strong> espécies nativas<br />

no município <strong>de</strong> Posse, na região nor<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> Goiás com área<br />

<strong>de</strong> 4.000 metros quadra<strong>do</strong>s é viável tecnicamente.<br />

PALAVRAS-CHAVE: Espécies nativas, mudas, árvores<br />

brasileiras, viveiros, recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas.<br />

_________________________<br />

1 Aluno <strong>de</strong> graduação <strong>do</strong> Dept. <strong>de</strong> Agronomia da Faculda<strong>de</strong> <strong>UPIS</strong>; e-mail: agomes_df@yahoo.com.br<br />

2 Engª. Agrônomo, Dra. Professora da Faculda<strong>de</strong> <strong>UPIS</strong>, Dept. <strong>de</strong> Agronomia; e-mail: ninetc@terra.com..br<br />

3 Adm. MBA, Prof. da Faculda<strong>de</strong> <strong>UPIS</strong>, Dept. <strong>de</strong> Agronomia e Contabilida<strong>de</strong>; cton_pr13@yahoo.com.br<br />

4 Eng. Agrônomo, Professor da Faculda<strong>de</strong> <strong>UPIS</strong>, Dept. <strong>de</strong> Agronomia; marcus_vamo@hotmail.com<br />

5 Eng. Agrônomo, Professor da Faculda<strong>de</strong> <strong>UPIS</strong>, Dept. <strong>de</strong> Agronomia; sampaioalexandre@hotmail.com


1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA<br />

O Cerra<strong>do</strong> é uma região que possui aproximadamente<br />

uma área <strong>de</strong> 204 milhões <strong>de</strong> hectares, distribuída<br />

principalmente nos esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> São Paulo, Minas Gerais, Goiás,<br />

Mato Grosso, Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, Tocantins, Bahia, Piauí e<br />

Distrito Fe<strong>de</strong>ral (Silva et al., 1992).<br />

As espécies <strong>de</strong> árvores da nossa flora têm gran<strong>de</strong><br />

importância econômica, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> o seu cultivo e participação na<br />

economia mundial. Gran<strong>de</strong> parte da ma<strong>de</strong>ira consumida no<br />

mun<strong>do</strong> é resulta<strong>do</strong> da exploração da nossa flora (Lorenzi,<br />

2002). O estímulo <strong>do</strong> plantio <strong>de</strong> essências nativas com fins <strong>de</strong><br />

exploração econômica vem da evi<strong>de</strong>nte tendência <strong>de</strong> escassez<br />

da oferta <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira (Lorenzi, 2002).<br />

A <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> ecossistemas tropicais em diferentes<br />

áreas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> é um fato real, sen<strong>do</strong> o solo, o meio mais<br />

importante que se encontra em <strong>de</strong>struição. A exploração<br />

<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada <strong>do</strong>s solos, aliada à <strong>de</strong>struição da cobertura vegetal,<br />

intensifica a erosão, a perda <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s solos e<br />

consequentemente o aban<strong>do</strong>no das áreas pelos produtores<br />

aumentan<strong>do</strong> a <strong>de</strong>gradação e contribuin<strong>do</strong> <strong>para</strong> o aumento da<br />

pobreza social que ronda as gran<strong>de</strong>s capitais e o país (Carvalho<br />

et al., 1998).<br />

Uma das maiores florestas nativas remanescentes no<br />

mun<strong>do</strong>, cerca <strong>de</strong> 5,1 milhões <strong>de</strong> quilômetros quadra<strong>do</strong>s e 20%<br />

das espécies, é encontrada no Brasil. Gran<strong>de</strong> parte da<br />

responsabilida<strong>de</strong> sobre os danos ambientais <strong>de</strong>correntes <strong>do</strong> mau<br />

uso agropecuário e florestal nos diferentes biomas brasileiros,<br />

em especial no Cerra<strong>do</strong>, na Mata Atlântica e na Amazônia, é<br />

atribuída ao agronegócio florestal brasileiro. Para suprir a<br />

<strong>de</strong>manda futura sem <strong>de</strong>gradar as florestas naturais somente será<br />

possível se aumentarmos a eficiência e eficácia <strong>de</strong> produção, da<br />

exploração e da conversão da matéria prima (Campanhola,<br />

2004).<br />

9<br />

10<br />

Os impactos que o homem vem causan<strong>do</strong> através da<br />

exploração e crescimento <strong>de</strong>mográfico vêm se intensifican<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

tal nas últimas décadas que hoje é prioritária a conservação <strong>do</strong>s<br />

poucos remanescentes existentes e a restauração <strong>de</strong> áreas<br />

<strong>de</strong>gradas. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pesquisas <strong>de</strong>monstra que há<br />

gran<strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> da produção <strong>de</strong> mudas <strong>de</strong>stinadas a futuros<br />

plantios como estratégia a ser utilizada <strong>para</strong> a recuperação das<br />

populações naturais <strong>de</strong> espécies ameaçadas e <strong>para</strong> a restauração<br />

<strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas (Zamith et al., 2004).<br />

Uma necessida<strong>de</strong> cada vez maior <strong>de</strong> recomposição <strong>de</strong><br />

ecossistemas <strong>de</strong>grada<strong>do</strong>s <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

tecnologias <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> mudas nativas, envolven<strong>do</strong> a<br />

i<strong>de</strong>ntificação botânica das espécies, méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> colheita,<br />

beneficiamento e armazenamento <strong>de</strong> sementes, embalagens,<br />

substrato e manejo das mudas (Zamith et al., 2004).<br />

A riqueza da flora brasileira, especialmente <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>,<br />

possibilita encontrar inúmeras maneiras <strong>de</strong> se beneficiar com o<br />

que a natureza oferece (Sano e Almeida, 1998).<br />

Dentro da região <strong>de</strong> savanas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> encontra-se o<br />

cerra<strong>do</strong> com a diversida<strong>de</strong> mais rica (Proença et al., 1998).<br />

Para a produção <strong>de</strong> mudas nativas da restinga <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro, os critérios a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s <strong>para</strong> seleção e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

das mudas foram sobre a fenologia, biologia <strong>de</strong> germinação e<br />

crescimento das plântulas (Zamith et al., 2004).<br />

Os trabalhos em oito gran<strong>de</strong>s minas <strong>de</strong> diferentes<br />

regiões <strong>do</strong> Brasil foram avalia<strong>do</strong>s por BARTH (1989), que<br />

verificou o pre<strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> revegetação, ressaltan<strong>do</strong><br />

assim a importância da produção <strong>de</strong> mudas <strong>de</strong> espécies nativas<br />

<strong>do</strong> país. No Brasil diversas áreas pós-mineração já são<br />

reabilitadas e com o uso <strong>de</strong> indústrias e parques públicos, como<br />

exemplo <strong>do</strong> Parque Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Toronto, em São Paulo (Bitar,<br />

1997).<br />

O PRAD - programa volta<strong>do</strong> <strong>para</strong> a recuperação <strong>de</strong><br />

áreas <strong>de</strong>gradadas, utiliza como um <strong>do</strong>s principais fatores <strong>para</strong> a


11<br />

recuperação, as mudas nativas, dividin<strong>do</strong>-as em categorias<br />

conforme a sua utilização no processo (Bitar, 1997).<br />

O processo histórico <strong>de</strong> ocupação <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo revestiu-se <strong>de</strong> um caráter extremamente predatório,<br />

causan<strong>do</strong> inúmeras conseqüências, a ocupação indiscriminada<br />

atingiu duramente as áreas mais apropriadas <strong>para</strong> manutenção<br />

<strong>de</strong> florestas, principalmente às <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> e as matas<br />

ciliares (Mace<strong>do</strong>, 1993).<br />

A situação <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo há duas décadas atrás<br />

<strong>de</strong>monstrava que apenas 17% <strong>do</strong> território possuía cobertura<br />

vegetal (incluin<strong>do</strong> florestas), e que indícios recentes afirmam<br />

que <strong>de</strong> 20 a 30% das terras são aptas a florestas. Programas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento florestal sustentável são inicia<strong>do</strong>s com intuito<br />

<strong>de</strong> promover a recuperação e expansão da área florestal <strong>para</strong><br />

propiciar uma melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e atingir os 25% <strong>de</strong><br />

cobertura vegetal (Mace<strong>do</strong>, 1993).<br />

A intensa agressão à cobertura florestal <strong>do</strong> país<br />

causaram a redução em remanescentes florestais nativos a 8.6%<br />

(Sul), 9.3% (Su<strong>de</strong>ste), 15.3% (Centro-Oeste) e 36.7%<br />

(Nor<strong>de</strong>ste) da área originalmente ocupada. E na Amazônia<br />

Legal foram <strong>de</strong>smata<strong>do</strong>s 8.7% da área, representan<strong>do</strong> 426.400<br />

km2 (Fowler, 2000).<br />

A gran<strong>de</strong> importância das mudas esta nos projetos que<br />

visam à conservação e exploração <strong>de</strong> espécies nativas <strong>do</strong><br />

cerra<strong>do</strong>, seja <strong>para</strong> recuperação <strong>de</strong> áreas, ornamentação,<br />

comercialização e outras utilida<strong>de</strong>s (Proença et al., 1998).<br />

A dificulda<strong>de</strong> e complexida<strong>de</strong> no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

técnicas <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> mudas são <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à imensa diversida<strong>de</strong><br />

intra-específica e interespecífica, aliada a pouca informação<br />

científica que existe hoje sobre o assunto (Zamith et al., 2004).<br />

Na Conferência das Nações Unidas <strong>para</strong> o Meio<br />

Ambiente e Desenvolvimento (UNCED) ocorrida no Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro em 1992, foi admiti<strong>do</strong> à <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte das<br />

12<br />

florestas mundiais e a importância <strong>do</strong>s serviços florestais<br />

(Medra<strong>do</strong>, 2004).<br />

O crescimento da <strong>de</strong>gradação ambiental tem si<strong>do</strong> uma<br />

das principais questões abordadas no âmbito da ONU, e das<br />

conferências promovidas pelos integrantes da socieda<strong>de</strong><br />

internacional. A Conferência <strong>de</strong> Estocolmo em 1972, Agenda<br />

21, Protocolo <strong>de</strong> Kyoto, e outros encontros o que mais se<br />

discute na atualida<strong>de</strong> em nível global, são medidas <strong>para</strong> o<br />

estabelecimento <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> redução da <strong>de</strong>struição<br />

ambiental que vem acontecen<strong>do</strong> com conseqüências visíveis<br />

tanto no âmbito social, como econômico (Bitar, 1997).<br />

A situação <strong>do</strong> contexto mundial sobre aspectos legais<br />

relaciona<strong>do</strong>s ao aproveitamento <strong>de</strong> agrega<strong>do</strong>s em diferentes<br />

regiões <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> revela que a recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas<br />

é obrigatória em vários países industrializa<strong>do</strong>s, como EUA,<br />

França, Itália, Rússia e Canadá (Bitar, 1997).<br />

Nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s da América, pesquisas sobre<br />

tecnologias <strong>de</strong> fitorremediação são <strong>de</strong>senvolvidas no intuito <strong>de</strong><br />

se retirar contaminantes presentes no solo por meio <strong>de</strong> plantio e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> mudas <strong>de</strong> certas espécies. Essa mesma<br />

técnica estaria sen<strong>do</strong> testada também em solos contamina<strong>do</strong>s<br />

por radioativida<strong>de</strong>, como aconteceu na usina nuclear em<br />

Chernobyl na Ucrânia, antiga União das Repúblicas Socialistas<br />

Soviéticas (Bitar, 1997).<br />

A mineração causa inúmeros danos ao meio ambiente,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a supressão <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> vegetação até a propagação <strong>de</strong><br />

vibrações no solo, tornan<strong>do</strong> necessária uma recuperação da área<br />

com técnicas e tecnologias atuais <strong>de</strong> revegetação e com um<br />

custo eleva<strong>do</strong> (Bitar, 1997).<br />

2. OBJETIVO<br />

Objetiva-se implantar um viveiro <strong>de</strong> mudas <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>,<br />

irriga<strong>do</strong> por micro-aspersão, na Fazenda São José <strong>de</strong> Baixo, no


13<br />

município <strong>de</strong> Posse, Goiás, visan<strong>do</strong> aten<strong>de</strong>r o merca<strong>do</strong> regional,<br />

estadual e fe<strong>de</strong>ral <strong>para</strong> recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradas por uso<br />

extensivo <strong>de</strong> pastagens, mineração e outras <strong>de</strong>gradações<br />

ambientais.<br />

3. RECOMENDAÇÃO TÉCNICA<br />

A flora arbórea mais diversificada <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> é<br />

encontrada no Brasil, prejuízos irreparáveis são acarreta<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à falta <strong>de</strong> direcionamento técnico e conscientização<br />

ecológica na exploração <strong>do</strong>s recursos florestais. As espécies<br />

geneticamente resistentes e adaptadas ao nosso meio são<br />

resultadas <strong>de</strong> um rigoroso processo seleção através da interação<br />

entre a flora nativa com o ambiente (Lorenzi, 2002).<br />

Inúmeras espécies <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor estão em vias <strong>de</strong> se<br />

extinguirem, assim como os representantes da fauna que<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ssas espécies, também estão con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s. A<br />

diversida<strong>de</strong>, alimentação e abrigo da fauna <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m das<br />

matas nativas (Lorenzi, 2002).<br />

A conservação e exploração <strong>de</strong> espécies nativas <strong>do</strong><br />

cerra<strong>do</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da formação <strong>de</strong> mudas. A renovação <strong>de</strong><br />

vegetação e a recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas,<br />

estabelecimento <strong>de</strong> bancos <strong>de</strong> germoplasma, programas <strong>de</strong><br />

melhoramento e plantios <strong>para</strong> exploração econômica <strong>de</strong> frutos,<br />

ma<strong>de</strong>ira e produtos medicinais são basea<strong>do</strong>s na utilização <strong>de</strong><br />

mudas, a partir da coleta e propagação <strong>de</strong> espécies nativas<br />

(Sano e Almeida, 1998).<br />

Uma área é consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>gradada quan<strong>do</strong> a vegetação<br />

nativa e a fauna forem <strong>de</strong>struídas, removidas, ou expulsas e a<br />

camada <strong>do</strong>s solos fértil for perdida, removida ou enterrada, e<br />

quan<strong>do</strong> a qualida<strong>de</strong> e quantida<strong>de</strong> disponível <strong>do</strong> sistema hídrico<br />

forem alteradas (Ibama, 1990).<br />

14<br />

A recuperação significa que o sítio <strong>de</strong>grada<strong>do</strong> retornará<br />

a uma forma e utilização <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com um plano<br />

preestabeleci<strong>do</strong> <strong>para</strong> uso <strong>do</strong> solo, indican<strong>do</strong> uma condição<br />

estável conforme os valores ambientais, estéticos e sociais <strong>do</strong><br />

meio, e que atingiu condições mínimas <strong>de</strong> se estabelecer um<br />

novo equilíbrio dinâmico (Ibama, 1990).<br />

A recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradas é através <strong>do</strong> plantio <strong>de</strong><br />

espécies rústicas que apresentam capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver-se<br />

em solos <strong>de</strong>ficientes, recompon<strong>do</strong>-os e melhoran<strong>do</strong>-os. A<br />

recuperação plena <strong>de</strong> ecossistemas <strong>de</strong>grada<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ve ser com<br />

espécies nativas. O recobrimento <strong>do</strong> solo, a ciclagem <strong>de</strong><br />

nutrientes, o acúmulo <strong>de</strong> matéria orgânica e a formação <strong>de</strong><br />

liteira, apoiada em sistemas radiculares mais profun<strong>do</strong>s e<br />

eficientes em buscar nutrientes não disponíveis <strong>para</strong> outras<br />

culturas, são algumas das características <strong>de</strong>sejáveis em árvores<br />

com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas<br />

(Carvalho, 2000).<br />

A revegetação tem como principal objetivo a formação<br />

<strong>de</strong> um novo solo, controle da erosão, evitar a poluição das<br />

águas, e se for escolhida a manutenção da vida selvagem com<br />

uso futuro <strong>do</strong> solo, promover o retorno <strong>de</strong>ssa vida (Ibama,<br />

1990).<br />

Uma mata natural que foi <strong>de</strong>gradada, com o plantio <strong>de</strong><br />

espécies nativas e cobertura com serrapilheira da superfície <strong>do</strong><br />

solo po<strong>de</strong> voltar a ser mata novamente (Ibama, 1990).<br />

A mudança da vegetação natural afeta as relações <strong>de</strong><br />

troca <strong>de</strong> energia e água, atmosfera-vegetação-solo, sen<strong>do</strong> assim<br />

esperada uma modificação no padrão <strong>de</strong> nuvens e precipitação<br />

após um <strong>de</strong>sflorestamento ou <strong>de</strong>smatamento (Macha<strong>do</strong>, 2004).<br />

Estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong> CNPq/IRD <strong>de</strong>monstraram que em áreas<br />

<strong>de</strong>smatadas na Amazônia, houve um aumento da sazonalida<strong>de</strong>,<br />

conforme o aumento <strong>do</strong> <strong>de</strong>sflorestamento, aumentan<strong>do</strong> a<br />

precipitação na época chuvosa e diminuição na época seca.<br />

Quer dizer, houve chuva mais intensa durante a estação


15<br />

chuvosa e menor quantida<strong>de</strong> na estação seca. Chegan<strong>do</strong> ao final<br />

<strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s com o resulta<strong>do</strong> que o <strong>de</strong>sflorestamento é um<br />

processo <strong>de</strong> savanização. Devi<strong>do</strong> à floresta ter maiores<br />

condições <strong>de</strong> armazenar água no solo, é natural que sua reserva<br />

líquida seja elevada o suficiente <strong>para</strong> realizar a convecção e<br />

assim facilitar a formação <strong>de</strong> nuvens. A competição entre<br />

diversos elementos ascen<strong>de</strong>ntes, limita a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

precipitação, dificultan<strong>do</strong> a convecção. Porém existem locais<br />

<strong>de</strong>smata<strong>do</strong>s on<strong>de</strong> a convecção é mais intensa como as <strong>de</strong><br />

orografia acentuada, que conta com a umida<strong>de</strong> <strong>de</strong> regiões<br />

vizinhas, porque não existe tanta competição entre os elementos<br />

ascen<strong>de</strong>ntes (Macha<strong>do</strong>, 2004).<br />

As alterações ambientais provocadas pela mineração<br />

são: supressão da área <strong>de</strong> vegetação, reconfiguração <strong>de</strong><br />

superfícies topográficas, impacto visual, aceleração <strong>do</strong>s<br />

processos erosivos, indução <strong>de</strong> escorregamentos, modificação<br />

<strong>do</strong>s cursos d’água, aumento da toxi<strong>de</strong>z e da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

sóli<strong>do</strong>s em suspensão em corpos d’água receptores,<br />

assoreamento e entulhamento <strong>de</strong> cursos d’água, interceptação<br />

<strong>do</strong> lençol freático com rebaixamento ou elevação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong><br />

base local, mudanças na dinâmica <strong>de</strong> movimentação das águas<br />

subterrâneas, inundações a jusante, aumento da emissão <strong>de</strong><br />

gases e partículas em suspensão no ar, aumento <strong>de</strong> ruí<strong>do</strong>s,<br />

lançamento <strong>de</strong> fragmentos rochosos à distância, sobreposição<br />

<strong>do</strong> ar e propagações <strong>de</strong> vibrações no solo (Bitar, 1997). Esses<br />

danos ao meio ambiente refletem diretamente no meio em que<br />

se encontra a mineração, afetan<strong>do</strong> fundações <strong>de</strong> habitações,<br />

edifícios industriais e comerciais diversos, linhas <strong>de</strong><br />

transmissão, ruas, estradas, e outros próximos à área. Em<br />

relação aos resíduos lança<strong>do</strong>s em lagos aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s po<strong>de</strong><br />

haver aci<strong>de</strong>ntes com queda e afogamento. Quanto aos aqüíferos<br />

subterrâneos ocorre a vulnerabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes diante a captação<br />

através <strong>de</strong> poços e cacimbas, perda da qualida<strong>de</strong> das águas<br />

situadas a jusantes e utilizadas como mananciais (Bitar, 1997).<br />

16<br />

No Brasil, no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1983 a 1988, os incêndios<br />

<strong>de</strong>struíram uma área <strong>de</strong> 201.262 hectares <strong>de</strong> reflorestamento,<br />

que representa mais ou menos 154 milhões <strong>de</strong> dólares <strong>para</strong> o<br />

seu replantio, fora o prejuízo direto. No Paraná os números<br />

<strong>de</strong>monstram que esta haven<strong>do</strong> um controle, o que não acontece<br />

no restante <strong>do</strong> país e principalmente no Cerra<strong>do</strong>, como mostra a<br />

tabela 1 (Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, 2007).<br />

Tabela 1. Ocorrência <strong>de</strong> incêndios no Paraná.<br />

ANO OCORRÊNCIA DE<br />

INCÊNDIOS<br />

FLORESTA<br />

NATIVA<br />

ÁREAS<br />

REFLORESTADAS<br />

ÁREAS NÃO<br />

FLORESTAIS<br />

(GERAL)<br />

Nº HA Nº HA Nº HA Nº HA<br />

*1963 n 2000000 sp s sp sp n *2000000<br />

**1983 227 22269 8 4351 157 5160 62 12758<br />

**1984 2113 3570 6 9 90 1302 115 2259<br />

**1985 262 64986 7 89 170 41461 85 23436<br />

**1986 479 21440 10 57 353 16725 116 4658<br />

**1987 575 54284 23 644 340 18663 212 34977<br />

&<br />

93/94<br />

1323 27442 295 7477 150 1527 889 18438<br />

& 96 1047 27478 312 6789 1 2224 719 18465<br />

& 97 912 12692 85 641 181 944 646 11107<br />

Fonte:Estimativa UFPR – Escola <strong>de</strong> Florestas; Revista Floresta<br />

& Instituto Ambiental <strong>do</strong> Paraná Estimativas <strong>do</strong>s Escritórios Regionais, 1995.<br />

Estu<strong>do</strong>s com três espécies diferentes <strong>de</strong> plantas em área<br />

nativa e área minerada, <strong>de</strong>monstraram resulta<strong>do</strong>s satisfatórios e<br />

importantes. As espécies plantadas ingá-mirim (Inga fagifolia),<br />

oiti (Licania tomentosa) e pombeiro (Tapirira guianensis),<br />

receberam o mesmo tratamento. Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>monstraram<br />

que oiti e pombeiro obtiveram crescimentos mais significantes<br />

na área <strong>de</strong> solo nativo, e ingá-mirim se <strong>de</strong>senvolveu mais na<br />

área minerada. O oiti se <strong>de</strong>senvolveu melhor na área nativa e<br />

quase nada na área minerada, enquanto o ingá-mirim respon<strong>de</strong>u<br />

ao contrário <strong>de</strong>ste. O pombeiro obteve mais <strong>de</strong>senvolvimento


17<br />

na área nativa, mas também se <strong>de</strong>senvolveu na área minerada<br />

(Mesquita e Corrêa, 2004).<br />

Estu<strong>do</strong>s sobre o efeito <strong>do</strong> aumento da concentração <strong>de</strong><br />

dióxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono na atmosfera, retratam resulta<strong>do</strong>s muito<br />

importantes <strong>para</strong> o meio ambiente e diversida<strong>de</strong>. A mudança da<br />

composição <strong>de</strong> espécies da floresta, com vence<strong>do</strong>res e<br />

per<strong>de</strong><strong>do</strong>res, <strong>de</strong>monstrou que espécies arbóreas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte<br />

e <strong>de</strong> crescimento rápi<strong>do</strong> estão substituin<strong>do</strong> as árvores pequenas<br />

e <strong>de</strong> crescimento lento que vivem no sub-bosque da floresta. As<br />

árvores <strong>de</strong> pequeno porte mesmo que únicas adaptadas a<br />

florescer e reproduzir em sombra e sen<strong>do</strong> muito especializadas<br />

<strong>para</strong> a sobrevivência nesse ambiente, estão <strong>de</strong>saparecen<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> o dióxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono favorecer o crescimento mais<br />

rápi<strong>do</strong>, haven<strong>do</strong> maior competição entre as árvores <strong>de</strong> luz, água<br />

e nutrientes. Nesse âmbito as árvores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte têm<br />

vantagens sobre as espécies arbóreas <strong>de</strong> pequeno porte<br />

(Nascimento, 2004).<br />

As queimadas causam efeitos diretos e indiretos no<br />

clima <strong>do</strong> planeta. O efeito direto se <strong>de</strong>ve ao maior<br />

espalhamento e absorção solar na camada <strong>de</strong> ar próxima a<br />

superfície. As partículas injetadas em gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s na<br />

atmosfera <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às queimadas modificam o ciclo <strong>do</strong> carbono,<br />

que ocorreria em naturalmente e em outro tempo. As partículas<br />

presentes na camada <strong>de</strong> mistura, confinadas entre a superfície e<br />

1500 metros, aumenta a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorção solar ao longo<br />

<strong>do</strong> dia, aquecen<strong>do</strong> esta camada e reduzin<strong>do</strong> a quantida<strong>de</strong> (<strong>de</strong><br />

radiação) que chega à superfície. O efeito é a diminuição da<br />

evaporação da água na superfície, interferin<strong>do</strong> nos processos <strong>de</strong><br />

troca <strong>de</strong> energia entre solo-vegetação-atmosfera. Já ao longo da<br />

noite acontece o contrário, com a camada <strong>de</strong> particula<strong>do</strong>s reduz<br />

a perda <strong>de</strong> radiação da superfície, contribuin<strong>do</strong> <strong>para</strong> o<br />

aquecimento. O balanço <strong>de</strong> radiação da superfície controla o<br />

processo <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> nuvens e chuvas, que estão<br />

relaciona<strong>do</strong>s diretamente à evaporação e transpiração,<br />

18<br />

resultan<strong>do</strong> em menos chuva. Os efeitos indiretos ainda são<br />

muito superficiais, pouco conheci<strong>do</strong>s (Macha<strong>do</strong>, 2004).<br />

Os excessos <strong>de</strong> águas resultantes <strong>de</strong> chuvas que<br />

escorrem pela superfície <strong>do</strong> solo, chegan<strong>do</strong> até os córregos e<br />

rios, são absorvi<strong>do</strong>s pelas matas nativas que servem ainda<br />

como obstáculo, reduzin<strong>do</strong> a velocida<strong>de</strong> da água. Essa água<br />

quan<strong>do</strong> não é <strong>de</strong>volvida <strong>para</strong> a atmosfera através da<br />

transpiração <strong>para</strong> manter o ciclo da água, é perdida <strong>para</strong> os<br />

oceanos. A qualida<strong>de</strong> da água <strong>do</strong>s mananciais, das nascentes e<br />

aqüíferos subterrâneos é obtida através das matas nativas, que<br />

são responsáveis pela absorção e filtração das águas da chuva<br />

contaminada com resíduos <strong>de</strong> fertilizantes e agrotóxicos que<br />

escorrem sobre o solo (Lorenzi, 2002).<br />

A situação brasileira <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> carvão vegetal<br />

ainda passa por muitos problemas relaciona<strong>do</strong>s à obtenção <strong>do</strong><br />

material, pois consi<strong>de</strong>rada quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria-prima<br />

adquirida é originada <strong>de</strong> matas nativas. Esse fato tem<br />

conduzi<strong>do</strong> o setor <strong>de</strong> carvão vegetal ao estabelecimento <strong>de</strong><br />

programas volta<strong>do</strong>s <strong>para</strong> o reflorestamento com espécies <strong>de</strong><br />

rápi<strong>do</strong> crescimento, <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira (Brito,<br />

2004).<br />

O Brasil é privilegia<strong>do</strong> no contexto mundial <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> sua<br />

viabilida<strong>de</strong> em reflorestamentos <strong>de</strong> alta produtivida<strong>de</strong> em<br />

assimilação <strong>de</strong> CO2, porque esta situa<strong>do</strong> em região <strong>de</strong> longo<br />

perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> fotoperiodismo e possuir uma das maiores reservas<br />

<strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong> vegetal. O reflorestamento é um estoque <strong>de</strong><br />

CO2 dinâmico, eficiente, seguro e <strong>de</strong> baixo custo (Hosokawa,<br />

2004).<br />

A recomposição vegetal é pre<strong>do</strong>minante em meio aos<br />

<strong>de</strong>mais trabalhos <strong>de</strong> recuperação ambiental executa<strong>do</strong>s por<br />

minerações (Bitar, 1997). MASCHIO et al. (1992), ao<br />

analisarem diversos trabalhos <strong>de</strong> pesquisa em revegetação <strong>de</strong><br />

áreas <strong>de</strong>gradadas realiza<strong>do</strong>s entre 1977 e 1991 no País, tanto<br />

em mineração com em outros tipos <strong>de</strong> empreendimentos,


19<br />

verificam que 46% versam sobre espécies nativas, 8% sobre<br />

espécies exóticas e 46% sobre experiências com ambas.<br />

A revegetação através <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los sucessionais po<strong>de</strong> ser<br />

dividida em duas etapas. A primeira com o plantio <strong>de</strong> espécies<br />

pioneiras e secundárias iniciais, mais agressivas e <strong>de</strong> rápi<strong>do</strong><br />

crescimento, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a propiciar as condições necessárias ao<br />

enriquecimento posterior. A segunda através <strong>do</strong> plantio <strong>de</strong><br />

espécies arbóreas secundarias tardias e climáxicas, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a<br />

aumentar a biodiversida<strong>de</strong> local e reabilitar as áreas <strong>de</strong><br />

preservação permanente <strong>para</strong> que cumpram seu papel natural <strong>de</strong><br />

abrigar a flora e fauna silvestre, proteger o solo e recursos<br />

hídricos e propiciar a melhoria da paisagem (Bitar, 1997).<br />

O cultivo <strong>de</strong> essências nativas além <strong>de</strong> proporcionar<br />

frutos como alimentos à avifauna, permite o resgate <strong>de</strong><br />

inúmeras espécies <strong>do</strong> limiar da extinção e possibilita futuras<br />

gerações <strong>de</strong> saber sobre as espécies que ocu<strong>para</strong>m o espaço que<br />

hoje ocupamos (Lorenzi, 2002).<br />

Existem espécies <strong>de</strong> plantas nativas <strong>para</strong> to<strong>do</strong> o tipo <strong>de</strong><br />

ambiente, como solo seco, pedregoso, brejoso, clima muito<br />

quente ou clima muito frio, região úmida ou seca O plantio <strong>de</strong><br />

essências nativas acelera o processo <strong>de</strong> sucessão secundária,<br />

reduzin<strong>do</strong> o tempo <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> uma mata <strong>de</strong>nsa, <strong>para</strong> 10-15<br />

anos, on<strong>de</strong> em solos férteis esse tempo é abaixo <strong>de</strong> 10 anos<br />

(Lorenzi, 2002).<br />

Existem espécies nativas mais adaptadas às condições<br />

adversas e outras que não conseguem se habituar e <strong>de</strong>senvolver<br />

fora <strong>do</strong> seu meio (Mesquita e Corrêa, 2004).<br />

O plantio <strong>de</strong> espécies nativas <strong>de</strong> árvores em ruas,<br />

avenidas, parques e praças é insignificante diante da riqueza da<br />

flora, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao <strong>de</strong>sconhecimento das nossas espécies (Lorenzi,<br />

2002).<br />

Um viveiro <strong>de</strong> mudas tem por finalida<strong>de</strong> produzir<br />

mudas <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> <strong>para</strong> a venda comercial (Centec, 2004).<br />

20<br />

Os viveiros po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> <strong>do</strong>is tipos: permanentes ou<br />

temporários. Os viveiros permanentes são aqueles on<strong>de</strong> são<br />

produzidas mudas <strong>de</strong> maneira contínua e por tempo<br />

in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>, geralmente <strong>para</strong> comercialização. E viveiros<br />

temporários são aqueles on<strong>de</strong> as mudas são produzidas <strong>para</strong><br />

uma área e por um perío<strong>do</strong> limita<strong>do</strong> (Mace<strong>do</strong>, 1993).<br />

O local on<strong>de</strong> o viveiro será implanta<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve passar por<br />

uma pre<strong>para</strong>ção. Essa consiste na limpeza <strong>do</strong> local, remoção da<br />

vegetação existente, <strong>de</strong> tocos, raízes, pedras e outros materiais.<br />

Deve ser feito to<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong> acerto <strong>do</strong> terreno não<br />

<strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> completamente plano, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> problemas <strong>de</strong><br />

drenagem. Se a área for sujeita ao encharcamento é necessário<br />

fazer a drenagem através <strong>de</strong> valas com pedras irregulares, <strong>de</strong><br />

forma que a água possa transitar sobre elas. O terreno <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<br />

ser coberto com uma camada <strong>de</strong> pedra brita ou cascalho<br />

(Mace<strong>do</strong>, 1993).<br />

Diversos tipos <strong>de</strong> mudas po<strong>de</strong>m ser produzidas em um<br />

viveiro. As mudas frutíferas são aquelas <strong>de</strong>stinadas a formação<br />

<strong>de</strong> um pomar comercial ou <strong>para</strong> recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradas<br />

por diversos fatores. As mudas florestais são aquelas <strong>de</strong>stinadas<br />

a recompor as florestas <strong>de</strong>vastadas pelos homens através da<br />

utilização intensa ou ina<strong>de</strong>quada e <strong>para</strong> produção <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira,<br />

po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser <strong>de</strong> espécies nativas ou exóticas. As mudas<br />

ornamentais são aquelas <strong>de</strong>stinadas a ornamentação <strong>de</strong> casas,<br />

jardins, parques, cida<strong>de</strong>, etc (Centec, 2004).<br />

Os viveiros produzem mudas em sacos plásticos ou<br />

recipientes cilíndricos plásticos chama<strong>do</strong>s tubetes (Centec,<br />

2004). Os tipos <strong>de</strong> recipientes mais a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s são escolhi<strong>do</strong>s<br />

em função <strong>do</strong> seu custo <strong>de</strong> aquisição, características <strong>para</strong><br />

formação <strong>de</strong> mudas <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> e vantagens na operação<br />

que envolve a durabilida<strong>de</strong>, reaproveitamento, área ocupada no<br />

viveiro, facilitação <strong>de</strong> movimentação e transporte entre outras<br />

(Mace<strong>do</strong>, 1993).


21<br />

Os sacos plásticos dispensam gran<strong>de</strong> investimentos em<br />

infra-estrutura (Mace<strong>do</strong>, 1993). Os sacos plásticos geralmente<br />

são pretos, <strong>de</strong> polietileno, com pequenos furos no seu interior e<br />

<strong>de</strong> medidas bastante variadas conforme a necessida<strong>de</strong> (Centec,<br />

2004). O seu tamanho varia <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a espécie utilizada,<br />

<strong>para</strong> a produção <strong>de</strong> espécies pioneiras são utiliza<strong>do</strong>s os <strong>de</strong> 9 x<br />

14 cm ou <strong>de</strong> 8 x 15cm, com espessura <strong>de</strong> 0,07mm. Para as<br />

espécies não pioneiras po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>do</strong>s sacos <strong>de</strong> até 11 x<br />

25cm com espessura <strong>de</strong> 0,15mm. Os canteiros forma<strong>do</strong>s pelos<br />

sacos plásticos menores cabem cerca <strong>de</strong> 250 sacos por m2, e os<br />

maiores cabem 100 sacos por m2. Os canteiros po<strong>de</strong>m ser no<br />

chão ou suspensos com cerca <strong>de</strong> 0,80m <strong>de</strong> altura, facilitan<strong>do</strong><br />

assim o manejo com as raízes que romperem os sacos (Mace<strong>do</strong>,<br />

1993).<br />

A semeadura direta com os recipientes apresenta como<br />

vantagem a eliminação da etapa <strong>de</strong> transplante, reduzin<strong>do</strong> com<br />

mão-<strong>de</strong>-obra e custos (Sano e Almeida, 1998). Outras<br />

vantagens <strong>do</strong>s tubetes é a ocupação <strong>de</strong> menor área <strong>do</strong> viveiro,<br />

uso <strong>de</strong> menor volume <strong>de</strong> terra <strong>para</strong> seu enchimento e redução<br />

nos custos (Centec, 2004). Os tubetes necessitam <strong>de</strong><br />

investimentos mais eleva<strong>do</strong>s, mas apresentam um custo<br />

operacional menor, tanto na produção <strong>de</strong> mudas quanto no<br />

transporte, proporcionan<strong>do</strong> substancial redução no custo final<br />

<strong>do</strong> produto (Mace<strong>do</strong>, 1993). Os tubetes possuem um formato<br />

cilíndrico, com estrias no seu interior <strong>para</strong> o direcionamento<br />

das raízes.<br />

Os tubetes são coloca<strong>do</strong>s em ban<strong>de</strong>jas com aberturas<br />

<strong>para</strong> a colocação <strong>do</strong>s mesmos (figura 2) (Centec, 2004). Os<br />

recipientes <strong>de</strong>vem ser gran<strong>de</strong>s, pois as plantas nativas <strong>do</strong><br />

cerra<strong>do</strong> apresentam gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento radicular (Sano e<br />

Almeida, 1998). Os mais utiliza<strong>do</strong>s são os <strong>de</strong> formato cônico,<br />

com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 50 cm³ <strong>para</strong> mudas <strong>de</strong> rápi<strong>do</strong> crescimento,<br />

como as pioneiras nativas. As não pioneiras são colocadas em<br />

tubetes com maior capacida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> 100 cm³, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a maior<br />

22<br />

permanência. A altura <strong>para</strong> a ban<strong>de</strong>ja <strong>do</strong>s tubetes <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong><br />

0,80m. Os tubetes menores tem uma recomendação <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1.100 tubetes por m² <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>ja, e <strong>para</strong> os<br />

maiores a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> 625 tubetes por m² <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>ja<br />

(Mace<strong>do</strong>, 1993). Na semeadura no recipiente, <strong>de</strong>ve observar-se<br />

o percentual <strong>de</strong> germinação da espécie, pois quanto menor a<br />

porcentagem <strong>de</strong> germinação maior <strong>de</strong>verá ser o numero <strong>de</strong><br />

sementes por recipiente (Sano e Almeida, 1998).<br />

3.1 Coleta <strong>de</strong> Sementes<br />

O conhecimento <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> reprodução das espécies é<br />

fundamental <strong>para</strong> o planejamento das coletas, visan<strong>do</strong> diminuir<br />

a interferência na base genética da população, ou seja, no seu<br />

tamanho efetivo (Sano e Almeida, 1998).<br />

A coleta <strong>do</strong> material e propagação são muito<br />

importantes <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> afetarem diretamente as outras etapas da<br />

formação da mudas, por causa da quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

material coleta<strong>do</strong> (Sano e Almeida, 1998).<br />

Para alcançar uma maior base genética inicial é<br />

necessário fazer a coleta <strong>de</strong> semente <strong>do</strong> maior número <strong>de</strong><br />

matrizes, e menor quantida<strong>de</strong> por matrizes. A matriz é aquela<br />

árvore que possui mais características consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong><br />

superiorida<strong>de</strong> em silvicultura <strong>do</strong> que ás outras, aquela que mais<br />

se aproxima <strong>do</strong> i<strong>de</strong>al. Para um melhor resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> coleta é<br />

necessário um mapeamento das matrizes a fim <strong>de</strong> que possam<br />

ser facilmente localizadas (Sano e Almeida, 1998).<br />

O Cerra<strong>do</strong> é forma<strong>do</strong> por espécies <strong>de</strong> várias ida<strong>de</strong>s e<br />

uma árvore maior e mais vigorosa, por ser mais velha, po<strong>de</strong> não<br />

ser a melhor. Para a produção <strong>de</strong> mudas com exploração<br />

econômica voltada <strong>para</strong> a produção <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira ou formações<br />

<strong>de</strong> pomares <strong>de</strong> fruteiras <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ve-se optar por plantas<br />

vigorosas e com <strong>de</strong>senvolvimento fisiológico semelhante,<br />

floração e frutificação nas mesmas épocas. Para a recuperação


23<br />

<strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas e estabelecimento <strong>de</strong> bancos <strong>de</strong><br />

germoplasma as coletas <strong>de</strong>vem ser as mais abrangentes<br />

possíveis, <strong>para</strong> produzir populações heterogêneas com maior<br />

base genética, e obter condições <strong>de</strong> cultivo semelhantes à<br />

natural (Sano e Almeida, 1998).<br />

O coletor <strong>de</strong>ve ser uma pessoa experiente e qualificada<br />

nessa vegetação, pois existem poucos estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

comportamento sobre os efeitos fisiológicos e genéticos das<br />

espécies <strong>para</strong> formação <strong>de</strong> mudas (Sano e Almeida, 1998).<br />

A coleta <strong>de</strong> sementes é realizada através <strong>de</strong> caminhadas<br />

aleatórias, em matas, estações e parques ecológicos <strong>para</strong> ser<br />

feito o registro das espécies em floração e frutificação (Zamith<br />

et al., 2004). Nas visitas é possível elaborar um fenograma <strong>de</strong><br />

frutificação <strong>para</strong> diferentes espécies, permitin<strong>do</strong> a criação <strong>de</strong><br />

planos mensais <strong>de</strong> colheita <strong>para</strong> diferentes áreas.<br />

A coleta das sementes ocorre através <strong>do</strong> sacudimento<br />

<strong>do</strong>s galhos e catação (Sano e Almeida, 1998). Os frutos e<br />

sementes maduros são colhi<strong>do</strong>s manualmente ou com auxilio<br />

<strong>de</strong> “podões”, mesmo quan<strong>do</strong> já se encontram caí<strong>do</strong>s sobre o<br />

solo. Nos eventos da colheita <strong>para</strong> cada espécie, é preciso obter<br />

o maior número possível <strong>de</strong> indivíduos nas diferentes<br />

populações, visan<strong>do</strong> assegurar um mínimo <strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong><br />

genética <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s lotes das plântulas (Zamith et al., 2004).<br />

3.2 Pós-coleta e Armazenamento<br />

Existem sementes que po<strong>de</strong>m ser semeadas com o fruto,<br />

algumas até pela impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retirada das mesmas e<br />

outras que necessitam da retirada da semente <strong>do</strong> seu interior<br />

(Lorenzi, 2002).<br />

O tratamento <strong>de</strong>ssas sementes após a coleta consiste na<br />

retirada das mesmas por maceramento e lavagem sob água<br />

corrente, abertura natural ou forçada ou permanência nos frutos<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da espécie (Zamith et al., 2004). As técnicas <strong>de</strong><br />

24<br />

extração variam conforme o fruto, que po<strong>de</strong> ser carnoso,<br />

fibroso, ala<strong>do</strong>, gran<strong>de</strong> ou pequeno. A extração <strong>de</strong> frutos<br />

carnosos é pela maceração <strong>do</strong>s mesmos sobre uma peneira,<br />

frutos <strong>de</strong> casca dura <strong>de</strong>vem ser quebra<strong>do</strong>s e a polpa retirada<br />

com auxílio <strong>de</strong> algum instrumento. Logo após a extração é<br />

importante fazer a lavagem das sementes <strong>para</strong> remover<br />

inibi<strong>do</strong>res <strong>de</strong> germinação que possam existir na polpa e<br />

colocadas <strong>para</strong> secar a sombra (Sano e Almeida, 1998).<br />

As sementes são armazenadas <strong>para</strong> serem guardadas até<br />

a época <strong>de</strong> plantio e manterem a qualida<strong>de</strong> fisiológica. A<br />

duração <strong>de</strong> armazenamento da semente geralmente é <strong>de</strong> um<br />

perío<strong>do</strong> curto (seis meses) tratan<strong>do</strong> da coleta ao plantio, e<br />

perío<strong>do</strong> médio visan<strong>do</strong> manter a viabilida<strong>de</strong> pelo menos por<br />

cinco anos. Para se obter um bom armazenamento é preciso<br />

estar atento à coleta <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> algumas sementes passarem por<br />

processo <strong>de</strong> putrefação e fermentação, e efetuar o<br />

acondicionamento o mais rápi<strong>do</strong> possível. Existem embalagens<br />

próprias <strong>para</strong> o armazenamento <strong>de</strong> sementes, sen<strong>do</strong> necessárias<br />

<strong>para</strong> controlar a viabilida<strong>de</strong> das mesmas (Sano e Almeida,<br />

1998).<br />

Para o armazenamento as sementes passam por um<br />

processo <strong>de</strong> secagem ao ar livre e são armazenadas em sacos<br />

plásticos em sala à temperatura ambiente (Zamith et al., 2004).<br />

O armazenamento <strong>de</strong> sementes nem sempre é o mesmo<br />

<strong>para</strong> as diferentes espécies, em função disso, são reconhecidas<br />

três classes <strong>de</strong> sementes. Orto<strong>do</strong>xas são aquelas sementes que<br />

po<strong>de</strong>m ser secas a teores <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> abaixo <strong>de</strong> 5% (base seca)<br />

e armazenadas com sucesso, a baixas temperaturas, por longos<br />

perío<strong>do</strong>s. As sementes chamadas recalcitrantes são<br />

caracterizadas <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à perda <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> quan<strong>do</strong> o seu teor<br />

<strong>de</strong> umida<strong>de</strong> é reduzi<strong>do</strong> a valores baixos, variável, segun<strong>do</strong> a<br />

espécie, entre 20% a 50%, não sen<strong>do</strong> possível seu<br />

armazenamento por longos perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> tempo, normalmente <strong>de</strong><br />

2 a 3 meses. As intermediárias po<strong>de</strong>m ser secas a teores <strong>de</strong>


25<br />

umida<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s entre 10% e 15%, sem per<strong>de</strong>r a<br />

viabilida<strong>de</strong>, sen<strong>do</strong> que secagens além <strong>de</strong>sses limites causam<br />

danos (Fowler, 2000).<br />

Antes da semeadura é necessário pesar as sementes <strong>do</strong><br />

lote a ser semea<strong>do</strong> <strong>para</strong> estimativa da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sementes e<br />

<strong>para</strong> ser feita a apuração das taxas <strong>de</strong> germinação (Zamith, et<br />

al., 2004).<br />

3.3 Propagação<br />

3.3.1 Propagação Sexuada<br />

A propagação <strong>de</strong> plantas nativas através <strong>de</strong> sementes,<br />

fora das condições naturais, isto é, por meio da produção <strong>de</strong><br />

mudas em viveiros é bastante viável em gran<strong>de</strong> escala (Sano e<br />

Almeida, 1998).<br />

Dormência e Germinação<br />

A germinação da semente é o processo que se inicia<br />

com o suprimento <strong>de</strong> água à semente e termina com a planta<br />

capaz <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolver autotroficamente. A germinação<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> fatores externos, internos e inerentes à semente. Os<br />

externos é a temperatura, umida<strong>de</strong>, luz e oxigênio, e internos<br />

são os inibi<strong>do</strong>res e promotores <strong>de</strong> germinação. A <strong>de</strong>finição da<br />

temperatura ótima é aquela on<strong>de</strong> ocorre o máximo <strong>de</strong><br />

germinação no menor perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo, e acima ou abaixo<br />

provoca a não germinação, sen<strong>do</strong> importante observar que nem<br />

todas as espécies incluem-se nessa regra. A temperatura alta e<br />

rápida em certas espécies não ocasionam problemas na<br />

germinação, porém a exposição a temperaturas mais baixas por<br />

perío<strong>do</strong>s mais longos causam problemas na germinação. A<br />

26<br />

umida<strong>de</strong> da semente esta relacionada com absorção <strong>de</strong> água que<br />

vai possibilitar a ativação <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> digestão,<br />

assimilação e translocação <strong>de</strong> reservas necessárias ao<br />

crescimento <strong>do</strong> embrião (Sano e Almeida, 1998).<br />

As sementes nativas possuem pouca viabilida<strong>de</strong><br />

germinativa acarretan<strong>do</strong> assim uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um preparo<br />

e tratamento especial antes da semeadura através da<br />

escarificação (mecânica, física ou quimicamente) <strong>para</strong><br />

enfraquecer o tegumento e possibilitar a absorção <strong>de</strong> água, em<br />

seguida haven<strong>do</strong> o plantio da semente, logo após a coleta e o<br />

preparo. Há sementes fisiologicamente imaturas após a coleta e<br />

outras com substâncias inibi<strong>do</strong>ras da germinação que<br />

necessitam <strong>de</strong> tratamento (Lorenzi, 2002).<br />

A <strong>do</strong>rmência é um mecanismo <strong>de</strong> sobrevivência da<br />

semente, quan<strong>do</strong> em alguma situação <strong>de</strong> ameaça. A <strong>do</strong>rmência<br />

tem gran<strong>de</strong> importância na natureza <strong>para</strong> a preservação e<br />

propagação das espécies nativas <strong>de</strong> árvores, mas no âmbito <strong>de</strong><br />

um viveiro são muito prejudiciais <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda <strong>de</strong><br />

produção em um curto tempo. A <strong>do</strong>rmência po<strong>de</strong> ser causada<br />

pela impermeabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> tegumento, por inibi<strong>do</strong>res químicos<br />

<strong>de</strong> germinação, pela imaturida<strong>de</strong> e <strong>do</strong>rmência <strong>do</strong> embrião,<br />

resistência mecânica e pela combinação <strong>de</strong> causas (Sano e<br />

Almeida, 1998).<br />

A ameaça à espécie é o melhor méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> superar a<br />

<strong>do</strong>rmência, varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> espécies <strong>para</strong> espécies (Sano e<br />

Almeida, 1998).<br />

A estratificação consiste em submeter à semente a<br />

tratamento úmi<strong>do</strong> a baixa temperatura que po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> 1°C a<br />

5°C varian<strong>do</strong> a duração. Esse processo consiste na mistura ou<br />

intercalação das sementes com material absorvente úmi<strong>do</strong><br />

geralmente como areia, esfagno, ou vermiculita na proporção<br />

<strong>de</strong> 1:3 . Esse méto<strong>do</strong> é recomenda<strong>do</strong> <strong>para</strong> sementes com<br />

embrião imaturos e sementes com tegumento impermeável a<br />

gases (Sano e Almeida, 1998).


27<br />

A escarificação consiste em provocar um<br />

enfraquecimento ou ruptura <strong>do</strong> tegumento da semente, <strong>de</strong> forma<br />

mecânica ou química. A mecânica é através <strong>do</strong> esfregamento da<br />

semente em uma superfície abrasiva como lixa, ou pedras <strong>de</strong><br />

carboneto ou silício. A química basea-se em substâncias<br />

químicas, visan<strong>do</strong> enfraquecer as membranas <strong>para</strong> facilitar a<br />

entrada e saída <strong>de</strong> gases e romper o tegumento. Os produtos<br />

químicos geralmente utiliza<strong>do</strong>s são aci<strong>do</strong> sulfúrico, aci<strong>do</strong><br />

giberélico, aci<strong>do</strong> úrico, peróxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> hidrogênio e uréia. O<br />

processo é com a proporção <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> e semente <strong>de</strong> 3:1, a<br />

mistura é lenta com intervalos regulares, e ao final as sementes<br />

são lavadas (Sano e Almeida, 1998).<br />

O tratamento com água quente é a imersão da semente<br />

em água a uma temperatura <strong>de</strong> 76°C a 100°C por tempo<br />

variável, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da espécie, ou imersão em água fervente<br />

<strong>de</strong> quatro a cinco vezes maior que o volume <strong>de</strong> sementes. Ao<br />

término <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong>ixa-se as sementes atingirem a<br />

temperatura ambiente (Sano e Almeida, 1998).<br />

O tratamento com hormônios consiste em aplicar<br />

giberelinas e citocininas nas sementes, objetivan<strong>do</strong> acelerar a<br />

germinação, sen<strong>do</strong> geralmente usa<strong>do</strong> <strong>para</strong> superar a <strong>do</strong>rmência<br />

embrionária (Sano e Almeida, 1998).<br />

A fermentação é o processo <strong>de</strong> colocar os frutos à<br />

sombra até que este material entre em putrefação <strong>para</strong> que<br />

ocorra a fermentação <strong>do</strong> pericarpo e en<strong>do</strong>carpo. Pois assim<br />

retiram-se a semente e submetem-na a um <strong>de</strong>spolpamento,<br />

lavagem e por fim a sombra <strong>para</strong> secar (Sano e Almeida, 1998).<br />

A pós-maturação é o processo que algumas sementes<br />

possuem <strong>de</strong> aumentar a sua taxa <strong>de</strong> germinação e diminuir a<br />

<strong>do</strong>rmência ao passar <strong>do</strong> tempo (Sano e Almeida, 1998).<br />

A semeadura <strong>de</strong> espécies arbóreas nativas po<strong>de</strong> ser feita<br />

<strong>de</strong> três maneiras. A semeadura através <strong>de</strong> sementeiras é<br />

recomendada geralmente <strong>para</strong> espécies que apresentam uma<br />

germinação epígea (cotilé<strong>do</strong>nes expostos ou acima <strong>do</strong> solo) e<br />

28<br />

aceite bem a técnica <strong>de</strong> repicagem ou poda radical. A<br />

semeadura <strong>de</strong> uma ou mais sementes na posição horizontal em<br />

recipiente é recomendada <strong>para</strong> espécies que apresentam<br />

germinação hipógea (cotilé<strong>do</strong>nes escondi<strong>do</strong>s no solo) e que<br />

geralmente apresentam uma raiz pivotante e comprida.<br />

Entretanto algumas espécies intolerantes ao trauma das raízes<br />

exigem a utilização da semeadura direta. A última maneira <strong>de</strong><br />

semeadura, é aquela feita direta no campo, no local <strong>de</strong> plantio<br />

utilizan<strong>do</strong> uma ou mais sementes <strong>para</strong> espécies que apresentam<br />

sementes gran<strong>de</strong>s ou <strong>para</strong> espécies <strong>de</strong> tegumento duro<br />

(Carvalho, 2000).<br />

3.3.2 Propagação Assexuada<br />

A propagação assexuada das mudas nativas <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong><br />

em condições naturais foi consi<strong>de</strong>rada como uma forma viável<br />

<strong>de</strong> multiplicação das espécies, mesmo haven<strong>do</strong> uma gran<strong>de</strong><br />

diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies que <strong>de</strong>monstraram resulta<strong>do</strong>s positivos<br />

e negativos. Alguns autores chegaram à conclusão que em<br />

ambientes perturba<strong>do</strong>s é possível a propagação assexuada<br />

através da difusão <strong>de</strong> sistemas radiculares. Estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s<br />

com espécies frutíferas <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong> <strong>de</strong>monstram resulta<strong>do</strong>s<br />

positivos com a enxertia através da garfagem lateral e <strong>de</strong> fenda<br />

cheia na produção <strong>de</strong> mudas. Resulta<strong>do</strong>s indicam que a enxertia<br />

é uma técnica promissora <strong>para</strong> a produção <strong>de</strong> mudas frutíferas<br />

observan<strong>do</strong>, claro, a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> portas-enxerto. A<br />

estaquia é uma técnica <strong>de</strong> propagação que obteve resulta<strong>do</strong>s<br />

benéficos <strong>de</strong> maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enraizamento, com a<br />

utilização <strong>de</strong> estacas juvenis <strong>do</strong> que com estacas retiradas <strong>de</strong><br />

ramos que já atingiram sua maturida<strong>de</strong> fisiológica (Sano e<br />

Almeida, 1998).<br />

A estaquia consiste na multiplicação vegetativa através<br />

<strong>de</strong> um pedaço <strong>de</strong> ramo ou raiz da planta-mãe <strong>para</strong> enraizar. A


29<br />

enxertia consiste da união <strong>de</strong> uma borbulhia ou <strong>de</strong> um garfo<br />

sobre o porta-enxerto (Centec, 2004).<br />

A propagação através da cultura <strong>de</strong> teci<strong>do</strong>s consiste em colocar<br />

uma gema, um segmento <strong>de</strong> caule ou teci<strong>do</strong> sobre um meio<br />

nutritivo que sustenta o crescimento <strong>de</strong> células vegetais em<br />

condições assépticas. O padrão <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> material<br />

vegetal e indução <strong>de</strong> plantas inteiras são através da utilização<br />

<strong>de</strong> hormônios vegetais. A utilização da cultura <strong>de</strong> teci<strong>do</strong>s é<br />

maior com espécies que possuem características botânicas e<br />

impedimentos físicos <strong>para</strong> a propagação pelas vias clássicas.<br />

Outras vantagens da utilização da cultura em teci<strong>do</strong>s são<br />

quan<strong>do</strong> a espécie é rara e apresenta pequena quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

sementes. Sementes <strong>de</strong> espécies que possuem germinação<br />

muito tardia e irregular como é o caso <strong>do</strong> pequi e buriti, po<strong>de</strong>m<br />

ser cultivadas na propagação in vitro, aceleran<strong>do</strong> a germinação<br />

<strong>de</strong>stas, e uniformizan<strong>do</strong> o lote. A micropropagação é<br />

atualmente a modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maior interesse e aplicação, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />

trazer como vantagens a multiplicação rápida da planta<br />

selecionada e produção <strong>de</strong> plantas livres <strong>de</strong> muitos patógenos e<br />

pragas que outros meios <strong>de</strong> propagação trazem. A<br />

micropropagação é dividida em cinco fases: estabelecimento ou<br />

adaptação inicial, multiplicação, alongamento, enraizamento e<br />

aclimatização (Sano e Almeida, 1998).<br />

3.4 Adubação<br />

3.4.1 Substrato<br />

O substrato a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>para</strong> espécies <strong>de</strong>sconhecidas é<br />

composto <strong>de</strong> terra das camadas inferiores <strong>do</strong> solo, com<br />

eliminação <strong>do</strong>s primeiros vinte centímetros, buscan<strong>do</strong><br />

minimizar a infestação <strong>de</strong> plantas daninhas, pragas e <strong>do</strong>enças.<br />

A textura média é mais a<strong>de</strong>quada <strong>para</strong> a maioria das espécies<br />

30<br />

<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> solos arenosos produzirem torrões sem firmeza que são<br />

<strong>de</strong>struí<strong>do</strong>s pelo transporte e plantio, e solos muito argilosos que<br />

dificultam a drenagem e aeração (Sano e Almeida, 1998).<br />

O substrato <strong>do</strong>s recipientes <strong>de</strong>ve ser poroso visan<strong>do</strong> o<br />

máximo <strong>de</strong> oxigenação ao nível das sementes e a adição <strong>de</strong><br />

material orgânico bem <strong>de</strong>composto ao solo argiloso ou arenoso,<br />

favorecem as condições <strong>de</strong> aeração <strong>do</strong> substrato. Para a<br />

melhoria da aeração das sementes po<strong>de</strong>-se utilizar uma<br />

cobertura leve <strong>de</strong> substrato peneira<strong>do</strong>, on<strong>de</strong> sua espessura não<br />

<strong>de</strong>ve ultrapassar a altura da semente, e quan<strong>do</strong> as sementes<br />

forem muito pequenas essa camada será muito fina e ate <strong>de</strong><br />

fácil remoção (Lorenzi, 2002).<br />

O substrato <strong>de</strong> sacos plásticos <strong>de</strong>ve ser forma<strong>do</strong> <strong>de</strong> solo<br />

vegetal enriqueci<strong>do</strong> com material orgânico bem <strong>de</strong>composto e<br />

fertilizante fosfora<strong>do</strong>, nunca utilizan<strong>do</strong> solo <strong>de</strong> barranco<br />

(subsolo) (Lorenzi, 2002).<br />

3.4.2 Adubação<br />

Devi<strong>do</strong> à pobreza nutricional <strong>do</strong>s solos <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>,<br />

especialmente nas camadas mais profundas, é preciso fazer<br />

adubação apropriada <strong>para</strong> obtenção <strong>de</strong> mudas vigorosas.<br />

Estu<strong>do</strong>s indicam que uma mistura <strong>para</strong> cada m3 <strong>de</strong> solo com<br />

750 gramas <strong>de</strong> calcário <strong>do</strong>lomítico e 2 quilogramas <strong>de</strong> adubo<br />

(N-P-K) da fórmula 4-14-8 + Zinco, <strong>de</strong>monstraram resulta<strong>do</strong>s<br />

positivos. As espécies nativas <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong> são bem adaptadas à<br />

baixa fertilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s seus solos, no entanto, estu<strong>do</strong>s indicam<br />

resulta<strong>do</strong>s positivos da adubação principalmente na fase <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> mudas (Sano e Almeida, 1998).<br />

A adubação recomendada na ausência <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> solo<br />

<strong>do</strong> substrato é com a aplicação <strong>de</strong> 2 kg <strong>de</strong> calcário, 1 kg <strong>de</strong><br />

superfosfato simples e 0,5 kg <strong>de</strong> cloreto <strong>de</strong> potássio por m 3 .<br />

Quan<strong>do</strong> houver a análise <strong>de</strong> solo é preciso acrescentar durante o


31<br />

perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> crescimento 100 g <strong>de</strong>stes elementos na fórmula 4-<br />

14-8, mistura<strong>do</strong> em 10 litros <strong>de</strong> água, <strong>para</strong> cada 2m 2 <strong>de</strong><br />

canteiro. Logo após é preciso regar com água limpa <strong>para</strong> lavar<br />

as folhas e evitar a fitotoxi<strong>de</strong>z. A repetição da adubação <strong>de</strong>ve<br />

ser verificada conforme a analise <strong>de</strong> solo, e <strong>do</strong>s micronutrientes<br />

também. Na adubação <strong>do</strong>s substratos utiliza<strong>do</strong>s em tubetes é<br />

proposto uma solução <strong>de</strong> 4 kg <strong>de</strong> sulfato <strong>de</strong> amônia, 1 kg <strong>de</strong><br />

cloreto <strong>de</strong> potássio e micronutrientes quelatiza<strong>do</strong>s em 100 litros<br />

<strong>de</strong> água. Para a rega <strong>de</strong> 1.000 tubetes são utiliza<strong>do</strong>s 8 litros <strong>de</strong><br />

solução (Mace<strong>do</strong>, 1993).<br />

3.5 Irrigação<br />

A irrigação merece relevância, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> sua importância<br />

econômica diante <strong>do</strong> alto consumo. A produção <strong>de</strong> 100.000<br />

mudas por ano, necessita aproximadamente <strong>de</strong> 10.000 litros <strong>de</strong><br />

água por dia. A irrigação po<strong>de</strong> ser feita <strong>de</strong> várias maneiras,<br />

como rega<strong>do</strong>res ou mangueiras, por aspersão e por microaspersão.<br />

O sistema <strong>de</strong> micro-aspersão é o mais utiliza<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> sua economia <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra e <strong>do</strong> maior controle da<br />

distribuição da água. As mudas <strong>de</strong> estágio inicial necessitam <strong>de</strong><br />

regas mais freqüentes que as mudas já <strong>de</strong>senvolvidas. O<br />

perío<strong>do</strong> da irrigação é no início da manhã e/ou fim da tar<strong>de</strong>,<br />

manten<strong>do</strong> o substrato úmi<strong>do</strong>, mas não encharca<strong>do</strong>. A rega em<br />

excesso é prejudicial na circulação <strong>do</strong> ar no solo, impedin<strong>do</strong> o<br />

crescimento das raízes, e causa o lixiviamento <strong>do</strong>s nutrientes<br />

propician<strong>do</strong> o aparecimento <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças (Mace<strong>do</strong>, 1993).<br />

O méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> irrigação por microaspersão localizada é<br />

um méto<strong>do</strong> que apresenta a maior eficiência no uso da água,<br />

pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhor controle <strong>de</strong> lâmina d’água<br />

aplicada; menor perda por evaporação, percolação e<br />

escoamento superficial, bem com maior eficiência geral <strong>de</strong><br />

irrigação, pelo fato <strong>de</strong> os méto<strong>do</strong>s localiza<strong>do</strong>s não serem<br />

32<br />

afeta<strong>do</strong>s nem pelo vento nem pela interferência direta <strong>do</strong><br />

irrigante; maior eficiência no uso da adubação, ao permitirem a<br />

fertirrigação, que concentra a aplicação <strong>do</strong> adubo diretamente<br />

no bulbo molha<strong>do</strong> on<strong>de</strong> se encontra o sistema radicular da<br />

planta; maior eficiência no controle <strong>de</strong> pragas e <strong>do</strong>enças<br />

(Oliveira et al., 2000).<br />

3.6 Doenças e Pragas<br />

A principal <strong>do</strong>ença encontrada em viveiros nativos é o<br />

tombamento, causa<strong>do</strong> por uma série <strong>de</strong> fungos <strong>do</strong> solo,<br />

ocorren<strong>do</strong> na pré-germinação das sementes, eles atacam as<br />

raízes, <strong>de</strong>struin<strong>do</strong> a semente e <strong>de</strong>pois da emergência, atacan<strong>do</strong><br />

as raízes e o colo (Mace<strong>do</strong>, 1993).<br />

A utilização <strong>de</strong> subsolo ou substrato livre <strong>de</strong> patógenos,<br />

a <strong>de</strong>sinfecção <strong>do</strong> substrato com brometo <strong>de</strong> metila, o tratamento<br />

<strong>de</strong> sementes, a redução <strong>do</strong> sombreamento e irrigação ao<br />

mínimo e a pulverização com fungicidas são algumas das<br />

medidas preventivas <strong>de</strong> controle. Quan<strong>do</strong> verifica<strong>do</strong> incidência<br />

<strong>de</strong> <strong>do</strong>enças nas folhas é necessário fazer a redução <strong>do</strong><br />

sombreamento e da irrigação. O que <strong>de</strong>termina a ocorrência <strong>de</strong><br />

pragas é o tipo <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> mudas e o tipo <strong>de</strong><br />

manejo em mudas. <strong>Viveiro</strong>s suspensos têm menor ocorrência<br />

<strong>de</strong> pragas <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à maioria <strong>de</strong>las esta associada ao solo, como<br />

cupins, paquinhas, formigas e grilos (Mace<strong>do</strong>, 1993).<br />

As lagartas-rosca que atacam os viveiros são das<br />

espécies Agrotis spp e Spo<strong>do</strong>ptera spp, que ocorrem em to<strong>do</strong> o<br />

país. O adulto da Agrotis spp mariposas com 35mm, as asas<br />

anteriores marrons com algumas manchas pretas triangulares no<br />

ápice e asas posteriores transparentes. A Spo<strong>do</strong>ptera spp é <strong>de</strong><br />

35 mm, com asas anteriores par<strong>do</strong> escuras e assas posteriores<br />

branco acinzentadas. A lagarta Agrotis spp é <strong>de</strong> 40 a 50 mm,<br />

marrom escuro, sem listrar longitudinais. A lagarta da


33<br />

Spo<strong>do</strong>ptera spp é <strong>de</strong> 35 a 40 mm, com três listras amarelas<br />

longitudinais na parte <strong>do</strong>rsal <strong>do</strong> corpo. As lagartas e adultos<br />

tem hábitos noturnos, on<strong>de</strong> as lagartas abrigam-se em túneis ou<br />

galerias entre os recipientes ou entulhos, fican<strong>do</strong> enroladas.<br />

Elas secionam a muda no coleto e arregam-na <strong>para</strong> o abrigo. O<br />

ataque é em reboleira, sen<strong>do</strong> perceptível através <strong>de</strong> fezes e<br />

folhas entre os recipientes <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> a presença <strong>de</strong> lagartas.<br />

Os danos maiores são nos primeiros dias após a germinação<br />

(Gallo et al., 2002).<br />

Grilos da espécie Gryllus assimilis, ocorrem em to<strong>do</strong> o<br />

país. O adulto tem o tamanho entre 23 a 28 mm, castanho<br />

escuro. As fêmeas possuem ovipositor longo. Possuem o hábito<br />

noturno fican<strong>do</strong> escondi<strong>do</strong>s em túneis entre os recipientes ou<br />

sob os entulhos durante o dia. As ninfas são semelhantes aos<br />

adultos. Eles comem as raízes, folhas e caules tenros. Cortam as<br />

mudas no coleto e carregam-na <strong>para</strong> o abrigo. O ataque é<br />

marca<strong>do</strong> por ser aleatório e não em reboleira como as lagartasrosca.<br />

Eles são capazes <strong>de</strong> perfurar embalagens (Gallo et al.,<br />

2002).<br />

As paquinhas que atacam as mudas são das espécies<br />

Neocurtilla hexadactyla, Scapteriscus didactylus e Tridactylus<br />

politus que ocorrem em to<strong>do</strong> o país. Os adultos possuem em<br />

torno <strong>de</strong> 30 a 50 mm, corpo aveluda<strong>do</strong>, cinza ou marrom no<br />

<strong>do</strong>rso, amarela<strong>do</strong> no ventre, asa anterior cobre meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> corpo<br />

e primeiro par <strong>de</strong> pernas fossorial. Vivem <strong>de</strong> 3 a 5 anos sob o<br />

solo on<strong>de</strong> abrem galerias. As ninfas são semelhantes aos<br />

adultos. Elas comem as raízes <strong>de</strong> mudas, abrem galerias no solo<br />

provocan<strong>do</strong> sua elevação, reduzi<strong>do</strong> germinação das sementes e<br />

<strong>de</strong>struin<strong>do</strong> os recipientes (Gallo et al., 2002).<br />

As formigas corta<strong>de</strong>iras que causam injúrias à mudas<br />

são das espécies Atta spp e Acromyrmex spp, ocorren<strong>do</strong> em<br />

to<strong>do</strong> Brasil. O adulto é uma formiga marrom avermelhada, <strong>de</strong> 3<br />

a 15 mm, clípeo bem <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>, sem ocelos, ab<strong>do</strong>me<br />

peciola<strong>do</strong>, apresenta 2 segmentos entre o gaster e o tórax<br />

34<br />

conheci<strong>do</strong>s como pecíolo e pós-peciolo. Vivem em colônias<br />

sob o solo com milhões <strong>de</strong> indivíduos, são muito sociais. Elas<br />

cortam e transportam gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mudas em pouco<br />

tempo, levan<strong>do</strong> <strong>para</strong> o interior <strong>do</strong> formigueiro principalmente<br />

durante a noite (Gallo et al., 2002).<br />

Os cupins são muito perigosos <strong>para</strong> as mudas, as<br />

espécies que causam danos são: Armitermes spp,<br />

Procornitermes spp, Syntermes spp e Heterotermes spp. Possui<br />

coloração amarelo claro a escuro, indivíduos com cabeça<br />

marrom escura, 3 a 5 mm e ab<strong>do</strong>me séssil. Vivem em colônias<br />

sob o solo com milhões <strong>de</strong> indivíduos e são sociais. Eles<br />

corroem a casca <strong>de</strong> raízes das mudas abaixo <strong>do</strong> cotelo, matan<strong>do</strong><br />

a planta por <strong>de</strong>ssecação e perfuram os recipientes (Gallo et al.,<br />

2002).<br />

As moscas mina<strong>do</strong>ras Bradisia spp e Liriomyza spp,<br />

quan<strong>do</strong> adulto possuem 1 mm <strong>de</strong> comprimento e coloração<br />

preta. As larvas possuem <strong>de</strong> 1 a 3 mm e são brancas. As larvas<br />

abrem galerias no mesófilo foliar e na casca das estacas na casa<br />

<strong>de</strong> vegetação reduzin<strong>do</strong> a brotação (Gallo et al., 2002).<br />

O besouro-amarelo é da espécie Costalimaita<br />

ferruginea vulgata ocorren<strong>do</strong> em oito esta<strong>do</strong>s, chegan<strong>do</strong><br />

quan<strong>do</strong> adulto entre 5 e 6 mm, na forma elíptica <strong>de</strong> coloração<br />

amarelo-claro-brilhante. Eles caem ao serem toca<strong>do</strong>s, e as<br />

larvas ficam no solo. Eles rendilham as folhas jovens, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>struir gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mudas quan<strong>do</strong> o ataque é<br />

intenso (Gallo et al., 2002).<br />

A broca-<strong>do</strong>-cedro é uma das mais preocupantes pragas,<br />

com as espécies Hypsipyla gran<strong>de</strong>lla Zeller, o adulto possui<br />

asas anteriores cinza e posteriores branco-hialinas, A<br />

envergadura da fêmea varia <strong>de</strong> 28 a 34 mm e o macho <strong>de</strong> 22 a<br />

26 mm. A lagarta é rósea a azulada no último instar. Elas abrem<br />

galerias nos ramos, que ficam exudan<strong>do</strong> seiva misturada à<br />

serragem. A pupa é marrom, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casulo <strong>de</strong> teia e na<br />

galeria. Elas <strong>de</strong>stroem mudas em viveiro e no campo atacam os


35<br />

frutos e ramos apicais causan<strong>do</strong> bifurcação <strong>do</strong> fuste, reduzin<strong>do</strong><br />

seu valor comercial (Gallo et al., 2002).<br />

A lagarta-elasmo da espécie Elasmopalpus lignocelus<br />

quan<strong>do</strong> adulta é uma mariposa que me<strong>de</strong> entre 15 e 25 mm <strong>de</strong><br />

envergadura, com as asas <strong>de</strong> coloração cinza. A lagarta chega a<br />

15 mm, é ver<strong>de</strong> azulada, salta quan<strong>do</strong> tocada e é encontrada na<br />

base da planta em um casulo <strong>de</strong> teia mistura<strong>do</strong> com<br />

excrementos e terra. Elas abrem galerias nas brotações e mudas,<br />

a região <strong>do</strong> coleto da planta e provocan<strong>do</strong> o sintoma conheci<strong>do</strong><br />

por “coração morto” (Gallo et al., 2002).<br />

Os ácaros que atacam são os raja<strong>do</strong>s e vermelhos. O<br />

ácaro raja<strong>do</strong> é da espécie Tetranychus urticae Koch, o adulto<br />

fêmea tem forma ovalada, com o <strong>do</strong>rso revesti<strong>do</strong> <strong>de</strong> pequenos<br />

espinhos. A cor varia <strong>do</strong> amarelo páli<strong>do</strong> ao esver<strong>de</strong>a<strong>do</strong> ate o<br />

avermelha<strong>do</strong> nas formas hibernantes. Apresentam manchas<br />

escuras no <strong>do</strong>rso e um par <strong>de</strong> ocelos vermelhos na região <strong>do</strong>rsolateral.<br />

O ácaro vermelho é da espécie Tetranychus lu<strong>de</strong>ni<br />

Zacher e o adulto apresenta cor vermelha intensa, sen<strong>do</strong><br />

frequentemente confundi<strong>do</strong>s, pela semelhança biológica e<br />

comportamento, com o ácaro raja<strong>do</strong>. Caracterizam-se por tecer<br />

abundante teia que cobre as populações e às vezes as plantas<br />

atacadas. Os ovos <strong>do</strong>s ácaros são esféricos e <strong>de</strong>posita<strong>do</strong>s na<br />

face inferior <strong>do</strong>s folíolos. As espécies têm característica<br />

cosmopolita e alimentam-se <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

plantas. Eles atacam as folhas das mudas na face inferior on<strong>de</strong><br />

tecem teia, ocasionan<strong>do</strong> manchas branco-prateadas. Na face<br />

superior, as áreas <strong>de</strong> inicio cloróticas, tornam-se bronzeadas, e<br />

quan<strong>do</strong> o ataque é muito severo, as folhas secam e caem,<br />

po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> causar morte da planta (Gallo et al., 2002).<br />

Os pulgões também causam prejuízos a um viveiro, os<br />

da espécie Schizaphis graminum. O adulto apresenta coloração<br />

ver<strong>de</strong>-limao, com três riscas mais escuras no <strong>do</strong>rso e<br />

alimentam-se na face inferior ou bainha das folhas mais<br />

maduras das plantas. A reprodução é por parte partenogênese e<br />

36<br />

<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> seu potencial biótico po<strong>de</strong> formar gran<strong>de</strong>s populações<br />

num perío<strong>do</strong> curto <strong>de</strong> tempo. Eles são insetos suga<strong>do</strong>res que ao<br />

sugar a seiva injetam toxinas que provocam bronzeamento e<br />

morte da área afetada, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> causar até a morte e também<br />

são hospe<strong>de</strong>iros <strong>de</strong> vírus po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> transmiti-los. Os principais<br />

sintomas que eles <strong>de</strong>ixam são as manchas bronzeadas ou<br />

necrosadas na face superior, e na face inferior <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong><br />

excrementos que <strong>de</strong>ixam à folha pegajosa com uma cobertura<br />

<strong>de</strong> cama escura (fumagina) (Gallo et al., 2002).<br />

Os principais problemas patológicos que ocorrem em<br />

viveiros são <strong>do</strong>enças fúngicas.<br />

O Damping-off afeta sementes na germinação<br />

(damping-off <strong>de</strong> pré-germinação) ou seedlings (damping-off <strong>de</strong><br />

pós-emergência) os quais apresentam ainda gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> teci<strong>do</strong> jovens, tenros ou suculentos. A região mais atacada<br />

pelo patógeno, que causa o tombamento das mudinhas é <strong>do</strong><br />

hipocótilo. Vários fungos causam essa <strong>do</strong>ença como Pythium<br />

sp, Phytophthora sp, Rhizoctonia solani e Cylindrocladium sp<br />

(Krugner, 2007).<br />

A podridão da raiz ocorre em plantas com sistema<br />

radicular já <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>, causan<strong>do</strong> necrose nos teci<strong>do</strong>s, que<br />

resulta em sintomas <strong>de</strong> escurecimento e apodrecimento. Os<br />

principais patógenos que causam essa <strong>do</strong>ença são Fusarium sp<br />

e Cylindrocladium sp (Krugner, 2007).<br />

As manchas e crestamentos foliares, as secas <strong>de</strong><br />

acículas, mortes <strong>de</strong> ponteiros e as necroses <strong>de</strong> teci<strong>do</strong>s <strong>do</strong> caule<br />

são algumas das <strong>do</strong>enças da copa que ocorrem em mudas com<br />

caule e folhagem <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s. Os agentes causais são<br />

Botrytis cinerea, Phytophthora sp e Cercospora sp causam a<br />

morte <strong>de</strong> ponteiros, manchas foliares e lesões nos ramos<br />

(Krugner, 2007).<br />

A incidência <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças em viveiros ten<strong>de</strong> a aumentar<br />

com a ida<strong>de</strong> <strong>do</strong> mesmo. Em relação a <strong>do</strong>enças <strong>de</strong> parte aérea,<br />

consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o custo relativamente baixo, a eficiência <strong>do</strong>


37<br />

tratamento e os riscos <strong>de</strong> aparecimento repentino e propagação<br />

rápida <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças, é conveniente a<strong>do</strong>tar um esquema<br />

preventivo <strong>de</strong> pulverizações das mudas com fungicidas,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da ocorrência previa das <strong>do</strong>enças. A aplicação <strong>de</strong><br />

fungicidas po<strong>de</strong> ser através <strong>do</strong> tratamento <strong>de</strong> sementes e por<br />

aplicação <strong>de</strong> fungicidas por rega ou pulverização <strong>do</strong> solo e das<br />

mudas. Uma diversificação <strong>de</strong> principio ativos é um <strong>do</strong>s fatores<br />

que garantem melhor resulta<strong>do</strong>s no tratamento. Para o<br />

tratamento <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças da copa é recomenda<strong>do</strong> uso <strong>do</strong>s<br />

fungicidas inorgânicos cúpricos, dispon<strong>do</strong> <strong>de</strong> inúmeros<br />

produtos comerciais e formulações disponíveis no merca<strong>do</strong>,<br />

envolven<strong>do</strong> produtos técnicos como hidróxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> cobre,<br />

oxicloreto <strong>de</strong> cobre, óxi<strong>do</strong> cuproso, e sulfato <strong>de</strong> cobre. Os<br />

orgânicos não sistêmicos tem ampla utilização <strong>para</strong> o controle<br />

<strong>de</strong> damping-off e <strong>do</strong>enças da copa, sen<strong>do</strong> o captan, captafol,<br />

thiram, Zineb, maneb e ferbam. O sistêmico mais eficiente e<br />

usa<strong>do</strong> recentemente <strong>para</strong> o controle <strong>de</strong> patógenos da raiz e da<br />

parte aérea é o benomil (Benlate) (Krugner, 2007).<br />

3.7 Tratos Culturais<br />

As operações fundamentais <strong>de</strong> manejo das mudas serão<br />

realizadas uma vez ao dia, visan<strong>do</strong> manter a sanida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

viveiro e qualida<strong>de</strong> das mudas. Algumas espécies necessitam <strong>de</strong><br />

uma poda <strong>para</strong> corrigir as diferenças na copa, reduzir o<br />

tamanho da muda, ou eliminar brotos laterais que se formam<br />

eventualmente junto ao colo da muda. As raízes também são<br />

podadas <strong>para</strong> facilitar a repicagem quan<strong>do</strong> as mudas<br />

ultrapassam o tamanho <strong>de</strong> plantio indica<strong>do</strong> <strong>para</strong> espécie, e<br />

também é feita com intuito <strong>de</strong> retardar o <strong>de</strong>senvolvimento até a<br />

época <strong>de</strong> plantio. O controle <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> algumas mudas<br />

é feito quan<strong>do</strong> estas atingem o tamanho a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, logo é<br />

suprimida a adubação e reduzida a irrigação, <strong>de</strong> forma a<br />

38<br />

rustificar a muda, evitar o crescimento excessivo e a penetração<br />

das raízes no chão. A movimentação das mudas entre canteiros<br />

é praticada quan<strong>do</strong> necessário agrupar mudas <strong>do</strong> mesmo<br />

tamanho, evitan<strong>do</strong> <strong>de</strong>sequilíbrios na competição principalmente<br />

por luz (Mace<strong>do</strong>, 1993).<br />

Quan<strong>do</strong> as mudas emergirem em canteiros <strong>de</strong>vem ser<br />

transplantadas <strong>para</strong> embalagens individuais com tamanho <strong>de</strong> 3-<br />

7 cm, pois quanto menor o tamanho das mudas, maior são as<br />

chances <strong>de</strong> sobrevivência (Lorenzi, 2002).<br />

A repicagem é o processo <strong>de</strong> transposição <strong>de</strong> plântulas<br />

<strong>de</strong> um recipiente <strong>para</strong> outro, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à semeadura <strong>de</strong> muitas<br />

sementes (quan<strong>do</strong> muito pequenas) por recipiente, <strong>para</strong><br />

aumentar a o aproveitamento <strong>de</strong> sementes germinadas. A<br />

repicagem com espécies <strong>de</strong> germinação epígea, é feita quan<strong>do</strong><br />

as plântulas apresentam as primeiras folhas <strong>de</strong>finitivas e <strong>para</strong><br />

espécies <strong>de</strong> germinação hipógea, quan<strong>do</strong> começa a aparecer o<br />

epicótilo. Observan<strong>do</strong> que a repicagem <strong>de</strong>ve ser feita sob<br />

condições <strong>de</strong> alta umida<strong>de</strong> relativa <strong>do</strong> ar (Carvalho, 2000).<br />

A poda da raiz da muda no viveiro, além <strong>de</strong> não ser<br />

prejudicial ainda melhora a qualida<strong>de</strong> da muda <strong>para</strong> o plantio.<br />

(Malinovski, 1977). A poda das raízes nos canteiros é feita <strong>para</strong><br />

aumentar a formação <strong>de</strong> raízes laterais, e também utilizada no<br />

caso <strong>de</strong> retardar o crescimento <strong>de</strong> plantas que serão mantidas<br />

nos canteiros por mais tempo que o normal (Sturion et al.,<br />

2000).<br />

Quan<strong>do</strong> as mudas são produzidas com substratos<br />

verificou-se uma acentuada mortalida<strong>de</strong> durante a permanência<br />

no viveiro, já com solo retira<strong>do</strong> <strong>de</strong>baixo das árvores cujas<br />

sementes foram coletadas, não houve mortalida<strong>de</strong> e sim um<br />

crescimento vigoroso. <strong>Mudas</strong> que foram levadas <strong>para</strong> o campo,<br />

quan<strong>do</strong> completaram cinco anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>monstraram que a<br />

taxa <strong>de</strong> sobrevivência com substrato usual foi <strong>de</strong> 80% e com<br />

solo coleta<strong>do</strong> <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> árvores mães foi <strong>de</strong> 26%. Isso


39<br />

<strong>de</strong>monstra que mudas com bom esta<strong>do</strong> nutricional conseguem<br />

manter bom comportamento no campo (Carvalho, 2000).<br />

As mudas são classificadas conforme suas<br />

características internas (fisiológica) e externas (morfológicas).<br />

A classificação morfológica abrange a altura da parte aérea, o<br />

diâmetro <strong>do</strong> colo, a relação entre o diâmetro <strong>do</strong> colo e a altura<br />

da parte aérea, a relação entre as partes aérea/subterrânea, o<br />

peso <strong>de</strong> matéria seca e ver<strong>de</strong>, o total das partes aérea e<br />

subterrânea e rigi<strong>de</strong>z da haste. Mas o melhor indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />

padrão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> é o diâmetro <strong>do</strong> colo. O maior diâmetro <strong>do</strong><br />

colo esta associa<strong>do</strong> a um <strong>de</strong>senvolvimento mais acentua<strong>do</strong> das<br />

partes aéreas e especialmente o sistema radicular. A aeração <strong>do</strong><br />

solo influencia diretamente no <strong>de</strong>senvolvimento e eficiência <strong>do</strong><br />

sistema radicular da muda, causan<strong>do</strong> no caso <strong>de</strong> ausência o<br />

engrossamento das raízes, a redução no tamanho, escurecen<strong>do</strong>as<br />

e menor quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pelos absorventes afetan<strong>do</strong> a parte<br />

aérea. A cobertura da superfície <strong>do</strong> solo on<strong>de</strong> a muda se<br />

encontra semeada é necessária <strong>para</strong> proporcionar a umida<strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>al e <strong>para</strong> impedir o aparecimento <strong>de</strong> sementes que impeçam<br />

a germinação da mesma. Os materiais geralmente utiliza<strong>do</strong>s<br />

são: casca <strong>de</strong> arroz, moinha <strong>de</strong> carvão, capim pica<strong>do</strong>, folhas <strong>de</strong><br />

palmeiras, serragem entre outros. A poda das pontas da parte<br />

aérea é processada com o objetivo <strong>de</strong> melhorar o equilíbrio<br />

entre a parte aérea e o sistema radicular das mudas (Sturion et<br />

al., 2000).<br />

3.8 Espécies Produzidas<br />

É importante observar uma série <strong>de</strong> características na<br />

escolha da espécie, conforme a necessida<strong>de</strong>, como porte<br />

gran<strong>de</strong>, raízes superficiais, frutos gran<strong>de</strong>s e galhos que<br />

quebram facilmente com o vento (Lorenzi, 2002).<br />

40<br />

A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> quais espécies <strong>de</strong> árvores e arbustos é <strong>de</strong><br />

fundamental importância <strong>para</strong> o sucesso da recuperação. As<br />

espécies <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong> possuem a característica <strong>de</strong> adaptação a<br />

condições <strong>de</strong> baixa fertilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo, mesmo a adubação<br />

química superan<strong>do</strong> esse problema nos primeiros estágios <strong>de</strong><br />

crescimento (Corrêa e Melo Filho, 1998).<br />

As espécies que possuem características i<strong>de</strong>ais <strong>para</strong> a<br />

recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>, <strong>de</strong>monstraram<br />

ótimos resulta<strong>do</strong>s em experimentos através da baixa taxa <strong>de</strong><br />

mortalida<strong>de</strong> e taxa <strong>de</strong> crescimento elevada, como: aroeira<br />

(Myracodrum urun<strong>de</strong>uva) 28% e 106,1%, peroba-rosa<br />

(Aspi<strong>do</strong>sperma pyrifolium) 33,33% e 112,4%, ipê-caraíba<br />

(Tabebuia caraíba) 43,3% e 124,4%, ipê-roxo (Tabebuia<br />

impitiginosa) 42,9% e 148,8%, ipê-branco (Tabebuia róseoalba)<br />

20,6% e 101,3%, capitão-<strong>do</strong>-cerra<strong>do</strong> (Terminalia<br />

argentea) 28,6% e 115,8% (Corrêa e Melo Filho, 1998).<br />

As espécies seguintes apresentaram resulta<strong>do</strong>s positivos<br />

quanto ao plantio (morte e crescimento) volta<strong>do</strong> <strong>para</strong><br />

recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas: vinhático (Plathymenia<br />

reticulata) 11% e 70%, jacarandá-caroba (Jacaranda<br />

cuspidifolia) 28,9% e 80,1%, jacarandá-mimoso (Jacaranda<br />

mimosaefolia) 50% e 50,5%, angico (Pipta<strong>de</strong>nia peregrina)<br />

26,7% e 33,4%, barbatimão (Stryphno<strong>de</strong>ndron adstringers)<br />

17% e 95,4%, cega macha<strong>do</strong> (Fisocalimma scaberrima) 45,8%<br />

e 127,2% e maminha-porca (Zantoxylum rhoifolium) 14% e<br />

56,6%. Importante observar que a família das Leguminosaemimosoi<strong>de</strong>ae<br />

obteve maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> plantas com<br />

resulta<strong>do</strong>s positivos e satisfatórios (Corrêa e Melo Filho, 1998).<br />

Os fatores responsáveis pela mortalida<strong>de</strong> das mudas<br />

são: baixa capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> substrato em reter a umida<strong>de</strong> no<br />

perío<strong>do</strong> seco, pequeno volume das covas e a outras intempéries<br />

como <strong>do</strong>enças, danos físicos, pragas, competição e<br />

características intrínsecas a espécies. A altura das mudas <strong>para</strong> o<br />

plantio é indica<strong>do</strong> como mínimo <strong>de</strong> 30 centímetros, pois nesse


41<br />

estágio as plantas teriam reservas e teci<strong>do</strong>s lenhosos suficientes<br />

<strong>para</strong> sobreviver às intempéries (Corrêa e Melo Filho, 1998).<br />

3.8.1 Amburana<br />

Conhecida geralmente por amburana mesmo, é da<br />

família Leguminosae e seu nome científico é Amburana<br />

cearensis (Fr. Allemm.) A. C. Smith (Almeida et al., 1998).<br />

Sua floração é marcada entre fevereiro e junho, e<br />

frutificação <strong>de</strong> agosto a setembro (Almeida et al., 1998).<br />

É uma árvore que po<strong>de</strong> chegar até 20 metros, com<br />

folhas alternas, pecioladas, e sua inflorescência <strong>de</strong>terminada <strong>de</strong><br />

uma panícula terminal e lateral sem brácteas com cerca <strong>de</strong> 50 a<br />

150 flores. Sua flores tem aproximadamente 1 cm <strong>de</strong><br />

comprimento e seus frutos são um legume <strong>de</strong>iscente com cerca<br />

<strong>de</strong> 5 cm <strong>de</strong> comprimento, negro, oblongo, compresso, epicarpo<br />

liso, adnato ao mesocarpo coriáceo e semente única com cerca<br />

<strong>de</strong> 1,5 a 2 x 1 a 1,5 cm, negra, arre<strong>do</strong>ndada ou largo-elíptico e<br />

achatada (Almeida et al., 1998).<br />

A utilização <strong>de</strong>ssa árvore é principalmente a extração da<br />

ma<strong>de</strong>ira e medicinalmente. Como espécie pioneira, sua floração<br />

ocorre com plantas sem folhas, e os frutos amadurecem quan<strong>do</strong><br />

surgem novas folhas (Carvalho, 1994). Uma planta <strong>de</strong>cídua,<br />

heliófita e seletiva xerófita (Lorenzi, 1992).<br />

Um quilograma <strong>de</strong> sementes possui em torno <strong>de</strong> 1650<br />

unida<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> essas são capazes <strong>de</strong> manter a viabilida<strong>de</strong> por<br />

mais <strong>de</strong> seis meses quan<strong>do</strong> armazenadas em sacos plásticos <strong>de</strong><br />

polietileno com o controle da umida<strong>de</strong> (Almeida et al., 1998).<br />

A obtenção <strong>de</strong> sementes é pelo processo normal <strong>de</strong> catação e<br />

coleta <strong>do</strong>s frutos quan<strong>do</strong> começar a queda, ou recolhê-los <strong>do</strong><br />

chão, e em seguida <strong>de</strong>ixá-los secar ao sol <strong>para</strong> facilitar a<br />

abertura e liberação das sementes. A mudas são obtidas com a<br />

colocação das sementes em recipientes conten<strong>do</strong> substrato<br />

42<br />

organo-arenoso, diretamente sem nenhum tratamento e<br />

aguardar a germinação. Sua germinação ocorre <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> 15 a<br />

25 dias após a semeadura (Lorenzi, 1992).<br />

3.8.2 Angico<br />

O angico como é conheci<strong>do</strong> comumente, é da família<br />

Leguminosae e seu nome científico é Ana<strong>de</strong>nanthera falcata<br />

(Benth.) Speg. (Almeida et al., 1998).<br />

A floração da espécie é <strong>de</strong> junho a setembro, com sua<br />

frutificação <strong>de</strong> agosto a setembro. Árvore hermafrodita <strong>de</strong> até<br />

35 metros, suas folhas são alternas e compostas bipinadas,<br />

inflorescência <strong>de</strong>monstrada <strong>de</strong> glomérulos laterais nos nós<br />

<strong>de</strong>sfolha<strong>do</strong>s e flores com 7 mm e actinomorfas. Os fruto é um<br />

legume <strong>de</strong>iscente por apenas uma sutura, com cerca <strong>de</strong> 20 cm<br />

<strong>de</strong> comprimento, castanho, oblongo-linear, plano, com margens<br />

sinuosas, valvas cartilaginosas e sementes muitas com 1 a 1,5<br />

cm <strong>de</strong> comprimento, castanho-escuras, arre<strong>do</strong>ndadas ou largoelípticas<br />

e achatadas (Almeida et al., 1998).<br />

A coleta <strong>do</strong>s frutos <strong>de</strong>ve ser efetuada direto da árvore<br />

quan<strong>do</strong> os primeiros se abrirem, em seguida levan<strong>do</strong>-os ao sol<br />

<strong>para</strong> completar a abertura e liberação das sementes (Lorenzi,<br />

1992).<br />

Um aspecto ecológico muito evi<strong>de</strong>nte na espécie é que<br />

apresenta abundante nodulação por bactérias fixa<strong>do</strong>ras <strong>de</strong><br />

nitrogênio com crescimento in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> (Cir<strong>de</strong>iro e Beltrati,<br />

1989).<br />

Em torno <strong>de</strong> 10300 unida<strong>de</strong>s compõem um quilograma<br />

<strong>de</strong> sementes, com uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser armazenadas ate<br />

quatro meses (Almeida et al., 1998). A taxa <strong>de</strong> germinação é <strong>de</strong><br />

80% ocorren<strong>do</strong> entre cinco a oito dias após a semeadura (Costa,<br />

1988).


43<br />

A broca causa danos aos frutos antes que esses<br />

completem a sua maturação (Anuário, 1992).<br />

3.8.3 Aroeira<br />

Myracrodruon urun<strong>de</strong>uva (Engler) Fr. além da família<br />

das Anarcadiaceae é conhecida popularmente como aroeira,<br />

urun<strong>de</strong>úva e aroeira-<strong>do</strong>-sertão, conforme a região <strong>do</strong> Brasil<br />

(Lorenzi, 2002).<br />

É encontrada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Ceará até o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, e<br />

Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, porém sua freqüência é maior no nor<strong>de</strong>ste<br />

<strong>do</strong> país, oeste <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s da Bahia, Minas Gerais, São Paulo e<br />

sul <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, Mato Grosso e Goiás<br />

(Lorenzi, 2002).<br />

A aroeira possui altura <strong>de</strong> 6-14 metros no cerra<strong>do</strong> e na<br />

caatinga, em solos mais férteis da floresta latifoliada<br />

semi<strong>de</strong>cídua chega ate 20-25 metros com o tronco <strong>de</strong> 50-80 cm<br />

<strong>de</strong> diâmetro (Lorenzi, 2002).<br />

A ma<strong>de</strong>ira possui características inigualáveis, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />

serem muito pesada (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1,19 g/cm 3 ), <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

resistência mecânica, praticamente imputrescível, alburno<br />

diferencia<strong>do</strong> <strong>do</strong> cerne e facilmente <strong>de</strong>composto (Lorenzi,<br />

2002). A ma<strong>de</strong>ira tem diversas utilida<strong>de</strong>s, é excelente <strong>para</strong><br />

obras externas, como postes, moirões, esteios, estacas,<br />

<strong>do</strong>rmentes, vigas, armações <strong>de</strong> pontes, moendas <strong>de</strong> engenho e<br />

muito útil na construção civil (vigas, caibros, tacos <strong>para</strong><br />

assoalhos e ripas) (Lorenzi, 2002). No âmbito ornamental é<br />

uma árvore com a copa aproximadamente piramidal, com perda<br />

<strong>de</strong> folhas no inverno e <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> provocar reações alérgicas a<br />

pessoas sensíveis (Lorenzi, 2002).<br />

Uma planta <strong>de</strong> terrenos secos e rochosos, característica<br />

<strong>de</strong> agrupamentos <strong>de</strong>nsos, em formações abertas e muito secas e<br />

formações muito úmidas e fechadas. A aroeira é uma espécie <strong>de</strong><br />

44<br />

terrenos secos e cascalhentos, localiza<strong>do</strong>s sobre afloramentos<br />

rochosos e calcários, caracteriza<strong>do</strong>s por uma rápida drenagem e<br />

impedimento físico <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> (Lorenzi, 2002). É uma<br />

espécie secundária tardia (Carvalho, 1994).<br />

A sua floração ocorre durante os meses <strong>de</strong> junho a<br />

julho, on<strong>de</strong> a planta se encontra totalmente <strong>de</strong>spida <strong>de</strong> sua<br />

foliação, atingin<strong>do</strong> a completa maturação no final <strong>do</strong> mês <strong>de</strong><br />

setembro prolongan<strong>do</strong>-se até outubro (Lorenzi, 2002).<br />

Os frutos serão colhi<strong>do</strong>s diretamente da árvore quan<strong>do</strong><br />

iniciarem a queda espontânea. A se<strong>para</strong>ção <strong>de</strong> sementes <strong>do</strong>s<br />

frutos é praticamente impossível, mas é necessário <strong>de</strong>ixá-las ao<br />

sol, e <strong>para</strong> remoção das sépalas é feito o esfregaço manual<br />

(Lorenzi, 2002).<br />

Para a produção das mudas é necessário que seja feito a<br />

semeadura das sementes <strong>para</strong> germinação logo após a colheita,<br />

sem nenhum tratamento, em canteiros com substrato arenoso<br />

enriqueci<strong>do</strong> <strong>de</strong> matéria orgânica, atingin<strong>do</strong> a emergência entre<br />

8-18 dias com uma porcentagem <strong>de</strong> 80 % (Lorenzi, 2002).<br />

As sementes <strong>de</strong> aroeira po<strong>de</strong>m sofrer danos <strong>de</strong> vinte e<br />

cinco gêneros <strong>de</strong> fungos. Os fungos Aspergilus e Penicilium<br />

são aqueles que liga<strong>do</strong>s a problemas <strong>de</strong> armazenamento. O<br />

fungo mais encontra<strong>do</strong> na espécie foi o Aspergilus niger.<br />

Também foi constata<strong>do</strong> fungos <strong>de</strong> outras diversas culturas em<br />

aroeira, como Alternaria, Cephalosporium, Drechslera,<br />

Fusarium e outros (Me<strong>de</strong>iros et al., 1992).<br />

3.8.4 Ipê-amarelo-<strong>do</strong>-cerra<strong>do</strong><br />

Tabebuia áurea (Manso) Benth. & Hook. da família da<br />

Bignoniaceae é conhecida popularmente como ipê-amarelo-<strong>do</strong>cerra<strong>do</strong>,<br />

<strong>para</strong>-tu<strong>do</strong> e caraibeira (Lorenzi, 2002).


45<br />

Sua ma<strong>de</strong>ira é mo<strong>de</strong>radamente pesada (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

0,76 g/cm3), dura, grã irregular, extremamente flexível e <strong>de</strong><br />

baixa resistência ao apodrecimento (Lorenzi, 2002).<br />

Sua utilização é <strong>para</strong> cabos <strong>de</strong> ferramentas, peças<br />

curvadas, réguas flexíveis, artigos esportivos, confecções <strong>de</strong><br />

móveis, esquadrias, <strong>para</strong> construções civis e obras externas.<br />

Uma árvore extremante ornamental <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> suas flores <strong>de</strong><br />

coloração amarelo intenso (Lorenzi, 2002).<br />

É encontrada na região Amazônica e Nor<strong>de</strong>ste até São<br />

Paulo e Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong>, caatinga e<br />

Pantanal Mato-grossense (Lorenzi, 2002).<br />

Uma planta <strong>de</strong> ocorrência esparsa em terrenos bem<br />

drena<strong>do</strong>s no cerra<strong>do</strong>, quase homogêneo em solos úmi<strong>do</strong>s ou até<br />

pantanosos no pantanal e na caatinga quan<strong>do</strong> em agrupamentos<br />

(Lorenzi, 2002).<br />

Sua floração ocorre entre agosto e setembro com a<br />

árvore quase totalmente <strong>de</strong>spida, com o inicio da sua<br />

frutificação no final <strong>de</strong> setembro até mea<strong>do</strong>s <strong>de</strong> outubro<br />

(Lorenzi, 2002).<br />

A obtenção <strong>de</strong> sementes é diretamente da árvore após a<br />

queda espontânea, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-as ao sol <strong>para</strong> completar a abertura<br />

e liberação das sementes <strong>do</strong>s frutos (Lorenzi, 2002).<br />

A produção <strong>de</strong> mudas baseia-se em colocar as sementes<br />

diretamente logo após a colheita em recipientes individuais<br />

conten<strong>do</strong> substrato organo-arenoso. Logo que semeadas, cobrilas<br />

com uma fina camada <strong>de</strong> substrato peneira<strong>do</strong> e irrigar duas<br />

vezes ao dia, esperan<strong>do</strong> a emergência entre 10-20 dias<br />

atingin<strong>do</strong> uma germinação <strong>de</strong> 50 % (Lorenzi, 2002).<br />

Alguns fungos foram encontra<strong>do</strong>s causan<strong>do</strong> danos<br />

consi<strong>de</strong>ráveis na espécie como: Phaeseptoria tecomiae,<br />

Mycosphaerella macuiformis e Fusicladium faciculatum<br />

(Heringer, 1971).<br />

46<br />

3.8.5 Jacarandá-<strong>do</strong>-cerra<strong>do</strong><br />

Seu nome científico é Dalbergia miscolobium Benth,<br />

pertence à família Leguminosae e seu nome popular é<br />

jacarandá-<strong>do</strong>-cerra<strong>do</strong>, jacarandazinho ou pau-preto (Almeida et<br />

al., 1998).<br />

Seu perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> floração é <strong>de</strong> novembro a maio com<br />

maior intensida<strong>de</strong> em fevereiro, e frutificação <strong>de</strong> janeiro a julho<br />

com o pico em abril e março. Arvore hermafrodita com altura<br />

<strong>de</strong> até <strong>do</strong>ze metros, é formada <strong>de</strong> folhas alternas compostas<br />

pinadas, inflorescência e flores com cerca <strong>de</strong> 2 mm <strong>de</strong><br />

comprimento e pediceladas. Seu fruto é um legume samarói<strong>de</strong><br />

com mais ou menos 5 a 8 cm <strong>de</strong> comprimento, longamente<br />

estipita<strong>do</strong>, cinza-escuro, <strong>de</strong> oblongo a elíptico, plano<br />

compresso, coriáceo e sua semente com uma ou duas unida<strong>de</strong>s,<br />

cerca <strong>de</strong> 1,5 a 2 x 1 cm, castanho-clara, elíptica ou reniforme e<br />

muito achatada (Almeida et al., 1998).<br />

Definida como planta perenifólia, pioneira, e<br />

característica <strong>de</strong> matas secundárias <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong>. Suas sementes<br />

permanecem viáveis ate em torno <strong>de</strong> quatro meses, conten<strong>do</strong><br />

em um quilograma <strong>de</strong> frutos em média 3100 unida<strong>de</strong>s (Lorenzi,<br />

1992). As sementes <strong>de</strong>vem ser adquiridas através da coleta <strong>de</strong><br />

frutos <strong>de</strong> queda espontânea diretamente da arvore, on<strong>de</strong> logo<br />

em seguida, <strong>de</strong>vem ficar ao sol <strong>para</strong> secar e completar a<br />

abertura e liberação das mesmas. As mudas <strong>de</strong>vem ser<br />

produzidas com a colocação das sementes <strong>para</strong> germinar logo<br />

que colhidas, sem nenhum tratamento, em recipientes com<br />

substrato organo-arenoso, cobertos com substrato levemente<br />

peneira<strong>do</strong>, a passar pela irrigação duas vezes ao dia. A<br />

germinação é muito boa quan<strong>do</strong> as sementes se encontram<br />

frescas, em torno <strong>de</strong> 80% aos 4-8 dias (Lorenzi, 1992).<br />

É atacada pelo fungo Asteromella pyricola (Saca e<br />

Speq.) e nas folhas foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> o Helminthosporium


47<br />

lavrense Viegas caracteriza<strong>do</strong> pelas lesões arre<strong>do</strong>ndadas e<br />

escuras que <strong>de</strong>ixa nas folhas (Heringer, 1947).<br />

3.8.6 Jequitibá<br />

O jequitibá é da família Lecythidaceae e seu nome<br />

científico Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze (Almeida et<br />

al., 1998).<br />

Floração ocorre <strong>de</strong> outubro a janeiro e frutificação <strong>de</strong><br />

julho a agosto (Almeida et al., 1998).<br />

Árvore hermafrodita <strong>de</strong> até 40 metros <strong>de</strong> altura, com<br />

folhas alternas e flores com 5 mm <strong>de</strong> comprimento. Seu fruto é<br />

pixídio com cerca <strong>de</strong> 8 centímetros <strong>de</strong> comprimento, castanhoclaro,<br />

tubuloso-infundibuliforme, <strong>de</strong>nta<strong>do</strong> no ostíolo, opérculo<br />

claviforme, externamente um tanto convexo. Possui <strong>de</strong> seis a<br />

oito sementes por lóculo, bisseriadas, com aproximadamente<br />

2,5 a 4 x 0,7 a 1 centímetro, aladas, ala unillateral, hialina e<br />

núcleo seminífero castanho-avermelha<strong>do</strong> bem <strong>de</strong>milita<strong>do</strong> da ala<br />

(Almeida et al., 1998).<br />

A coleta <strong>de</strong> frutos <strong>de</strong>ve ser diretamente da árvore assim<br />

que iniciar a abertura espontânea, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-os em seguida ao<br />

sol <strong>para</strong> a liberação das sementes (Lorenzi, 1992).<br />

3.8.7 Macaúba<br />

A Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd, da família Palmae,<br />

é conhecida popularmente como macaúba ou bocaiúva<br />

(Almeida et al., 1998).<br />

A floração é marcada <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> setembro a janeiro,<br />

e frutificação na mesma época. Suas folhas são aglomeradas no<br />

ápice <strong>do</strong> estipe e sua inflorescência é uma espádice <strong>de</strong> curto<br />

pedúnculo ereto. Suas flores possuem em média 7 mm e são<br />

48<br />

actinomorfas e monoclamí<strong>de</strong>as. O fruto é uma drupa com cerca<br />

<strong>de</strong> 3 cm <strong>de</strong> diâmetro, amarela, globosa, epicarpo cartáceo,<br />

mesocarpo fino, fibroso, mucilaginoso, en<strong>do</strong>carpo ósseo,<br />

semente adnata ao en<strong>do</strong>carpo e globosa (Almeida et al., 1998).<br />

É muito utilizada como planta ornamental, medicinal,<br />

na alimentação humana e animal e como na produção<br />

industrial. Árvore hermafrodita medin<strong>do</strong> até 30 metros, folhas<br />

opostas, flores com 4,5 cm pediceladas. O fruto é uma cápsula<br />

loculicida em torno <strong>de</strong> 12 cm <strong>de</strong> comprimento, castanhoacizentada,<br />

elíptico-linear, valvas lenhosas, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se a<br />

placenta on<strong>de</strong> estão inseridas sementes aladas, castanhas, semiespatuladas<br />

e núcleo apical bem <strong>de</strong>marca<strong>do</strong> (Almeida et al.,<br />

1998). Produz em torno <strong>de</strong> 240 a 1200 frutos por planta (Silva<br />

et al., 1992). Planta perenifólia, heliófita, pioneira, e com maior<br />

intensida<strong>de</strong> em formações secundárias (Lorenzi, 1992).<br />

A sua permanência em áreas perturbadas foi verificada<br />

no Distrito Fe<strong>de</strong>ral, com população <strong>de</strong> <strong>do</strong>is a três indivíduos<br />

por hectare (Ribeiro e Scariot, 1986). Possui a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> recuperação ao fogo, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> <strong>de</strong> produzir somente no<br />

ano seguinte a queimada, voltan<strong>do</strong> à normalida<strong>de</strong><br />

posteriormente (Guia, 1986).<br />

A propagação sexuada é caracterizada por uma<br />

mo<strong>de</strong>rada taxa <strong>de</strong> germinação, com a emergência <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> três<br />

a cinco meses (Almeida et al., 1998).<br />

A obtenção <strong>de</strong> sementes é através da colheita <strong>de</strong> frutos<br />

da árvore ao iniciar a queda espontânea ou recolhe-los no chão<br />

após a queda. Os frutos po<strong>de</strong>m ser semea<strong>do</strong>s diretamente sem<br />

ser <strong>de</strong>spolpa<strong>do</strong>s, ou passar pelo processo <strong>de</strong> extração. A<br />

produção da muda é colocar os frutos ou sementes diretamente<br />

<strong>para</strong> germinação logo que colhi<strong>do</strong>s, em recipientes individuais<br />

conten<strong>do</strong> o substrato arenoso bem rico em material orgânico e<br />

manti<strong>do</strong> em ambiente sombrea<strong>do</strong>, cobri-los levemente com o<br />

substrato <strong>para</strong> efetuar uma irrigação duas vezes ao dia (Lorenzi,<br />

1992).


3.8.8 Pau terra<br />

49<br />

Qualea grandiflora Mart é da família Vochysiaceae e<br />

mais conheci<strong>do</strong> comumente com pau-terra e pau-terra-<strong>do</strong>cerra<strong>do</strong><br />

(Almeida et al., 1998).<br />

A floração começa em agosto esten<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-se até abril e<br />

frutificação <strong>de</strong> frutos jovens a partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro se<br />

prolongan<strong>do</strong> até agosto e setembro quan<strong>do</strong> completa a<br />

maturação (Almeida et al, 1998). Consi<strong>de</strong>rada uma planta<br />

<strong>de</strong>cídua, heliófita, seletiva xerófita e amplamente dispersa em<br />

to<strong>do</strong>s os cerra<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Brasil, e encontrada em terrenos altos,<br />

secos e bem drena<strong>do</strong>s. Como planta pioneira é adaptada a áreas<br />

abertas e a terrenos pobres, sen<strong>do</strong> aproveitada <strong>para</strong><br />

reflorestamentos heterogêneos <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas e <strong>de</strong><br />

preservação. Fator importante é sua ocorrência tanto em<br />

formações primárias quanto secundárias, e com uma alta<br />

freqüência <strong>de</strong> indivíduos. (Lorenzi, 1992).<br />

Árvore em que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sementes produzidas é<br />

alta. A obtenção <strong>de</strong> sementes é através da coleta <strong>de</strong> frutos<br />

diretamente das árvores quan<strong>do</strong> iniciarem a abertura<br />

espontânea, e em seguida levá-los ao sol <strong>para</strong> a abertura e<br />

liberação das sementes. A produção <strong>de</strong> mudas consiste em<br />

colocar as sementes <strong>para</strong> germinar logo após a sua colheita,<br />

sem nenhum tratamento, diretamente nos recipientes<br />

individuais conten<strong>do</strong> o substrato areno-argiloso e manti<strong>do</strong> em<br />

ambiente semi-sombrea<strong>do</strong> (não toleram transplantes). A<br />

semeadura <strong>de</strong>ve ser o mais uniforme possível, com substrato<br />

peneira<strong>do</strong>, e cobrir muito levemente as sementes <strong>para</strong> evitar o<br />

seu arranquio na irrigação (Lorenzi, 1992).<br />

O armazenamento <strong>de</strong> sementes é viável em câmaras<br />

secas ou em ambiente natural, observan<strong>do</strong> obrigatório não<br />

prolongar mais <strong>de</strong> um mês (Barbosa et al., 1985). A germinação<br />

da semente em esta<strong>do</strong> natural foi <strong>de</strong> 10% em torno <strong>de</strong> 22 dias<br />

(Almeida et al., 1998). Já em placas <strong>de</strong> Petri resulta<strong>do</strong>s muito<br />

50<br />

positivos foram encontra<strong>do</strong>s, com a germinação em quatro dias<br />

e em torno <strong>de</strong> 90% (Felippe, 1990).<br />

Os fungos Actonoteico maranhense, Asteromella<br />

pyricola (Sacc & Speg) Moesr e Mycosphaerella guttiferae<br />

Miller foram encontra<strong>do</strong>s na espécie (Heringer, 1972).<br />

3.8.9 Pequi<br />

Caryocar brasiliense Camb é da família Caryocaraceae<br />

e conheci<strong>do</strong> popularmente como pequi ou piqui (Almeida et al.,<br />

1998).<br />

Sua floração <strong>de</strong> agosto a novembro (chuvas) com maior<br />

intensida<strong>de</strong> em setembro, porém ocasionalmente em outras<br />

épocas após chuva ou roça<strong>do</strong>s, e frutificação <strong>de</strong> novembro a<br />

fevereiro. Árvore hermafrodita com até sete metros <strong>de</strong> altura,<br />

folhas opostas compostas trifoliadas, e flores actinomorfas. O<br />

fruto é drupói<strong>de</strong> com 4,2 a 6,4 x 6,5 a 7,8 cm, ver<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pressogloboso,<br />

epicarpo coriáceo-carnoso, mesocarpo amarelo-claro,<br />

carnoso, en<strong>do</strong>carpo lenhoso, espinhoso, sementes reniformes e<br />

cálice persistente (Almeida et al., 1998). Produz cerca <strong>de</strong> 500 a<br />

2000 frutos por planta (Silva et al., 1992).<br />

O pequi tem uma importância econômica pouco<br />

explorada <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a sua polpa ser utilizada <strong>para</strong> consumo e<br />

principalmente pelo fato <strong>de</strong> não haver tecnologias e<br />

comprovações científicas da produção comercial <strong>do</strong> fruto<br />

(Almeida et al., 1998).<br />

A germinação <strong>de</strong> sementes aos trinta e cinco dias é <strong>de</strong><br />

50 % (Miranda, 1986). Já após os trezentos dias é <strong>de</strong> 60 %,<br />

<strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> uma dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> germinação e a produção da<br />

espécie (Silva et al., 1992).<br />

A estratificação <strong>de</strong> sementes é um méto<strong>do</strong> viável <strong>de</strong><br />

propagação observan<strong>do</strong> que o controle <strong>de</strong> água <strong>de</strong>ve ser muito


51<br />

preciso, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à sensibilida<strong>de</strong> da espécie ainda mais quan<strong>do</strong><br />

muda, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> suas raízes fasciculadas (Heringer, 1970).<br />

A estaquia é uma forma satisfatória <strong>de</strong> propagação e<br />

reduz o tempo inicial <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> frutos. A indução<br />

hormonal da germinação obteve resulta<strong>do</strong>s negativos e com<br />

outras partes, <strong>de</strong> frutos, positivos (Melo e Gonçalves, 1991).<br />

A <strong>do</strong>rmência <strong>do</strong> pequi está relacionada a <strong>do</strong>is fatores,<br />

primeiro ao seu en<strong>do</strong>carpo (<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> sua rigi<strong>de</strong>z) e segun<strong>do</strong> ao<br />

próprio embrião. Em relação ao en<strong>do</strong>carpo é possível<br />

solucionar com a remoção <strong>do</strong> mesmo, já a embrionária, a<br />

possibilida<strong>de</strong> é através da utilização <strong>de</strong> hormônios (aci<strong>do</strong><br />

giberélico) (Dombroski et al., 1998).<br />

Para a primeira parte é necessário primeiro remover a<br />

casca utilizan<strong>do</strong> canivetes e o mesocarpo (com os espinhos). O<br />

mesocarpo po<strong>de</strong> ser removi<strong>do</strong> através <strong>de</strong> <strong>de</strong>spolpa<strong>de</strong>ira<br />

mecânica, betoneira com cascalho e água ou um equipamento<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento caseiro que consiste em uma haste com<br />

escovas <strong>de</strong> aço na extremida<strong>de</strong> que é ligada a um motor<br />

elétrico. Após a remoção <strong>do</strong> mesocarpo, chega-se ao<br />

en<strong>do</strong>carpo, on<strong>de</strong> o mais difícil é retirar as sementes, por ser<br />

lenhoso e a semente muito sensível. Uma forma é proporcionar<br />

um corte, mas exige muita atenção porque a semente po<strong>de</strong> estar<br />

túrgida, e colada ao en<strong>do</strong>carpo (Dombroski et al., 1998).<br />

A quebra <strong>de</strong> <strong>do</strong>rmência <strong>do</strong> pequi com bons resulta<strong>do</strong>s é<br />

através da utilização <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> giberélico. A taxa <strong>de</strong> germinação<br />

<strong>do</strong> pequi varia conforme a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> giberélico<br />

utiliza<strong>do</strong> em seu tratamento, e na forma com que a semente<br />

entra em contato com o mesmo. O tratamento com áci<strong>do</strong><br />

giberélico consiste na imersão das sementes em solução <strong>de</strong><br />

água e o áci<strong>do</strong> por 24 horas com a concentração <strong>de</strong>terminada. A<br />

pesquisa <strong>de</strong>monstrou que os resulta<strong>do</strong>s distinguiram-se<br />

principalmente pela forma que se encontrava a semente no<br />

tratamento. Aos 61 dias após a semeadura, a taxa média <strong>de</strong><br />

germinação <strong>de</strong> sementes isoladas foi <strong>de</strong> 68,4%, naquelas sem<br />

52<br />

polpa, sem espinhos e com en<strong>do</strong>carpo aberto foi <strong>de</strong> 35%,<br />

naquelas apenas abertas no orifício (inclusive en<strong>do</strong>carpo)<br />

38,5%, naqueles sem polpa, sem espinhos e com en<strong>do</strong>carpo<br />

fecha<strong>do</strong> 5,6% e nos pequis inteiros 3,4%. A concentração i<strong>de</strong>al<br />

<strong>para</strong> a quebra <strong>de</strong> <strong>do</strong>rmência é <strong>de</strong> 500 mg.dm-³. Com semente<br />

isoladas outro experimento <strong>de</strong>monstrou resulta<strong>do</strong>s ainda<br />

melhores, chegan<strong>do</strong> até 93,8% (Pereira et al., 2004).<br />

O fruto ao ser coleta<strong>do</strong> no chão ou nas galhas <strong>de</strong>ve ser<br />

aberto e em seguida <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> ao sol <strong>para</strong> secar a polpa amarela.<br />

As sementes <strong>de</strong>vem passar por um tratamento que consiste em<br />

<strong>de</strong>ixá-las em repouso <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> água durante 48 horas e trocada<br />

a cada 12 horas. Em seguida <strong>de</strong>vem ser semeadas diretamente,<br />

com uma camada <strong>de</strong> cobertura <strong>de</strong> 1,5 cm <strong>de</strong> substrato (Lorenzi,<br />

1992).<br />

3.8.10 Sucupira-branca<br />

A Ptero<strong>do</strong>n emarginatus Vog. da família Leguminosae<br />

é mais conhecida como sucupira-branca, sucupira ou faveira<br />

(Almeida et al, 1998).<br />

A floração ocorre <strong>de</strong> julho a outubro e a frutificação em<br />

duas fases, on<strong>de</strong> frutos imaturos <strong>de</strong> novembro a maio e<br />

maduros <strong>de</strong> junho a julho (Almeida et al., 1998).<br />

Uma árvore <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira muito pesada e utilizada em<br />

diversos fins e ornamentalmente. Árvore hermafrodita <strong>de</strong> até 15<br />

metros, folhas alternas e flores aproximadamente <strong>de</strong> 1 cm <strong>de</strong><br />

comprimento. Fruto legume <strong>de</strong>iscente com cerca <strong>de</strong> 5 cm <strong>de</strong><br />

comprimento, castanho-escuro, oval a orbicular, planocompresso,<br />

e semente única, central, <strong>do</strong>tada <strong>de</strong> um invólucro<br />

aliforme <strong>de</strong> en<strong>do</strong>carpo, creme, oval a subordicular (Almeida et<br />

al., 1998). É perenifólia, esciófita, e caracterizada por ser<br />

encontrada em mata primaria <strong>de</strong>nsa (Lorenzi, 1992).


53<br />

Os frutos <strong>de</strong>vem ser coleta<strong>do</strong>s diretamente da árvore ou<br />

aqueles que estiverem ao chão, e passar pelo processo <strong>de</strong><br />

extração da semente que maximiza a germinação, porém<br />

aumenta o custo, ou apenas cortar uma extremida<strong>de</strong> <strong>do</strong> fruto e<br />

semeá-lo. Então se coloca <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> recipiente e cobre-os com<br />

0.5 cm <strong>de</strong> substrato peneira<strong>do</strong> e irriga<strong>do</strong> duas vezes ao dia<br />

(Lorenzi, 1992). A viabilida<strong>de</strong> das sementes externamente<br />

perfeitas é baixa, em torno <strong>de</strong> 36% (Rizzini, 1971). A seleção<br />

<strong>de</strong> frutos <strong>para</strong> produção é através da imersão <strong>do</strong>s mesmos em<br />

água, utilizan<strong>do</strong> aqueles que afundarem <strong>para</strong> semeadura<br />

(Almeida et al., 1998). A emergência das sementes leva em<br />

torno <strong>de</strong> 30 a 50 dias, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> levar até quatro anos, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à<br />

baixa germinação (Lorenzi, 1992). A impermeabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

tegumento ao oxigênio, água e inibi<strong>do</strong>res químicos são os<br />

responsáveis pela <strong>do</strong>rmência das sementes, exigin<strong>do</strong> assim<br />

cuida<strong>do</strong>s especiais com a semente (Reis e Rena, 1987).<br />

3.9 Legislação<br />

Toda pessoa física ou jurídica, que exerça a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

produção, beneficiamento, reembalagem, armazenamento,<br />

análise, comércio, importação ou exportação <strong>de</strong> semente ou<br />

muda, fica obrigada a se inscrever no Registro Nacional <strong>de</strong><br />

Sementes e <strong>Mudas</strong> – RENASEM (MAPA, 2004).<br />

Para efetuar a inscrição no RENASEM, o interessa<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>verá apresentar ao Ministério da Agricultura, Pecuária e<br />

Abastecimento os seguintes <strong>do</strong>cumentos: requerimento, por<br />

meio <strong>de</strong> formulário próprio, assina<strong>do</strong> pelo interessa<strong>do</strong> ou<br />

representante legal, constan<strong>do</strong> às ativida<strong>de</strong>s <strong>para</strong> as quais<br />

requer a inscrição; comprovante <strong>de</strong> pagamento da taxa<br />

correspon<strong>de</strong>nte; relação das espécies que trabalha; cópia <strong>do</strong><br />

contrato social registra<strong>do</strong> na junta comercial ou equivalente,<br />

quan<strong>do</strong> pessoa jurídica, constan<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntre as ativida<strong>de</strong>s da<br />

54<br />

empresa aquelas <strong>para</strong> as quais requer a inscrição; cópia <strong>do</strong><br />

CNPJ ou Cadastro <strong>de</strong> Pessoa Física – CPF; cópia da inscrição<br />

estadual ou equivalente, quan<strong>do</strong> for o caso; <strong>de</strong>claração <strong>do</strong><br />

interessa<strong>do</strong> <strong>de</strong> que está amplamente junto ao Ministério da<br />

Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Além <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos<br />

exigi<strong>do</strong>s neste artigo, o interessa<strong>do</strong> <strong>de</strong>verá apresentar quan<strong>do</strong><br />

produtor <strong>de</strong> mudas: relação <strong>de</strong> instalações e equipamentos <strong>para</strong><br />

produção, da qual conste a capacida<strong>de</strong> operacional, própria ou<br />

<strong>de</strong> terceiros; memorial <strong>de</strong>scritivo, <strong>do</strong> qual conste a capacida<strong>de</strong><br />

operacional das instalações e <strong>do</strong>s equipamentos da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

propagação in vitro, própria ou <strong>de</strong> terceiros; termo <strong>de</strong><br />

compromisso firma<strong>do</strong> pelo responsável técnico (MAPA, 2004).<br />

O responsável técnico, a entida<strong>de</strong> <strong>de</strong> certificação, o<br />

certifica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> produção própria, o laboratório <strong>de</strong> analise e o<br />

amostra<strong>do</strong>r <strong>de</strong> sementes e mudas exercerão suas respectivas<br />

ativida<strong>de</strong>s, quan<strong>do</strong> cre<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong>s no RENASEM (MAPA,<br />

2004).<br />

Para cre<strong>de</strong>nciamento no RENASEM, o interessa<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>verá apresentar ao Ministério da Agricultura, Pecuária e<br />

Abastecimento os seguintes <strong>do</strong>cumentos: requerimento, por<br />

meio <strong>de</strong> formulário próprio, assina<strong>do</strong> ou seu representante<br />

legal, constan<strong>do</strong> às ativida<strong>de</strong>s <strong>para</strong> as quais requer a inscrição;<br />

comprovante <strong>do</strong> pagamento da taxa correspon<strong>de</strong>nte; relação das<br />

espécies <strong>para</strong> as quais pretenda o cre<strong>de</strong>nciamento, quan<strong>do</strong> for o<br />

caso; cópia <strong>do</strong> contrato social registra<strong>do</strong> na junta comercial, ou<br />

<strong>do</strong>cumento equivalente, quan<strong>do</strong> pessoa jurídica, constan<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>ntre as ativida<strong>de</strong>s da empresa aquelas <strong>para</strong> as quais requer o<br />

cre<strong>de</strong>nciamento; cópia <strong>do</strong> CNPJ atualiza<strong>do</strong> ou CPF, conforme o<br />

caso; cópia da inscrição estadual ou <strong>do</strong>cumento equivalente,<br />

conforme o caso; e <strong>de</strong>claração <strong>do</strong> interessa<strong>do</strong> <strong>de</strong> que esta<br />

adimplente junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e<br />

Abastecimento. Além <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos exigi<strong>do</strong>s neste artigo, o<br />

interessa<strong>do</strong> <strong>de</strong>verá apresentar: quan<strong>do</strong> responsável técnico:<br />

comprovante <strong>do</strong> registro profissional no Conselho Regional <strong>de</strong>


55<br />

Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA, como<br />

Engenheiro Agrônomo ou Engenheiro Florestal, conforme o<br />

caso (MAPA, 2004).<br />

A inscrição e o cre<strong>de</strong>nciamento no RENASEM terão a<br />

valida<strong>de</strong> <strong>de</strong> três anos e po<strong>de</strong>rão ser renova<strong>do</strong>s por iguais<br />

perío<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que solicita<strong>do</strong>s e atendidas as exigências<br />

constantes <strong>de</strong>ste regulamento (MAPA, 2004).<br />

Os serviços <strong>de</strong>correntes da inscrição ou <strong>do</strong><br />

cre<strong>de</strong>nciamento no RENASEM serão remunera<strong>do</strong>s pelo regime<br />

<strong>de</strong> preços <strong>de</strong> serviços públicos específicos, caben<strong>do</strong> ao<br />

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento fixar<br />

valores e formas <strong>de</strong> arrecadação <strong>para</strong> as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>: produtor<br />

<strong>de</strong> sementes; produtor <strong>de</strong> mudas; beneficia<strong>do</strong>r <strong>de</strong> sementes;<br />

comerciante <strong>de</strong> mudas (MAPA, 2004).<br />

O sistema <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> sementes e <strong>de</strong> mudas tem por<br />

finalida<strong>de</strong> disponibilizar materiais <strong>de</strong> reprodução e<br />

multiplicação vegetal, com garantias <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong>,<br />

respeitadas as particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada espécie (MAPA, 2004).<br />

A produção <strong>de</strong> sementes e <strong>de</strong> mudas <strong>de</strong>verá obe<strong>de</strong>cer às<br />

normas e aos padrões <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />

estabeleci<strong>do</strong>s pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e<br />

Abastecimento, publica<strong>do</strong>s no Diário Oficial da União (MAPA,<br />

2004).<br />

As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção e certificação <strong>de</strong> sementes e<br />

<strong>de</strong> mudas <strong>de</strong>verão ser realizadas sob a supervisão e o<br />

acompanhamento <strong>do</strong> responsável técnico, em todas as fases,<br />

inclusive nas auditorias (MAPA, 2004).<br />

As sementes e as mudas <strong>de</strong>verão ser i<strong>de</strong>ntificadas com a<br />

<strong>de</strong>nominação: “Semente <strong>de</strong>” ou “Muda <strong>de</strong>”, acrescida <strong>do</strong> nome<br />

comum da espécie ou, quan<strong>do</strong> for o caso, <strong>do</strong> nome científico<br />

(MAPA, 2004).<br />

O material <strong>de</strong> propagação utiliza<strong>do</strong> <strong>para</strong> produção <strong>de</strong><br />

mudas <strong>de</strong>vera ser proveniente <strong>de</strong> planta básica, planta matriz,<br />

56<br />

jardim clonal ou borbulheira, previamente inscritos o órgão<br />

fiscaliza<strong>do</strong>r (MAPA, 2004).<br />

O produtor <strong>de</strong> mudas tem que aten<strong>de</strong>r algumas<br />

exigências. Inscrever o viveiro ou a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação in<br />

vitro junto ao órgão <strong>de</strong> fiscalização da respectiva unida<strong>de</strong> da<br />

fe<strong>de</strong>ração, apresentan<strong>do</strong>: comprovante da origem <strong>do</strong> material<br />

<strong>de</strong> propagação; autorização <strong>do</strong> respectivo <strong>de</strong>tentor <strong>do</strong>s direitos<br />

<strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> intelectual da cultivar, no caso <strong>de</strong> cultivar<br />

protegida; e contrato com o certifica<strong>do</strong>r, quan<strong>do</strong> for o caso.<br />

Enviar ao órgão <strong>de</strong> fiscalização da respectiva unida<strong>de</strong> da<br />

fe<strong>de</strong>ração, nos termos <strong>de</strong>ste regulamento e <strong>de</strong> normas<br />

complementares, os mapas <strong>de</strong>: produção <strong>de</strong> mudas;<br />

comercialização <strong>de</strong> mudas. Manter a disposição <strong>do</strong> órgão <strong>de</strong><br />

fiscalização: projeto técnico <strong>de</strong> produção; lau<strong>do</strong>s <strong>de</strong> vistoria <strong>do</strong><br />

viveiro; lau<strong>do</strong>s <strong>de</strong> vistoria da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação in vitro;<br />

termo <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> e certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> mudas, conforme o<br />

caso; contrato <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços, quan<strong>do</strong> estes foram<br />

executa<strong>do</strong>s por terceiros; e <strong>de</strong>mais <strong>do</strong>cumentos referentes à<br />

produção <strong>de</strong> mudas (MAPA, 2004).<br />

A i<strong>de</strong>ntificação da muda dar-se-á por etiqueta ou rótulo,<br />

escrita em português, conten<strong>do</strong>, no mínimo, as seguintes<br />

informações: nome ou razão social, CNPJ ou CPF, en<strong>de</strong>reço e<br />

número <strong>de</strong> inscrição <strong>do</strong> produtor no RENASEM; i<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>do</strong> lote; categoria, seguida <strong>do</strong> nome comum da espécie; nome<br />

da cultivar, quan<strong>do</strong> houver; i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> porta-enxerto,<br />

quan<strong>do</strong> for o caso; e a expressão “muda pé franco”, quan<strong>do</strong> for<br />

o caso. A i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>verá ser expressa em material<br />

resistente, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que mantenha as informações durante to<strong>do</strong><br />

o processo <strong>de</strong> comercialização (MAPA, 2004).<br />

As mudas <strong>de</strong> uma só cultivar, proce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> um único<br />

viveiro ou unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação in vitro e <strong>de</strong>stinadas a um<br />

único plantio, a sua i<strong>de</strong>ntificação po<strong>de</strong>rá constar apenas a nota<br />

fiscal. No caso <strong>de</strong> mudas <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> uma espécie ou cultivar,<br />

proce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> um único viveiro ou unida<strong>de</strong> propagação in


57<br />

vitro e <strong>de</strong>stinadas ao plantio em uma única proprieda<strong>de</strong>, as<br />

informações previstas no caput po<strong>de</strong>rão constar da embalagem<br />

que as contenha, acrescidas da indicação <strong>do</strong> número <strong>de</strong> mudas<br />

<strong>de</strong> cada espécie, cultivar e lote. As mudas contidas na<br />

embalagem <strong>de</strong>verão ser i<strong>de</strong>ntificadas individualmente por<br />

espécie, cultivar, lote e quan<strong>do</strong> a terão a i<strong>de</strong>ntificação prevista<br />

(MAPA, 2004).<br />

Para os efeitos das disposições referentes às sementes e<br />

às mudas das espécies abrangidas anteriormente, no âmbito <strong>do</strong><br />

SNSM, enten<strong>de</strong>-se por: Área <strong>de</strong> Coleta <strong>de</strong> Sementes – ACS:<br />

população <strong>de</strong> espécie vegetal, nativa ou exótica, natural ou<br />

plantada, caracterizada, on<strong>de</strong> são coletadas sementes ou outro<br />

material <strong>de</strong> propagação, e que se constitui da Área Natural <strong>de</strong><br />

Coleta <strong>de</strong> Sementes – ACS-NS, Área Natural <strong>de</strong> Coleta <strong>de</strong><br />

Sementes com Matrizes Marcadas-ACS-NM, Área alterada <strong>de</strong><br />

Coleta <strong>de</strong> Sementes- ACS-AS, Área Alterada <strong>de</strong> Coleta <strong>de</strong><br />

Sementes com Matrizes Marcadas- ACS-AM e Área <strong>de</strong> Coleta<br />

<strong>de</strong> Sementes com Matrizes Selecionadas-ACS-MS (MAPA,<br />

2004).<br />

Área Natural <strong>de</strong> Coleta <strong>de</strong> Sementes- ACS-NS é a<br />

população vegetal natural, sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> marcação<br />

individual <strong>de</strong> matrizes, on<strong>de</strong> são coleta<strong>do</strong>s sementes ou outros<br />

materiais <strong>de</strong> propagação (MAPA, 2004).<br />

Atesta<strong>do</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação botânica é <strong>do</strong>cumento<br />

assina<strong>do</strong> pelo responsável técnico, i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> o material<br />

vegetal oriun<strong>do</strong> <strong>de</strong> área <strong>de</strong> coleta, área <strong>de</strong> produção e pomar <strong>de</strong><br />

sementes, com base em exsicata <strong>de</strong>positada em herbário<br />

(MAPA, 2004).<br />

Coletor <strong>de</strong> sementes é a pessoa física ou jurídica,<br />

cre<strong>de</strong>nciada junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e<br />

Abastecimento <strong>para</strong> a prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong><br />

material <strong>de</strong> propagação (MAPA, 2004).<br />

58<br />

4. ESTUDO DE CASO<br />

4.1 Localização<br />

O viveiro será instala<strong>do</strong> na Região rural <strong>de</strong> Posse - GO,<br />

Fazenda São José <strong>de</strong> Baixo, localiza<strong>do</strong> pelas seguintes<br />

coor<strong>de</strong>nadas geográficas: Latitu<strong>de</strong> (S): 14°17921` e - Longitu<strong>de</strong><br />

(W): 046°35387. O solo é <strong>de</strong> textura areno-argilosa.<br />

A temperatura da região <strong>de</strong> Posse em Goiás está entre<br />

15 °C e 35 ° C, manten<strong>do</strong> uma média anual em torno <strong>de</strong> 25-<br />

30°C.<br />

4.2 Preparo <strong>do</strong> Local<br />

A área <strong>do</strong> viveiro será primeiramente limpa, serão<br />

removidas todas as espécies vegetais, tocos, raízes, pedras e<br />

outros materiais ali existentes. Para as espécies vegetais será<br />

feito um <strong>de</strong>ssecamento com Gillanex em to<strong>do</strong> o terreno <strong>do</strong><br />

viveiro, na <strong>do</strong>sagem <strong>de</strong> 6 l/ha. O terreno é plano e não necessita<br />

<strong>de</strong> acertos em relação ao nivelamento e drenagem. A<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> olheiros <strong>de</strong> formigas e cupins será feita através<br />

da inspeção realizada por funcionários em to<strong>do</strong> o terreno. O<br />

controle será feito com o produto e <strong>do</strong>sagem <strong>de</strong>scrito na tabela<br />

3.<br />

O viveiro será dimensiona<strong>do</strong> em 4.000 metros<br />

quadra<strong>do</strong>s, composto <strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> sombrite conten<strong>do</strong> quatro<br />

canteiros com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 150.400 mudas. Os canteiros têm<br />

a mesma área, <strong>de</strong> 189 m², on<strong>de</strong> o primeiro será sombrea<strong>do</strong> com<br />

sombrite 75%, o segun<strong>do</strong> com sombrite 50%, o terceiro com<br />

sombrite 25% e o quarto sem nenhum sombreamento. O viveiro<br />

possui um galpão <strong>de</strong> 48 metros quadra<strong>do</strong>s (figura 2), com <strong>do</strong>is<br />

banheiros, um masculino e outro feminino <strong>para</strong> os funcionários.<br />

Os canteiros serão sobre o chão, coberto por duas camadas <strong>de</strong><br />

brita, e suas laterais <strong>de</strong> tábuas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira tratada, <strong>para</strong> a<br />

acomodação e sustentação das mudas.


Figura 1. Croqui <strong>do</strong> <strong>Viveiro</strong>.<br />

4.3. Coleta <strong>de</strong> Sementes<br />

59<br />

No ano <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> projeto serão compradas as<br />

sementes <strong>de</strong> todas as espécies. E nesse mesmo primeiro ano,<br />

será feita a coleta manual no campo <strong>para</strong> produção no segun<strong>do</strong><br />

ano e assim sucessivamente. A proprieda<strong>de</strong> rural on<strong>de</strong> o viveiro<br />

será implanta<strong>do</strong> possui uma vasta mata que é composta <strong>de</strong><br />

algumas das espécies que serão produzidas. Outra fazenda que<br />

é <strong>do</strong> mesmo proprietário também possui uma mata que será <strong>de</strong><br />

fornece<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> material genético. Serão usadas como<br />

fornece<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> sementes áreas liberadas pelo MAPA,<br />

<strong>de</strong>nominadas Áreas <strong>de</strong> Coleta <strong>de</strong> Sementes-ACS após a <strong>de</strong>vida<br />

autorização.<br />

Primeiramente será feito um mapeamento <strong>de</strong> algumas<br />

áreas <strong>para</strong> i<strong>de</strong>ntificação das árvores matrizes, responsáveis pelo<br />

fornecimento <strong>de</strong> sementes <strong>de</strong> forma que possibilite o retorno<br />

<strong>para</strong> coletas posteriores.<br />

O mapeamento será feito através <strong>de</strong> caminhadas<br />

aleatórias e da utilização <strong>de</strong> um aparelho GPS. Cada árvore que<br />

60<br />

for selecionada nas ACS ou matas será marcada e i<strong>de</strong>ntificada<br />

através <strong>do</strong> aparelho. Na i<strong>de</strong>ntificação terá o nome científico da<br />

espécie, nome comum, data <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação, estádio <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento da planta e todas as informações sobre da<br />

espécie. O fenograma <strong>de</strong> frutificação das espécies é<br />

representa<strong>do</strong> no quadro <strong>de</strong> coleta, tabela 2.<br />

Tabela 2. Quadro <strong>de</strong> Coleta.<br />

Espécie<br />

Quadro <strong>de</strong> Coleta<br />

Época Data<br />

Amburana Agosto-Setembro 1ª,2ª Quinzena/Mês<br />

Angico Agosto-Setembro 1ª,2ª Quinzena/Mês<br />

Aroeira Setembro-Outubro 1ª,2ª Quinzena/Mês<br />

Ipê-amarelo Setembro-Outubro 1ª,2ª Quinzena/Mês<br />

Jacarandá-<strong>do</strong>-cerra<strong>do</strong> Abril-Março 1ª,2ª Quinzena/Mês<br />

Jequitibá Julho-Agosto 1ª,2ª Quinzena/Mês<br />

Macaúba Setembro-Janeiro 1ª,2ª Quinzena/Mês<br />

Pau-terra Dezembro-Setembro 1ª,2ª Quinzena/Mês<br />

Pequi Novembro-Fevereiro 1ª,2ª Quinzena/Mês<br />

Sucupira-branca Novembro-Julho 1ª,2ª Quinzena/Mês<br />

Fonte: Lorenzi, 2002.<br />

A coleta será realizada em árvores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte<br />

através <strong>de</strong> corte com tesouras <strong>de</strong> poda, sacudimento <strong>de</strong> galhos e<br />

catação das sementes que caírem e se encontrarem sobre o solo.<br />

Todas as sementes coletadas serão colocadas em sacos <strong>de</strong><br />

papelão, que possibilitem a respiração das mesmas.<br />

Posteriormente serão coloca<strong>do</strong>s coletores nas matrizes da<br />

proprieda<strong>de</strong>, que captarão as sementes que caírem da copa,<br />

visan<strong>do</strong> diminuir o custo e o tempo.<br />

4.4. Pós-colheita e Armazenamento<br />

Todas as sementes e frutos que chegarem ao viveiro<br />

serão lava<strong>do</strong>s e colocadas <strong>para</strong> secagem. Os frutos ao serem


61<br />

coleta<strong>do</strong>s vão passar por alguns tratamentos, conforme a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada espécie. Para melhores resulta<strong>do</strong>s na<br />

semeadura e germinação, algumas espécies passam pela<br />

extração <strong>de</strong> frutos e outras não. Todas as unida<strong>de</strong>s coletadas,<br />

sen<strong>do</strong> frutos (no caso <strong>de</strong> não haver como extração) ou<br />

sementes, serão pesadas, em lotes <strong>de</strong> 1 kg. Nenhuma das<br />

sementes será armazenada.<br />

Os frutos <strong>de</strong> aroeira passarão por um leve esfregaço<br />

com lixa <strong>para</strong> a retirada das sépalas, não serão extraídas as<br />

sementes.<br />

Os frutos <strong>de</strong> ipê-amarelo serão lava<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong>s à<br />

sombra <strong>para</strong> completar a abertura e liberação das sementes.<br />

As sementes <strong>de</strong> pequi serão extraídas manualmente<br />

através <strong>de</strong> um corte com canivete e <strong>de</strong>ixadas à sombra <strong>para</strong><br />

secagem da polpa. O tratamento <strong>de</strong> quebra <strong>de</strong> <strong>do</strong>rmência será<br />

através da remoção <strong>do</strong> mesocarpo pela movimentação das<br />

sementes sem casca por uma betoneira com cascalho e água<br />

durante três sessões <strong>de</strong> vinte minutos. Após esse procedimento,<br />

serão seca<strong>do</strong>s os en<strong>do</strong>carpos a sombra e analisa<strong>do</strong>s. Para em<br />

seguida ser efetua<strong>do</strong>s os cortes cuida<strong>do</strong>samente observan<strong>do</strong> se<br />

a semente interna esta túrgida e colada na pare<strong>de</strong> <strong>do</strong> en<strong>do</strong>carpo<br />

<strong>para</strong> não danificar a mesma.<br />

Os frutos <strong>de</strong> sucupira-branca serão corta<strong>do</strong>s às pontas, e<br />

passarão por um tratamento <strong>de</strong> imersão em água, aqueles que<br />

afundarem serão utiliza<strong>do</strong>s <strong>para</strong> produção e o restante será<br />

<strong>de</strong>scarta<strong>do</strong>.<br />

Os frutos <strong>de</strong> pau-terra, amburana e jacarandá-<strong>do</strong>-cerra<strong>do</strong><br />

não passarão por nenhum tratamento, serão extraídas através da<br />

secagem ao sol.<br />

As sementes <strong>de</strong> macaúba serão extraídas manualmente.<br />

As sementes passarão por uma seleção, <strong>para</strong><br />

uniformizá-las em função <strong>do</strong> seu tamanho, cor e forma,<br />

eliminan<strong>do</strong> as sementes “chochas”, <strong>de</strong>formadas ou que<br />

apresentarem sinais <strong>de</strong> ataques <strong>de</strong> pragas e <strong>do</strong>enças.<br />

62<br />

Aproximadamente 10 % das sementes passarão por<br />

tratamentos <strong>para</strong> a quebra <strong>de</strong> <strong>do</strong>rmência. Estes testes serão<br />

realiza<strong>do</strong>s visan<strong>do</strong> estar sempre buscan<strong>do</strong> melhorias contínuas<br />

no processo <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> mudas como precocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

produção, obtenção <strong>de</strong> um maior número <strong>de</strong> mudas <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong>.<br />

4.5. Propagação<br />

As espécies serão propagadas através <strong>de</strong> sementes,<br />

sen<strong>do</strong> semeadas diretamente logo após a colheita e os<br />

tratamentos. Elas serão colocadas na profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

aproximadamente três centímetros sen<strong>do</strong> ajustada <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />

com a espécie e cobertas com solo peneira<strong>do</strong>, <strong>para</strong> facilitar a<br />

germinação. No término da semeadura já ocorre uma primeira<br />

irrigação, e posteriormente outra. No caso serão feitas duas<br />

irrigações diárias e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da época po<strong>de</strong>-se aumentar ou<br />

diminuir. A verificação da temperatura e umida<strong>de</strong> diariamente<br />

vai <strong>de</strong>monstrar se há necessida<strong>de</strong> ou não.<br />

A <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio da sementes vai variar<br />

conforme a espécie. As espécies <strong>de</strong> aroeira, sucupira-branca e<br />

amburana serão semeadas duas unida<strong>de</strong>s por recipiente. O ipêamarelo,<br />

angico e jacarandá-<strong>do</strong>-cerra<strong>do</strong> serão semeadas cinco<br />

unida<strong>de</strong>s por recipiente. O pequi será semea<strong>do</strong> <strong>de</strong> 3-4 unida<strong>de</strong>s<br />

por recipiente na profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> três centímetros. A macaúba<br />

será semeada <strong>de</strong> 2-3 unida<strong>de</strong>s por recipiente na profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

três centímetros. O pau-terra será semeada uma unida<strong>de</strong> por<br />

recipiente.<br />

Os canteiros serão compostos <strong>de</strong> duas camadas <strong>de</strong> brita<br />

em sua superfície e nas laterais tábuas tratadas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras <strong>para</strong><br />

a acomodação das mudas.<br />

Os recipientes utiliza<strong>do</strong>s são sacos plásticos<br />

especialmente projeta<strong>do</strong>s <strong>para</strong> o plantio <strong>de</strong> mudas <strong>de</strong> plantas<br />

nativas. Eles serão lisos, com pequenos furos nas laterais e no


63<br />

fun<strong>do</strong>. As dimensões são as seguintes: altura <strong>do</strong> saco plástico –<br />

25 cm; diâmetro – 8 cm; volume 1256,64 cm³.<br />

4.6 Adubação e Subtrato<br />

O substrato <strong>de</strong> mudas nativas tem <strong>de</strong> ser o máximo<br />

adapta<strong>do</strong> <strong>para</strong> cada uma das espécies. O substrato será<br />

compra<strong>do</strong> na Adubos Araguaia, composto <strong>de</strong> vermiculita, casca<br />

<strong>de</strong> pinus, pó <strong>de</strong> serragem e esterco <strong>de</strong> curral.<br />

Será utiliza<strong>do</strong> 600 g <strong>de</strong> calcário por m 3 <strong>de</strong> terra <strong>de</strong><br />

subsolo e 2 kg <strong>de</strong> 4 -14 -8 <strong>para</strong> cada m 3 <strong>de</strong> substrato, após esse<br />

preparo serão mistura<strong>do</strong>s na proporção <strong>de</strong> ¾ <strong>de</strong> substrato <strong>para</strong><br />

¼ <strong>de</strong> terra <strong>de</strong> subsolo. A quantida<strong>de</strong> total <strong>de</strong> insumos utilizada<br />

será <strong>de</strong> 17 quilogramas <strong>de</strong> calcário, 231 quilogramas <strong>de</strong><br />

fertilizante formula<strong>do</strong> (4-14-8), 86,7 toneladas <strong>de</strong> substrato<br />

plantmax e 28,9 toneladas <strong>de</strong> terra <strong>de</strong> subsolo. O fertilizante e<br />

calcário serão adquiri<strong>do</strong>s e armazena<strong>do</strong>s no galpão. Após 30 a<br />

45 dias da germinação será feita uma adubação <strong>de</strong> cobertura,<br />

em intervalo <strong>de</strong> 45 dias.<br />

4.7 Irrigação<br />

O sistema <strong>de</strong> irrigação que será utiliza<strong>do</strong> no viveiro será<br />

a microaspersão.<br />

O sistema será <strong>do</strong>ta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>do</strong>is setores com quatro linhas<br />

laterais <strong>para</strong> cada. O comprimento das linhas laterais será <strong>de</strong> 54<br />

metros cada, com espaçamento entre linhas <strong>de</strong> 2,8 metros e<br />

entre emissores <strong>de</strong> 3 metros. A vazão <strong>do</strong>s emissores será <strong>de</strong> 35<br />

litros por hora, e a lâmina aplicada <strong>de</strong> 4,17 milímetros por hora.<br />

Serão utiliza<strong>do</strong>s no total 72 microaspersores da marca Plastro e<br />

mo<strong>de</strong>lo Ron<strong>do</strong>, on<strong>de</strong> 36 serão com giro completo e 36 com giro<br />

setorial <strong>de</strong> 180º.<br />

64<br />

As tubulações utilizadas nas linhas laterais serão <strong>de</strong><br />

polietileno <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, com diâmetro <strong>de</strong> 16 milímetros,<br />

e comprimento total <strong>de</strong> 434 metros. Nas linhas <strong>de</strong> distribuição,<br />

no caso a linha principal, será utilizada uma tubulação <strong>de</strong> PVC,<br />

com diâmetro <strong>de</strong> um e um quarto polegadas, com o<br />

comprimento total <strong>de</strong> 20 metros. As linhas <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivação<br />

também serão com tubulações <strong>de</strong> PVC, com diâmetro <strong>de</strong> uma<br />

polegada e comprimento <strong>de</strong> 16 metros.<br />

O sistema é composto <strong>de</strong> diversos outros materiais,<br />

<strong>de</strong>ntre esses os principais são a bomba <strong>de</strong> centrífuga THEBE<br />

monostágio com um cavalo <strong>de</strong> potência e um filtro <strong>de</strong> tela<br />

MASH.<br />

O sistema po<strong>de</strong> ser entendi<strong>do</strong> pela figura 2.<br />

Figura 2. Sistema <strong>de</strong> Irrigação.<br />

4.8 Doenças e Pragas<br />

As pragas e <strong>do</strong>enças serão controladas preventivamente<br />

e curativamente, principalmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a sua incidência.<br />

Será mantida uma faixa limpa ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> viveiro <strong>para</strong><br />

impedir o acesso <strong>de</strong> lagartas-rosca <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> seu gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento em pastagens adjacentes e possibilitar a


65<br />

visualização mais fácil <strong>de</strong> formigueiros. To<strong>do</strong> o material <strong>de</strong><br />

entulho da área será retira<strong>do</strong> das proximida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> viveiro <strong>para</strong><br />

evitar o aparecimento <strong>de</strong> grilos, paquinhas e lagarta-roscas, que<br />

se alojam e reproduzem nesses locais. Na movimentação diária<br />

<strong>de</strong> mudas e analise será feita à coleta manual <strong>de</strong> besouros<br />

<strong>de</strong>sfolha<strong>do</strong>res, grilos e lagartas-roscas.<br />

O controle <strong>de</strong> formigas corta<strong>de</strong>iras será através <strong>de</strong> póssecos<br />

e termonebulização. A termonebulização ocorrerá através<br />

da mistura <strong>do</strong> ingrediente ativo com um veículo (querosene ou<br />

óleo diesel) que são “queima<strong>do</strong>s” no aparelho e a fumaça<br />

resultante transporta o produto até o interior <strong>do</strong> formigueiro. A<br />

aplicação <strong>do</strong> produto será feito até que se verifique a saturação<br />

<strong>do</strong> formigueiro (sain<strong>do</strong> fumaça por to<strong>do</strong>s os olheiros). Os póssecos<br />

serão aplica<strong>do</strong>s com a polvilha<strong>de</strong>ira nos formigueiros<br />

pequenos (até 5m²) em dias secos, sempre no maior olheiro<br />

encontra<strong>do</strong> introduzin<strong>do</strong> a mangueira toman<strong>do</strong> cuida<strong>do</strong> <strong>para</strong><br />

não entupir. A tabela 3 indica as <strong>do</strong>sagens, produto comercial<br />

<strong>para</strong> formigas e cupins.<br />

Tabela 3. Controle <strong>de</strong> Formigas e Cupins<br />

Nome Nome<br />

Praga<br />

<strong>Técnico</strong> Comercial Dosagem<br />

Lakree Saturação <strong>do</strong><br />

Formiga Clorpirifós Fogging<br />

K-Othrine 2P<br />

formigueiro<br />

Formiga Deltametrina N.A. 6 g/m2 <strong>de</strong> terra solta<br />

Cupim<br />

Fonte: Agrofit,<br />

2007.<br />

Fipronil Regent 20 G 5 g/ninho<br />

O controle das pragas será feito diretamente nas mudas<br />

com um pulveriza<strong>do</strong>r manual costal, com os produtos indica<strong>do</strong>s<br />

na tabela 4 <strong>para</strong> cada espécie.<br />

66<br />

Tabela 4. Controle <strong>de</strong> Pragas<br />

Praga Nome <strong>Técnico</strong><br />

Nome<br />

Comercial Dosagem<br />

125g/ha -<br />

Cupim Fiproniil Tuit NA<br />

Orthene 750<br />

11g/viveiro<br />

Lagarta-rosca<br />

Grilo e Paquinha<br />

Acephate BR 100g / 100L<br />

200ml/ha -<br />

Besouro-amarelo<br />

Mosca mina<strong>do</strong>ra<br />

Deltametrina Decis 25 CE 18ml/viveiro<br />

75ml/75L –<br />

Ácaros Fenpyroximate Ortus 50 SC<br />

Confi<strong>do</strong>r<br />

viveiro<br />

Pulgão<br />

Fonte: Agrofit<br />

2007.<br />

Imidacloprid 700 WG 400ml/100L<br />

O controle <strong>de</strong> tombamento, podridão da raiz e mofocinzento<br />

quan<strong>do</strong> verifica<strong>do</strong> necessida<strong>de</strong>, incidência da <strong>do</strong>ença<br />

em alguma espécie será feito conforme mostra a tabela 5. No<br />

caso <strong>do</strong> tombamento é através <strong>do</strong> tratamento <strong>de</strong> sementes, e nas<br />

outras duas <strong>do</strong>enças aplica<strong>do</strong> diretamente a espécie.<br />

Tabela 5. Controle <strong>de</strong> Doenças<br />

Ingrediente Nome<br />

Doença<br />

Ativo Comercial Dosagem<br />

Carboxina - Vitavax- 400g/100kg <strong>de</strong><br />

Tombamento tiram Thiram WP sementes<br />

Podridao das Cloreto <strong>de</strong><br />

raízes<br />

Benzalcônico Fegatex 300ml/100L<br />

Tiofanato- Cercobin<br />

Mofo-cinzento<br />

Fonte: Agrofit,<br />

2007.<br />

metílico 700 WP 70g/100L<br />

4.9 Tratos Culturais<br />

Os tratos culturais serão diários, dividi<strong>do</strong>s em várias<br />

ativida<strong>de</strong>s.


67<br />

Os equipamentos serão <strong>de</strong>sinfeta<strong>do</strong>s sempre uma vez ao<br />

mês. O produto utiliza<strong>do</strong> <strong>para</strong> <strong>de</strong>sinfecção será o Amonex, na<br />

<strong>do</strong>sagem mensal <strong>de</strong> 250ml <strong>para</strong> 20 litros.<br />

Os equipamentos utiliza<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong> dia nas mais<br />

diversas ativida<strong>de</strong>s serão lava<strong>do</strong>s e guarda<strong>do</strong>s.<br />

A coleta <strong>de</strong> sementes será realizada to<strong>do</strong>s os meses <strong>do</strong><br />

ano, sempre quatro vezes por mês. Será efetuada com podões e<br />

as sementes armazenadas em sacos <strong>de</strong> papelão, mas somente<br />

enquanto passam por tratamento <strong>para</strong> a semeadura.<br />

A repicagem <strong>de</strong> mudas é feita quan<strong>do</strong> mais <strong>de</strong> uma<br />

semente germina por recipiente. A repicagem é feita com muito<br />

cuida<strong>do</strong>, on<strong>de</strong> o funcionário transpõe a plântula <strong>de</strong> um<br />

recipiente <strong>para</strong> o outro.<br />

As mudas vão passar por classificação morfológica<br />

diariamente, <strong>para</strong> a formação <strong>de</strong> lotes mais uniformes. Nessa<br />

classificação serão avalia<strong>do</strong>s o diâmetro <strong>do</strong> colo e altura da<br />

planta. Os lotes serão se<strong>para</strong><strong>do</strong>s <strong>para</strong> passarem por outros<br />

tratamentos <strong>de</strong> irrigação, adubação e acompanhamento.<br />

As três classificações são as seguintes: A - mudas que<br />

acabaram <strong>de</strong> ser semeadas, estão em germinação; B – mudas<br />

emergidas até os 15 centímetros <strong>de</strong> altura; C - mudas que estão<br />

com mais <strong>de</strong> 15 centímetros <strong>de</strong> altura.<br />

A classificação A vai receber irrigação <strong>de</strong> duas a três<br />

vezes ao dia, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> das mesmas.<br />

As classificadas B recebem irrigação duas vezes ao dia, logo ao<br />

amanhecer, sempre às seis horas da manhã e seis horas da tar<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> das condições climáticas <strong>do</strong> dia. As mudas que já<br />

romperam à camada superficial <strong>do</strong> solo precisam <strong>de</strong> menor<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água. A classificação C passa por um tratamento<br />

<strong>de</strong> rustificação, on<strong>de</strong> vai receber uma irrigação menor, sen<strong>do</strong><br />

duas vezes ao dia porém com menor duração e aplicação.<br />

As mudas serão inspecionadas quatro vezes por semana<br />

como prevenção ao ataque <strong>de</strong> pragas e <strong>do</strong>enças. Nessa inspeção<br />

será analisada a área foliar das plantas, a presença ou não <strong>de</strong><br />

68<br />

danos e <strong>de</strong> patógenos. Conforme necessário será feito o <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />

controle.<br />

4.10 Mão-<strong>de</strong>-obra<br />

Na implantação <strong>do</strong> projeto será feito um treinamento<br />

<strong>do</strong>s funcionários que forem trabalhar no viveiro.<br />

Na coleta <strong>de</strong> sementes, orienta<strong>do</strong>s da maneira que não<br />

danifiquem os frutos e os inviabilizem. Na limpeza <strong>do</strong> galpão,<br />

<strong>de</strong>sinfetan<strong>do</strong> os materiais, limpan<strong>do</strong> os equipamentos e to<strong>do</strong>s<br />

os materiais utiliza<strong>do</strong>s. Eles apren<strong>de</strong>rão a fazer a quebra <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>rmência nas sementes, como escarificação, tratamento<br />

térmico e extração.<br />

On<strong>de</strong> ao final <strong>do</strong> treinamento estarão aptos a<br />

executarem todas as ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> viveiro.<br />

4.11 Coeficientes <strong>Técnico</strong>s<br />

Os coeficientes técnicos informam todas as<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>para</strong> a produção <strong>de</strong> mudas através das tecnologias<br />

citadas neste boletim técnico.


Tabela 6. Coeficientes <strong>Técnico</strong>s.<br />

Especificação<br />

A- Insumos<br />

1 - Sementes<br />

Unida<strong>de</strong> Quantida<strong>de</strong> Preço TOTAL<br />

Sementes <strong>de</strong> Aroeira und. 9200 R$ 0,00522 R$ 48,02<br />

Sementes <strong>de</strong> Ipê-amarelo und. 9200 R$ 0,00522 R$ 48,02<br />

Sementes <strong>de</strong> Pequi und. 9200 R$ 0,00700 R$ 64,40<br />

Sementes <strong>de</strong> Sucupira-branca und. 9200 R$ 0,00522 R$ 48,02<br />

Sementes <strong>de</strong> Pau-terra und. 9200 R$ 0,00522 R$ 48,02<br />

Sementes <strong>de</strong> Macaúba und. 9200 R$ 0,00522 R$ 48,02<br />

Sementes <strong>de</strong> Amburana und. 9200 R$ 0,00522 R$ 48,02<br />

Sementes <strong>de</strong> Angico und. 9200 R$ 0,00522 R$ 48,02<br />

Sementes <strong>de</strong> Jacarandá-<strong>do</strong>-cerra<strong>do</strong> und. 9200 R$ 0,00522 R$ 48,02<br />

Sementes <strong>de</strong> Jequitibá und. 9200 R$ 0,00522 R$ 48,02<br />

Total <strong>de</strong> Sementes 92000<br />

Subtotal.........................................................................................................:<br />

2 - Fertilizantes/corretivos<br />

R$ 496,62<br />

Calcário Dolomítico kg 17 R$ 0,60 R$ 10,40<br />

Adubo 4.14.8 kg 231 R$ 1,60 R$ 369,95<br />

Subtotal.........................................................................................................:<br />

3 - Substrato<br />

R$ 380,36<br />

Terra sacos/50kg 578 R$ - R$<br />

-<br />

Plantmax bigbag/500kg 173 180 R$ 31.214,86<br />

Subtotal.........................................................................................................:<br />

4 - Pesticidas<br />

R$ 31.214,86<br />

Amonex Unid. 12 R$ 14,00 R$ 168,00<br />

Gillanex L 3 R$ 10,00 R$ 30,00<br />

Subtotal.........................................................................................................: R$ 198,00<br />

Subtotal................................................................................................. R$ 32.289,84<br />

B - Serviços<br />

1 - Preparo <strong>do</strong> substrato/adubação<br />

Preparo substrato/adubação DH 0,561875 R$ 20,00 R$ 11,24<br />

Semeadura<br />

2 - Tratos Culturais<br />

DH 33,0372 R$ 20,00 R$ 660,74<br />

Coleta <strong>de</strong> Sementes DH 16,1 R$ 20,00 R$ 322,00<br />

Tratamento <strong>de</strong> sementes DH 16,1 R$ 20,00 R$ 322,00<br />

Desinfecção <strong>de</strong> Materiais DH 0,00235 R$ 20,00 R$ 0,05<br />

Enchimento <strong>de</strong> Sacos Plásticos DH 19,74166667 R$ 20,00 R$ 394,83<br />

Repicagem DH 0,92 R$ 20,00 R$ 18,40<br />

Pulverização DH 0,939166667 R$ 20,00 R$ 18,78<br />

Subtotal……………………………………………………………….….: R$ 1.748,05<br />

Subtotal ………………………………………………….………………: R$ 34.037,88<br />

69<br />

70<br />

Tabela 7. Operações - Enchimento <strong>de</strong> Sacos Plásticos.<br />

Unida<strong>de</strong> Quantida<strong>de</strong><br />

Turno <strong>de</strong> Serviço h/dia 8<br />

Função Inversa 1<br />

Sacos Plásticos nº 92000<br />

Tempo/Saco Plástico h 0,001667<br />

Descanço h 0,00005<br />

Tempo Total(horas/Saco Plástico) 0,001716667<br />

COT h 157,9333333<br />

DH 19,74166667<br />

Tabela 8. Operações – Pulverização.<br />

unida<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong><br />

Turno <strong>de</strong> Serviço h 8<br />

Função inversa 1<br />

Sacos Plásticos nº 92000<br />

Tempo/Saco Plástico h 0,0000417<br />

Descanço h 0,00004<br />

Tempo Total (horas/Saco Plástico) 8,16667E-05<br />

COT h 7,513333333<br />

DH 0,939166667<br />

Tabela 9. Operações – Desinfecção <strong>de</strong> Materiais.<br />

Unida<strong>de</strong> Quantida<strong>de</strong><br />

Turno <strong>de</strong> Serviço h/dia 8<br />

Função Inversa 1<br />

Materiais nº 47<br />

Tempo/Material h 0,0001<br />

Descanço h 0,0003<br />

Tempo Total (horas/Material) 0,0004<br />

COT h 0,0188<br />

DH 0,00235


Tabela 10. Operações – Preparo Substrato/Adubação.<br />

Unida<strong>de</strong> Quantida<strong>de</strong><br />

Turno <strong>de</strong> Serviço h/dia 8<br />

Função Inversa 1<br />

Substrato m3 145<br />

Tempo/Substrato h 0,03<br />

Descanço h 0,001<br />

Tempo Toral (horas/substrato) 0,031<br />

COT h 4,495<br />

DH 0,561875<br />

Tabela 11. Operações – Semeadura.<br />

Unida<strong>de</strong> Quantida<strong>de</strong><br />

Turno <strong>de</strong> Serviço h 8<br />

Função inversa 1<br />

Tubetes nº 94392<br />

Tempo/Tubete h 0,0008<br />

Descanço h 0,002<br />

Tempo Total (hora/tubete) 0,0028<br />

COT h 264,2976<br />

DH 33,0372<br />

Tabela 12. Operações – Coleta <strong>de</strong> Sementes.<br />

Unida<strong>de</strong> Quantida<strong>de</strong><br />

Turno <strong>de</strong> Serviço h 8<br />

Função Inversa 1<br />

Sementes nº 92000<br />

Tempo/Sementes h 0,0004<br />

Descanço h 0,001<br />

Tempo Total (hora/sementes) 0,0014<br />

COT h 128,8<br />

DH 16,1<br />

71<br />

72<br />

Tabela 13. Operações – Tratamento <strong>de</strong> Sementes.<br />

Unida<strong>de</strong> Quantida<strong>de</strong><br />

Turno <strong>de</strong> Serviço h 8<br />

Função Inversa 1<br />

Sementes nº 92000<br />

Tempo/Sementes h 0,0004<br />

Descanço h 0,001<br />

Tempo Total (hora/sementes) 0,0014<br />

COT h 128,8<br />

DH 16,1<br />

Tabela 14. Operações – Repicagem.<br />

Unida<strong>de</strong> Quantida<strong>de</strong><br />

Turno <strong>de</strong> Serviço h 8<br />

Função Inversa 1<br />

Sacos Plantas nº 92000<br />

Tempo/Saco Plástico h 0,00004<br />

Descanço h 0,00004<br />

Tempo Total (hora/ban<strong>de</strong>ja) 0,00008<br />

COT h 7,36<br />

DH 0,92<br />

4.12 Plano <strong>de</strong> Negócios<br />

I<strong>de</strong>ntificação da Empresa<br />

A empresa é i<strong>de</strong>ntificada como <strong>Viveiro</strong> <strong>de</strong> mudas <strong>do</strong><br />

Cerra<strong>do</strong>, com o nome fantasia <strong>de</strong> Cerradão. O en<strong>de</strong>reço é na<br />

Zona Rural, localiza<strong>do</strong> no município <strong>de</strong> Posse/GO, com CEP<br />

73950-000. O en<strong>de</strong>reço eletrônico é cerradao_go@gmail.com.<br />

O CNPJ é 00.000.000/0000-00, inscrição estadual 00.000.000.<br />

O viveiro possuirá quatro funcionários, sen<strong>do</strong> <strong>do</strong>is


73<br />

encarrega<strong>do</strong>s, um auxiliar administrativo/ven<strong>de</strong><strong>do</strong>r e um<br />

responsável técnico. O objetivo <strong>do</strong> empreendimento é a<br />

produção <strong>de</strong> mudas <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong>. O público alvo <strong>do</strong><br />

empreendimento são os produtores rurais que visam a<br />

recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas, florestas nativas,<br />

recomposição <strong>de</strong> matas ciliares, pomar <strong>de</strong> frutíferas <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong>.<br />

4.12.1 Tamanho <strong>do</strong> merca<strong>do</strong><br />

O merca<strong>do</strong> comercial <strong>de</strong> mudas é toda a região da<br />

savana <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong> e outros possíveis habitat em suas fronteiras<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> Brasil. Mas o foco <strong>do</strong> viveiro é o nor<strong>de</strong>ste goiano,<br />

on<strong>de</strong> se encontram inúmeras proprieda<strong>de</strong>s com áreas<br />

<strong>de</strong>gradadas (principalmente matas ciliares) e em <strong>de</strong>sacor<strong>do</strong> com<br />

a legislação vigente. Diante <strong>do</strong> crescimento <strong>de</strong> florestamentos<br />

nativos no país, a região também está se inserin<strong>do</strong> nesse<br />

merca<strong>do</strong>. O aumento na utilização <strong>de</strong> espécies nativas <strong>para</strong><br />

reflorestamentos e revegetação é cada vez maior.<br />

A venda <strong>de</strong> mudas nativas sempre foi limitada pela<br />

distância, pois o viveiro mais próximo está a trezentos<br />

quilômetros, quer dizer, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa região é o primeiro<br />

viveiro <strong>de</strong> mudas legaliza<strong>do</strong>. A <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> mudas é total sobre<br />

o viveiro por ser o primeiro da região com espécies nativas, e<br />

capacita<strong>do</strong> <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r essa necessida<strong>de</strong>. Pois o aumento <strong>de</strong><br />

proprieda<strong>de</strong>s rurais com irregularida<strong>de</strong>s diante da legislação, é<br />

cada vez maior na região, principalmente pelo <strong>de</strong>smatamento<br />

ilegal <strong>para</strong> produção <strong>de</strong> carvão vegetal.<br />

O meu produto segue to<strong>do</strong>s os padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

atesta<strong>do</strong>s pelo Ministério da Agricultura, com garantia <strong>de</strong><br />

procedência e qualida<strong>de</strong>.<br />

Os clientes foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong><br />

merca<strong>do</strong>. Essa pesquisa ocorreu em quarenta proprieda<strong>de</strong>s no<br />

município <strong>de</strong> Posse. O resulta<strong>do</strong> foi o total <strong>de</strong> mudas vendidas<br />

74<br />

anualmente <strong>para</strong> essas proprieda<strong>de</strong>s seria <strong>de</strong> 49.820 unida<strong>de</strong>s.<br />

A média <strong>de</strong> vendas por proprieda<strong>de</strong> foi <strong>de</strong> 1245 mudas. Com a<br />

perspectiva <strong>de</strong> que no ano seguinte os mesmos aumentariam a<br />

compra conforme a qualida<strong>de</strong> das mudas. Fazen<strong>do</strong> uma<br />

prospecção com o tamanho <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, ou seja, o número <strong>de</strong><br />

proprieda<strong>de</strong>s da região, é possível alcançar o triplo <strong>de</strong> vendas<br />

<strong>de</strong>ssa pesquisa, sen<strong>do</strong> assim necessário até uma ampliação <strong>do</strong><br />

viveiro.<br />

4.12.2 Legislação<br />

O capítulo <strong>do</strong>ze da lei n° 10.711, <strong>de</strong> 5 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong><br />

2003, da legislação brasileira sobre sementes e mudas, trata<br />

somente das espécies florestais, nativas ou exóticas e das <strong>de</strong><br />

interesse ambiental. Essa legislação é muito importante como<br />

oportunida<strong>de</strong> porque ela traz normas que cabem somente às<br />

espécies citadas na oração anterior. Quer dizer então, que a<br />

produção <strong>de</strong>ssas espécies requer técnicas diferenciadas e sob a<br />

recomendação da lei, <strong>de</strong>notan<strong>do</strong> uma diferenciação <strong>do</strong> restante<br />

das espécies, que se enquadra em uma legislação mais comum.<br />

A legislação vigente traz mais impactos positivos <strong>do</strong><br />

que prejuízos, aqui relaciona<strong>do</strong>s como impactos negativos. Pois<br />

algumas leis são <strong>de</strong> regulamentação, ou seja, obrigatórias <strong>para</strong> a<br />

legalização e funcionamento <strong>do</strong> viveiro como uma empresa.<br />

Dentro <strong>de</strong>sse contexto principalmente <strong>para</strong> conseguir a<br />

regulamentação é necessário efetuar to<strong>do</strong> um processo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

inscrição, pagamento até a regulamentação ou alvará <strong>de</strong><br />

licenciamento <strong>para</strong> funcionamento. Esses custos <strong>para</strong> inicio <strong>de</strong><br />

um projeto são muito onerosos, em compensação refletem em<br />

uma empresa que oferece produtos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e certifica<strong>do</strong>s<br />

pelos órgãos regulamenta<strong>do</strong>res.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, algumas leis vêm com o intuito indireto<br />

<strong>de</strong> favorecer o viveiro como uma empresa, justamente porque<br />

elas tratam <strong>de</strong> questões referentes ao objetivo da empresa, que é


75<br />

principalmente comercializar muda <strong>de</strong> plantas nativas <strong>para</strong> a<br />

recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> âmbito da<br />

<strong>de</strong>gradação. Entre essas leis, encontra-se a <strong>de</strong> que toda<br />

proprieda<strong>de</strong> é obrigada a possuir uma área <strong>de</strong> reserva legal com<br />

20 % <strong>do</strong> tamanho da proprieda<strong>de</strong>. Muitas vezes essas reservas<br />

são <strong>de</strong>smatadas, e a proprieda<strong>de</strong> multada e obrigada a revegetar<br />

e formar novamente uma reserva.<br />

O artigo 4°, da lei n° 10.711, <strong>de</strong> 05 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003<br />

da legislação brasileira sobre sementes e mudas, traz impactos<br />

negativos em relação aos custos <strong>de</strong> regulamentação, no caso <strong>de</strong><br />

implantação, mas muito maiores são os impactos positivos que<br />

refletem no produto, pois <strong>para</strong> a venda agregam valor diante<br />

daqueles informais. O artigo 4° da lei nº 6.938, <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> agosto<br />

<strong>de</strong> 1981 da legislação brasileira sobre sementes e mudas, traz<br />

impactos positivos <strong>para</strong> a empresa, pois estabelece que aqueles<br />

que causarem danos ao meio ambiente, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong><br />

dano e exploração, <strong>de</strong>verão obrigatoriamente recuperar os<br />

danos causa<strong>do</strong>s. Em cida<strong>de</strong>s vizinhas estão instala<strong>do</strong>s em torno<br />

<strong>de</strong> 10 unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> concorrentes diretos, que são capazes <strong>de</strong><br />

distribuir <strong>para</strong> a o município e região on<strong>de</strong> o viveiro esta<br />

instala<strong>do</strong>.<br />

Aqueles que fogem à legislação, que estão em <strong>de</strong>sacor<strong>do</strong> com<br />

ela e irregulares estão sujeitos a sérias implicações e, até o<br />

encerramento da ativida<strong>de</strong>, como o caso <strong>do</strong>s concorrentes da<br />

região. O maior impacto que eles po<strong>de</strong>m causar <strong>para</strong> o meu<br />

viveiro, projeto, é <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> em um primeiro momento possuírem<br />

um preço menor, atrain<strong>do</strong> os consumi<strong>do</strong>res, porém, ao mesmo<br />

tempo, estão em <strong>de</strong>svantagem pela não garantia <strong>de</strong> seus<br />

produtos.<br />

76<br />

4.12.3 Estrutura <strong>do</strong> merca<strong>do</strong><br />

O monopólio é o merca<strong>do</strong> representa<strong>do</strong> por apenas uma<br />

empresa gigante sem concorrentes. O oligopólio é caracteriza<strong>do</strong><br />

pela existência <strong>de</strong> um número reduzi<strong>do</strong> <strong>de</strong> concorrentes fortes.<br />

O multipólio é o merca<strong>do</strong> que possui muitos concorrentes<br />

viáveis (Tiffany et al, 1998).<br />

O viveiro está inseri<strong>do</strong> no merca<strong>do</strong> monopolista,<br />

levan<strong>do</strong> em conta que no município que se encontra instala<strong>do</strong><br />

não possui nenhum concorrente legal instala<strong>do</strong>, apenas <strong>do</strong>is<br />

concorrentes informais. Esses concorrentes possuem uma<br />

produção muito insignificante diante da produção <strong>do</strong> viveiro<br />

Cerradão que é <strong>de</strong> 92000 mudas.<br />

Figura 3. Ca<strong>de</strong>ia Produtiva.<br />

Distribuição<br />

Distribuição<br />

Fluxo Capital Fluxo <strong>de</strong> Merca<strong>do</strong>ria<br />

A ca<strong>de</strong>ia produtiva é composta pelos fornece<strong>do</strong>res, on<strong>de</strong><br />

são aquelas empresas responsáveis por ofertar produtos ou bens<br />

<strong>para</strong> a produção <strong>de</strong> mudas. O sistema produtivo é o méto<strong>do</strong> no<br />

qual serão produzidas as mudas, no caso através <strong>de</strong> sementes. A<br />

distribuição é a maneira com que o produto vai sair <strong>do</strong> seu local<br />

<strong>de</strong> produção e ser leva<strong>do</strong> até seu consumi<strong>do</strong>r. A<br />

comercialização será diretamente com os consumi<strong>do</strong>res e com<br />

outras unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> viveiros que somente reven<strong>de</strong>m mudas. O<br />

Comercialização<br />

Merca<strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r


77<br />

merca<strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r é aquele no caso da comercialização ser<br />

feita com reven<strong>de</strong><strong>do</strong>res.<br />

4.12.4 Análise SWOT<br />

A análise SWOT é uma ferramenta <strong>de</strong> gestão, utilizada<br />

como planejamento estratégico da empresa, como uma maneira<br />

simples e sistemática <strong>de</strong> verificar a posição estratégica <strong>do</strong><br />

empreendimento. Traduzin<strong>do</strong> o SWOT encontramos as forças,<br />

fraquezas, oportunida<strong>de</strong>s e ameaças. Então a analise SWOT<br />

traça uma análise da situação atual <strong>do</strong> negócio e <strong>de</strong>ve ser feita<br />

regularmente, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da velocida<strong>de</strong> com que o ambiente,<br />

o setor e a empresa mu<strong>de</strong>m (Tiffany et al, 1998).<br />

4.12.5 Análise Externa<br />

O objetivo da análise externa é estudar a relação entre a<br />

empresa e o seu ambiente em termos <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s e<br />

ameaças (variáveis não controláveis), como também a atual e<br />

futura posição produto-merca<strong>do</strong>. A i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s<br />

componentes <strong>do</strong> ambiente é feito com intuito <strong>de</strong> posteriormente<br />

uma análise <strong>de</strong>monstrar qual a situação em oportunida<strong>de</strong>s e<br />

ameaças <strong>para</strong> a empresa (Oliveira, 1997).<br />

As oportunida<strong>de</strong>s são i<strong>de</strong>ntificadas em quatro tipos.<br />

Sen<strong>do</strong> naturais aquelas incorporadas à natureza da empresa,<br />

quer dizer, todas aquelas que surgem e se a empresa possuir<br />

recursos e competências estará a<strong>de</strong>quada àquela situação<br />

natural. A formação e consolidação gradativa <strong>de</strong> condições e<br />

circunstâncias que possíveis e ten<strong>de</strong>nciosas a uma vantagem<br />

<strong>de</strong>finida e concreta é <strong>de</strong>nominada oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> evolução,<br />

que po<strong>de</strong> ser mais bem compreendida quan<strong>do</strong> os empresários<br />

estiverem perceben<strong>do</strong> com sensibilida<strong>de</strong> e antecedência a<br />

condição favorável ao surgimento <strong>de</strong> novas oportunida<strong>de</strong>s<br />

(Silva et al, 2004).<br />

78<br />

To<strong>do</strong>s os fatores capazes <strong>de</strong> modificar as características<br />

econômicas fundamentais e a capacida<strong>de</strong> da empresa são<br />

<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s como oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> inovação. Por exemplo, o<br />

surgimento <strong>de</strong> novas tecnologias na maneira <strong>de</strong> transportar<br />

mudas ou na irrigação <strong>de</strong>las. As ameaças naturais são aquelas<br />

que se encontram inseridas na empresa, os riscos que atuam no<br />

negócio, por exemplo, um funcionário que aplica mal e<br />

erroneamente a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fertilizantes ou água nas mudas e<br />

leva a perda <strong>de</strong> todas. A ameaça aceitável é aquela permitida<br />

pela empresa que vai observar até quan<strong>do</strong> essa situação é<br />

aceitável, como exemplo a produção <strong>de</strong> um produto que já não<br />

tem <strong>de</strong>manda e está ultrapassa<strong>do</strong>. A ameaça inaceitável é<br />

aquela que a empresa não aceita <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ser incapaz <strong>de</strong> explorar<br />

e obter resulta<strong>do</strong>s favoráveis com a situação, quan<strong>do</strong> esta<br />

ameaça existir (Porter, 1986).<br />

O cumprimento <strong>de</strong> toda a legislação, específica e geral,<br />

<strong>para</strong> a produção <strong>de</strong> mudas <strong>de</strong> plantas nativas, é uma<br />

oportunida<strong>de</strong> que traz muitos benefícios <strong>para</strong> o viveiro,<br />

principalmente pela garantia que oferece ao cliente. As<br />

dificulda<strong>de</strong>s <strong>para</strong> entrar no ramo <strong>de</strong> viveiros são impostas pelo<br />

merca<strong>do</strong> e chamadas <strong>de</strong> barreiras <strong>de</strong> entrada. As principais<br />

dificulda<strong>de</strong>s são: o alto custo <strong>de</strong> implantação, principalmente<br />

em relação ao terreno e localização <strong>do</strong> mesmo, a<br />

regulamentação que envolve gastos altos, a clientela base da<br />

empresa, as dificulda<strong>de</strong>s em matérias-primas (sementes), a<br />

organização que envolve um experiente no ramo ou no mínimo<br />

um técnico, capital <strong>de</strong> giro, novas tecnologias que estão cada<br />

vez mais caras e exigem técnicos <strong>para</strong> trabalhar com elas, alta<br />

mão-<strong>de</strong>-obra. As barreiras <strong>de</strong> saída também são uma realida<strong>de</strong><br />

que o empresário tem que conviver, quer dizer, todas aquelas<br />

dificulda<strong>de</strong>s que impe<strong>de</strong>m a sua saída <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. A saída é<br />

muito difícil porque a empresa possui alguns maquinários<br />

especializa<strong>do</strong>s como o sistema <strong>de</strong> irrigação que não é fácil <strong>de</strong> se<br />

ven<strong>de</strong>r por estar usa<strong>do</strong> ou receber ofertas muito abaixo <strong>do</strong> seu


79<br />

preço <strong>de</strong> custo, o restante <strong>de</strong> produtos (mudas) que não foram<br />

vendidas e estão passan<strong>do</strong> <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> ir <strong>para</strong> o campo, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />

contratos fecha<strong>do</strong>s com clientes antecipadamente <strong>de</strong> venda <strong>de</strong><br />

mudas, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> as regulamentações preverem que é necessário<br />

seguir to<strong>do</strong> um cronograma <strong>de</strong> fechamento da empresa<br />

(burocracia) e também com os contratos e leis trabalhistas<br />

diante <strong>do</strong>s funcionários. To<strong>do</strong>s esses fatores levam o<br />

empresário muitas vezes a aban<strong>do</strong>nar o negócio, porque acaba<br />

geran<strong>do</strong> mais dívidas que receitas com o fechamento da<br />

empresa (Tiffany et al, 1998).<br />

4.12.6 Fatores chaves <strong>de</strong> sucesso<br />

Os pontos chave que <strong>de</strong>finem o sucesso ou o fracasso <strong>de</strong><br />

um objetivo <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> por um planejamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada<br />

organização, quer dizer, as condições fundamentais e essenciais<br />

ara a obtenção <strong>de</strong> sucesso no merca<strong>do</strong> são chamadas <strong>de</strong> fatores<br />

chave <strong>para</strong> o sucesso (FCS). Esses fatores são diferentes <strong>para</strong><br />

cada setor, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r diretamente <strong>de</strong> forças específicas<br />

que atuam em cada setor. Os fatores críticos <strong>para</strong> o sucesso<br />

têm <strong>de</strong> ser muito específicos, na verda<strong>de</strong>, um conjunto especial<br />

<strong>de</strong> condições baseadas na análise <strong>de</strong> seu setor e nas forças<br />

i<strong>de</strong>ntificadas como responsáveis pela estrutura <strong>do</strong> seu negócio<br />

(Tiffany et al, 1998).<br />

Para a quebra <strong>de</strong> <strong>do</strong>rmência principalmente da espécie<br />

<strong>do</strong> pequi, será utilizada a tecnologia mais mo<strong>de</strong>rna nesse<br />

âmbito com menor custo. A irrigação será feita através da<br />

microaspersão, que diminui o custo com mão-<strong>de</strong>-obra e<br />

aumenta a eficiência <strong>de</strong> aplicação. O sombreamento <strong>do</strong> viveiro<br />

com três tipos <strong>de</strong> sombrite (70%, 50%, 25%) diminuirá a<br />

intensida<strong>de</strong> luminosa, aumentan<strong>do</strong> a taxa <strong>de</strong> germinação das<br />

sementes. To<strong>do</strong>s esses fatores são consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s tecnológicos e<br />

80<br />

FCS, como investimentos, sen<strong>do</strong> responsáveis como diferencial<br />

na produção visan<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>s positivos.<br />

As ativida<strong>de</strong>s realizadas no viveiro <strong>para</strong> a produção <strong>de</strong><br />

mudas com qualida<strong>de</strong> serão todas padronizadas, <strong>para</strong> isso os<br />

profissionais (mão-<strong>de</strong>-obra) que trabalharem ou prestarem<br />

serviços <strong>para</strong> o viveiro, receberão um curso que sempre que<br />

houver admissões e contratações temporais será realiza<strong>do</strong>, ou<br />

quan<strong>do</strong> impossível o curso será exigi<strong>do</strong> profissionais com<br />

experiência no ramo. Essa mão-<strong>de</strong>-obra especializada<br />

profissionalmente é um fator chave <strong>de</strong> sucesso. Nesse curso<br />

eles receberão aulas teóricas e práticas <strong>de</strong> todas as etapas <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> mudas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a coleta <strong>de</strong> sementes até a<br />

comercialização. Todas essas ativida<strong>de</strong>s envolvidas no viveiro<br />

fazem parte <strong>do</strong>s serviços consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s FCS.<br />

A localização <strong>do</strong> viveiro é na região municipal <strong>de</strong><br />

Posse, Goiás. É <strong>de</strong>scrito como nor<strong>de</strong>ste goiano, muito próximo<br />

à ro<strong>do</strong>via <strong>de</strong> ligação <strong>do</strong> Distrito Fe<strong>de</strong>ral (Brasília) a Bahia,<br />

fazen<strong>do</strong> divisa com este segun<strong>do</strong> esta<strong>do</strong>. Sen<strong>do</strong> outro fator<br />

chave <strong>para</strong> o sucesso.<br />

A distribuição das mudas será através <strong>de</strong> frete<br />

terceiriza<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> um fator chave <strong>para</strong> o sucesso <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à<br />

negociação <strong>de</strong> o transporte ser diferenciada, pois o cliente vai<br />

ter inúmeras vantagens em relação aos outros concorrentes.<br />

4.12.7 Concorrentes<br />

A concorrência existente não é forte, mesmo haven<strong>do</strong><br />

empresas informais, pois a carência no merca<strong>do</strong> é gran<strong>de</strong>. A<br />

parceria com diversas instituições governamentais e não<br />

governamentais garante uma clientela diferenciada com muitos<br />

benefícios. Os principais concorrentes <strong>do</strong> viveiro são aqueles<br />

que estão mais próximos e são irregulares. Existe um pequeno<br />

número <strong>de</strong> produtores rurais que produz mudas no município,<br />

porém é totalmente ama<strong>do</strong>r, mesmo assim é um concorrente


81<br />

direto <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> onerar custos em relação à legislação sobre a<br />

produção <strong>de</strong> mudas e regularização <strong>do</strong> empreendimento,<br />

justamente porque são informais. Duas proprieda<strong>de</strong>s rurais <strong>do</strong><br />

município trabalham <strong>de</strong>sta maneira. Os outros concorrentes<br />

indiretos são aqueles localiza<strong>do</strong>s em cida<strong>de</strong>s vizinhas, mais<br />

distantes, como Brasília-DF e Formosa-GO.<br />

Para <strong>de</strong>terminar como está a empresa diante das<br />

concorrentes uma série <strong>de</strong> questões serão levadas em<br />

consi<strong>de</strong>ração, observan<strong>do</strong> sempre aquilo que a minha empresa<br />

oferece, e aquilo que o concorrente oferece. O cliente procura<br />

as seguintes questões: qualida<strong>de</strong>, exclusivida<strong>de</strong>, preços mais<br />

baixos, linha <strong>de</strong> produtos, assistência, confiabilida<strong>de</strong>, entrega,<br />

localização, informação, disponibilida<strong>de</strong>, condições <strong>de</strong><br />

pagamento, linha <strong>de</strong> crédito, garantia, acessórios,<br />

conhecimento, atendimento.<br />

No presente segmento <strong>de</strong> atuação da empresa, o<br />

merca<strong>do</strong> apresenta um crescimento lento, o que faz com que as<br />

empresas já estabelecidas <strong>de</strong>fendam o seu share <strong>de</strong> forma<br />

acirrada principalmente pela informalida<strong>de</strong>. Ainda, os custos<br />

fixos <strong>de</strong>sse setor são eleva<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que se os ofertantes<br />

per<strong>de</strong>rem receitas a sua estrutura <strong>de</strong> custos aumentará,<br />

refletin<strong>do</strong> negativamente em sua rentabilida<strong>de</strong>.<br />

Os principais concorrentes <strong>do</strong> presente projeto<br />

empresarial são as empresas A e B (informais, não possuem<br />

nome), as quais possuem as seguintes participações <strong>de</strong> merca<strong>do</strong><br />

conforme tabela 15.<br />

Tabela 15. <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> <strong>Mudas</strong>.<br />

<strong>Viveiro</strong> <strong>Produção</strong> nº. %<br />

Cerradão 92000 88.46<br />

A 5000 4.8<br />

B 4000 3.8<br />

Outros 3000 2.8<br />

Total 104000 100.0<br />

82<br />

4% 3%<br />

5%<br />

88%<br />

Figura 4. <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> <strong>Mudas</strong> em Posse.<br />

Tabela 16. Fatores Chave <strong>de</strong> Sucesso.<br />

Mão-<strong>de</strong>-Obra<br />

Investimentos<br />

Distribuição<br />

Localização<br />

Tabela 17: FCS empresa e concorrentes.<br />

FCS\Empresas A B C<br />

Mão-<strong>de</strong>-Obra O M I<br />

Investimentos O I I<br />

Distribuição O O O<br />

Localização M O O<br />

Legenda: O - Ótimo, M - Médio e I – Insatisfatório.<br />

4.12.8 Fornece<strong>do</strong>res<br />

Cerradão<br />

A<br />

B<br />

Outros<br />

Os fornece<strong>do</strong>res são nacionais, regionais e municipais.<br />

Os fornece<strong>do</strong>res nacionais são empresas <strong>de</strong> médio porte,<br />

situa<strong>do</strong>s em São Paulo, oferecen<strong>do</strong> preços mais baixos<br />

incluin<strong>do</strong> o custo <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> entrega <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a forte


83<br />

concorrência. Esses fornecerão os recipientes <strong>para</strong> as mudas, no<br />

caso sacos plásticos pretos. A betoneira também virá <strong>de</strong><br />

fornece<strong>do</strong>res nacionais, no case <strong>de</strong> São Paulo. Os preços são<br />

negocia<strong>do</strong>s conforme a necessida<strong>de</strong> da empresa, porte da<br />

empresa e <strong>de</strong>manda, não são eleva<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> gran<strong>de</strong><br />

concorrentes. Os fornece<strong>do</strong>res regionais localizam-se em<br />

Brasília, possuem concorrência direta no merca<strong>do</strong>, valorizan<strong>do</strong><br />

o cliente (empresa), pela <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> produtos adquiri<strong>do</strong>s, a<br />

parceria, e o preço ajusta<strong>do</strong> conforme a empresa. Esses<br />

fornecerão os insumos <strong>para</strong> a produção, como substrato e<br />

fertilizantes. Devi<strong>do</strong> os fornece<strong>do</strong>res não serem monopolistas, o<br />

preço <strong>do</strong>s produtos é negocia<strong>do</strong> com boa margem <strong>de</strong> redução, e<br />

garante assim a exclusivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fornecimento.<br />

Os principais fornece<strong>do</strong>res são: Adubos Araguaia,<br />

IrrigaSolo, FIAT e Construin<strong>do</strong> Comercial.<br />

4.12.9 Clientes<br />

Os clientes visa<strong>do</strong>s na empresa são classifica<strong>do</strong>s entre<br />

diversos setores, como os <strong>de</strong> maior po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> aquisição, médio<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> aquisição, pequeno po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> aquisição e os governos<br />

em qualquer esfera. Esses clientes serão mo<strong>de</strong>la<strong>do</strong>s conforme<br />

as necessida<strong>de</strong>s e cada vez mais a empresa ira direcionar o<br />

atendimento. Outra parte <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> já esta voltada a clientes<br />

com potenciais <strong>de</strong> aquisição maior, visan<strong>do</strong> os produtores rurais<br />

que necessitarem fazer uma área <strong>de</strong> reserva legal (legislação),<br />

aqueles com interesse em recuperar áreas <strong>de</strong>gradadas, aqueles<br />

volta<strong>do</strong>s <strong>para</strong> a produção florestal ma<strong>de</strong>ireira nativa ou aqueles<br />

que forem fazer quebra-ventos nativos.<br />

84<br />

4.12.10 Produtos Substitutos<br />

O merca<strong>do</strong> não possui produtos substitutos. A<br />

competitivida<strong>de</strong> da empresa em um merca<strong>do</strong> é <strong>de</strong>terminada<br />

pelos seus recursos técnicos e econômicos, bem como por cinco<br />

“forças” ambientais, sen<strong>do</strong> que cada uma <strong>de</strong>las ameaça, a<br />

entrada da organização em um novo merca<strong>do</strong>.<br />

Adubos Araguaia<br />

(Po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

fornecimento)<br />

Entrantes potenciais<br />

(Ameaças <strong>de</strong><br />

mobilida<strong>de</strong>)<br />

Concorrentes <strong>do</strong> setor<br />

industrial (Rivalida<strong>de</strong><br />

no segmento)<br />

Não há<br />

Substitutos<br />

Figura 5. Forças competitivas propostas por Porter.<br />

4.12.11 Os quatro P’s <strong>do</strong> Marketing.<br />

Compra<strong>do</strong>res<br />

(Po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

compra)<br />

Os quatro P’s <strong>do</strong> marketing são o produto, promoção,<br />

ponto e preço. O produto é importante por ser aquele no qual os<br />

consumi<strong>do</strong>res darão a preferência aos <strong>de</strong> melhor qualida<strong>de</strong>,<br />

varieda<strong>de</strong>, características, serviço, garantia e <strong>de</strong>voluções, quer<br />

dizer a avaliação <strong>do</strong> produto. A promoção é maneira que será<br />

promovi<strong>do</strong> o produto, com promoção <strong>de</strong> vendas, venda pessoal,


85<br />

propaganda ou publicida<strong>de</strong>. O ponto é o canal <strong>de</strong> distribuição<br />

física, transporte, armazenamento, ou seja, a forma que esse<br />

produto vai estar disponível <strong>para</strong> o consumo. E o preço é<br />

composto pelo preço básico, <strong>de</strong>scontos, prazos <strong>de</strong> pagamentos e<br />

condições <strong>de</strong> crédito sen<strong>do</strong> o valor agrega<strong>do</strong> a um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong><br />

produto (Kotler, 1998).<br />

Os produtos são as mudas <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong> <strong>de</strong> amburana,<br />

angico, aroeira, ipê-amarelo-<strong>do</strong>-cerra<strong>do</strong>, jacarandá-<strong>do</strong>-cerra<strong>do</strong>,<br />

jequitibá, macaúba, pau terra, pequi e sucupira branca que<br />

possuem alta qualida<strong>de</strong> e padrões <strong>do</strong> MAPA. A promoção será<br />

através <strong>de</strong> visitas, dia <strong>de</strong> campo, faixas e panfletos, atingin<strong>do</strong><br />

assim o máximo possível <strong>de</strong> clientes. O ponto é a proprieda<strong>de</strong><br />

produtora, pois esta bem localizada, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> alcançar o maior<br />

número <strong>de</strong> clientes em diferentes regiões. O preço é<br />

estabeleci<strong>do</strong> pelo merca<strong>do</strong> e contrato, pois o preço é<br />

competitivo quanto os concorrentes.<br />

4.12.12 Análise Interna<br />

O objetivo da análise interna é colocar em evidência as<br />

<strong>de</strong>ficiências e qualida<strong>de</strong>s da empresa que esta sen<strong>do</strong> analisada,<br />

ou seja, os pontos fortes e fracos da <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s<br />

diante da sua atual posição produto-merca<strong>do</strong> (Oliveira, 1997).<br />

Os pontos fortes são <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s através das capacida<strong>de</strong>s,<br />

recursos e habilida<strong>de</strong>s que servem <strong>de</strong> base <strong>para</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />

estratégias, implementar planos, e alcançar as metas<br />

estabelecidas <strong>para</strong> a empresa. Os pontos fracos significam a<br />

falta <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong> ou a <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s e recursos<br />

relaciona<strong>do</strong>s à concorrência que po<strong>de</strong> impedi-lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />

estratégias e planos ou alcançar metas (Tiffany et al, 1998).<br />

Para o estabelecimento <strong>do</strong>s pontos fortes e fracos <strong>de</strong>vem ser<br />

analisa<strong>do</strong>s os seguintes fatores como função: marketing;<br />

finanças; produção; recursos financeiros (Oliveira, 1997).<br />

86<br />

4.12.13 Função Marketing<br />

O marketing é fundamental <strong>para</strong> o sucesso da<br />

comercialização <strong>do</strong> produto. O empresário tem <strong>de</strong> analisar<br />

diversos aspectos <strong>para</strong> chegar ao marketing perfeito da empresa<br />

(Silva et al, 2004).<br />

Quanto ao sistema <strong>de</strong> distribuição é necessário <strong>de</strong>finir a<br />

maneira <strong>de</strong> atuação <strong>do</strong>s ven<strong>de</strong><strong>do</strong>res com o cliente, buscan<strong>do</strong><br />

sempre satisfazer as exigências <strong>de</strong>ste. Analisar quem são os<br />

distribui<strong>do</strong>res e representantes, a quantida<strong>de</strong> e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

escoamentos <strong>do</strong>s canais, o estabelecimento <strong>do</strong> preço que vai ser<br />

forma<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> custo unitário da muda mais os preços<br />

médios <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> (concorrência) e as vantagens oferecidas<br />

aos clientes na aquisição <strong>do</strong>s meus produtos, on<strong>de</strong> recebem a<br />

garantia <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> muda certificada, uma cartilha<br />

explican<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> sobre a espécie, os cuida<strong>do</strong>s e tratos culturais.<br />

Quan<strong>do</strong> ocorrer compras em gran<strong>de</strong> escala (acima <strong>de</strong> 2.000<br />

mudas), receberão visita <strong>do</strong> técnico <strong>para</strong> implantação conforme<br />

a necessida<strong>de</strong> sem custo adicional, porém quan<strong>do</strong> houver<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma recuperação ou outra ativida<strong>de</strong> relacionada<br />

na floresta <strong>do</strong> cliente este terá um custo adicional conforme o<br />

tamanho da área.<br />

Os produtos serão analisa<strong>do</strong>s com informações básicas,<br />

como o nome da espécie, a <strong>de</strong>scrição, especificações e aspectos<br />

da embalagem, a participação <strong>de</strong>le no merca<strong>do</strong>, <strong>de</strong> quanto ele<br />

gera receita <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os produtos vendi<strong>do</strong>s na empresa,<br />

suas vantagens e <strong>de</strong>svantagens, a opinião <strong>do</strong> cliente sobre o<br />

produto.<br />

A força <strong>de</strong> venda <strong>de</strong>sse produto será analisada,<br />

observan<strong>do</strong> aspectos <strong>de</strong> número e localização, critérios <strong>de</strong><br />

avaliação, quotas <strong>de</strong> vendas, planos <strong>de</strong> trabalho.<br />

A propaganda da empresa vai ser através <strong>de</strong> um veículo<br />

<strong>de</strong> comunicação, no caso com faixas, rádio, complementa<strong>do</strong><br />

com pesquisas <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>.


87<br />

As políticas merca<strong>do</strong>lógicas da empresa funcionarão<br />

com o estabelecimento <strong>de</strong> preços, porém fazen<strong>do</strong> <strong>de</strong>scontos por<br />

quantida<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>volução <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>ria, a escolha <strong>de</strong><br />

reven<strong>de</strong><strong>do</strong>res e pagamento <strong>de</strong> comissões (Oliveira, 1997).<br />

4.12.14 Função <strong>Produção</strong>/Operações<br />

A apreciação <strong>de</strong>talhada da produção envolve diversas<br />

questões que <strong>de</strong>vem ser analisadas criteriosamente. A<br />

instalação da empresa possui uma localização boa e vantagens,<br />

um tamanho a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, segurança contra intempéries e fatores<br />

controláveis, um local agradável <strong>de</strong> trabalho e a conservação da<br />

mesma encontra-se em boas condições. Os equipamentos<br />

encontram-se conserva<strong>do</strong>s e com boas condições <strong>de</strong> utilização,<br />

são mo<strong>de</strong>rnos e atualiza<strong>do</strong>s, o programa <strong>de</strong> manutenção<br />

preventiva é aplica<strong>do</strong> rotineiramente e quan<strong>do</strong> possível e viável<br />

a manutenção corretiva, medidas <strong>de</strong> segurança são exigidas e<br />

impostas. Os índices <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> são alcança<strong>do</strong>s<br />

utilizan<strong>do</strong> não toda a capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> viveiro, aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> as<br />

exigências <strong>do</strong> fisco e aplican<strong>do</strong> incentivos <strong>de</strong> produções anuais<br />

aos funcionários (Silva et al, 2004).<br />

O padrão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> é cobra<strong>do</strong> através da<br />

programação e controle <strong>de</strong> produção (PCP), cumprin<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s<br />

os prazos <strong>de</strong> entrega <strong>do</strong>s produtos perante os clientes. A<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s produtos é alta, trabalhan<strong>do</strong> com índices <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>volução baixíssimos (em torno <strong>de</strong> 2%) e sempre aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> as<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> cliente quan<strong>do</strong> estas situações com as garantias<br />

e incentivan<strong>do</strong> a novas aquisições com <strong>de</strong>scontos. O<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pesquisas é realiza<strong>do</strong> no viveiro buscan<strong>do</strong><br />

sempre melhores resulta<strong>do</strong>s na produtivida<strong>de</strong>, observan<strong>do</strong> a<br />

importância da P&D, o percentual aloca<strong>do</strong> e os critérios<br />

utiliza<strong>do</strong>s. A organização da empresa é exigida como normas,<br />

apresentan<strong>do</strong> uma situação muito favorável à realização das<br />

ativida<strong>de</strong>s. O suprimento <strong>de</strong> materiais é observa<strong>do</strong> perante os<br />

88<br />

preços, seleção <strong>do</strong>s fornece<strong>do</strong>res, com uma compra<br />

<strong>de</strong>scentralizada, levan<strong>do</strong> em conta critérios <strong>para</strong> controle <strong>de</strong><br />

inventário, rotação <strong>de</strong> estoques e tipos <strong>de</strong> controles (Porter,<br />

1986).<br />

4.12.15 Função Finanças<br />

A análise das finanças é muito importante, levan<strong>do</strong> em<br />

conta principalmente <strong>do</strong>is fatores: os índices financeiros e o<br />

sistema <strong>de</strong> planejamento e controle financeiro com registros e<br />

análises contábeis (Silva et al, 2004).<br />

Os índices financeiros são aqueles correspon<strong>de</strong>ntes aos<br />

balancetes e balanços com<strong>para</strong><strong>do</strong>s da empresa, verifican<strong>do</strong><br />

exercícios anteriores e atualida<strong>de</strong>, com<strong>para</strong>n<strong>do</strong> si mesma e com<br />

outras empresas que apresentarem mesmos resulta<strong>do</strong>s. Os<br />

índices utiliza<strong>do</strong>s são classifica<strong>do</strong>s como <strong>para</strong> medida <strong>de</strong><br />

lucrativida<strong>de</strong>, medida <strong>de</strong> liqui<strong>de</strong>z, medidas <strong>de</strong> alavancagem,<br />

dívida, medidas <strong>de</strong> rotação e índices ativos. A empresa assim<br />

vai obter da<strong>do</strong>s precisos <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> que esta se passan<strong>do</strong> com seu<br />

setor financeiro e po<strong>de</strong>r i<strong>de</strong>ntificar quais os problemas que mais<br />

estão geran<strong>do</strong> prejuízos ou ganhos (Oliveira, 1997).<br />

4.12.16 Função Recursos Humanos<br />

A administração da empresa pelo proprietário tem a<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estar sempre em contato com os funcionários.<br />

Será sindicalizada, avalian<strong>do</strong> a produtivida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s,<br />

receben<strong>do</strong> reivindicações <strong>do</strong>s funcionários, com um quadro <strong>de</strong><br />

carreira, aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> os benefícios <strong>do</strong>s funcionários. A empresa<br />

será sempre analisada diante <strong>de</strong> sua estrutura organizacional,<br />

políticas, capacitação da alta administração, normas e<br />

procedimentos operacionais, sistemas <strong>de</strong> planejamentos,<br />

capacitação <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s, controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />

conhecimento das necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r e até <strong>do</strong>mínio


89<br />

<strong>de</strong> merca<strong>do</strong>. A empresa será observada como um to<strong>do</strong>, nas<br />

áreas funcionais da empresa, unida<strong>de</strong>s organizacionais, grupos<br />

<strong>de</strong> indivíduos e indivíduos (Tiffany et al, 1998).<br />

O controle <strong>do</strong> sistema executivo, levan<strong>do</strong> em conta a<br />

eficácia, eficiência e efetivida<strong>de</strong>. Levantan<strong>do</strong> esses da<strong>do</strong>s<br />

através da base histórica, opiniões pessoais, opiniões <strong>de</strong><br />

consultores, literatura e bases orçamentárias. Para finalizar<br />

essas questões <strong>de</strong> análise interna da empresa, serão aplica<strong>do</strong>s<br />

questionários sobre as experiências práticas e reuniões (Tiffany<br />

et al, 1998).<br />

Tabela 18. Matriz SWOT.<br />

Interno Externo<br />

Diagnóstico Organização e<br />

operações<br />

excelentes; mudas<br />

certificadas; mão<strong>de</strong>-obra<br />

especializada;<br />

4.12.17 Missão<br />

Pontos Fortes Pontos Fracos Oportunida<strong>de</strong>s Ameaças<br />

Sementes <strong>para</strong><br />

propagação;<br />

Falta <strong>de</strong><br />

informações<br />

técnico-científicas;<br />

Aumento da<br />

<strong>de</strong>gradação<br />

ambiental<br />

(queimadas,<br />

<strong>de</strong>smatamentos);<br />

Mudanças<br />

climáticas;<br />

Escassez <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira;<br />

Merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> créditos<br />

<strong>de</strong> carbono<br />

Legislação<br />

específica<br />

Aumento <strong>de</strong> custo<br />

fornece<strong>do</strong>res;<br />

Diminuição <strong>de</strong><br />

clientes;<br />

Falta <strong>de</strong><br />

conhecimento<br />

silvicultural das<br />

espécies nativas<br />

A missão tem um importante papel <strong>de</strong> orientar e<br />

<strong>de</strong>limitar a ação da empresa, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um prazo,<br />

comprometen<strong>do</strong> as crenças, expectativas, conceitos e recursos.<br />

A razão <strong>de</strong> ser da empresa, o motivo da sua existência, os tipos<br />

<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s nela exercidas e sua natureza, caracterizam a sua<br />

missão (Oliveira, 1997).<br />

Segun<strong>do</strong> Oliveira (1997), na realida<strong>de</strong>, a missão da<br />

empresa representa um “horizonte” no qual a empresa <strong>de</strong>ci<strong>de</strong><br />

atuar e vai realmente entrar em cada um <strong>do</strong>s negócios que<br />

90<br />

aparecem neste horizonte, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que seja viável sobre os vários<br />

aspectos consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s.<br />

Missão da Empresa<br />

A missão da empresa é produzir mudas certificadas,<br />

seguin<strong>do</strong> os padrões <strong>do</strong> Ministério da Agricultura, Pecuária e<br />

Abastecimento com menor custo. O gran<strong>de</strong> objetivo é alcançar<br />

satisfação <strong>do</strong> cliente, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> esta ser a garantia <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

produto, no caso, as mudas.<br />

4.12.18 Visão<br />

A visão da empresa é a direção em que à empresa<br />

preten<strong>de</strong> seguir, ou seja, um quadro ou posição que a empresa<br />

<strong>de</strong>sejar ser e estar, on<strong>de</strong> se busca i<strong>de</strong>ntificar a personalida<strong>de</strong> e<br />

caráter. A visão promove a inovação, servin<strong>do</strong> como bússola da<br />

empresa, reduzin<strong>do</strong> a <strong>de</strong>pendência com os lí<strong>de</strong>res, motivan<strong>do</strong> e<br />

inspiran<strong>do</strong> a equipe e orientan<strong>do</strong> o planejamento da atuação na<br />

ca<strong>de</strong>ia produtiva. Explicitar aquilo que se visualiza <strong>para</strong> a<br />

empresa é a missão (Tiffany et al., 1998).<br />

A visão da empresa é ven<strong>de</strong>r <strong>de</strong>z mudas <strong>para</strong> cada<br />

hectare <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> rural no Cerra<strong>do</strong> e fora <strong>de</strong>le no Brasil. É<br />

levar a to<strong>do</strong>s esses proprietários, mudas com qualida<strong>de</strong> e<br />

padrões <strong>do</strong> Ministério da Agricultura, Pecuária e<br />

Abastecimento, garantidas pelo fornece<strong>do</strong>r aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> todas as<br />

exigências <strong>do</strong>s mesmos e com preços baixos mais competitivos.


4.12.19 Objetivos<br />

91<br />

Os objetivos são as etapas necessárias <strong>para</strong> se alcançar<br />

uma ou mais metas, fornecen<strong>do</strong> <strong>de</strong>talhes <strong>do</strong> que <strong>de</strong>ve ser feito e<br />

quan<strong>do</strong>. A característica principal é associar a números e datas,<br />

assim facilitan<strong>do</strong> a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s, se alcança<strong>do</strong>s<br />

ou não. As metas são os resulta<strong>do</strong>s mais abrangentes que a<br />

empresa assume o compromisso <strong>de</strong> alcanças, e objetivos as<br />

etapas necessárias <strong>para</strong> se alcançar às metas (Porter, 1986).<br />

4.12.20 Estratégias<br />

A estratégia é o posicionamento competitivo <strong>de</strong> forma<br />

única e sustentável, é realizar ativida<strong>de</strong>s diferentes daquelas <strong>do</strong>s<br />

concorrentes ou maneiras diferentes, <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> um padrão<br />

<strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> que possa ser facilmente copia<strong>do</strong>. A escolha<br />

<strong>de</strong>liberadamente <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>para</strong> fornecer<br />

um mix <strong>de</strong> único valor é uma estratégia (Silva et al, 2004).<br />

5. CONCLUSÃO<br />

Produzir mudas na região <strong>de</strong> Goiás é viável<br />

tecnicamente além <strong>de</strong> ser um negócio promissor <strong>para</strong> o<br />

produtor rural e <strong>para</strong> o consumi<strong>do</strong>r da região <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adquirir mudas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> com um preço<br />

mais barato.<br />

O merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> mudas é promissor na região <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong><br />

e no restante <strong>do</strong> país, a gran<strong>de</strong> extensão <strong>de</strong> áreas exploradas<br />

incorretamente permitem um enorme leque atuação.<br />

A produção <strong>de</strong> mudas é uma forma ecologicamente<br />

correta <strong>de</strong> se explorar o meio ambiente e a natureza.<br />

92<br />

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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