17.06.2013 Views

Capítulo 04.pdf - PUC Rio

Capítulo 04.pdf - PUC Rio

Capítulo 04.pdf - PUC Rio

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

sentido q porventura meu trabalho pudesse ter tido ou<br />

venha a ter: não há mais possibilidade de tolerar o q não<br />

interessa ou o q tenho q sintetizar. 155<br />

Nesse ano, 1973, Oiticica já havia desistido de viabilizar seu(s) projeto(s)<br />

através de grandes contatos e bolsas de arte norte-americanas. Ele consegue por<br />

conta própria novas parcerias para a produção. Aparentemente, seus problemas de<br />

editoração e financiamento poderiam ser equacionados com soluções “caseiras”.<br />

Primeiro, Oiticica conhece dois vizinhos de seu prédio cujo loft contava com um<br />

equipamento de impressão. O artista gráfico argentino Leandro Katz e o escritor e<br />

crítico de arte norte-americano Ted Castle moravam juntos e, além de tornarem-se<br />

amigos de Hélio, se interessaram formalmente pelos seus projetos de publicação.<br />

Eles tinham uma editora – a Vanishing Rotating Triangle (VRT), fundada em 1969 –<br />

e faziam eles mesmos os seus livros. Já o financiamento também seria “caseiro” e<br />

viria do Brasil. O marchand Luiz Buarque de Hollanda tinha sido “escolhido” por<br />

Oiticica para financiar sua empreitada editorial. A partir daí, o livro não só passa a<br />

ser um “trabalho”, como adquire, ao menos para Hélio, uma urgência em ser feito.<br />

Urgência essa que ao longo dos anos torna-se espera e, depois, ausência.<br />

Nesse ponto, a publicação era anunciada ainda sem um nome definitivo. Era<br />

apenas “publicação”. Quando Oiticica a nomeava, era a partir do conceito – como<br />

“livro-objeto”, “livro-documento” ou “livro-síntese”. No ano seguinte, porém, ele a<br />

batiza com uma palavra-conceito que definiria sua publicação: Newyorkaises. Em<br />

uma tradução literal do seu inventivo francês, podemos ler como “as caixas de New<br />

York”, se quisermos. Quem sabe o nome escolhido não era uma reminiscência das<br />

caixas de Duchamp? Hélio ainda pensou em outras possibilidades após uma escolha<br />

entre versões em português, inglês e francês, como vemos no trecho a seguir:<br />

155 Projeto HO # 1077.73<br />

229

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!