Capítulo 04.pdf - PUC Rio

preciso de fotos de experiências suas : não tanto fotos
pessoais, mas fotos-situação. (...) o livro seria assim : as
dobras feito sanfona : um papel contínuo de 10 pés mais
um menos, com 27 páginas, que se fossem esticadas
fariam uma fita contínua: portanto são 54 lados, pois
usarei dos dois, soltos; nisso é diferente de livro chinês,
que as páginas tem avesso e ficam coladas, como em livro
de criança; o que vou fazer é usar pouquíssimo texto, e
quando aparece texto, vai por cima de uma foto. 153
A partir de 1972 os planos para publicar seus trabalhos tornam-se “oficiais”.
Mesmo com seu intenso – e extenso – envolvimento com o cinema e suas filmagens
em super-oito, Hélio elege o planejamento dessa publicação como foco de suas ações
e energias. Passa a assumir para os amigos que a publicação “vai concentrar tudo o q
realmente quero nesta fase aqui” (Carta para Miguel Rio Branco, outubro de 1973) e
a situa como síntese fundamental de sua trajetória em um período de crise completa
do artista em relação a categorias como “obra de arte” e de recusa à espaços como
exposições e galerias. Para seu amigo-investidor João Hafers, ele diz que sua
publicação “é não só o desenvolvimento de minha obra-pensamento nesse período
novaiorquino (70/73) como uma extensão extrema dos problemas fundamentais q são
essa obra”. 154 Para Antonio Manuel, Hélio assume em carta de setembro de 1973 os
seus dilemas em relação ao trabalho e sua expectativa pela publicação:
153 Projeto HO # 0911.71, carta de 27 de agosto de 1971.
154 Projeto HO # 1367.73, carta de 6 de agosto de 1973.
Quanto as idéias, projetos e clarificação quanto
ao q quero e faço, minha cabeça tem dado muitas voltas:
mil e umas e há na verdade uma afluência enorme de
decisões e posições cada vez mais claras e radicais: afinal
já cheguei aos 36 e não tenho tempo a perder: a meu ver a
importância de fazer esse livro, mais do q o fato de ser
mais um trabalho, é o de síntese de tudo o q eu quis e do
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