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Capítulo 04.pdf - PUC Rio

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Waly, do dia 12 de março, ele reitera essa relação cada vez mais intensa com a<br />

literatura, porém ainda de forma vaga, dizendo estar lendo bastante e escrevendo<br />

“coisas muito boas que vou lhe enviar”. 140<br />

Em abril desse mesmo ano, Oiticica passa a se corresponder com Luis Carlos<br />

Maciel, na época colunista do Pasquim e editor do jornal Flor do Mal. Hélio<br />

pergunta se ele estava interessado em publicar os textos que estava escrevendo<br />

naquele momento ou que tinha escrito ainda no <strong>Rio</strong> de Janeiro durante o ano<br />

anterior. 141 A feitura e a publicação de Barnbilônia, texto discutido aqui no primeiro<br />

capítulo, é desse período. Oiticica o envia para Maciel junto com outro já citado,<br />

Romance (1970) e os apresenta como textos importantes “dentro da série que tenho<br />

escrito”. O primeiro, como vimos, é publicado na Flor e o segundo é publicado no<br />

Pasquim com fotos de Miguel <strong>Rio</strong> Branco, grande amigo de Oiticica nos seus anos<br />

babilônicos. Na carta para Maciel, Hélio admite que teve a idéia de enviar seus<br />

escritos após ler um texto “lindíssimo” de Waly no mesmo jornal. Em nova carta<br />

escrita logo em seguida para o próprio Waly, ele conta a notícia do envio dos textos<br />

para Maciel e anuncia sua intenção em mostrá-los também para Haroldo de Campos<br />

quando esse chegasse à cidade em maio. Repare que, desde fevereiro, Oiticica já<br />

anuncia e aguarda a chegada de Haroldo a Manhattan.<br />

Esses pequenos fragmentos biográficos de intenções nos ilustram o paulatino<br />

aprofundamento do interesse de Oiticica pela literatura e pelo livro. O prazer da<br />

escritura, o joy de estar escrevendo e a possibilidade de publicar o fruto desse prazer,<br />

tudo isso atravessa os planos – ou os não-planos – de Oiticica em Manhattan. Muitas<br />

vezes, a escrita e o livro carregam com eles seus outros projetos. Ele se alimenta<br />

desse desejo em ver seus textos publicados e de uma expectativa pessoal em torno da<br />

leitura desses textos por parte de escritores como os irmãos Campos e Waly. Seu<br />

empenho em ser publicado e lido tornou-se, inclusive, internacional. Há uma<br />

correspondência breve entre Oiticica e Octavio Paz datada de abril de 1972 cujo<br />

140 Projeto HO # 1101.71<br />

141 Projeto HO # 1103.71<br />

215

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