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Capítulo 04.pdf - PUC Rio

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invenções em seu formato e finalidade, um livro, e não um livro-objeto. Se a<br />

publicação seria um “livro de artista” ou não, apenas seu resultado final poderia nos<br />

dizer. O que sabemos é que sua intenção principal era publicar seus textos e imagens<br />

correspondentes de forma que pudéssemos ler o livro e não apenas vê-lo em sua<br />

beleza estética – como os Livros de Lygia Pape e os Gibis de Raymundo Colares<br />

(1971) – ou interpretá-los em seus multisentidos visuais e textuais – como o Livro da<br />

Carne de Artur Barrio (1974) ou o trabalho The Ilustration of the art/Social<br />

strategy/Model de Antônio Dias (1976). 129 O livro de Hélio queria dar conta de sua<br />

produção em progresso e deveria abarcar suas invenções poéticas, suas idéias<br />

estéticas e seus trabalhos em uma forma cuja complexidade de sua proposta deveria<br />

estar manifesta. A Newyorkaises deveria ser simultaneamente um testemunho verbal<br />

e visual de seu tempo e trabalho. Em carta para Lygia Pape escrita em 26 de outubro<br />

de 1971, Oiticica descreve sua idéia ainda indefinida desse livro:<br />

Estou escrevendo uma série de textos, que devo<br />

publicar em partes com Torquato, numa dessas revistas e<br />

depois colecioná-los para uma publicação em livro; são<br />

outra vez recolocando todos esses problemas, de modo<br />

mais objetivo a meu ver, que me perseguem desde 59;<br />

coloco tudo em partes juxtapostas: citações<br />

correspondentes aos mesmos e fotos, imagens, etc., com<br />

uma montagem, procurando ao máximo excluir teorias<br />

abstratas ou interpretações informativas: sem buscar<br />

“significados” extras, etc. 130<br />

O desafio proposto por Hélio era esvaziar através da montagem das páginas<br />

qualquer possibilidade de interpretação ou teorizações abstratas sobre o que se estava<br />

lendo-vendo em seu livro: imagens e fotos e citações justapostas, em um todo<br />

harmônico, sem espaços para “significados extras”. Esse livro, assim, não poderia ser<br />

o que ele pretendia ser. Não há livro sem “interpretações informativas” ou<br />

129 DOCTOR, M., op. cit., p.7<br />

130 Projeto HO # 0855.71<br />

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