17.06.2013 Views

Capítulo 04.pdf - PUC Rio

Capítulo 04.pdf - PUC Rio

Capítulo 04.pdf - PUC Rio

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

presente de forma fragmentária, sub-reptícia, como ponto de partida ou caminho a se<br />

percorrer em seu espaço literário. Seu “Mallarmé santo-baixado” é encontrado em<br />

trabalhos e reflexões teóricas. Sua poesia é lida com atenção. Hélio inclusive traduz<br />

de forma livre alguns de seus poemas, assim como traduziu em outras ocasiões<br />

Artaud ou Rimbaud. Um dos poemas que ele escolhe para traduzir é de 1864, ainda<br />

do “primeiro” Mallarmé, sem título. No livro Os Anos de Exílio do Jovem Mallarmé<br />

(2007), Joaquim Brasil Fontes traduz esse mesmo poema, dentre outros doze do<br />

poeta. Longe de querer comparar a tradução de Hélio com essa, creio valer a pena<br />

citar o trecho traduzido pelo crítico, como ilustração das escolhas do primeiro. O<br />

trecho original de Mallarmé:<br />

Agora, a tradução de Joaquim Brasil:<br />

Las de l’amer ou ma paresse offense<br />

Une glorie pour qui jadis j’ai fui l’enfance<br />

Adorable des bois de roses sous l’azur<br />

Naturel, et plus lãs sept fois Du pacte dur<br />

De creuser par veillé une fosse nouvelle<br />

Dans La terrai Avaré ET froid de ma cervelle,<br />

Fossoyeur sans pitié pour La sterilité,<br />

- Que dire à cette Aurore, ô Rêves, visite<br />

Par lês roses, quand, de peur de se rose livides,<br />

Le vaste cimetiére unira les trous vides?<br />

Cansado do repouso amargo onde a preguiça ofende<br />

Uma glória por que abandonei um dia a infância<br />

Adorável dos bosques de rosas sob o azul<br />

Natural, e sete vezes mais cansado do pacto duro<br />

De escavar durante a vigília ainda outra cova<br />

No terreno avaro e frio do meu próprio cérebro<br />

Coveiro impiedoso com a esterilidade,<br />

- O que dizer a esta Aurora, ó Sonhos, visitado<br />

Pelas rosas, quando, temendo as suas rosas lívidas,<br />

O vasto cemitério unirá os furos vazios?<br />

181

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!