Edição 145, Ano XIII, Maio 2009. - Arquidiocese de Florianópolis

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12 Artigos Miguel Giacca nasceu em Busca, diocese de Saluzzo, Itália, em 13 de julho de 1878. Ordenado presbítero em 28 de dezembro de 1902, a convite do vigário de Criciúma, Pe. João Canônico, da mesma diocese, chegou ao Brasil em 1908. Seu objetivo: atender aos imigrantes italianos. Sua vida foi dedicada ao crescimento humano e espiritual de Nova Veneza (Colônia fundada em 1891). De fevereiro de 1909 a 31 de julho de 1912 foi Capelão-Cura de Nova Veneza e, de 31 de julho de 1912 a 5 de março de 1945 pároco de São Marcos Evangelista, Nova Veneza. Dedicação contínua ao rebanho Foi o primeiro vigário que contribuiu para o crescimento da comunidade de Nova Veneza. A primeira escola foi organizada por ele já em 1908; ele mesmo lecionava, quando faltavam professores. Aqui deveríamos citar as muitas capelas que ajudou a construir, a catequese que ministrava, o cuidado com as crianças através de escolas paroquiais, as visitas de desobriga montado a cavalo ou de charrete. Criou a Sociedade São Marcos, que tinha, além de biblioteca, instrução, oficio religioso e escotismo. O Hospital São Marcos que surgiu em 1933 foi iniciativa dele. Em novembro de 1933, anunciou a chegada de Irmãs para o Hospital, o que não aconteceria. Para isso já pedira licença de Capela para guardar o Santíssimo Sacramento e celebrar. As Irmãs não vie- A Campanha da Fraternidade de 2009 tem fundamento bíblico. São Paulo diz: "Triunfe em vossos corações a paz de Cristo". A paz, quando é buscada e encontrada, é uma paz positiva e mais duradoura. O respeito entre uma pessoa e outra é uma mediação pacífica. Essa é a paz positiva, a boa paz. Sabemos que Fraternidade é ver o outro como irmão ou irmã com amor, respeito mútuo, tendo uma postura pacífica no meio público e no meio familiar. O que é um indivíduo pacífico? É aquele que promove a paz consigo mesmo e com Deus. Há quem diga que o meu maior inimigo sou eu mesmo, ele está dentro de mim, é a briga da consciência com o coração. A consciência é a razão e a Justiça, o coração é a vontade, o impulso e o desejo. Portanto, devo procurar conhecer-me um pouco antes de Cônego Miguel Giacca e Nova Veneza ram. Dom Joaquim entrou em contato com as Irmãzinhas de Madre Paulina, mas essas não puderam aceitar a missão. Em três de março de 1934 sugeriu ao Pe. Giacca procurar boas jovens com vocação para enfermeiras, às quais se daria determinado hábito e um pequeno e apropriado regulamento. Uma delas se especializaria em Hospital na Capital. Boas vocações não faltariam. Seria a fundação de uma congregação paroquial. Em 1916 inaugurou a nova igreja matriz de Nova Veneza. Em 1936 sugeriu a Dom Joaquim criar um Grupo Escolar paroquial de ensino médio. Motivo: após o primário na Escola paroquial que fundara em 1908, as crianças da roça tinham trabalho, mas as da cidade ficavam ao léu, aprendendo o mau caminho. Sem esperar autorização, deu início à construção, concluída em 1937. Promoveu o primeiro Congresso Eucarístico catarinense, em 1938, e um Congresso Catequístico em 1941. Fascismo e anti-fascismo A política italiana, com o triunfo de Benito Mussolini, repercutia nas colônias do sul catarinense. Elementos ocultos acusam o Pe. Giacca e um certo Tibaldeschi de terem organizado uma campanha antifascista. O Cônsul de Florianópolis comunica que Pe. Giacca estaria por trás da oposição para fundar uma célula fascista, mas não foi acusado de inimigo do fascismo. Apenas tomara o partido de Tibaldelschi contra as autoridades con- me transportar para o mundo exterior. O que Deus quer do cidadão, do homem casado, do filho, do trabalhador e do ser pai ou mãe? A família é o ambiente privilegiado para que tenhamos êxito na formação desse cidadão, qualificando-o e tornando-o capaz de viver pacificamente, sendo laborioso, justo e promotor da paz. Por isso, essa família deve ser protegida, devem ser-lhe dadas as condições para bem educar e encaminhar, ou devolver, bons filhos para a sociedade. Além da família, temos a Escola para complementar essa formação de consciência, educação e aprendizado em geral, que deve ser uma preparação do indivíduo voltada para sua inserção na sociedade, comprometido com Centenário entenário Cônego Giacca, um missionário italiano que muitas constribuições trouxe para o nosso Estado sulares (11 de agosto de 1932). Isso machucou o vigário, que via seu rebanho dividir-se. Em 26 de julho de 1932, Luiz Lazzarin, intendente distrital e Presidente da Comissão do Hospital de Caridade, escreveu a Dom Joaquim que permita ao Pe. Giacca descansar uns três meses, mas não abandonar Nova Veneza, pela qual deu a vida, como planejava. Mas, Pe. Giacca pediu para ser transferido à diocese de Lages, e despediu-se “para sempre” de Nova Veneza, em 19 de agosto de 1932. Foi nomeado vigário interino de São Joaquim, na Serra. Em abaixo-assinado, seus paroquianos pedem seu retorno. A saudade do mundo italiano, de seu rebanho, logo o prostra e pede a Dom Joaquim para retornar. E assim, aquele que se despedira “para sempre”, quatro meses depois, em dezembro, vol- Espaço Espaço do do Leitor Leitor ta a seu ninho... A CF-2009 e a Família valoresx éticos, morais e sociais. O maior bem existente na família é o amor. O amor gera paz e harmonia, é o oposto à violência. Por isso, o casal, logo que casa, quer viver o amor. O amor que solidifica a base da família é a seiva, é o alimento da formação do indivíduo no seio familiar, que nos faz enfrentar os desafios. Só por amor nos submetemos a qualquer sacrifício em prol da família unida. A falta de paz familiar não está nos outros, mas sim em cada um de nós. Numa família desajustada não há essa consciência de culpa, e o confronto sempre é iminente por acusações, agressões, e a paz fica sempre ameaçada. A paz é uma luta contínua contra a soberba, contra o egoísmo e contra o individualismo Divulgação/JA Histórias de Forquilhinha Um dos espinhos em sua vida foi sua bem-amada Forquilhinha, a 18 km. da sede paroquial. Devido ao incremento da imigração alemã, seus moradores passaram a desejar autonomia em relação a Nova Veneza. Em 1915 foi bento um cemitério em Forquilhinha para enterrar alemães. Pe. Giacca ofendeu-se, pois havia cemitério a curta distância. Vê maquinação do Pe. Geraldo Spettmann, SCJ e do “curialista alemão” (Frei Evaristo Schürmann), como desprezo aos brasileiros, italianos e polacos. “Ninguém vale quanto um alemão”, escreve. Em 1935 tem início o movimento para a criação da paróquia de Forquilhinha. Pe. Giacca ficou irritado, pois não queria perder uma parte “boa” da paróquia. E diz que os moradores de Forquilhinha não são alemães (motivo para ser Paróquia), mas teuto-brasileiros. Entra a questão nacional. Em março de 1937, passando por Forquilhinha, Pe. Giacca recebeu a apresentação de um coadjutor com residência lá, nomeado por Dom Joaquim, sem lhe comunicar. Pe. Giacca não gostou: “Ainda mais que o coadjutor é franciscano, e com regulares a cousa não é fácil; muitas vezes até os Snrs. Bispos e Arceb. são obrigados, tratando com regulares, a comer a folha” (capim - carta de 7 de março de 1937). Dom Joaquim confirmou a nomeação. Em 1940, Dom Joaquim deci- exagerado. Essa luta deve ser travada dentro de cada um, para que sejamos pessoas pacíficas. O que acontece numa família acontece na sociedade. O que o indivíduo vive na família reflete lá fora, seu mau humor, desequilíbrio, agressão, egoísmo, prepotência ou timidez. Se não há luta interior, vai haver lutas e brigas externas. A paz é tão desejada que até a última frase que lapidamos no túmulo de um ente querido é que “Descanse em paz”. Isso é um desejo eterno. Quanto menos lutamos com nós mesmos (razão e coração), mais lutaremos contra os outros. Devo interagir com outros e descobrir o belo, ver o bonito, o que tem de bom, para que me sirva de exemplo. Assim eu crescerei em graça e sabedo- Maio 2009 Jornal da Arquidiocese diu criar a paróquia de Forquilhinha com nove capelas de Nova Veneza, que receberia Belluno. Em outubro, Pe. Miguel Giacca escreve que isso tornaria Nova Veneza inviável. Sugere quatro: Forquilhinha, Santa Rosa, Santa Ana e Santa Bárbara. Em 19 de outubro, Dom Joaquim expõe que seu projeto é fazer de Forquilhinha, com os Franciscanos, um grande centro missionário para a irradiação das Missões populares. Pe. Giacca se resigna e, em 19 de novembro, expõe sua dor da perda de um povo que educou e evangelizou, e também pela queda de receita. Na paz do Senhor Em abril de 1939, Pe. Giacca fraturou uma perna. Convalesceu em Orleans. Após seis meses não estava recuperado e pediu um coadjutor permanente ou um sucessor. Recebeu a ajuda dos padres de Forquilhinha e Criciúma. Sua saúde enfraquecia, mas não seu zelo pastoral. Não era idoso, mas o trabalho o consumira. Em fevereiro de 1945, adoeceu de modo grave. Não resistiu, e Deus o chama em seis de março: 67 anos incompletos, 43 de padre, 36 no Brasil. Cônego Honorário do Cabido Metropolitano de Florianópolis (21-12-1940) pelos serviços prestados, Pe. Miguel Giacca formou um povo verdadeiramente católico, e de sua Nova Veneza surgiram outros municípios e paróquias que conservaram seu espírito e mensagem. Pe. e. e. José José Ar Artulino Ar Artulino tulino Besen Besen Besen ria e serei um indivíduo bom na sociedade. Não posso tirar um cisco do olho do outro, se o meu olho não enxerga de tantos problemas que tenho. Devo enxergar as pessoas com os olhos de Cristo, que é um olhar pacífico, de compaixão, de amor, de bondade, de mansidão e de esperança. Precisamos descobrir o rosto de Cristo em casa, no relacionamento familiar, na maneira de tratar o cônjuge e os filhos. Não devemos viver com sentimento de culpa, devemos nos sentir livres, alegres, com mansidão, com muita doçura. Termino dizendo: O perdão é a cura de todos os males contra a paz. Só o perdão nos cura, nos livra de sofrimentos e harmoniza nossos lares. Nest Nest Nestor Nest Nestor or Almir Almir Almiro Almir Almir o F FFett F tt tter tter er er, er Setor Formação da Pastoral Familiar - Regional Sul 4
Jornal da Arquidiocese Maio 2009 Na China, onde a Igreja Católica, há 50 anos, vive em condições de semi-clandestinidade, milhões de pessoas são detidas, torturadas e exploradas em Laogai, modernos campos de concentração, onde são obrigadas a trabalhar, em condições de absoluta prostração física e moral, 16 horas por dia, para fabricar produtos para o regime comunista chinês. Nos Laogais estão presos dissidentes do regime (políticos e civis) e todo tipo de religiosos (monges tibetanos, bispos católicos, pastores protestantes...), assim como delinquentes comuns. Dessa forma, o regime de Pequim oprime os dissidentes políticos e consegue mão de obra gratuita. As condições de vida dos bispos católicos que querem conti- China: a perseguição continua A Fundação Lepanto, em 1º de abril passado, organizou uma conferência, em Roma, sobre a perseguição dos cristãos na China. Apresento nesta página missionária algumas revelações que o Pe. Bernardo Cervellera - PIME fez em sua exposição. O cardeal Pell assegurou que, depois deste evento, em um país com apenas 27,8% de católicos, “muitos viram a Igreja Católica em Sydney com um olhar diferente e ficaram gratamente surpresos por encontrar milhares de jovens tão entusiastas e felizes, vi- nuar sendo fiéis ao Papa são particularmente alarmantes: a obediência “espiritual” de um cidadão chinês a um estado estrangeiro (a Santa Sé) é considerada uma traição à pátria e castigada com penas muito severas. Numerosos bispos desapareceram durante décadas e não se teve mais notícias. O mais provável é que muitos deles tenham sofrido uma morte violenta e que se tenham queimado imediatamente seus corpos para ocultar qualquer rastro do delito. Contudo, afirma Pe. Cervellera, no horizonte parece surgir ainda a esperança, pois nos últimos anos, diante desta situação de perseguição, ou talvez devido a ela, produziu-se um “impressionante renascimento religioso” que encheu as igrejas mais do que nunca. O impacto do JMJ O que ficou da Jornada Mundial da Juventude na Austrália? vendo em amizade e oração. Isso fez com que muitos vissem Cristo sob uma nova luz”. “Muitos grupos étnicos das paróquias”, afirmou o cardeal, “já começaram a arrecadar fundos para participar da Jornada Mundial da Juventude de Madri em 2011”. Jovens da Espanha recebem a cruz da Jornada Mundial da Juventude Mulheres chinesas rezam em templo católico em seu país Testemunho de Missionaridade Após a tragédia do terremoto de Aquila-Itália, um dos fatores que mais impressionou o povo foi o grande número de pessoas que voluntariamente, e sem medir esforços, se dispuseram para socorrer. Fabio Grilli: “Deixei minha esposa e minha filha Benedita de um ano para viver minha páscoa aqui com esta gente". "Vejo tristeza e desespero, mas também muita vontade de recomeçar com a calma e tranqüilidade que às vezes parece irreal diante do que aconteceu. São pessoas que lutaram toda uma vida pra ter o que é seu e, em 20 segundos, tudo vai pelos ares”. A força que essas pessoas nos dão é incrível. Aquilo que lamentamos no dia-a-dia passa a um segundo plano. Sinto como se voltássemos a um passado onde a amizade era cultivada como um valor. No meio de todas estas tendas se fala de vizi- Secre Secretaria Secre Secre taria taria: taria Olindamir Olindamir Olindamir - fone (48) 3324-0970 - e-mail olindamir@y olindamir@yahoo.com.br olindamir@y ahoo.com.br Infância Infância e e adolescência adolescência adolescência Missionária Missionária: Missionária Dalva (48) 8411- 3896; nhança. É um pequeno bairro onde todos se ajudam, passam seu sabão, toalhas, dividem alimento e tudo mais. Tornou-se uma pequena vila perdida dos anos 20. E esta é a força que nos mantém de pé. Não seria mau se pudéssemos retomar os valores perdidos que este tempo nos brindou! Loiri Lazzarotto, irmã brasileira, também foi celebrar a memória da Paixão de Jesus projetada na paixão do povo de Abruzzo. Eis o seu testemunho: “Para mim, mesmo sem poder fazer muita coisa, foi um pequeno sinal de solidariedade poder estar com esta multidão sofrida. Fiquei muito tocada pelo testemunho dos voluntários. Ver jovens e casais passando páscoa fora, perdendo noção de dias, a serviço do povo que está sofrendo, foi impressionante. Esta preocupação com o outro é um forte sinal do compromisso cristão de tantos leigos e leigas”. Telefones dos responsáveis do COMIDI: Animação Animação Animação v vvocacional v ocacionalMisMis- sionária sionária - Pe e Gianfranco Gianfranco Vianello Vianello 47/3351-7641 - e-mail vianello.gianfranco@pime.org vianello.gianfranco@pime.org vianello.gianfranco@pime.org Missão Missão Jo Jovem Jo em em: em Pe. e. P PPaulo P aulo (48) 3222-9572. Missão 13 Da Da Guiné Guiné Bissau Bissau Notícias de nossos missionários no continente africano A nossa missionária leiga Célia B. Sartor, recém-enviada à Guiné Bissau, nos mandou sua primeira correspondência da missão. Caro Pe. Paulo, Imagino que esteja curioso de saber notícias daqui. Graças a Deus, está tudo bem. Tenho facilidade de me adaptar e já me sinto em casa. Moro na casa do bispo com mais três missionários leigos. Estou estudando criolo, a língua mais falada aqui. Dias atrás encontrei o nosso padre de Florianópolis, Pe. Lúcio Espíndola. Ele mora 70 Km longe daqui e está muito feliz! Por enquanto estou ajudando nas atividades da diocese. Estou contente de ter tido coragem de vir pra cá e poder estar a serviço da missão em uma terra tão diferente. Entreguei para o bispo as ajudas que recebi. Ele quis agradecer a cada um que colaborou. Quero também agradecer ao senhor por todo o estímulo e empolgação pela minha vinda pra cá. Não tenho internet, pois seu uso é possível só na capital Bissau, a 120km daqui. Um grande abraço. Célia Célia B. B. Sar Sar Sartor Sar Sar or / Missionária leiga de Fpolis. Pe. Lúcio está em trabalho missionário na Guiné-Bissau desde 2006 Atividades Missionárias 16/5 - Formação dos animadores missionários - Itapema (Início 08h) 29 a 31/05 - EFAIM nível I - Criciúma INFORMAÇÕES com Dalva: 8411-3896
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