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Universidade Federal Fluminense<br />

Departamento de Engenharia Química e de Petróleo<br />

Alunos: Helena Fuly de Resende Pinto;<br />

Luana Britto Pinto;<br />

Sofia Claudia Martagão Gesteira.<br />

Professores: Arlindo de Almeida Rocha, Rogério Lacerda.<br />

TRANSFERÊNCIA DE CALOR EM UMA<br />

SANDUICHEIRA


1 - INTRODUÇÃO<br />

Este projeto trata da transferência de calor em uma sanduicheira elétrica em duas<br />

situações: com a sanduicheira fechada, onde há troca de calor entre as duas<br />

extremidades do aparelho e o pão; e com a sanduicheira aberta, onde há apenas troca<br />

entre uma das extremidades com o pão. O objetivo é estimar o intervalo de tempo que a<br />

sanduicheira leva para atingir uma mesma faixa de temperatura nas duas situações. O<br />

modelo escolhido foi o MGE-30 e seus dados técnicos, assim como suas dimensões,<br />

estão contidos nas tabelas anexadas.<br />

Através de softwares pudemos resolver o problema algebricamente e numericamente.<br />

O Maple permitiu que, através de operações simbólicas, o problema fosse resolvido<br />

algebricamente, ao passo que o COMSOL Multiphysics permitiu uma visualização<br />

física da resolução.<br />

2- HISTÓRIA DA SANDUICHEIRA<br />

A sanduicheira é um tipo especial de torradeira, que permitiu que se tostasse os<br />

pães juntamente com algum recheio. Embora estas sejam grandemente utilizadas nos<br />

Estados Unidos, são as sanduicheiras criadas na Austrália as mais utilizadas no Brasil.<br />

Em 1974, a empresa australiana Breville produziu um tipo de torradeira,<br />

denominada de "Snack 'n' Sandwich toaster", que foi um sucesso de vendas naquele<br />

país: 400.000 unidades vendidas, e recebeu muitas condecorações pela revista Time.<br />

Esse produto contou com inovações, como o mecanismo de cortar o pão pela<br />

metade de forma diagonal, fato que marcou aquela tostadora como o primeiro tipo de<br />

sanduicheira do mundo.<br />

3- FUNCIONAMENTO DE UMA SANDUICHEIRA<br />

A sanduicheira é um sistema que transforma energia proveniente da rede elétrica<br />

em energia térmica, que transfere calor para o pão ser torrado.<br />

A resistência é a responsável pelo aquecimento da torradeira quando ela é<br />

conectada a uma fonte de energia elétrica (efeito joule).


O elemento de aquecimento de uma torradeira costuma ser um fio feito de uma<br />

liga metálica, como níquel e cromo, que tem uma resistência maior do que a de um fio<br />

de cobre.<br />

Quando a torradeira é ligada, uma corrente flui através do fio e a resistência faz<br />

com que o fio se aqueça e fique com uma cor laranja-avermelhada, criando um fluxo de<br />

calor que aquece a superfície do pão. As perdas de potência são chamadas de<br />

aquecimento joule ou Potencia joule. .<br />

A partir da equação de aquecimento de Joule (P = RI 2 ), podemos ver que o calor<br />

será alto quando a resistência elétrica (R) for alta. A corrente (I) que flui através do fio<br />

tem um impacto bastante alto no calor gerado, já que a potência (P) depende do<br />

quadrado da corrente.<br />

Outros eletrodomésticos que funcionam segundo o mesmo princípio incluem<br />

secadores de cabelo, ferros de passar e aquecedores elétricos de ambiente.<br />

O circuito elétrico de uma sanduicheira contém duas lâmpadas L1 e L2 com uma<br />

potência de 5 W e uma voltagem de 110V. As funções dessas lâmpadas são,<br />

respectivamente, indicar que a sanduicheira está ligada, e que o sanduíche está pronto.<br />

O circuito contém um resistor de resistência R = 20 ohms e um termostato constituído<br />

de uma lâmina bimetálica. Os dois metais que formam a lâmina têm coeficientes de<br />

dilatação térmica diferentes.<br />

Inicialmente, a lâmina bimetálica faz contato com o ponto a, como mostra a<br />

figura 1 abaixo. À medida que a temperatura aumenta a lâmina vai se encurvando,<br />

devido à dilatação dos metais, até que, para uma determinada temperatura, perde o<br />

contato com o ponto a e passa a fazer contato com o ponto b, como mostra a figura 2<br />

abaixo. Com isso a lâmpada L2 ascende, indicando que o pão está pronto.<br />

4 - MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR<br />

e convecção.<br />

Há três mecanismos conhecidos para transferência de calor: radiação, condução


4.1- Condução<br />

A condução é o modo principal de transferir calor nos sólidos entre zonas à<br />

temperaturas diferentes. As partículas mais energéticas (situadas na zona de temperatura<br />

mais elevada) transmitem energia vibracional por contato com as partículas menos<br />

energéticas que recebem essa energia. Nos fluidos (especialmente nos gases, onde<br />

existem menores forças de coesão) ocorrem ainda colisões entre as partículas. Nos<br />

sólidos metálicos os elétrons livres favorecem a transferência de calor, como referido<br />

anteriormente. Em qualquer dos casos, a propagação do calor ocorre ao nível molecular,<br />

sendo o formalismo matemático d<strong>escrito</strong> pela Lei de Fourier:<br />

= Calor transferido por unidade de tempo (W).<br />

A = Área de calor transferido(m 2 ) .<br />

k = Condutividade térmica da chapa (W/ m*K ou W/ m*°C).<br />

ΔT = Diferença de temperatura através da chapa (K ou °C).<br />

χ = Espessura da chapa.<br />

4.2- Convecção<br />

Quando um fluido se encontra em movimento, as porções elementares de fluido<br />

que colidem entre si, transmitem a sua energia. Assim, a convecção é a transferência de<br />

calor na presença de um fluido em movimento (e não ao nível molecular, como a<br />

condução). A completa compreensão deste fenômeno requer o conhecimento da<br />

dinâmica do escoamento de fluidos, especialmente quando em contacto com superfícies.<br />

O movimento pode ser provocado por agentes externos como, por exemplo, pela<br />

atuação de um sistema de agitação, ou por diferenças de densidade resultantes do<br />

próprio aquecimento do fluido. No primeiro caso, diz-se que a transferência de calor se<br />

processa por convecção forçada, enquanto no segundo, se efetua por convecção natural<br />

ou livre. Assim, mesmo que um fluido se encontre em repouso (do ponto de vista<br />

macroscópico), a diferença de temperaturas gera diferenças de densidade no seio do<br />

fluido que poderão ser suficientes para induzir um movimento ascendente do fluido<br />

mais quente (sob a ação da gravidade) e descendente se o fluido arrefecer, por contacto<br />

com uma superfície mais fria.


Este movimento do fluido (livre ou forçado) facilita a transferência de calor<br />

quando comparado com a contribuição da condução (que ocorre ao nível molecular).<br />

Em geral, a convecção é definida de uma forma mais abrangente, associando-se estes<br />

dois fenômenos (o da condução e o da transferência em presença de movimento<br />

macroscópico) e traduzindo-os em simultâneo numa única equação designada<br />

vulgarmente por lei de Newton para a transferência de calor. Quando a velocidade do<br />

fluido diminui e tende para zero, a contribuição do movimento macroscópico do fluido<br />

perde importância face ao processo da condução.<br />

4.3- Radiação térmica<br />

Qualquer corpo ou superfície a uma temperatura superior ao zero absoluto emite<br />

radiação eletromagnética por alteração na configuração eletrônica de átomos e<br />

moléculas. A radiação térmica está restrita aos comprimentos de onda entre 0.1 e 100<br />

µm do espectro eletromagnético. A propagação de fótons ocorre através de corpos ou<br />

fluidos não opacos, ou no vácuo, não precisando, portanto, da existência de matéria.<br />

O transporte de energia associado a este mecanismo é qualitativamente diferente<br />

dos mecanismos referidos acima (condução e convecção). Contudo, uma vez que todas<br />

as superfícies emitem radiação térmica, e esta será tanto maior quanto mais elevada for<br />

a temperatura, se um corpo emitir mais energia do que aquela que recebe proveniente<br />

das superfícies envolventes, a temperatura desse corpo diminuirá.<br />

5- RESOLUÇÃO DO PROBLEMA<br />

Com o software do COMSOL no pacote de transferência de calor (COMSOL<br />

multhiphysics, Heat Transfer, Conduction, Transient analysis), montamos a estrutura<br />

das chapas metálicas, que consideramos sendo feitas de aço (steel AISI 4340). Usando<br />

os coeficientes adequados (tabelas 3, 4, 5, 6) obtivemos o esquema da variação de<br />

temperatura através da sanduicheira.<br />

Nas chapas da sanduicheira há geração de calor que é transferido para o pão<br />

através do mecanismo de condução térmica.<br />

Analisamos a sanduicheira em duas situações diferentes: a primeira delas foi com<br />

as duas chapas fechadas, em que há transferência de calor para o pão pelas duas<br />

extremidades; a segunda foi com a sanduicheira aberta, em que o pão entra em contato<br />

com apenas uma das chapas, só recebendo calor por uma das extremidades. Assim,


podemos prever que na primeira situação o tempo exigido para alcançar uma mesma<br />

temperatura, é menor que na segunda.<br />

Pelo uso do COMSOL, pudemos comprovar tal expectativa, uma vez que com as<br />

condições de contorno e os subdomínios adequados, achamos que para uma mesma<br />

variação de temperatura (388,257 K à 427,964 K), a sanduicheira aberta demorou 3000<br />

segundos, ao passo que sanduicheira fechada demorou 300 segundos.<br />

Através do Maple utilizamos as fórmulas de Fourrier para calcular o calor<br />

transferido por unidade de tempo (Q), com a chapa aberta e com a chapa fechada.<br />

Considerando que a condutividade térmica do aço é o dobro na sanduicheira fechada,<br />

uma vez que há condução pelas duas chapas, obtivemos Q = - 12144,22 W. O sinal<br />

negativo indica que a transferência de calor se deu da área com temperatura mais<br />

elevada para a área com temperatura menor. O valor calculado de Q para a chapa<br />

fechada foi de - 6072,11 W, que é a metade do valor da chapa aberta, o que comprova<br />

que a transferência na chapa aberta se dá com menos eficiência.<br />

Tabela 1: Dados Técnicos<br />

Modelo Voltagem Potência Consumo Peso Temperatura<br />

máxima<br />

MGE-30 110V 2x800 -20A<br />

(110V)<br />

1,6 kw/h 6,5 Kg 300ºC<br />

Tabela 2: Dimensões<br />

Modelo X Y Z<br />

MGE-30 365 mm 170 mm 430 mm<br />

Sanduicheira fechada<br />

Tabela 3: Subdomain Settings<br />

Parâmetros 1 (chapa) 2 (chapa) 3 (sanduíche)<br />

rho[kg/m^3] 7850 7850 8.3/9.8<br />

Cp[J/(kg*K)] 475 475 4177<br />

Q [W/m^3] 1600000 1600000 0<br />

K [W/(m*K] 44.5 44.5 15.6


Tabela 4: Boundary Settings<br />

Boundary Domínios: Domínios:<br />

selection 1,6,8,9,10,17,18 11,13,14,16<br />

h [W/m^2*K] 15 30<br />

Tinf [ K] 298,15 323,15<br />

Sanduicheira aberta<br />

Tabela 5: Subdomain Settings<br />

Parâmetros 1 (chapa) 2 (chapa) 3 (sanduíche)<br />

rho[kg/m^3] 7850 7850 8.3/9.8<br />

Cp[J/(kg*K)] 475 475 4177<br />

Q [W/m^3] 1600000 1600000 0<br />

K [W/(m*K] 44.5 44.5 15.6<br />

Tabela 6: Boundary Settings<br />

Boundary Domínios: Domínios:<br />

selection<br />

1,6,8,9,10,17,18 11,12,13,14,16<br />

q0 [W/m^2] 0 0<br />

h [W/m^2*K] 15 30<br />

Tinf [K] 298,5 323,15<br />

OBS.: Os demais subdomínios que não estão na tabela têm valor 0.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

BIRD, Byron; STEWART, Warren; LIGTHFOOT, Edwin. Transport Phenomena<br />

http://leblon.mec.puc-rio.br/~fentran/XVI-Transferencia_calor.<strong>pdf</strong><br />

http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?option=com_content&task=view&id=20<br />

9&Itemid=374#1<br />

http://pt.wikipedia.org/wiki/Condu%C3%A7%C3%A3o_t%C3%A9rmica<br />

http://www.pgmec.ufpr.br/dissertacoes/dissertacao_068.<strong>pdf</strong>

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