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Lenço: bessangana (senhora) são as mulheres<br />
da Ilha de Luanda que usam traje típico, como<br />
esse lenço na cabeça, cobrindo o penteado<br />
tradicional de quatro grossas tranças. Quando<br />
ela possui alto posto religioso, a barra do lenço<br />
recebe fios de contas vermelhas e brancas.<br />
Quimono: seu modelo é semelhante às batas<br />
do oriente médio e chegou até a África bantu<br />
por via islâmica. É costume que se use a mesma<br />
estampa em toda a combinação (lenço, quimono<br />
e pano-do-congo).<br />
Pano-do-congo: possui muitas utilidades, mas<br />
geralmente é usado amarrado na cintura como<br />
saia, e é comum que se use de duas a três delas.<br />
A estampa mais encontrada é a xadrez, branca e<br />
vermelha.<br />
Jóias: as mulheres bessangana usam brincos<br />
de pequenas argolas de ouro (metal relacionado à<br />
maior divindade local, a Quianda, sereia rainha do<br />
mar e da água doce) e colares curtos, pulseiras e<br />
tornozeleiras de miçangas vermelhas e brancas.<br />
TRAJES: DA ÁFRICA AO BRASIL<br />
África Tradicional<br />
hoje a África conta com mais de 60 países, mas as culturas tradicionais que ainda existem neste continente são em número muito maior. São culturas as mais variadas:<br />
algumas com características rurais, agrícolas ou pastoris, organizadas em aldeias; outras que conservam referências urbanas a partir de antigos e seculares impérios<br />
ou poderosas cidades-estado; outras, ainda, desenvolveram nações nas quais as influências européias ou asiáticas se somaram às tradições africanas. No entanto, apesar<br />
dessas diferenças, existem traços comuns aos diversos povos africanos: a importância do sagrado, o valor da ancestralidade e o respeito à estrutura familiar.<br />
MuLher ANGoLA<br />
hoMeM<br />
Turbante: apenas os homens de alto posto<br />
religioso e político usam este anguloso e<br />
característico turbante vermelho, os chamados<br />
soba (soberano), que são honrados como os<br />
patriarcas de suas famílias.<br />
Pano cruzado: este tecido à tiracolo é<br />
usado em ocasiões importantes por transmitir<br />
imponência. Mas no dia-a-dia é mais comum<br />
que não usem nada cobrindo o torso ou que<br />
usem uma camiseta regata, geralmente branca.<br />
Pano na cintura: os homens costumam<br />
enrolá-lo no corpo como uma canga. Nos mais<br />
jovens elas chegam até o joelho e nos mais<br />
velhos ela se estende até um pouco antes do<br />
tornozelo. A preferência é pelas principais<br />
cores usadas nas liturgias locais, vermelho e<br />
branco.<br />
Colares masculinos: bem mais compridos<br />
do que os usados pelas mulheres, são também<br />
de fios de conta, mas possuem maior variação<br />
de cores, podendo ter amarelo e preto, além<br />
de branco e vermelho. O uso das cores varia de<br />
acordo com a ascendência de sua família.
TRAJES: DA ÁFRICA AO BRASIL<br />
o nome <strong>Angola</strong> deriva da palavra N’gola, título dos<br />
governantes de uma importante região situada a<br />
leste da hoje capital Luanda. <strong>Angola</strong> é um país da costa<br />
ocidental da África, que possui população de maioria<br />
Bantu, cujo território é limitado, ao norte, pela República<br />
Democrática do <strong>Congo</strong>, a leste pela Zâmbia, ao sul pela<br />
Namíbia e a oeste, pelo Oceano Atlântico. O país possui<br />
uma grande diversidade de recursos naturais e dentre eles<br />
os mais valiosos são o petróleo e o diamante. A origem<br />
do atual povo de <strong>Angola</strong> resulta das levas migratórias<br />
Bantu oriundas do norte do continente africano, que se<br />
instalaram nos territórios hoje conhecidos como <strong>Congo</strong><br />
e <strong>Angola</strong>, causando a retirada da população Sam também<br />
conhecida como Khoisan ou Bosquimonos, residentes<br />
anteriores destas terras, para o deserto da Namíbia. A<br />
língua oficial de <strong>Angola</strong> é o português, em conseqüência do<br />
período colonial sob o domínio de Portugal, mas também<br />
são faladas as línguas tradicionais Kimbundo, Umbundo e<br />
Kikongo. Durante o período escravagista brasileiro, grande parte dos cativos<br />
trazidos para o Brasil eram bantos vindos de <strong>Congo</strong> e <strong>Angola</strong>. Depois de<br />
vários séculos de luta contra a colonização portuguesa, <strong>Angola</strong> acabou por ser influenciada por<br />
outras culturas da Diáspora africana que também sofreram com domínio português: como as de<br />
Cabo Verde, de Moçambique e do próprio Brasil. Este intercâmbio de povos resultou em ricas e<br />
abundantes manifestações culturais entre os países africanos e afro-descendentes.<br />
ATIVIDADES<br />
Após ler o texto acadêmico<br />
“História da música em <strong>Angola</strong>”<br />
( capítulo I ), reflitam em sala de<br />
aula, a respeito dos trânsitos<br />
culturais entre as culturas bantu<br />
e a cultura brasileira, uma vez<br />
que estes povos se constituíram<br />
na maior leva populacional de<br />
escravizados que foram trazidos<br />
para nosso país durante o<br />
período colonial. Comparem os<br />
instrumentos usados e os ritmos<br />
musicais africanos, contidos no<br />
texto, e façam cartazes ilustrados<br />
mostrando as semelhanças e<br />
influências entre essas nações.