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2006 - I - Vestibular IMED

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28. Sobre o Realismo brasileiro, é correto<br />

afirmar:<br />

a) Foi uma estética pouco significativa no painel<br />

literário brasileiro, pois ficou afastada<br />

dos problemas nacionais, questão bastante<br />

trabalhada pelo Romantismo.<br />

b) Teve grande influência do Iluminismo francês,<br />

daí o aspecto libertário de alguns romances<br />

de nossos escritores realistas,<br />

como Machado de Assis e Raul Pompéia.<br />

c) Deu especial importância à questão cultural,<br />

buscando as raízes da cultura brasileira<br />

no folclore e nos costumes do povo.<br />

d) Embora na prosa houvesse um afastamento<br />

dos ideais estéticos do movimento romântico,<br />

que o antecedeu, o Parnasianismo,<br />

contraparte poética do Realismo no<br />

contexto brasileiro, não conseguiu se desvencilhar<br />

do sentimentalismo e de alguns<br />

temas preferidos do Romantismo, como o<br />

índio e o escravo, explorando-os com<br />

freqüência.<br />

e) Sua tendência a retratar a realidade com<br />

objetividade e imparcialidade está pautada<br />

nos postulados filosóficos e científicos que<br />

alcançaram grande popularidade no final do<br />

século XIX, como o positivismo e o<br />

darwinismo.<br />

29. As obras consideradas marcos iniciais<br />

dos movimentos literários revelam, na<br />

maioria das vezes, a temática e a estética<br />

predominantes nos diferentes períodos<br />

da nossa literatura, correspondendo quase<br />

sempre ao pensamento crítico, aos valores<br />

e à ideologia de uma época em mudança.<br />

Assinale a alternativa incorreta quanto à<br />

correspondência entre a obra e as características<br />

estéticas e históricas do período<br />

a que ela pertence.<br />

a) A Bagaceira (1928) é a primeira obra daquilo<br />

que se chamaria “romance social de<br />

30”, da segunda fase do Modernismo brasileiro,<br />

e definiu ao mesmo tempo uma<br />

direção formal - de cunho realista - e um veio<br />

temático - os engenhos do Nordeste, a seca,<br />

o retirante, o jagunço - que seriam explorados<br />

por autores como Rachel de Queiroz e<br />

José Lins do Rego.<br />

b) Paulicéia desvairada (1922), de Mário de<br />

Andrade, é uma das obras que principia o<br />

movimento modernista brasileiro e representa<br />

a defesa da concepção formal da arte,<br />

aderindo ao Cubismo e à teoria naturalista<br />

do momento, em que o autor afirma ter fundado<br />

um modo racional de criação poética,<br />

com vistas à “escrita objetiva”, num momento<br />

de grande renovação da sociedade brasileira.<br />

c) Missal e Broquéis (1893), de Cruz e Sousa,<br />

marcam oficialmente o início do Simbolismo<br />

no Brasil, movimento que se destacou<br />

pela concepção mística do mundo, pelo conhecimento<br />

ilógico e intuitivo, em oposição<br />

ao racionalismo predominante na época.<br />

d) O Mulato (1881), de Aluísio Azevedo, é a<br />

obra que dá início ao Naturalismo no Brasil<br />

e teve como característica principal a influência<br />

das teorias deterministas de Taine,<br />

positivistas de Comte e evolucionistas de<br />

Darwin, o que fez com que na literatura predominasse<br />

a crença de que as forças naturais<br />

e sociais determinam a vida dos homens.<br />

e) Suspiros poéticos e saudades (1836), de<br />

Gonçalves de Magalhães, inaugura o movimento<br />

romântico no Brasil, que se definiu<br />

pela valorização das emoções, pelo culto à<br />

natureza e pelo individualismo, em oposição<br />

à sobriedade, equilíbrio e busca de<br />

objetividade dos neoclássicos, num momento<br />

em que se buscava a definição da<br />

nacionalidade brasileira.<br />

30. Leia o poema abaixo, de Gregório de<br />

Matos Guerra, que faz parte da poesia<br />

lírica barroca, com temática religiosa.<br />

A Jesus Cristo Nosso Senhor<br />

Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,<br />

Da vossa alta clemência me despido;<br />

Porque quanto mais tenho delinqüido,<br />

Vos tenho a perdoar mais empenhado.<br />

Se basta a vos irar tanto pecado,<br />

A abrandar-vos sobeja um só gemido;<br />

Que a mesma culpa, que vos há ofendido,<br />

Vos tem para o perdão lisonjeado.<br />

Se uma ovelha perdida e já cobrada<br />

Glória tal e prazer tão repentino<br />

Vos deu, como afirmais na sacra história,<br />

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,<br />

Cobrai-a; e não queirais, pastor divino,<br />

Perder na nossa ovelha a vossa glória.

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