Batiusp é o único batiscafo do Brasil produzido em ... - Universia Brasil
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<strong>Batiusp</strong> <strong>é</strong> o <strong>único</strong> <strong>batiscafo</strong> <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> produzi<strong>do</strong><br />
<strong>em</strong> uma Universidade<br />
04/12/2003<br />
Em julho de 1979, pesquisa<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Instituto Oceanográfico (IO) da USP e da Lamont Doherty<br />
Gelogical Laboratory da Universidade de Columbia, EUA, desenvolviam pesquisas nos Roche<strong>do</strong>s<br />
de São Pedro e São Paulo, localiza<strong>do</strong>s a cerca de mil quilômetros da costa brasileira. O objetivo<br />
era estudar as correntes equatoriais. Para isso, foram instala<strong>do</strong>s mar<strong>é</strong>grafos (aparelhos que,<br />
coloca<strong>do</strong>s sob bóias localizadas na superfície, mediam o nível <strong>do</strong> mar) nos roche<strong>do</strong>s e <strong>em</strong> um<br />
"monte submarino", na parte Oeste <strong>do</strong> Atlantico, próximo à linha <strong>do</strong> Equa<strong>do</strong>r Terrestre, <strong>em</strong> frente<br />
à cidade de São Luiz <strong>do</strong> Maranhão.<br />
Mas, por um acidente, no instante da sua recuperação os aparelhos se desprenderam das bóias<br />
e caíram no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> mar, há aproximadamente 100 metros da superfície. Havia a necessidade<br />
de recuperá-los.<br />
Essa foi a motivação inicial para a criação <strong>do</strong> <strong>Batiusp</strong>, o primeiro <strong>batiscafo</strong> construí<strong>do</strong> no <strong>Brasil</strong> e<br />
o <strong>único</strong>, at<strong>é</strong> hoje, a ser produzi<strong>do</strong> por uma universidade. Somente esta cápsula de aço, capaz de<br />
conservar a pressão adequada e condições de vida, ligada a um navio por um cabo<br />
eletromecânico - que garantia a comunicação telefônica com a USP - poderia resgatar os<br />
mar<strong>é</strong>grafos, já que a área tinha uma grande quantidade de tubarões.<br />
Seguiu-se a isso quase um ano de testes para que, no início de 1980, o <strong>Batiusp</strong> já pudesse ser<br />
utiliza<strong>do</strong>. "Naquele momento, a indústria nacional não sabia como produzir um <strong>batiscafo</strong>. O<br />
equipamento funcionou como um 'Ovo de Colombo'", comenta o professor Afrânio Mesquita,<br />
coordena<strong>do</strong>r <strong>do</strong> projeto. A criação <strong>do</strong> <strong>Batiusp</strong> ficou a cargo, al<strong>é</strong>m de Mesquita, de Paulo Mancuso<br />
Tupinambá e Jos<strong>é</strong> Mário Conceição de Souza, na <strong>é</strong>poca alunos <strong>do</strong> IO.<br />
O equipamento teve sua eficácia comprovada, sen<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> <strong>em</strong> diversas ocasiões - mesmo<br />
s<strong>em</strong> recuperar os mar<strong>é</strong>grafos de São Pedro e São Paulo. O <strong>Batiusp</strong> serviu para facilitar o uso de<br />
investigações no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> mar, já que, tripula<strong>do</strong>, podia descer a uma profundidade de at<strong>é</strong> 100<br />
metros.<br />
Repercussão nacional<br />
A iniciativa motivou a indústria nacional - a FINEP "abraçou o projeto", aponta o professor. "Na<br />
<strong>é</strong>poca, estavam acontecen<strong>do</strong> as primeiras descobertas de petróleo no mar, como as da Bacia de<br />
Campos, no Rio de Janeiro, e havia grande interesse por parte da Petrobrás nesse tipo de<br />
desenvolvimento", conta o professor. A Marinha <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>, segun<strong>do</strong> ele, tamb<strong>é</strong>m d<strong>em</strong>onstrou<br />
interesse. "Naquele momento, os interesses se juntaram. Posteriormente ao <strong>Batiusp</strong>, a tecnologia<br />
náutica nacional teve uma s<strong>é</strong>rie de avanços, já que havia uma s<strong>é</strong>rie de informações já obtidas",<br />
explica. Os alunos que desenvolveram o <strong>batiscafo</strong> seguiram para a indústria náutica: Souza<br />
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ingressou na Petrobrás, enquanto Tupinambá criou a CONSUB, <strong>em</strong>presa destinada à construção<br />
de equipamentos para pesquisas no mar.<br />
Para o professor, aquele foi um <strong>do</strong>s momentos interessantes da sua carreira como <strong>do</strong>cente da<br />
USP. "Produzimos aqui, no IO, um equipamento que teve repercussão nacional. A Universidade<br />
nos paga salário para darmos aula e atendermos a sua parte administrativa; os restantes são<br />
pagos àqueles que, al<strong>é</strong>m <strong>do</strong> mais, são vocaciona<strong>do</strong>s a exercer livr<strong>em</strong>ente atividades de pesquisa<br />
e as <strong>do</strong> ócio de pensar a fronteira <strong>do</strong> conhecimento. Guardadas as devidas proporções e, <strong>em</strong><br />
nível local, o desenvolvimento <strong>do</strong> <strong>Batiusp</strong> foi um ex<strong>em</strong>plo de atividade universitária b<strong>em</strong> sucedida<br />
daquela ocasião", recorda.<br />
Fonte: USP<br />
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