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ESTIMATIVA DE DENSIDADE DE MACHOS DE Procnias nudicollis ...

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UNIVERSIDA<strong>DE</strong> FE<strong>DE</strong>RAL DO PARANÁ<br />

SETOR <strong>DE</strong> CIÊNCIAS BIOLÓGICAS<br />

SAMUEL LOPES OLIVEIRA<br />

<strong>ESTIMATIVA</strong> <strong>DE</strong> <strong>DE</strong>NSIDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> <strong>MACHOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>Procnias</strong> <strong>nudicollis</strong><br />

(Vieillot, 1817) POR MEIO <strong>DE</strong> COMPORMAMENTO <strong>DE</strong> CORTE.<br />

CURITIBA<br />

2010<br />

0


SAMUEL LOPES OLIVEIRA<br />

<strong>ESTIMATIVA</strong> <strong>DE</strong> <strong>DE</strong>NSIDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> <strong>MACHOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>Procnias</strong> <strong>nudicollis</strong><br />

(Vieillot, 1817) POR MEIO <strong>DE</strong> COMPORMAMENTO <strong>DE</strong> CORTE.<br />

Projeto apresentado ao Curso de Pósgraduação<br />

em Ecologia e Conservação, Setor<br />

de Ciências Biológicas da Universidade<br />

Federal do Paraná, como requisito parcial para<br />

obtenção do título de Mestre em Ciências<br />

Biológicas, área de concentração Ecologia e<br />

Conservação.<br />

Orientador: James J. Roper, PhD.<br />

CURITIBA


2010


SUMÁRIO<br />

1 Introdução ...................................................................................................................... 1<br />

1.1 Família Cotingidae .................................................................................................. 2<br />

1.1.1 Siatema de acasalamento em “lek”.................................................................... 2<br />

1.2 <strong>Procnias</strong> <strong>nudicollis</strong> (Vieillot, 1817) ......................................................................... 3<br />

1.3 Amostragem por distância (Distance) ...................................................................... 6<br />

2 Objetivos........................................................................................................................ 8<br />

2.1 Objetivos gerais....................................................................................................... 8<br />

2.2 Objetivos específicos............................................................................................... 8<br />

3 Material e Métodos......................................................................................................... 9<br />

3.1 Área de estudo......................................................................................................... 9<br />

3.2 Coleta de dados ....................................................................................................... 9<br />

3.3 Análise dos dados.................................................................................................. 11<br />

CRONOGRAMA............................................................................................................ 12<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. 13


1 Introdução<br />

Coletar informações sobre a biologia da reprodução é uma parte importante de<br />

muitos estudos de ecologia populacional de aves e é essencial para identificar medidas de<br />

conservação efetivas para espécies em declínio ou ameaçadas. Informações do tamanho de<br />

populações de determinadas espécies podem ser utilizadas para definir prioridades,<br />

permitindo focar o esforço de conservação nas espécies que mais precisam de atenção. Em<br />

geral, tamanhos menores de população associado com grande risco de extinção local,<br />

regional ou global. Listas de espécies ameaçadas são fortemente baseadas em informações<br />

de tamanhos populacional (Sutherland et al. 2004).<br />

Reprodução é o evento mais influente na vida de qualquer animal e determina a<br />

sequência de eventos durante o ciclo. Em espécies móveis como as aves, movimentos e<br />

mudanças na abundância podem estar altamente correlacionadas com o ciclo reprodutivo, e<br />

o conhecimento da época de reprodução geralmente fornece as pistas para a interpretação<br />

dos movimentos e mudanças na abundância (Davis 1945).<br />

Realizar censo de aves tropicais apresenta várias dificuldades principalmente por<br />

causa das maiorias das técnicas terem sido desenvolvidas para regiões temperadas (Karr<br />

1981). Censos que estimam a densidade (ponto/mapeamento de território) tem sido usados<br />

no neotrópico (Terborgh et al. 1990, Thiollay 1994), porém estas técnicas não são<br />

apropriadas para espécies que realizam o sistema de acasalamento em “lek, aves não<br />

territoriais com área de vida muito grande ou com territorialidade interespecífica<br />

(Robinson and Terborgh 1995).


1.1 Família Cotingidae<br />

Os cotingídeos fazem parte do grupo de aves Suboscines neotropicais da Ordem<br />

Passeriformes, sendo esta Família composta de 93 espécies e 35 gêneros (Prum 2000). Os<br />

representantes dessa Família ocorrem do México ao Brasil meridional, norte da Argentina<br />

e Bolívia. Possuem cabeça larga, bico forte, boca e asas grandes e largas. As pernas são<br />

curtas e os pés adequados a pousar comodamente em galhos. Na maioria vivem nos<br />

estratos mais altos da mata, onde não é fácil observá-los. Os gritos dos machos de<br />

Cotingidae são muitos e emitidos incansavelmente durante o período reprodutivo, fora dele<br />

geralmente são silenciosos. São, sobretudo frugívoras, alimentam-se especialmente dos<br />

frutos grandes com sementes volumosas de Lauraceae e Burceraceae. Colhem o fruto em<br />

pleno vôo, cospem as sementes maiores enquanto as menores passam pelo trato digestivo<br />

(Sick 1997). Estão entre os mais eficientes dispersores de plantas cujos frutos se<br />

alimentam. Além de regurgitar as sementes, as que passam pelos intestinos brotam mais<br />

rápido (Snow 1971).<br />

A alimentação farta disponíveis nas matas neotropicais para essas aves faz com que<br />

elas economizem tempo e força, assim as fêmeas são capazes de criar a prole sozinhas<br />

enquanto os machos se dedicam às exibições nos palcos. Como conseqüência são<br />

poligínicos, e juntamente com a poliginia, a maioria dos cotingídeos desenvolveram um<br />

dimorfismo sexual muito pronunciado e o sistema de acasalamento em “lek” (Snow 1963,<br />

Snow 1982, Sick 1997,).<br />

1.1.1 Siatema de acasalamento em “lek”<br />

Segundo Bradbury (1981) “Lek” é um sistema de acasalamento no qual (1) vários<br />

machos se exibem em arenas, (2) machos não fornecem recursos significantes para as<br />

2


fêmeas, (3) as fêmeas escolhem entre os machos locais (elas não são agrupadas ou<br />

acasaladas a força por qualquer macho), e (4) machos não participam do cuidado parental.<br />

Em “leks” típicos de aves, os machos se exibem próximos em uma área tradicional de<br />

exibição, onde competem por posições centrais ou por fêmeas. Estas visitam os “leks” e<br />

acasalam com certos machos, mas não formam longas ligações sociais. As fêmeas criam<br />

sozinhas os filhotes longe do “lek”; o envolvimento do macho na reprodução termina na<br />

copula. Em algumas espécies os machos se exibem em arenas sem contato visual, mas com<br />

contato auditivo; como nos “leks” explodidos ou dispersos (Gilliard 1969, Emlen & Oring<br />

1977). Este tipo de “lek” apresenta uma organização espacial de uma população na qual<br />

cada macho que pode interagir em uma estação de reprodução tem um território de<br />

exibição separado. Os machos geralmente defendem seus locais de exibição contra outros<br />

machos independentemente de quão perto os vizinhos mais próximos estão. Os territórios<br />

entre os locais de exibição não são defendidos (Payne 1984). Nos “leks”, os machos da<br />

Família Cotingidae executam várias formas de exibição de corte ritualizada, tanto solitários<br />

como em arenas de “lek” (Snow 1982).<br />

1.2 <strong>Procnias</strong> <strong>nudicollis</strong> (Vieillot, 1817)<br />

A araponga - <strong>Procnias</strong> <strong>nudicollis</strong> (Vieillot, 1817) - é uma espécie endêmica da<br />

Mata Atlântica (Bencke, et al. 2006) sua distribuição histórica era ao longo do Brasil<br />

oriental, da Paraíba e Pernambuco ao Rio Grande do Sul, alcançando o sul do Mato Grosso<br />

do Sul, o leste do Paraguai e a Província de Missiones, no nordeste da Argentina (Ridgely<br />

& Tudor 1994, Pacheco & Whitney 1995, Sick 1997).<br />

É um dos pássaros mais característicos da Mata Atlântica, sendo bem conhecido<br />

pelo seu canto que lembra ora um som produzido por uma martelada forte, ora o atrito de<br />

3


uma lima contra o ferro. A vocalização da araponga está entre as mais fortes vozes de aves<br />

do mundo. Possui uma siringe muito musculosa, a martelada é sucedida por um som alto e<br />

estridente que se supões ser produzido por outra parte do aparelho fonador; nesta espécie<br />

notam-se alterações na voz com a puberdade, sua martelada atinge a perfeição apenas do<br />

segundo ao terceiro ano de vida. Pensou-se que a fêmea de araponga fosse muda, mas<br />

acha-se provável que a voz de advertência registrada para machos e imaturos de sexo<br />

desconhecido possa ser executada por fêmeas (Sick, 1997). Os machos imaturos têm uma<br />

voz crocitante e grasnam (podendo ser diferenciados do adulto). Analisando mais<br />

detalhadamente o canto do macho Leuchtenberger (2004) determinou que estes possuem<br />

três tipos diferentes de vocalização, dois isolados e um sequencial, a última aparentemente<br />

é uma característica importante para a escolha das fêmeas.<br />

Vive preferencialmente em mata primária, porém ocorre em mata secundária<br />

dependendo da ocorrência de árvores frutíferas (Aleixo & Galetti 1997, Sick 1997). É uma<br />

espécie considerada inteiramente frugívora, consumido frutos de plantas das famílias<br />

Arecaceae, Myrtaceae, Myrcinaceae, Moraceae, Myristicaceae, Apocynaceae,<br />

Sapindaceae, Lauraceae, Leguminosae, Burseraceae, Malpighiaceae, Celastraceae,<br />

Elaeocarpaceae, Araliaceae e Liliaceae (Almeida & Teixeira 1996, Sick 1997, Pizo et al.<br />

2002).<br />

O macho adulto apresenta corpo branco e faces nuas esverdeadas. Fêmea menor<br />

com partes superiores verdes, mas de cabeça cinza e partes inferiores estriadas de amarelo-<br />

esverdeado e cinzento, garganta cinzenta e estriada. Macho imaturo semelhante à fêmea,<br />

mas com cabeça e garganta negras, substitui as penas verdes sucessivamente por cinzento-<br />

esverdeada e brancas. Na araponga a plumagem adulta é atingida apenas no terceiro ano de<br />

vida, nas mudas anteriores apresenta penas brancas marmoreadas de cinzento, parecendo<br />

4


quase intermediária entre o padrão do jovem e do adulto. A garganta torna-se meio nua já<br />

no primeiro ano (Sick 1997).<br />

O período reprodutivo da araponga se estende de setembro a fevereiro, neste<br />

período os machos adultos estabelecem seu ponto em um grupo de árvores dentro da<br />

floresta freqüentando determinados galhos onde canta com perseverança na maior parte do<br />

dia. Recebe visitas de vizinhos e de fêmeas. Os pontos, se permanecerem intactos, são<br />

usados anos a fio. Pode haver certa coordenação dos gritos, os membros de um grupo não<br />

gritam o mesmo tempo. O que pode ocorrer com araponga caso existam vários indivíduos<br />

ao alcance mútuo da voz. A construção do ninho e a criação do filhote é realizada somente<br />

pela fêmas. O ninho é uma tigela rasa lembrando ninhos de pombos, com diâmetro de 16<br />

cm, reúne pouco material na construção O ovo tem forma oval, cor parda-vermelha e tem<br />

no pólo rombo uma coroa formada por manchas pardo-escuras. Pode possuir dois ninhegos<br />

que são alimentados inteiramente com frutas. (Sick 1997).<br />

As migrações ocorrem fora da época de reprodução, notado pelo desaparecimento<br />

ou aparecimento das diferentes espécies. O controle é difícil, pois não vocalizam nesses<br />

períodos nem formam bandos, permanecendo pelas copas onde passam facilmente<br />

despercebidas. As migrações são em geral deslocamentos altitudinais provocados pela<br />

fartura de frutos em outras regiões, porém pode ser considerada como migrante austral<br />

parcial. Estes movimentos são pouco conhecidos, além disso, a espécie é considerada com<br />

prioridade alta para pesquisa (Stotz et al. 1996, Sick 1997).<br />

A araponga está ameaçada de extinção em nível global, nos estados do Rio Grande<br />

do Sul, Minas Gerais e São Paulo na categoria vulnerável (Bencke et al. 2003, IUCN 2010,<br />

Lins et al. 1997, São Paulo 1998), provavelmente ameaçada no Rio de Janeiro (Bergallo et<br />

al. 2000) e Em Perigo na Argentina (Fraga 1997). A destruição e a fragmentação das<br />

5


florestas ao longo da área de ocorrência da espécie são as causas do seu declínio ou<br />

desaparecimento e grandes ameaças à sua sobrevivência, sendo um frugívoro especializado<br />

que depende de um suprimento contínuo de frutos ao longo do ano (Bencke et al. 2003).<br />

Também a perseguição da espécie tanto para caça quanto pelo mercado de aves em gaiolas<br />

representa outra ameaça (Aleixo & Galetti 1997, Sick 1997).<br />

Não existem estudos publicados acerca do comportamento da araponga, outros<br />

representantes do mesmo Gênero (<strong>Procnias</strong> alba, <strong>Procnias</strong> averano e <strong>Procnias</strong><br />

tricarunculata) já foram estudados (Snow 1970, Snow 1973, Snow 1977), focando<br />

principalmente no comportamento reprodutivo. Assim, existe uma grande lacuna de dados<br />

populacionais destas espécies.<br />

1.3 Amostragem por distância (Distance)<br />

Amostragem por distância é uma técnica especializada de estimar a densidade e/ou<br />

abundância de populações de espécies através de contagens em transecções em linha ou<br />

pontos em transecções. Reúne um conjunto de métodos nos quais a distância de uma linha<br />

ou ponto de detecção são registrados, assim a densidade dos objetos é estimada. A<br />

estimativa de densidade aumenta com o número de aves registradas (mínimo de 40<br />

registros recomendados). Os pressupostos fundamentais do método de distância são que<br />

todos os indivíduos na transecção são registrados e que estes não devem se mover em<br />

resposta à detecção a prior do observador (Buckland et al. 2001, Thomas et al. 2002,<br />

Thomas et al. 2010).<br />

Este tipo de amostragem leva em consideração o fato que o número de aves que<br />

vemos e ouvimos diminui quanto maior a distância do observador. Além de modelar em<br />

função da distância e estimar a densidade levando em conta as aves que foram observadas<br />

6


mais as que provavelmente estariam presentes, mas não foram detectadas. Sendo um<br />

método fortemente recomendado (Sutherland et al. 2004).<br />

Quando repetidas em intervalos regulares, as contagens permitem mapear<br />

mudanças nas populações de aves. No período reprodutivo uma maior proporção de<br />

machos podem ser detectados em um menor número de locais do que usualmente. Uma ou<br />

duas contagens de “leks” pode ser o suficiente para ter um censo razoável e eficiente da<br />

população local (Sutherland et al. 2004). Também podem ser produzidas razões de jovens<br />

e adultos que são utilizados para estimar a produtividade anual em algumas espécies. A<br />

validade dessas contagens depende que o método de pesquisa tenha a mesma probabilidade<br />

de detectar jovens e adultos e que eles possam ser distinguidos de modo confiável<br />

(Sutherland et al. 2004).<br />

7


2 Objetivos<br />

2.1 Objetivos gerais<br />

• Determinar a fenologia do display da espécie.<br />

• Estimar a densidade dos machos durante o período reprodutivo.<br />

2.2 Objetivos específicos<br />

• Determinar a variação da densidade dos machos durante a época de display.<br />

• Avaliar a variação temporal dos machos jovens e como interfere com a estimativa<br />

de densidade.<br />

• Observar se alguma característica da sequência anual de display está associada com<br />

a época de aparecimento das fêmeas.<br />

• Examinar se a proporção do tipo de canto está associado com a densidade dos<br />

machos.<br />

8


3 Material e Métodos<br />

3.1 Área de estudo<br />

O Parque Mananciais da Serra situa-se no município de Piraquara – PR (25 o 30’S,<br />

48 o 56’W), no estremo sul da Serra do Marumbi, em vale formado entre os morros Canal e<br />

Vigia, na vertente oeste da Serra do Mar. Esta região faz parte da Área de Proteção<br />

Ambiental (APA) do Piraquara, com base no decreto n o . 1754, de seis de maio de 1996,<br />

sendo área de especial interesse turístico (AEIT) e reserva da biosfera da Mata Atlântica,<br />

incluída em tombamento da Serra do Mar. O acesso à área se da a partir da BR-277, Km 62<br />

(sentido Paranaguá-Curitiba), de onde se segue por estrada secundária de acesso à sede dos<br />

Mananciais da Serra (área sob jurisdição da empresa de águas – SANEPAR). Localiza-se<br />

em altitudes que variam de 950 a 1020 metros acima do nível do mar, em ambiente que o<br />

levantamento florístico e estrutural realizado por Lacerda (1999) caracterizou como região<br />

de transição entre floresta ombrófila densa montana e floresta ombrófila mista.<br />

3.2 Coleta de dados<br />

O método de amostragem por distância será realizado em uma transecção de 10 km<br />

em uma estrada já existente no Parque (Fig.1). Esta transecção deverá ser repetida<br />

semanalmente iniciando junto com o período reprodutivo da araponga até quando não for<br />

mais registrado o canto dos machos na área. Por se tratar de um ambiente florestal, na<br />

maioria das vezes não será possível o avistamento do indivíduo, portanto a estimativa da<br />

distância deste para a linha da transecção será feita utilizando triangulação, modificado<br />

com base em Bibby et al. (1998).<br />

9


Durante a transecção, quando um indivíduo for identificado vocalizando, um ponto<br />

perpendicular a ele será marcado por GPS e um segundo ponto será marcado após ter sido<br />

percorrido alguns metros. Neste segundo ponto o ângulo em relação ao indivíduo será<br />

determinado utilizando-se uma bússola. Com os dados dos ângulos e as distâncias entre o<br />

primeiro e o segundo ponto poderá ser calculada, utilizando trigonometria, a distância<br />

perpendicular entre o indivíduo e a transecção.<br />

Figura 1 - Mapa com a transecção de 10 km que será percorrida para contagem dos<br />

indivíduos de <strong>Procnias</strong> <strong>nudicollis</strong>.<br />

Para determinar a taxa dos tipos de canto serão feitos pontos de escuta durante todo<br />

o período reprodutivo. Machos em comportamento de leque vão ser monitorados por dez<br />

atividades vocais para determinar as proporções dos três tipos de vocalização. Sendo a<br />

proporção do canto seqüencial a variável de interesse. Este tipo de canto apresenta uma<br />

10


característica variável que é o número de repetições realizadas em cada sequência, o que<br />

também demonstra o esforço realizado pelo macho.<br />

3.3 Análise dos dados<br />

Os dados coletados nas transecções serão analisados utilizando o software R, que<br />

será calibrado para calcular a distância do individuo em relação à transecção através dos<br />

ângulos e da distância entre os pontos. As distâncias já calculadas serão analisadas pelo<br />

software Distance (Thomas, et al. 2010), que dará a estimativa da densidade para cada<br />

amostragem. Os valores de densidade serão comparados ao longo do período reprodutivo<br />

para avaliar o padrão da dinâmica reprodutiva da espécie, o valor mais alto deverá ser o<br />

valor real da densidade dos machos na área.<br />

Para determinar se existe relação entre a densidade dos machos e o esforço no<br />

comportamento reprodutivo será feito um teste de correlação entre a densidade e a<br />

proporção do vocal seqüencial.<br />

11


Disciplinas X X<br />

Coleta de<br />

dados<br />

Análise de<br />

dados<br />

Escrita da<br />

dissertação<br />

Levantamento<br />

Bibliográfico<br />

1 trim 2 trim 3 trim 4 trim 5 trim 6 trim 7 trim 8 trim<br />

X X X<br />

X X X X<br />

CRONOGRAMA<br />

12<br />

X X<br />

X X X X X X X X


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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