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religião e pragmatismo em william james - Universidade Federal de ...

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James, 1995). Se Deus se revela útil, seja como fornecedor <strong>de</strong> alimentos, suporte moral,<br />

amigo ou qualquer outra coisa, a consciência religiosa não pe<strong>de</strong> mais do que isso.<br />

Mas além do ponto <strong>de</strong> vista da mera utilida<strong>de</strong> subjetiva, também cabe indagar<br />

sobre o próprio conteúdo intelectual. Para essa tarefa são feitas duas perguntas: Debaixo <strong>de</strong><br />

toda a varieda<strong>de</strong> e discrepância <strong>de</strong> credos, existe um núcleo comum <strong>de</strong> que eles possam dar<br />

test<strong>em</strong>unho <strong>de</strong> maneira unânime? E <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os consi<strong>de</strong>rar esse test<strong>em</strong>unho como verda<strong>de</strong>iro?<br />

James respon<strong>de</strong> a primeira pergunta afirmativamente e ressalta um certo<br />

julgamento que está presente <strong>em</strong> todas as religiões, esse julgamento se divi<strong>de</strong> <strong>em</strong> duas<br />

partes: uma inquietu<strong>de</strong>; e sua solução.<br />

A inquietu<strong>de</strong> r<strong>em</strong>ete a um sentimento <strong>de</strong> que existe algo errado a nosso respeito<br />

tal como estamos naturalmente. Enquanto que a sua solução acontece se fizermos uma<br />

conexão apropriada com os po<strong>de</strong>res superiores. Nas mentes mais <strong>de</strong>senvolvidas, o erro<br />

assume um caráter moral e a salvação um toque místico. Na medida <strong>em</strong> que o indivíduo<br />

sofre a conseqüência do seu erro e o critica, ele está consciente da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que<br />

exista além <strong>de</strong>le algo mais elevado e num contato com esse algo. Existe nele, juntamente<br />

com a parte errada, uma parte mais elevada <strong>de</strong> si mesmo. Quando chega na fase da<br />

salvação, o hom<strong>em</strong> i<strong>de</strong>ntifica o seu verda<strong>de</strong>iro eu com essa parte mais elevada <strong>de</strong> si. James<br />

<strong>de</strong>screve esse processo da seguinte maneira: “Torna-se consciente <strong>de</strong> que essa parte mais<br />

elevada é contínua e vizinha <strong>de</strong> um MAIS da mesma qualida<strong>de</strong>, operativo no universo fora<br />

<strong>de</strong>le, e com qu<strong>em</strong> ele po<strong>de</strong> manter um contato ativo e, <strong>de</strong> certo modo, subir a bordo e<br />

salvar-se quando todo o seu ser inferior se houver estraçalhado no naufrágio” (Id<strong>em</strong><br />

Ibid<strong>em</strong>).<br />

A segunda pergunta vai se relacionar com a verda<strong>de</strong> daquele “MAIS da mesma<br />

qualida<strong>de</strong>”. Será que esse “mais” realmente existe ou será apenas a nossa própria noção? Se<br />

existir, <strong>em</strong> que forma existe? Age, além <strong>de</strong> existir? Todas as teologias concordam que esse<br />

“mais” realmente existe, que ele tanto age como existe, e que alguma coisa realmente se<br />

opera para melhor quando atiramos nossa vida <strong>em</strong> suas mãos.<br />

Por fim, James procura conceituar esse “mais” <strong>de</strong> forma a se ajustar com tanta<br />

facilida<strong>de</strong> aos fatos que a lógica científica não encontraria nenhum pretexto para não<br />

reconhecê-lo como verda<strong>de</strong>iro.<br />

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