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religião e pragmatismo em william james - Universidade Federal de ...

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eligião, cujo cultivador precisa familiarizar-se com tantas superstições abjetas e horríveis,<br />

que lhe aco<strong>de</strong> facilmente à cabeça a presunção <strong>de</strong> que qualquer crença religiosa é<br />

provavelmente falsa. A conseqüência disso é que as conclusões da ciência das religiões têm<br />

tantas probabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> contrárias quantas têm <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> favoráveis à afirmação <strong>de</strong><br />

que a essência da <strong>religião</strong> é verda<strong>de</strong>ira.<br />

Uma característica marcante é que a vida religiosa gira <strong>em</strong> torno do indivíduo, é<br />

o interesse do indivíduo pelo seu <strong>de</strong>stino pessoal. Os <strong>de</strong>uses <strong>em</strong> que as pessoas acreditam<br />

concordam entre si no reconhecimento <strong>de</strong> chamados pessoais. O indivíduo religioso diz que<br />

o divino v<strong>em</strong> ao seu encontro no terreno dos seus interesses pessoais.<br />

Em oposição a isso, a ciência rejeita inteiramente o ponto <strong>de</strong> vista pessoal. “Ela<br />

cataloga os seus el<strong>em</strong>entos e registra as suas leis indiferente ao propósito que possam<br />

manifestar, e constrói suas teorias s<strong>em</strong> curar da relação <strong>de</strong>las com as ansieda<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>stinos<br />

humanos” (Id<strong>em</strong> Ibid<strong>em</strong>). O Deus que a<strong>de</strong>quava as maiores coisas da natureza aos<br />

caprichos insignificantes das necessida<strong>de</strong>s particulares dos homens não é mais reconhecido,<br />

o único Deus que a ciência po<strong>de</strong>ria reconhecer há <strong>de</strong> ser um Deus exclusivamente <strong>de</strong> leis<br />

naturais. Ele não po<strong>de</strong> acomodar os seus processos à conveniência dos indivíduos.<br />

Mas apesar <strong>de</strong>sse apelo à impessoalida<strong>de</strong> da atitu<strong>de</strong> científica para dar um certo<br />

ar <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> espírito, James afirma que a ciência é superficial.<br />

“A razão é que, enquanto lidarmos com o cósmico e o geral, lidar<strong>em</strong>os<br />

apenas com os símbolos da realida<strong>de</strong>, mas logo que lidarmos com fenômenos<br />

privados e pessoais como tais, estar<strong>em</strong>os lidando com realida<strong>de</strong>s no sentido<br />

mais completo do termo”. E continua a explicação. “O mundo da experiência<br />

consiste s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> duas partes, uma objetiva e outra subjetiva; a primeira po<strong>de</strong><br />

ser incalculavelmente mais extensa que a última, mas a última não po<strong>de</strong> ser<br />

omitida n<strong>em</strong> suprimida. (...) os objetos cósmicos, na medida <strong>em</strong> que a<br />

experiência os oferece, são apenas imagens i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong> alguma coisa cuja<br />

existência não possuímos interiormente, mas apenas miramos exteriormente, ao<br />

passo que o estado interior é a nossa própria experiência; sua realida<strong>de</strong> e a da<br />

nossa experiência são uma só. (...) Esse sentimento, que não po<strong>de</strong> ser<br />

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