religião e pragmatismo em william james - Universidade Federal de ...
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po<strong>de</strong>res mais altos com os quais se sent<strong>em</strong> relacionados. Essa relação é compreendida<br />
como ativa e mútua ao mesmo t<strong>em</strong>po. Se ele não for <strong>de</strong> fato efetivo, se não for uma relação<br />
<strong>de</strong> permuta, então a oração, tomada no significado amplo <strong>de</strong> uma sensação <strong>de</strong> que alguma<br />
transação está acontecendo, é um sentimento ilusório. Mas mesmo assim, “na melhor das<br />
hipóteses, quando as experiências diretas <strong>de</strong> oração for<strong>em</strong> excluídas como falsos<br />
test<strong>em</strong>unhos, po<strong>de</strong>rá sobrar uma crença inferencial <strong>em</strong> que toda a ord<strong>em</strong> da existência <strong>de</strong>ve<br />
<strong>de</strong>ter uma causa divina” (James, 1995).<br />
A autenticida<strong>de</strong> da <strong>religião</strong> está, portanto, ligada à questão <strong>de</strong> saber se a<br />
consciência <strong>de</strong>vota é ou não é enganosa. A convicção <strong>de</strong> que algo está genuinamente sendo<br />
transacionada nessa consciência é o verda<strong>de</strong>iro âmago da <strong>religião</strong>. “Através da oração,<br />
insiste a <strong>religião</strong>, realizam-se as coisas que não pod<strong>em</strong> ser realizadas <strong>de</strong> nenhum outro<br />
modo: a energia que, não fora a oração, estaria atada, é <strong>de</strong>satada pela oração e opera <strong>em</strong><br />
alguma parte, objetiva ou subjetiva, do mundo dos fatos” (Id<strong>em</strong> Ibid<strong>em</strong>).<br />
Tendo exposto todo esse material, pod<strong>em</strong>os agora fazer as conclusões finais do<br />
trabalho. Resumindo da maneira mais ampla possível, James caracteriza as seguintes<br />
crenças:<br />
“1. Que o mundo visível é parte <strong>de</strong> um universo mais espiritual do qual<br />
ele tira sua principal significação;<br />
“2. Que a união ou a relação harmoniosa com esse universo mais<br />
elevado é a nossa verda<strong>de</strong>ira finalida<strong>de</strong>;<br />
“3. Que a oração ou a comunhão interior com o espírito <strong>de</strong>sse universo<br />
mais elevado – seja ele ‘Deus’ ou a ‘lei’ – é um processo <strong>em</strong> que se faz<br />
realmente um trabalho, e <strong>em</strong> que a energia espiritual flui e produz efeitos,<br />
psicológicos ou materiais, <strong>de</strong>ntro do mundo fenomênico.<br />
“A <strong>religião</strong> inclui também as seguintes características psicológicas:<br />
“4. Um novo sabor que se adiciona como dádiva à vida, e que assume a<br />
forma <strong>de</strong> encantamento lírico ou apelo à ve<strong>em</strong>ência e ao heroísmo.<br />
“5. Uma certeza <strong>de</strong> segurança e uma mistura <strong>de</strong> paz e, <strong>em</strong> relação aos<br />
outros, uma prepon<strong>de</strong>rância <strong>de</strong> afeições extr<strong>em</strong>osas” (Id<strong>em</strong> Ibid<strong>em</strong>).<br />
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