religião e pragmatismo em william james - Universidade Federal de ...
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3 – RELIGIÃO E PRAGMATISMO (conclusão)<br />
Depois da exposição sobre o <strong>pragmatismo</strong> e sobre a <strong>religião</strong>, chegou o<br />
momento <strong>de</strong> relacionar esses dois tópicos a fim <strong>de</strong> tirar as conclusões finais <strong>de</strong>sse trabalho.<br />
A exposição da <strong>religião</strong> feita, já apresenta muitos traços da aplicação do <strong>pragmatismo</strong>, na<br />
verda<strong>de</strong>, <strong>em</strong> quase toda a sua extensão. Mais do que a simples presença do pensamento<br />
pragmático, este <strong>de</strong>termina <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> parte a posição sustentada diante da <strong>religião</strong>.<br />
A primeira gran<strong>de</strong> implicação do pensamento pragmático sobre a <strong>religião</strong> diz<br />
respeito ao método utilizado por James <strong>em</strong> sua análise, o método <strong>em</strong>pírico. O <strong>em</strong>pirismo é<br />
conhecido como sendo o oposto do racionalismo, e muitas <strong>de</strong>ssas diferenças foram<br />
expostas na primeira parte do trabalho. Mas basicamente, “o racionalismo ten<strong>de</strong> a enfatizar<br />
os universais e a construir os todos anteriormente às partes tanto na ord<strong>em</strong> da lógica como<br />
na do ser. O <strong>em</strong>pirismo, ao contrário, fundamenta a ênfase explanatória na parte, no<br />
el<strong>em</strong>ento, no indivíduo, e trata o todo como uma coleção e o universal como uma<br />
abstração” (James, 1912). A <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> James, então, começa com as partes e faz do todo<br />
um ser <strong>de</strong> segunda ord<strong>em</strong>. É uma filosofia <strong>de</strong> mosaicos, <strong>de</strong> fatos plurais, e não se refer<strong>em</strong> a<br />
estes fatos n<strong>em</strong> a Substâncias às quais eles seriam inerentes, n<strong>em</strong> a uma Mente Absoluta<br />
que os criaria como objetos seus. Mas esse <strong>em</strong>pirismo <strong>de</strong> James difere do <strong>em</strong>pirismo<br />
anterior como o <strong>de</strong> Hume, por isso ele coloca o epíteto radical.<br />
James <strong>de</strong>fine o seu tipo <strong>de</strong> <strong>em</strong>pirismo da seguinte maneira:<br />
“Para ser radical, um <strong>em</strong>pirismo não <strong>de</strong>ve n<strong>em</strong> admitir <strong>em</strong> suas<br />
construções qualquer el<strong>em</strong>ento que não seja diretamente experienciado. Para<br />
esta filosofia, as relações que ligam experiências <strong>de</strong>v<strong>em</strong> elas mesmas ser<br />
relações experienciadas, e qualquer espécie <strong>de</strong> relação experienciada <strong>de</strong>ve ser<br />
consi<strong>de</strong>rada tão ‘real’ quanto qualquer outra coisa no sist<strong>em</strong>a. Os el<strong>em</strong>entos<br />
pod<strong>em</strong>, entretanto, ser redistribuídos, ficando corrigida a colocação original das<br />
coisas, mas na organização filosófica final <strong>de</strong>ve ser encontrado um lugar real<br />
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